Dividida.(tomione) escrita por Dri Silva


Capítulo 17
Alguém estava gritando




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POV TOM RIDDLE 

A dor era excruciante, a sensação era a mesma de cortar um dedo com o papel, mas ao invés do dedo era dezenas de cortes por todo o meu corpo, que pareciam se fechar só para cortar de novo minha pele fazendo o sangue jorrar. Minha visão se tornou preta, eu senti algo gelado nas minhas costas, provavelmente o chão. Eu precisava abrir meus olhos, mas eu não conseguia faze-los me obedecer, parecia haver um peso mais forte que minha vontade de abri-los. E no fundo alguém estava gritando. 

"Façam parar esse grito, inferno" 

Eu pensei agonizando na minha dor, foi então que notei que o grito era meu, com esse relance de consciência flashbacks me atingiram  

Espiões 

Duelos 

Duelo final e legilimencia  

O plano da Hermione 

HERMIONE ! 

Meu cérebro pareceu voltar a deriva quando Hermione surgiu nos meus pensamentos, apesar da dor e da escuridão agora eu conseguia pensar. Nós estávamos duelando, mas de repente eu consegui passar pela oclumencia dos espiões, a princípio não capitei nada além do que sabíamos. Hermione me lançou um feitiço que ricocheteou e atingiu um pilar da sala, fazendo com que ele explodisse, isso chamou a atenção de um deles. 

"Por isso ele a quer."- pensou o loiro gigante. - " ele vai sugar o poder dela, e dele se ele conseguir pôr a mãos nos dois." 

"Esses dois precisam ser eliminados quando a guerra chegar aqui."- pensou o outro, obviamente alheio ao conhecimento do seu colega. -" Seria vantagem demais para eles se os dois lutassem contra o mestre Grindelwald." 

Meu foco estava mais nos pensamentos dos dois que no duelo, Hermione iniciou um contra-ataque e eu lancei um feitiço de reversão, eu vi quando ela foi jogada de encontro a parede quando o feitiço passou o escudo dela, mas não tive tempo de me preocupar com isso pois os pensamentos dos dois forasteiros me deixaram em alerta. 

"A garota." -pensou o loiro e logo em seguida eu vi através da mente dele ele falando com o companheiro. - Vamos pegar a garota, vai ser mais fácil e se ela não servir para mais nada poremos nos divertir com ela.- disse ele de forma maliciosa e nojenta. 

Sem que eu pudesse fazer qualquer coisa sobre minha nova descoberta Granger me acertou aquele maldito feitiço. Com isso em mente, eu queria acordar e poder fazer algo, Hermione estava em perigo e eu senti meu corpo preso e eu não podia fazer nada, minha já agonizante situação se tornou ainda mais insuportável agora que eu estava lúcido. 

POV Hermione Granger. 

A princípio obvio que eu tentei me soltar, me debati com toda a minha força, mas afinal eu estava na mão de bruxos, senti meu corpo ser atingido por um feitiço que não reconheci e tudo se tornou escuro e não havia nada por muito tempo.  

Quando lentamente meu cérebro foi voltando as margens da consciência a primeira coisa que registrei foi o frio, estava muito frio, então eu sabia que estávamos fora do castelo. Segundo, eu não estava caminhando, estava sendo carregada, ou melhor, levitando por certamente um feitiço de levitação. Embora eu não sentisse nada me impedindo de falar e nenhum outro encantamento me impedindo de movimentar, eu nem tentei seria um desperdiço da minha energia e algo me dizia que eu precisaria dela. Abri meus olhos, e olhei ao redor tentando identificar onde eu estava e colocando meu cérebro para funcionar tentando achar uma saída, não era  hora de pânico afinal. 

Os dois espiões caminhavam lado a lado a minha frente falando numa língua que eu não compreendia, estávamos em um floresta, não parecia que estávamos seguindo uma trilha, mas os dois sabiam exatamente em que direção seguir.Analisando minha situação eu poderia resumir que eu estava precisando de um golpe de sorte, eu não sabia onde eu estava, sem varinha, capturada por espiões e sendo guiada para as mãos de um bruxo sociopata possivelmente queria minnha morte ou pior. 

POV TOM RIDDLE 

De repente a dor desapareceu, e eu podia sentir meu peito subindo e descendo conforme eu respirava e a claridade invadindo minha visão, fui abrindo meus olhos para encarar a luz que entrava pelas grandes janelas da ala hospitalar. Imediatamente virei meu rosto para o lado procurando por ela , meus olhos tiveram que se ajustar as sombras ,mas no fim ela não estava la. 

—Her...Hermione-a voz que saiu não era mais que um sussurro, eu sentia minha garganta seca. 

—Estamos procurando por ela, Riddle.-A voz de Malfoy parecia quase estridente em meio a minha dor de cabeça. 

—Eles...pegaram..- 

—Nós sabemos. Estamos fazendo tudo que é possível, mas não a sinal- Sentado do meu lado Malfoy parecia acabado, cara mais pálida que o normal e grandes olheiras.- Quando você começou a dar sinais de acordar eu chamei Dumbledore. 

Antes que eu pudesse perguntar a quanto tempo eu estava naquela porcaria de cama, a Madame Diggs apressou-se para o meu lado com uma voz ainda mais chata do que eu lembrava. 

—Sr. Riddle, finalmente! Suas feridas já estão quase que totalmente curadas, mas Dumbledore me avisou que agora você pode experimentar alguns efeitos colaterais dores musculares e dor de cabeça por isso preciso que você tome essa poção vai ajudar que você se sinta totalmente recuperado. 

Ela empurrou uma colher com um liquido viscoso e cheiro horrível na minha diferença, sem enxergar uma alternativa tomei aquela porcaria já sem paciência, o gosto era pior e devo ter deixado aparentar minha irritação , pois logo Madame Diggs se pronunciou em tom autoritário. 

—Sem cara feia, isso é única e exclusivamente para o seu bem estar, então engula a reclamação junto com a poção.- Terminou já se encaminhando para sua sala na ala hospitalar 

Quando eu estava prestes a levantar e já impaciente para fazer algo Dumbledore passou com suas vestes esvoaçantes pela porta. 

—Saia Sr Malfoy, eu preciso conversar com Tom. Sai imediatamente- repetiu quando Malfoy hesitou sair do meu lado. 

Assim que Malfoy passou pela porta, Dumbledore inclinou-se em direção a maca seus olhos agitados indo de uma lado a outro. 

—O que você sabe Tom? Você precisa me dizer tudo que sabe, senão não iremos encontra-la. Malfoy e a senhorita Minerva contaram sobres os estrangeiros serem espiões de Grindewald, mas ele não foi muito útil além disso 

Imediatamente, sentei-me na cama, a poção fazendo seu efeito e me deixando revigorado também fazendo crescer minha ansiedade, e comecei a contar o plano e que eu havia descoberto nos momentos anteriores a maldição me atingir diante de um Dumbledore cada vez mais agitado. 

—Suas crianças tolas!- soltou exasperado quando terminei ele caminhava sem rumo enfrente a maca que eu estava.- Hermione pagará o preço da arrogância de vocês, crianças tolas! Tolas! 

—Não sabíamos de nada concreto, como poderíamos contar algo a alguém?!-respondi no mesmo nível, pegando minha varinha conjurando minhas roupas e levantando não suportando mais a inércia- E o que isso importa agora?! Nós precisamos encontrar a Hermione e se você for ficar aqui me dando lição de moral, eu dispenso por que eu vou fazer algo.- Falei me recompondo no fim do meu discurso e me encaminhando para saída. 

—Ele é muito poderoso, criança. Não é sobre ir la e pega-la.Não simples, é quase impossível se minhas suspeitas estiverem certas-Um derrotado Dumbledore se pronunciou ao sentar na beirada da maca que antes eu ocupava. 

A imagem da derrota, seria de dar pena se eu fosse do tipo que sente pena. 

—Eu sei que você sabe.- minha voz fria com mais nojo do qualquer coisa.- Que ela não é desse tempo, ela me contou coisas.- Dumbledore me encarava sem transmitir nenhuma emoção agora-  e eu posso não saber tudo, nem dos detalhes,mas depois dessa atitude de derrota que você assumiu só por saber que Grindewald estava atrás de nós dois, eu acho que você sabe mais do que está deixando parecer. 

—Tom...- 

—Veja bem, eu não me interesso por nenhuma filosofia de vida que você queira me passar, eu nem sequer quero saber como você sabe.- Cortei ele com uma voz sem emoção até para mim.- Eu só quero resgatar a Hermione, e se você não começar a falar o que sabe velhote , eu tenho outros meios de descobrir, mas nada vai ficar no meu caminho.  

Dumbledore me encarou como se fosse a primeira vez que visse algo curioso, sua cabeça pendeu para o lado e num ato que demonstrava o quão cansado estava , tirou seus óculos em forma de meia lua e passou os longos dedos nodoso na têmpora como que numa tentativa de pensar melhor. 

—Se ele queria vocês, é porque ele a encontrou. É a única explicação.- Pronunciou um Dumbledore  apático. 

—Encontrou o que velho?!-perguntei perdendo a paciência que me restava. 

—A Varinha das varinhas.-falou ele como se fosse obvio. 

—Você perdeu o juízo com essa história para criancinhas. Pela glória de Merlin isso não é um conto de fadas, velho! 

—Não é um conto, foi por isso que eu me uni a Grindewald. Esconda a surpresa, Tom, todos possuem um passado.- Acho que minha cara de total espanto era meio obvia no momento.- Não podemos ser apressados se quisermos salvar  Hermione, ele possui a varinha das varinhas e Hermione, mas agora ele precisa da pedra da ressurreição para completar o feitiço. 

Depois que o velhote me assegurou que Hermione não corria nenhum perigo imediato, fomos até a sala dele, onde muito calmamente ele me explicou qual era o plano de Grindewald. Não me incomodei a perguntar como ele sabia, seria perda de tempo já que Dumbledore não parecia o tipo que abriria seu coração e eu sinceramente não tinha interesse. 

O importante era que Hermione não estava em perigo eminente e Dumbledore tinha desistido do estilo derrotado e estava planejando um resgaste, ele estava no comando e isso ele fez questão de deixar claro cortando minhas tentativas de opinar. Ele decidiu não contatar nenhuma autoridade , o medo deixava as autoridade cegas,ele disse, já que as mesmas ignoravam que Grindewald finalmente havia mirado na grã bretanha e segundo o velhote o Ministro seria inútil por isso. Ele me proibiu de contar qualquer coisa a Malfoy ou Minnie. 

—Quanto menos crianças envolvidas melhor.- declarou com desgosto por que eu havia deixado bem claro que nada iria me impedir de ir atrás da Granger. 

Grindewald havia começado aquela guerra, não por supremacia bruxa,como eu já imaginava,  tudo aconteceu pois ele estava atrás das relíquias da morte , que não eram um simples conto infantil. De acordo com o velhote elas existiam, e ele mesmo tinha iniciado a trilha que levou o bruxo das trevas a encontrar a Varinha mais poderosa de todas as varinhas  e isso deixava Dumbledore com as cuecas na mão pelo que eu podia perceber.  

—Eu era novo, impulsivo e movido pelo meu ego. Veja bem ,Tom, eu também fui o bruxo brilhante da minha época e devido a isso meu desejo de fazer grandes coisas, de ser lembrado por grandes feitos me levou por caminhos obscuros. 

De costas para o velho, revirei meus olhos recolocando o livro que eu havia tirado da estante de volta ao lugar de origem e virando para o mesmo. 

—Não me interesso pelos caminhos obscuros que você seguiu, pode pular essa parte. 

—Você vai se interessar, já que é assim que sei que Grindewald não fara mau a Hermione, ainda. Juntos procuramos pela Varinha das varinhas, e como jovens fantasiosos que éramos um dia nos dispusemos a imaginar o que faríamos com ela  e qual feito que nenhum bruxo até hoje foi capaz de alcançar? Qual,Tom? Algo me diz que você sabe, nós podemos engana-la por um tempo, o próprio conto de dos três irmãos é um exemplo, mas não é definitivo. 

—A morte.- confirmei o obvio 

—A morte pode até ser enganada, mas ela sempre leva a todos. E então eu decidi que eu seria o bruxo a supera-la, junto a Gellert , eu criei um feitiço que vence a morte com suas próprias armas.-Ele ponderou com pesar, eu apenas o encarava cético, a morte era imbatível mesmo minha escolha por horcruxes, eu sabia a morte podia ser adiada  e não mais que isso.-Veja bem é impossível, a  menos que você tenha A varinha mais poderosa do mundo,e Gellert a conseguiu e agora ele vai atrás do resto para conseguir. 

—Onde Hermione entra em tudo isso? E principalmente como vamos salva-la? 

—Ele precisa da varinha da própria morte, ele precisa de magia forte, jovem, ele precisa extrair essa magia quase bruta para conseguir sustentar o feitiço por tempo o suficiente, e Hermione será isso para ele , Grindewald precisava de um bruxo que se destacasse dos demais, ele provavelmente queria você ,mas Hermione é tão ou mais talentosa e portanto a oportunidade fez o ladrão.  

Me remexi desconfortável pensando que poderia ter sido eu no lugar da Granger, e sensação de agonia no meu peito só piorava, porque eu preferia que fosse. 

—Nossa oportunidade de derrota-lo está no item que falta a ele, a pedra da ressurreição., ele virá atrás dela e talvez eu seja forte o suficiente para derrota-lo ou no mínimo salvar Granger das garras dele. 

—Então você sabe onde está a pedra da ressurreição? 

—Não, mas desconfio que você saiba Tom Riddle. Afinal, o último dos Gaunt está preso em Azkaban. 

Controlei cada nervo do meu rosto para não transparecer emoção alguma. 

—E o que isso tem comigo e uma pedra que eu nem sei se acredito ainda se existe? -perguntei num tom de voz cético, mas eu sentia meus músculos se retesando. 

—Tom, não tente me fazer de bobo. Eu não sou nenhum de seus lacaios, você é o herdeiro da Sonserina e eu sei que o assassinato dos Riddles não foi coisa de uma mente pequena como Gaunt. 

—Eu nego.-respondi sem emoção encarando aqueles olhos azuis por trás dos óculos de meia lua.

—Não precisa, eu sei, ainda que eu não possa provar. E no entanto isso não é importante agora, quando em contato com Gaunt  você adquiriu algumas joias de família. E quando ainda buscava pelas relíquias, minhas pesquisas me levaram  a crer que a pedra estava em posses da família de Salazar Sonserina, passando de geração em geração e sendo assim, ainda que de forma sanguinolenta, está em sua posse agora. 

—Eu saberia se um objeto poderoso desses estivesse comigo. 

Ele sorriu aquele tipo de sorriso que eu costumava dar em aula quando sabia mais que os outros, e aquilo fez minha sobrancelha tremer em irritação. 

—Até meia hora atrás você nem acreditava existir, você não teria nem capacidade de reconhece-lo, mas deixa eu facilitar para você é um anel. 

Imediatamente olhei para minha mão direito para o dedo indicador que agora parecia pesar sob o peso do anel com a insígnia de Salazar, quando meus olhos se voltaram para o professor ele também encarava meu dedo e num voz carregada de maus agouros declarou. 

—Ele vai vir pelo anel, atrás de você.


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