Censure os meigos olhos azuis escrita por Honda Sakura


Capítulo 3
Desculpa


Notas iniciais do capítulo

"Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo."
(Adriana Falcão)



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– Você bebe, menina! – exclamou Geovanna – Como pode fazer uma barbaridade dessas?!

Tepnora havia acabado de contar sua pequena proeza com Pablo.

– Mas e esse desmaio. Foi real? – perguntou a loira.

– Capaz, foi puro teatro – disse Tepnora – Sabe, Gigi, tenho a impressão de já tê-lo visto antes...

– Bem, hoje vamos ter aula com ele depois desse período... Se eu fosse você, teria vergonha de ter que vê-lo de novo.

– Vou pedir desculpas a ele pelo beijo roubado.

– Reze para que ele não tenha comunicado a diretoria. E falando em diretoria, por que seus pais não vieram ainda?

– O diretor Norman e nem a vice me cobraram... Acho que até esqueceram.

Tepnora olhou para o relógio acima da lousa e viu que faltavam 6 minutos para terminar o primeiro período e começar o segundo, que era de inglês.

– Posso te fazer uma pergunta? – disse Tepnora para Geovanna.

– Sim.

– Você gosta do Marc, né?

Geovanna corou.

– Claro que sim, mas como amigo.

Tepnora semicerrou os olhos e examinou o rosto da amiga.

– Está mentindo. Porque quando você mente, começa a morder o lábio inferior. Fale-me a verdade.

– Ok, eu confesso... Tenho uma leve quedinha por ele.

O barulho que Tepnora não queria ouvir, tocou.

– Boa sorte com suas desculpas com o gostosão e vê se não tem outra recaída – disse Geovanna para zoar com a amiga.

Pablo entrou na 802 e Tepnora corou igual Geovanna. Ela geralmente não sentia vergonha do que fazia de errado, mas dessa vez o problema não envolvia somente vergonha, envolvia timidez e amor.

Geovanna, Tepnora, Marc e Roberta reuniram-se para dar prosseguimento ao trabalho de inglês, assim como o resto da turma.

– Professor Pablo, poderia vir aqui um pouquinho – falou Roberta.

As bochechas de Tepnora ficaram vermelhas, seu corpo amoleceu na cadeira, quase a fazendo deslizar para debaixo da classe e quando percebeu a aproximação de Pablo, abaixou a cabeça, fixando seus olhos na sua classe.

– Sim, Ruivinha – disse Pablo para Roberta.

Depois que o substituto esclareceu a dúvida de Roberta, foi atender outro grupo. Tepnora ergueu a cabeça, arrumou-se em seu assento e sussurrou para Geovanna.

– Ele olhou para mim?

– Sim. E ainda por cima sorriu.

– Sorriu?

– Bem, alunos, o período já está acabando, gostaria que me entregassem os trabalhos. Eu vou chamar um de cada grupo para vir me entregar. Bem, vamos ver... Luís.

Um menino baixo e de cabelo raspado entregou o trabalho. E assim foi indo até chegar no grupo de Tepnora. Pablo olhou para todos os componentes e chamou a Roberta, pois era a única do grupo que ele sabia o nome.

– Todos já terminaram os trabalhos e ainda restam uns 10 minutos para apitar, então podem ficar conversando, mas sem confusões – falou Pablo, enquanto sentava-se a sua mesa.

– Acho que agora que todo mundo está distraído, você poderia ir até a mesa dele e pedir desculpas, Tepnora – disse Geovanna.

Tepnora observou Pablo, suspirou e disse baixinho:

– E lá vou eu.

Ela parou na frente da mesa do professor. Ele ergueu a cabeça, largou a caneta com que estava escrevendo e cruzou os braços.

Tepnora esperava que Pablo perguntasse o que ela queria, mas o homem continuava imóvel, de braços cruzados. Ela respirou fundo e disse:

– Desculpa.

– O que você disse? – falou o docente, colocando a mão esquerda na orelha, fingindo não ter ouvido.

– Você me escutou – Tepnora não estava para brincadeiras.

As sobrancelhas de Pablo elevaram-se.

– Aceito sua desculpa só porque já estou acostumado – disse ele.

– Você já havia caído nesse teatrinho?

– Sim. Um desses teatrinhos me levou ao altar – falou Pablo sorrindo.

– Você é casado?

– Me divorciei no começo desse ano.

– Quantos anos você tem?

– Tenho 28 anos e você?

– 15 anos...

– Gostaria de saber por que me beijou?

– Sabe que eu não sei...

– Eu não faça as coisas quando não sei – disse Pablo, seriamente.

Tepnora sentiu-se indefesa diante daquele argumento. Não sabia o que falar. Sua sorte foi que apitou para o terceiro período.

Pablo saiu e toda a turma desmanchou os grupos, voltando a sentar em fileiras.

A Sra. Farsten chegou na sala e todos silenciaram-se. Logo depois que a professora entrou, um senhor de cabelos bem brancos apareceu, era o diretor Norman.

– Bom dia, alunos. Tenho um comunicado a vocês. Gostaria de informar que o verão está chegando e nós organizamos um passeio para as oitavas. O passeio será para um parque aquático, onde vamos passar quatro dias. Será cobrado a entrada e o hotel. E por meio de vocês, estamos enviando um bilhete com todas as informações sobre o passeio para os pais. Quem for autorizado para ir ao parque aquático, deve trazer o bilhete assinado por um responsável junto com o dinheiro até sexta que vem. Qualquer dúvida que tiverem é só irem se informar na secretaria. Vou deixar os bilhetes para a Sra. Farsten entregar. Obrigada – disse o diretor.

O homem retirou-se e a Sra. Farsten entregou os bilhetes.

– Nossa! Mal posso esperar para ir nesse passeio! – disse Tepnora empolgada – E você?

– Não me sinto bem usando biquíni... Porque sou magra demais... – falou Geovanna.

– Deixa de ser boba, Gigi. Você com certeza vai arrasar de biquíni.

– Tomara...


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando!



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