Scorpius Malfoy

Quando chegamos lá, no entanto, tivemos uma bela recepção dos cupidos. Sempre pensei que os Weasley fossem estranhos, mas eu retiro isso pelas próximas doze gerações. Cupidos sem dúvidas são mais estranhos do que bruxos ruivos. Não há o que discutir.

— ALERTA COR DE ROSA, ALERTA COR DE ROSA! — bebês de fralda estavam gritando enquanto tocava uma sirene cor de rosa, com a luz cor de rosa em um mundo cor de rosa. — -ALERTA COR DE ROSA, ALERTA COR DE ROSA!

— Mas que porra é essa? — resmunguei comigo mesmo, enquanto Rose tentava achar Maicon ou Colin no meio de tantas crianças.

— Acho que está acontecendo algo muito ruim... — olhei com desdém para a garota ao meu lado, que inclusive nem percebeu. Se fosse nos tempos normais, eu que acabaria por dizer isso... E levaria um tapa. Mas já que estamos em um novo dia, de uma nova era que começou... Só basta aproveitar.

— FINALMENTE ACHEI VOCÊS! — gritou Maicon sendo seguido por Colin, que tentava recuperar a respiração. — VOCÊS VÃO TER QUE IR A HOGWARTS NOVAMENTE!

— ESTAMOS TENDO UMA CRISE! O AMOR PODE ACABAR PARA ELES! — exclamou um deles enquanto a sirene ia diminuindo e dava para começar a ouvir seus berros.

— Eles quem? — perguntou Rose, porém sendo totalmente ignorada já que os cupidos não conseguiam lhe ouvir. — ELES QUEM?

— JAMES E DOMINIQUE! — respondeu Colin, completamente desesperado, puxando-nos até o grande telão, onde estava mostrando os dois no exato instante. Porém, estavam parados. — Congelamos o mundo bruxo, só voltará ao normal quando algum cupido por lá pisar.

—Por que congelaram? — enquanto eu me sentava em um banquinho que tinha ali perto, logo tendo Rose sentada em minha perna, Maicon abria um arquivo que tinha letras grandes e douradas... E um filme por trás, se não estava alucinando.

— Vou contar o que aconteceu. — disse Maicon segurando algumas folhas. — Dominique sempre fora apaixonada por James, mas durante todo esse tempo ela não teve coragem de demonstrar o que sentia. Foram tantas vezes vendo-o com outra, passando noites e noites chorando oceanos e jurando que nunca mais derramaria uma lágrima por ele. James, por outro lado, não conseguia entender o porquê de não conseguir parar de pensar nela. Achou, por um instante, que as outras poderiam fazê-lo esquecer de tudo. Mas nenhum dos dois jamais admitiu. — ele fungou, e em seguida deu as folhas para Colin.

— Até o dia em que James ouviu uma conversa de Dominique com sua irmã. Então, ele descobriu que ela o amava. Porém, não foi um encontro de rosas, pois ficou furioso por nunca ter falado nada. — Colin parecia bem indignado. — E o seu amor todo foi revertido metade em raiva e sentimento de rejeição, que o deixa irado o suficiente para falar coisas sem nexos como, por exemplo, sobre a sua nova 'ficante' que logo seria sua 'namorada'. James Sirius Potter destruiu a pobre Dominique, que nesse instante está sentada a beira do lago da lula-gigante enquanto ele está pensando se deve ou não aceitar o pedido de namoro da garota a sua frente, Rebecca Boot.

— Todo esse barulho por uma coisinha dessas? — fiz uma das piores caras que podia.

— SCORPIUS! É tão triste, não seja insensível! — Rose repreendeu-me, colocando a mão em meu tórax. — Temos que acertar a flecha no James e...

— Uma flecha de fogo, na verdade. — corrigiu Maicon causando uma cara interrogativa em nós dois. — A flecha do fogo é a mais poderosa do mundo! É como se o amor se tornasse imortal. Só foi usado uma vez na história da CEA. A flecha foi atirada em Merlin, que ficou perdidamente apaixonado por Morgana... Mas o resto da história vocês sabem. Não foi uma ideia produtiva.

— Nós cupidos, às vezes, erramos. — constatou Colin e eu concordei com ele, estranhamente mas concordei.

— No meu caso, por exemplo, vocês só erram. — disse, fazendo com que o pequeno bebê deu ombros e o outro ficasse emburrado.

— A culpa não é nossa se está com hormônios à flor da pele. — resmungou Maicon em uma altura boa o suficiente para meu avô Lucius ouvir .— Se eu fosse você, Rose, tomava cuidado.

— Você está de qual lado afinal? — perguntei encarando-o feio, enquanto a ruiva levava a mão ao rosto, já vermelho de vergonha. Que doçura.

— Pegue logo essa flecha e vá! — Colin me deu um pacote transparente, que dentro tinha uma flecha de fogo... Cor de rosa. Claro, porque é uma flecha cor de rosa, com fogo cor de rosa, para um alerta cor de rosa, de sirene cor de rosa, de luz cor de rosa em um mundo cor de rosa. Será que eles já viram um arco-íris?

— Ah, lembre-se: Não pode errar! — Rose se levantou e segurou-me pela cintura. Logo fomos puxados para Hogwarts novamente.

Tudo estava congelado e magicamente apareceu um cronômetro de trinta segundos em contagem regressiva. Não sei porque o Estatuto da CDC complicava tanto a vida dos pobres trabalhadores que se esforçavam pra caramba para manter o amor no mundo. Ao invés de facilitar, não, ''vamos complicar o suficiente para ferrar eles de vez.''

— Acho que você tem que jogar a flecha nele antes que tudo volte ao normal! — exclamou Rose fazendo a velha cara de quem está vendo os termômetros. — 23, 22, VAI!

— Tá bom, sem estresse! — disse pegando o arco e colocando a flecha. O grande problema era que ela era grande e pesada, e o cronômetro já estava chegando nos dez e eu não era tão bom de pontaria. Não tinha nada a meu favor.

— 8, 7, 6, VAI! — repetiu o grito e eu fechei um olho para tentar mirar melhor. — 5, 4, 3, 2...

— ISSO! — praticamente gritei ao ver que quando a flecha o acertou, a contagem finalmente chegou ao zero, e todos voltaram a se movimentar, mesmo estando um profundo silêncio entre James e a garota a sua frente.

— Rebecca, eu... Eu... Eu não posso fazer isso. — ele abaixou a cabeça e eu percebi que o drama barato começaria. — Não posso ser um imbecil com Dominique, nem com você.

Rose e eu saímos correndo atrás dele, que parou instantaneamente quando viu Dominique de pé olhando o lago. Olhei para Rose, que olhou para mim. James suspirou e se virou, quase trombando em nós… Caso fôssemos trombáveis, com certeza teria acontecido, mas…

De um modo estranho, fizemos com que ele ficasse parado e logo se virasse para ela. Não sabia que essa flecha fazia eles correrem um atrás do outro para resolver as coisas e tal... Bem prático.

— James? O que está fazendo aqui? — mulheres, sem mulheres não somos nada. — Não deveria estar com a Boot?

— Não, na verdade eu deveria estar faz tempo... Muito tempo com você, mas... Ah, é, você complicou as coisas. Na verdade, é isso que você sabe fazer, complicar as coisas.

— Ok então. — Dominique voltou a olhar para o lago e ele suspirou indo até ela.

— Olha, eu gosto muito de você, na verdade... Eu acho que te amo e... E você gosta muito de mim que eu sei bem. Por que nós não tentamos algo? Devagar, bem legal e calmamente. — Rose sorriu para mim com uma mensagem em seu olhar: Trabalho 100% concluído.

— O problema, James, é que eu não gosto muito de você. — foi a minha vez de olhá-la com: Só que não. — Eu te amo, e tenho certeza disso.

— Então me dê uma chance, só para te mostrar que podemos ficar em uma situação bem melhor do que essa. — e, então, depois de muito lenga-lenga, abraçaram-se. Ficaram assim por um belo tempo, até que suas bocas se juntaram e... Fomos puxados de volta para a Central.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! EU QUERIA VER! — reclamou Rose, completamente chateada, para os dois cupidos a sua frente.

— E a operação? — perguntou Colin ignorando-a completamente (de novo).

— Operação cor de rosa concluída com sucesso. — sorri de canto para eles.