Legalmente Ruiva escrita por Snapelicious


Capítulo 5
Quatro


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei horas pensando em uma desculpa boa o suficiente para dar para vocês, algo que mostrasse minhas qualidades, como esforço pessoal e humanismo, mas eu não consegui bolar nada.A verdade é que eu fiquei os últimos dias passando a tarde deitada em meu puf, com o ventilador apontado para a cara, lendo fanfics pelo celular. Eu tinha preguiça até de levantar para vir escrever, e quando vinha, acabava lendo mais fanfics.Poderia dizer que a culpa não é minha, e sim dos autores que escrevem maravilhas com os personagens de Harry Potter, mas a culpa é sim minha.Espero não levar um tiro.Mas ainda amo vocês.



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–Vem cá, você tá me seguindo?

Harry Potter sorriu daquele jeito de novo. Daquele jeito que você não sabe se ele está se lembrando de uma piada que contaram para ele pela manhã ou se apenas está zoando com sua cara. Decisão difícil. As duas possibilidades são muito atraentes.

–Acredito que não – respondeu ele – Eu não fazia ideia de que você morava aqui até ver sua gloriosa capa na porta da frente.

Ele estava sendo irônico, e apenas eu consegui perceber isso. Ele já sabia que eu morava aqui. Sabia disso porque tinha uma foto minha em um porta-retratos na mesinha bem ao seu lado. A foto em que eu estava completamente bêbada na festa de aniversário de Parvati Patil. Toda escabelada e sorrindo que nem retardada do tipo eu-quero-um-penguim-porque-acho-que-meu-panda-me-odeia. Eu tenho o vídeo até hoje.

–Então porque você... - comecei, mas a ficha caiu. Junto com meu queixo – Rony e Hermione são os amigos que você tinha que encontrar?

–É – respondeu ele, como se não fosse nada de mais – Estudamos juntos.

Oh. Claro. Tinha que ser.

Esqueci que Rony tinha vindo para New York para fazer um curso, e acabou ficando. Eles devem ter se conhecido por lá. Mas não faço ideia do que Hermione Granger fazia em um curso de administração de empresas.

–Oh – soltei, levemente confusa. Fiquei encarando os três por alguns segundos – Acho que vou pro meu quarto.

Não perguntei porque Harry Potter não sabia que eu sou irmã do seu amigo. Eu pareceria desesperada. Talvez meu irmão simplesmente não quisesse que seu amigo soubesse que ele tem uma irmã problemática.

–Hey, Ginny – chamou Hermione, quando eu entrava no corredor para os quartos – Nos fale mais sobre o amor da sua vida.

Achei que ela estivesse brincando, mas todo mundo ficou me olhando, esperando uma resposta. E Hermione sorria malevolamente. A desgraçada sabia.

A desgraçada sabia.

–O motoqueiro do prédio ao lado – falei rapidamente, apertando os olhos – O que tem uma Harley 73. Botas de couro. Bigodudo.

–O Jeremy? - perguntou Rony, erguendo as sobrancelhas.

–Ele mesmo – continuei, feliz por esse tal motoqueiro do prédio ao lado realmente existir – Vamos casar e ter vários filhos russos.

–Mas ele é coreano...

–DETALHES, MANINHO! DETALHES!

Fazendo um gesto largo como se eu fosse uma bailarina, entrei no corredor fazendo piruetas e me tranquei em meu quarto. Me encostei na porta e escorreguei para o chão. Suspirei. Me livrei de uma afirmação embaraçosa. Mas em compensação estava prometida ao vizinho motoqueiro bigodudo coreano.

Consegui ouvir eles rindo na sala de estar, e torci mentalmente para que não seja de mim.

Deve ter sido por isso que Hermione estranhou quando eu falei do moreno de olhos verdes que me pagou um café e fugiu. Na hora eu achei que ela estivesse achando essa história muito parecida com Cinderela. Mas Hermione já conhecia Harry, e Rony também.

Parece conspiração.

Suspirando, observei meu quarto bagunçado. Fiquei um século tentando me decidir que roupa eu colocaria para ir à aquela entrevista, e ainda escolhi a pior roupa possível. Joguei os sapatos para o lado e fui engatinhando até o centro do quarto, quase exausta demais até para respirar. Me deitei no tapete e fechei os olhos.

Estar na moda cansa.

Ouvi passos no corredor, algumas risadas e percebi que Harry Potter se dirigia ao banheiro. Rezei para não ter deixado minhas calcinhas penduradas no box.

–Ginny. Ginny!

–Hermione, vai se catar – resmunguei, escondendo o rosto. Ela voltou a me sacudir.

–São uma e meia da manhã e você está dormindo no tapete!

–Ei! Eu não estou dormindo no tape... - olhei ao redor – Ah. Deixa pra lá.

–Você tem que trabalhar amanhã – continuou ela.

–Não tenho não.

–Tem sim.

–Pára.

–Ginny, pelo o menos vai dormir na cama – disse ela, com a voz cansada, e eu apenas resmunguei – Não quer jantar? Tem pizza.

Me sentei em um pulo.

–Pizza – sussurrei, com o olhar desfocado. Pisquei algumas vezes e olhei ao redor. Definitivamente eu estava deitada em cima do meu tapete felpudo cor-de-rosa, usando minha capa amarela úmida como cobertor. Lembrei do que tinha acontecido antes de eu cair no sono – Uh. Eu tô com fome – pensei por alguns segundos – E tô fedendo. Vou tomar banho.

Levantei, e quando alcancei a porta, estaquei.

–Potter ainda está aqui? - perguntei, receosa.

–Ah, claro – respondeu Hermione – Ele está pelado na minha cama.

Ergui as sobrancelhas para ela, que revirou os olhos.

–Porque ninguém consegue detectar minha ironia? Eu treinei tanto! Ele já foi há um tempão, e Rony também.

–E o que diabos você está fazendo acordada a essa hora? - perguntei, apertando os olhos.

–O último episódio do American Idol foi realmente muito comprido – respondeu ela, de cabeça baixa. Ainda rindo da cara de Mione, fui tomar banho.

–GINNY!

Sério, eu ainda atiro Hermione pela janela.

–Você sente prazer em acordar os outros de maneira violenta? - perguntei, já irritada. Olhei para o relógio. Oito da manhã. – E eu só tenho que sair daqui a duas horas. Boa noite.

Dessa vez, Hermione jogou minhas cobertas para o outro lado do quarto e me puxou pelos pés. Gritei.

–POLÍCIA! POLÍCIA!

Com um baque, caí da cama. Eu tentava fazê-la me largar, chutando seus braços.

–Quê é isso? - gritei.

–TELEFONE! - ela respondeu. Parecia apavorada. Parei de lutar.

–Simplesmente anote recado – falei, lentamente.

–É Draco Malfoy!

Meu sangue gelou.

Se Draco Malfoy ligasse para qualquer garota normal, essa garota ficaria muito feliz. A menos que ela tivesse um namorado. Ou fosse lésbica. Ou que tivesse uma conta milionário para pagar, que, infelizmente, é o meu caso.

–Diz que eu morri – falei rapidamente.

–Eu não posso dizer que você morreu! - Hermione fez careta - “Ah, você quer falar com Ginevra Weasley? Um momento, vou chamar ela. Ah, espera! Minha melhor amiga morreu e eu esqueci!”

–Diz que eu quebrei a perna!

–Mas você quebrou a perna duas semanas atrás! Já usou essa desculpa! - gritou ela – Vai atender a droga do telefone!

Temendo pela minha vida, me levantei de um salto e corri para a sala. Não antes sem escorregar no tapete. Tirei o cabelo da cara, respirei fundo, e fazendo minha melhor voz de ha-ha-eu-sou-bem-sucedida, atendi.

–Alô?

–Srta. Weasley, aqui é Draco Malfoy – disse a voz arrastada do outro lado da linha, quase intimidadora.

–Ah, sim – respondi, com a voz entediada – Você que esqueceu as cuecas aqui em casa.

Ao meu lado, Hermione enfiou a cara em uma almofada. Draco Malfoy pareceu desconcertado.

–Sou o representante do banco – respondeu ele, tentando manter a pose.

–Eu achei que você fosse GoGo Boy! - exclamei. Hermione me chutou, e eu quase não contive o sorriso.

–Srta Weasley, você têm uma dívida de dezenove mil, quatrocentos e vinte e cinco com oitenta e dois centavos – continuou Malfoy, aparentemente tentando ignorar minha retardadice.

–Uh – bufei – Sabia que não devia ter ligado para o Disque Sim.

–Srta Weasley, esse é um caso sério, e eu gostaria que ele fosse encarado com seriedade – disse ele, frio.

Ai.

–Gostaria de marcar uma reunião com a senhorita, para discutirmos o caso – continuou ele. Meu estômago embrulhou – Próxima sexta-feira, ás dezessete horas.

–Ah, sinto muito – respondi rapidamente – Nesse horário eu vou estar ocupada. Ah... Minha tia-avó Ariovalda sofreu um gravíssimo acidente de carro, e eu sou a única da família que possa cuidar dela sem que ela tenha ataques epiléticos de pânico.

–Ah... - tentou Malfoy, mas eu o interrompi.

–Tenho que ir agora, estou atrasada para meu trabalho. Au revoir!

Atirei o telefone longe e me joguei no sofá, respirando profundamente.

–Você nem ao menos fala francês – disse Hermione, ao meu lado. Quem visse de fora pensaria que estávamos extremamente cansadas. Dei de ombros.

–Eu também não saio com GoGo Boys, mas quem liga?


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Notas finais do capítulo

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