Bipolar escrita por UnknownName


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo


*Capítulo dedicado à maravilhosa Iwa no Narumi, que comentou em TODOS os capítulos de Anti-social e Bipolar. Valeuzaço ♥*

Gente, eu JURO que não abandonei essa fic. Juro mesmo. Eu amo essa história, e acho ela muito legal, mas semanas que eu estou sem acesso NENHUM ao Nyah!. No celular não dá pra escrever, e meu pc quebrou de vez. Juro que não é desculpa esfarrapada.

Além do mais, eu realmente estou passando por tempos difíceis, e é mais difícil ainda achar inspiração nessas horas. Eu não me sinto bem escrevendo tão pouco, mas se eu não consigo escrever, de nada adianta... Eu sinto muito, de verdade.

Mas que seja, aí está o novo capítulo (se é que ainda tem leitores aqui...):



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– VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO ENTENDE! – Ouvia minha mãe gritar.

– O QUE ESPERA QUE EU FAÇA? – Meu pai gritou de volta.

– [...] DEVERIA ESTAR FELIZ! – Minha mãe retrucou, mas não consegui escutar tudo.

– [...] É PERIGOSO! – Nem precisei ouvir o resto pra saber que falavam de mim. 

Decidi não prestar mais atenção naquilo. Eu jamais tinha ouvido meus pais brigarem, mas a primeira vez acabou sendo minha culpa. Boa, Nico.

Eu sabia que minha pessoa representava perigo, mas quando falam é pior ainda. 

Para prevenir qualquer coisa, tranquei a porta e joguei a chave por baixo da mesma. Em seguida, transferi toda a minha raiva por mim mesmo no meu punho e desferi a mesma em uma parede. Doeu? Doeu pra caramba. "Quer saber? Dane-se.", pensei. Soquei mais uma vez. E outra. E outra. E outra. Ficou tudo escuro, mas não acho que eu tenha parado.

[...]

Acordei de manhã sentindo dores no corpo. As juntas dos meus dedos estavam totalmente machucadas e quase em carne viva. Pelo reflexo em meu celular, vi que meu rosto também estava machucado: Eu não tinha socado apenas a parede, como a mim mesmo.

Isso jamais tinha acontecido antes. Bom, se eu fosse apenas agredir a mim mesmo eu considerava até melhor, porém, eu sabia que não ia ser só isso. O seu estado numa doença assim não sofre esse tipo de mudança pra melhorar.

Eu estava meio sem noção do tempo, mas acho que era domingo. Ana disse que voltava naquele dia. Eu realmente não queria vê-la, naquele estado.

Levantei-me com esforço e me dirigi até a porta. Trancada. Ninguém tinha a aberto ainda. Ótimo. Peguei uma folha de papel, a passei por baixo da grande placa de madeira e trouxe de volta a chave. Destranquei a fechadura e saí do quarto em passos leves, esperando não ser visto pelos meus pais. 

Desci as escadas, e parecia que nenhum dos dois estava por lá. "Melhor pra mim..."

Para a minha felicidade, a geladeira estava cheia(eu já falei que amo comida?). Tratei logo de fazer um sanduíche com bastante recheio, pegar um copo de suco e voltar para o quarto. Mas realmente, as dores incomodavam.

Assim que eu me sentei na minha cama, a campainha tocou. Estranhei. Quem poderia ser? Olhei para o relógio.

Nada demais.

Apenas 5 da tarde.

5. DA. TARDE.

Provavelmente era a Ana. Talvez se eu fingisse que não estava em casa...

– NICOOOOOOOO! EU SEI QUE VOCÊ TÁ AÍ! – Ela gritava lá de baixo.

– NÃO TÔ! – Ah. Muito inteligente da minha parte.

– VEM LOGO, SEU PREGUIÇOSO! – Relutante, me levantei. Dei uma rápida passada no banheiro dos meus pais pra tentar dar uma disfarçada no meu rosto com maquiagem, com o chamado "pó de arroz", pelos antiquados.

Um tempo depois, respirando fundo, abri a porta de entrada.

– LENTO! – Ela reclamou.

– Bah, eu tava lanchando. – Virei a cara pro lado, emburrado. – Mas e aí, como foi na casa dos seus avós?

– Normal. – Ela respondeu com um sorriso. – Alguma confusão aconteceu enquanto não estive?

– Normal. – Respondi igualmente.

– Ok, fiquei preocupada. – Ela riu. – Nada grave, né?

Cocei a nuca.

– Nico...? – Uma expressão confusa tomou conta de sua face. – Espera um pouco...

Ela levantou sua mão e a colocou em meu rosto. Tomei um susto, e reclamei levemente de dor.

– Eu sabia. – Ela passou o dedo pela minha bochecha. – Maquiagem! O que aconteceu?!

– Não precisa se preocupar... Não foi culpa de uma briga, apesar de eu realmente ter me metido em uma. – Não queria que Ana soubesse. Se fosse o caso, só iria causar mais problemas.

Ela, sem avisar nem nada, entrou em minha casa, fechou a porta, e ficou me encarando, de braços cruzados e bayendo o pé no chão.

– Explique-se. – Falou, num tom estrito que deu até medo.

– N-Não foi culpa minha! O outro que arranjou briga comigo! Mas o Bruno estava lá, então não tive problemas... – Coçei a nuca.

– Tá, então por quê está machucado? – Sua expressão não mudou.

– Por nada... – Virei de costas, e fui andando até meu quarto.

– Você não vai fugir! – Ela me seguia.

– Eu já falei que não é nada! – Repeti.

– "Nada" não machuca! – Retrucou ela, irritadíssima.

Decidi não responder, e fechei a porta na cara dela. Só não tranquei, para impedir que ela fosse arrombada e destruída. De qualquer forma, Ana a abriu novamente.

Fingi que não estava ouvindo o que ela falava e fui brincar com o Crow.

– NICOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! – Ela deu um grito tão alto que eu juro que estava esperando um vizinho tocar a campainha pedindo para fazermos menos barulho.

– NÃO GRITA! – Gritei de volta (ah, a ironia...)

Eu estava indo abrir a porta, mas ela mesma o fez, e *PAF* quase quebrou o meu nariz.

– MINHA CARA! – Reclamei, massageando meu rosto para tentar aliviar a dor.

– Esquece isso! Agora me conta o que está acontecendo! – Ela me segurou pelo colarinho da camisa com um olhar ameaçador, o que, eu admito, deu medo. Pra caramba.

– Tá, tá! – Levantei as mãos, admitindo derrota. – Eu conto.

Sentando à beira da cama, esfreguei as mãos no rosto, procurando uma maneira de explicar à Ana o ocorrido. Seria bem mais fácil simplesmente dizer que não tinha sido culpa minha, que o meu outro eu tinha agido e feito aquelas coisas, mas eu tinha, sim, certa responsabilidade, já que eu fiquei com raiva e soquei a parede várias vezes antes de trocar de personalidade. A garota se sentou ao meu lado, com um olhar preocupado. Eu não queria mentir pra ela.

– É que... Ontem, quando eu estava no meu quarto, ouvi meus pais gritando, ou melhor, brigando. E era por minha causa. – Ela escutava com atenção. – Eu fiquei realmente cheio de raiva de mim naquela hora, então... Comecei a dar socos na parede, mas eu me esqueci do fato que a minha segunda personalidade aparecia nesses momentos, e foi o que aconteceu. Quando acordei estava assim. É isso.

Respirei fundo, esperando por sua resposta, porém, ela não disse nada. Ficou apenas ali, sentada, pensando em algo. Demorou alguns minutos até ela finalmente falar alguma coisa.

– Nico... Nunca mais faça isso. – Ela ordenou, mas com um tom calmo e preocupado. 

–Tudo bem. – Suspirei. Esperava algo pior. – Eu prometo.


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