Bipolar escrita por UnknownName


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Como vão, queridos leitores?
Aqui estou eu, com o segundo volume da série! Espero ver muitos reviews ein? u_u
Ah, como sabem, eu não cumpri o prazo de postar ontem(terça-feira), no meu aniversário, porque fui surpreendida com a comemoração do mesmo num restaurante, hahaha (mas é verdade, eu nunca consigo cumprir os prazos... Acho que vou começar a marcá-los um dia antes).



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Olá! É assim que eu começo? Ah, não importa. Meu nome é Nicolas. Chame-me de Nick. "Um adolescente comum, que acabou de se mudar" etc., é isso o que você espera? Bem, sinto muito, mas minha história é bem diferente disso. Um cara normal, isso com certeza eu não sou. Se eu falar que sou bipolar, como você encararia isso? Uma pessoa que repentinamente fica em depressão, em outras horas está com raiva e essas coisas? Digamos que o meu caso seja bem mais... complicado.

Vivo no Brasil. No Mato Grosso do Sul, pra ser mais preciso. Sofro de uma estranha... Doença? Não sei como chamar isso. Talvez uma maldição... Mas eu não tinha disposição para descobrir isso e partir em uma aventura para quebrá-la, por mais que algumas vezes eu tenha muita vontade. Tá, chega de falar, vou explicar logo de uma vez do que se trata.

Bipolaridade quer dizer ter duas personalidades, certo? No meu caso, isso é levado para o mais literal possível. Eu diria que são duas pessoas num corpo só. Uma boa, outra má. A que vos fala no momento é a que considero "Do bem", e duvido que a outra tenha vontade de vir aqui escrever, então provavelmente você só lerá este tipo de narração. Mas sabe qual o pior de ser eu? Não se lembrar de absolutamente nada que ocorreu durante meu momento como "outra pessoa". Esta não é nada legal, pelo contrário. Morro de medo com o que pode acontecer. Sei do que ocorre principalmente por causa da Ana. Ela é minha melhor amiga, caso esteja se perguntando. Você sabe o quanto é difícil conseguir ter um amigo nessas condições? A Ana é incrível, sabe muito bem do meu problema e sempre está lá para me ajudar, e eu também tento ajudá-la sempre que possível. Tenho uma confiança enorme nela... Mas é aí que eu mais me preocupo. Facilmente, meu outro eu pode machucá-la ou

magoá-la, e depois eu não vou conseguir me perdoar.Pelo

menos, no lado positivo, as transições de personalidade

não são tão frequentes, às vezes passava-se mais

de um mês sem nada acontecer. Se bem que naépoca elas

estavam ficando mais frequentes...

Eu não gosto disso. Definitivamente não gosto. Quem iria gostar? Ainda mais porque assim eu não posso sonhar com o futuro. Trabalho? Não posso correr o risco de agredir meu chefe ou ser demitido na primeira semana com alguma merda que eu teria feito no meu eu maligno para sacanear este de agora. Namorada? Esposa? Filhos? Nem pensar. Não preciso explicar o porquê, né?

Meus pais sabem do meu problema. Às vezes acabo voltando para casa na madrugada, mas eles mal brigam comigo porque já imaginam o que pode ter acontecido. Não deve ser fácil ser eles...

A primeira coisa que faço quando volto à mim é checar meu celular. Ligações efetuadas, mensagens recebidas e enviadas, essas coisas. Quando faço algo grave, quase sempre recebo mensagens de reclamação, ou a Ana me avisa. Cara, às vezes eu penso que seria melhor viver afastado do mundo, pelo menos até eu me curar, se é que isso aconteceria...

─ Pai, por favor, se meu comportamento parecer estranho ou agressivo demais, tranque-me no meu quarto e não me solte até o dia seguinte, ou até eu não parecer mais suspeito. Mas cuidado com os meus truques... ─ Certa vez o pedi. Foi doloroso para eu falar, e foi doloroso para ele concordar. Eu também, com hesitação, entreguei-lhe um par de algemas (com a chave junto) e uma faca daquelas que os exploradores de florestas costumavam usar.

─ Use se for preciso.

─ Mas... Filho, você nunca chegou ao ponto de... ─ Ele ia falar, mas o interrompi.

─ Nunca se sabe, pai. Meu estado vem piorando. Guarde isso, caso seja necessário, e não hesite em usar. Por favor, pai.

Aquela foi provavelmente uma das mais tristes e difíceis decisões da minha vida. Pedir ao seu próprio pai para te trancar em seu quarto e usar uma faca contra você em certas ocasiões não era fácil. Ele abaixou a cabeça, e ficou observando os objetos lhe entregues. Seus olhos estavam marejados. Ficamos assim por algum tempo.

Ah, mas falando assim até parece que a minha vida é uma depressão só, e eu quero deixar você depressivo junto. É triste, sim, mas tem coisas boas. Eu amo muito a minha família, e temos uma ótima relação. Para não aprender nada relacionado à luta, eu pratico o clássico futebol nas segundas, quartas e sextas. Sou um dos melhores alunos da classe, e também sou ótimo em desenho.

Eu falei quantos anos eu tenho? Não? Bem, nesta história que irei contar, falarei da minha vida em torno dos 16, 17, mas também contarei várias coisas sobre meus 13 anos para frente, pois foi nessa época que tudo começou de verdade. Apesar de eu ter esse problema desde que eu nasci, ele era quase inexistente até o tempo citado. O porquê eu não sei.

Ah, certo, eu não expliquei sobre o tratamento. Bem, este não existe. Quer dizer, o tratamento para a bipolaridade existe, mas não a bipolaridade normal. Eu já fui a incontáveis psicólogos e psicanalistas, mas nenhum tinha uma solução decente. Enquanto a maioria não conseguia identificar exatamente o que eu tinha e como curar, alguns até diziam que eu não tinha nenhum problema.

Ah, mas isso não era suficiente para me fazer desistir. Já pesquisei muito sobre isso, e continuo pesquisando. Ana também me ajuda. Tenho fé de que um dia isso tudo vai passar... Quero dizer, não seria possível viver com isso para sempre. Uma hora tem que acabar, não é mesmo?

─ Será que tem mais alguém no mundo que nem eu? ─ Perguntei à Ana, enquanto lanchava no colégio.

─ Não faço ideia. Será? ─ Ela colocou o dedo no queixo, pensativa.

─ Se tiver, tenho pena desse cara. ─ Suspirei.

Bem, é mais ou menos isso. Se tiver mais alguma coisa que eu precise explicar, vou o fazer ao longo dos capítulos dessa história. Espero que possa te ver em todos eles!


{Nick, desliga} (ah, eu gosto de fazer isso)



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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? =3
Reviews?