Pois é... Hoje é o dia em que meu pai vem me visitar... Bom, eu queria vê-lo e olhar em seus olhos e ouvir ele falando algumas coisas boas que demonstram seus sentimentos mesmo que seja o menos possível, o problema é que ele não é assim. O estilo do meu pai é aparecer, olhar nos meus olhos e falar o quanto eu sou ruim e sempre fui ruim nas coisas e o quanto eu posso melhorar... O meu sonho é fazê-lo entender pelo que eu passo, ele virar para mim e dizer: " Superados isso juntos ". Mas como nem um parabéns por um simples promoção sai de sua boca, por que ele falaria isso? 
Ele não quer um filho que seja bom... Ele não quer um filho exemplar... Ele quer alguém melhor que ele... E eu não entendo essa sua necessidade.
Meu pai sempre esperou o máximo de mim. Já, quando a minha mãe estava viva, ela me ajudava a não ficar sufocado... Ela era o meu anjo, só que aqui na Terra. Ela ouvia muitas reclamações de meu pai sobre o como ela estava me mimando ou outras coisas que saíssem do controle das regras dele, como quando eu ficava de castigo por alguma razão, trancado no meu quarto, apenas pensando, ela entrava pela porta, conversava comigo, as vezes me dava um lanche caso eu não tivesse jantado, e ela ia depois de um tempinho. No começo, fiquei triste... Nunca entendia o porque dela não se impor, mas depois de um tempo a ficha caiu. Ele era controlador, ele precisava daquilo, então aprendemos a conviver com ele. Meu pai sempre foi um cara legal, só que pediu demais de mim, e quando minha mãe se foi, ele ficou insuportável. Mas aquilo não foi culpa dele. Meu pai não sabia o que fazer. Com ela ali, ele era feliz, ele era completo. Os dois se amavam muito, mas quando ela faleceu, ele não sabia como agir, e eu acho que a raiva de ela ter morrido por minha causa, o fizeram mudar. Ele estava na dele, quieto, pensativo. Isso havia me destruído também. Minha mãe morre assim, em questão de minutos diante dos olhos, meu pai meio que desiste do mundo, desiste de tentar continuar... Eu não sabia o que fazer... Na escola, minhas notas começaram a cair, cheguei em casa um dia, ele me olhou nos olhos bravo, mas logo seu olhar mudou para o mesmo olhar triste e decepcionado, ele virou o olhar e saiu andando para a cozinha.
Depois de mais um tempo, minhas notas melhoraram... Era impossível continuar assim, o vendo sofrer. Quando fui para a escola, um menino armou uma pegadinha em mim, me fazendo sair de culpado, mas não me deixei abalar, cheguei em casa e o vi sentado na mesa da sala, ele apenas se levantou olhou pra mim e... Bom, aquele foi o primeiro dia... Depois disso, no dia seguinte, cheguei na escola um pouco machucado ainda, bravo. O mesmo menino chegou para me irritar, mas não deixei me abater, até que ele começou a falar da minha mãe. Antes mesmo do moleque terminar a frase, meu braço vai em um reflexo na cara dele. O menino caiu no chão com o nariz sangrando... Eu olhei pra ele e falei com lagrimas nos olhos:
"- Pode falar qualquer coisa, menos dela!"
Lembro de uns coordenadores chegarem e o ampararem, eles nos levaram na diretoria e eu expliquei o meu lado, mas como eu havia o socado, eu estava errado, e assim, mais uma vez ele havia ganhado.
Até os 18 anos eu aguentei tudo, até que resolvi fazer a faculdade... Dei a noticia de que havia conseguido entrar em uma faculdade boa, mas como sempre, ele me disse o quanto a faculdade dele era melhor. Depois de fazer a faculdade, me mudei pra cá, Las Vegas. E foi a melhor ação que eu fiz na minha vida. 
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Pedi para Grissom aparecer aqui mais cedo, meu nervosismo piorava a cada minuto com as lembranças que me vinham na cabeça... Mas depois de um tempo, meu pai aparece. Estava mudado... Estava mais velho... Mesmo sendo obvio que isso aconteceria, eu não havia percebido o tempo que não nos vimos.
Nós três tivemos um jantar quieto, as vezes alguém inventava um assunto, mas acabava rapidamente. Por mim o ar estava pesado... 
Após o jantar, meu pai pediu para que ele pudesse falar comigo a sós, então Grissom foi para a varanda.
Meu pai falou que ele sabia sobre tudo o que eu estava passando... Até mesmo minha tentativa de morte. Por isso ele veio aqui... Para me lembrar que "tenho que ser forte, pois não nasci para desistir e sim lutar". Nessa hora percebi seu egoismo... Ele continuava o mesmo... Uma angustia passou por mim e uma mágoa profunda também. Ele sempre havia sido um cara muito sério que meio que me treinava para ter responsabilidades na vida, mas isso era o problema... Ele sempre esteve certo em tudo, mesmo em me bater, já que a morte dela foi minha culpa, mas ele deveria ter aparecido mais na minha vida como meu pai e não como um "professor"... 
Depois eu fui para a varanda e fiquei por um tempo com o Grissom, ele me falou sobre sua irmã. Pois é... Ela é uma garota linda, eu a conheci após ela ter descoberto o câncer. Grissom  já tinha passado por um mês em uma clinica pois sua doença, que ele havia descoberto a pouquíssimo tempo, havia piorado e ele procurou por ajuda... Quando a irmã dele ficou com câncer dava pra ver o medo em seus olhos de ver a garotinha dele deitada em uma cama de hospital, doente, então foi ai que ele pediu para que eu o acompanhasse até o hospital e me apresentou a linda mulher de lindos olhos verdes penetrantes. Ela se recuperou muito bem, mas sabe aquelas chances de o câncer voltar? Pois é... Ele voltou, mas dessa vez as chances dela sobreviver são poucas... Por isso, ele terá que viajar novamente para visitá-la e passar um tempo com ela... 
Bom, depois que ele foi embora, entrei em casa, arrumei a mesa do jantar, lavei a louça e me preparei para dormir, alias, amanhã teria trabalho... O problema seria encarar todos... Antes de dormir fiquei pensando como todos me tratariam no outro dia... Talvez como um louco... Talvez com dó... Não sei, mas eu estou sentindo que vou entender exatamente o porque Grissom foca com raiva quando dividam dele por sua doença ou quando o tratam diferente...