Charlotte Le Fay - Herdeira De Voldemort escrita por DudaGonçalves


Capítulo 8
Chapéu Seletor


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora galera!Parece que toda semana têm prova no meu colégio. E este capítulo precisava ser escrito e estudado com detalhe, porque agora há a decisão sobre a Casa da Charlie...Este capítulo é um presente para Jorge e Fred (Onde quer que estiver) Weasley e, se não postar até a próxima semana, para a Charlotte de aniversário. Já que os gêmeos fazem niver hoje (Dia 1º de Abril e Charlotte dia 4).Boa leitura!



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Hoje é dia 1º de Setembro, acabei de acordar e, bem, estou super nervosa! Porque, para quem não sabe, hoje irei para Hogwarts. Se vocês não conseguem imaginar qual é a sensação, se imaginem no seu primeiro dia de aula em uma escola muito grande e incrível que você sabe que terá de ficar sete anos estudando com as mesmas pessoas, mas até agora você não conhece ninguém a não ser o seu primo que você não é muito fã e sabe que ele fará bullying com você... bem, essa é a sensação para mim pelo menos.

Provavelmente estão curiosos para saber o que houve no outro dia depois que eu desmaiei acordei não?! Bem, vou contar para vocês.

Quando acordei estava deitada na cama do meu quarto, bem, parecia o meu quarto. Mas tudo estava arrumado e bem cuidado, mais bem cuidado de quando eu saí e o colchão da cama, para minha surpresa, estava mais duro - e confortável na minha opinião.

Levantei e percebi que usava as mesmas roupas, os joelhos da calça estavam sujos de lama seca de quando caí do chão da viela. Lembrei que havia caído porque minhas compras bateram em mim, instintivamente procurei as sacolas e as vi no pé da minha cama, mas havia uma a mais. Ela era negra e tinha a logomarca de uma das grifes de roupas bruxas mais caras do mundo.

Fui até a sacola e a virei de cabeça para baixo no colchão da minha cama. Várias roupas escuras - negras, roxas, verdes escuras e cinzas. - caíram em cima do cobertor, olhei uma a uma e percebi que apenas uma pessoa me daria roupas tão sérias e caras, seu nome é Narcisa Malfoy. Meu estômago voltou a embrulhar quando pensei naquela mulher.

Ouvi barulhos vindos do andar de baixo. Coloquei todas as roupas de volta na sacola e dei uma olhada no meu reflexo na madeira negra do guarda roupa.

Estava descendo a escada quando ouvi ruídos na cozinha e me dirigi até a lá.

Abri e passei pela porta o cheiro de ovos mexidos invadiram as minhas narinas, olhei para o balcão e percebi que um pequeno e fofo elfo doméstico, com grandes e pontudas orelhas assim como seu nariz e vestido com trapos limpava o balcão, mas ele parou para me olhar e percebi na hora que era uma elfa.

–Ah, Charlotte! - exclamou alguém atrás de mim. Virei-me e dei de cara com Joseph e um bigode ainda mais esranho no rosto dele, ri internamente com isso. - Essa é Gallif, seus últimos mestres morreram então resolvemos ficar com ela. Ah, ela arrumou seu quarto, estava uma bagunça aquele lugar, espero que cuide dele melhor - falou ríspido... ah, nada mudou! - Vou para o Ministério - ele ajeitou o casaco. - Fui promovido, sabia? - neguei com a cabeça. - Sim, sim. O Malfoy ficou com tanta raiva que ele nem me encara, mas ele começou a irritar o Weasley, para descontar, que é o chefe da seção de Mau Uso Dos Artefatos dos Trouxas... lembra que já te falei do Weasley? O ruivo? Cheio de filhos? E pobretão?

–Sim, me lembro - na verdade não me lembrava, mas se admitisse isso ele iria explicar toda a vida dos Weasley.

–Qual fora a sua promoção? - perguntei fingindo estar interessada.

–Eu sou o chefe do Esquadrão de Reversão de Mágicas Acidentais - falou ajeitando a gravata.

Comecei a prestar atenção no que ele falava quando ele disse o nome "Malfoy". Mas Joseph só dizia de como é bom estar no mesmo patamar que ele e começou a dar detalhes das rixas que tiveram, até que parou subitamente, e percebi com o canto do olho que ele coçou a manga esquerda do seu terno, franzi meu cenho quando a isso.

–Claro, entendo - concordei porque percebi que ele havia me perguntado algo, Joseph estava mais pomposo do que nunca.

Assim ele saiu, rápido como o Nôitibus Andante, e só de me lembrar daquele ônibus me senti tonta e sentei na cadeira mais próxima.

–Senhorita Le Fay? - ouvi uma voz aguda, mas suave me chamar alguns minutos depois.

–Sim? - levantei um pouco minha cabeça que estava imprensada no vidro gelado da mesa de jantar e vi o elfo me encarando.

–A senhorita quer algo? Digo... de café-da-manhã?

–Nossa - fiquei surpresa por alguém me perguntar isso. - Bem, eu aceito uma panqueca com calda de maçã.

–Faço num instante - ela falou feliz, sua voz ficou mais estridente. Elfos e suas manias de gostar de ser escravos...

Ficamos vários minutos em silêncio até que resolvi puxar assunto com a elfa.

–Você fez algo com meu colchão? - perguntei desinteressada, ouvi-a deixar cair algo.

–Sim, sim... Gallif apenas tentou deixá-lo mais confortável - falou nervosa, sua voz estava esganiçada.

–Ficou muito bom - ouvi a elfa suspirar. - Adoro colchões duros, são bons para a coluna - ela não fez menção de comentar nada, percebi que os elfos não são muito de conversar.

No silêncio a minha mente voou até os acontecimentos da noite passada e me faz assistir tudo que falei para a Narcisa e tudo que ela falou para mim. As cenas foram passando tão rápido pela minha cabeça que a tontura voltou e coloquei novamente meu rosto no vidro gelado da mesa.

–Gallif, alguém veio aqui entregar uma sacola para mim? Depois que eu cheguei? - perguntei para a elfa com a cabeça ainda no vidro.

–Sim, senhorita. Uma atendente de loja, acho. Gallif achou melhor não perguntar que loja. Gallif não queria se intrometer - o elfo abaixou as orelhas.

–Claro - falei educadamente, mas revirei os olhos com a idéia de Narcisa vindo até aqui e ri internamente da minha bobeira.

Quando terminei de comer fui até meu quarto e me deitei na cama, dormi até de noite. Quando acordei tomei um banho e comecei a praticar feitiços com a minha varinha até dormir novamente.

Bem, fora isso que praticamente aconteceu todos os dias até hoje, então... não há muito o que se dizer sobre esses dias que passei aqui.

Acabei de arrumar minhas roupas e, admito, coloquei algumas roupas que a Narcisa me deu. O que pode parecer estranho, mas depois de alguns dias me acostumei com as roupas, usei até algumas (Só uma na verdade, já que jamais saio).

Usava uma calça jeans preta e uma camisa roxa clara de manga, e botas de couro de dragão - cortesia da Narcisa.

Dava para ouvir Thomás terminando de "arrumar" suas coisas, sendo que Carla é que fazia a mala dele. Joseph apareceu para pegar minha mala - que também é da cortesia da Narcisa. - Nele havia escrito a inicial do meu primeiro nome e o meu sobrenome completo; C. Le Fay.

–Vamos Charlotte, o tal táxi está aqui - Carla gritou do andar de baixo.

Dei uma última olhada para meu quarto, irei ficar tanto tempo sem vê-lo e, admito, estou feliz por isso. Um suspiro saiu por entre meus lábios e percebi que queria ir embora logo daquela casa, chegar à Estação King's Cross e ir para Hogwarts.

Essa idéia ficou tão forte na minha cabeça que quando percebi, já estava na entrada da Plataforma 9 ¾ com o carrinho do minha mala com ele e a minha coruja, Rowan, postos sobre si.

Olhei para a parede de pedra maciça a minha frente, no seu topo havia uma placa indicando a Estação número nove e outra, a dez. Dei mais uma olhada para a coluna, respirei fundo, e corri na sua direção. Preparei para o impacto - fechei meus olhos e virei meu corpo um pouco para o lado e corri o mais rápido que pude - quando abri os olhos uma estação inteira estava na minha frente e quando atrás de mim havia uma placa que indicava; Plataforma 9 ¾.

A grande locomotiva vermelha a vapor que estava parada na plataforma, que por sinal estava lotada. Um alívio caiu sobre mim que até meus ombros relaxaram um pouco.

A fumaça do trem escondia as pessoas que conversavam na plataforma, a maioria pais, já que chegamos atrasados (Muito atrasados por sinal). Ouvi Carla e Joseph falarem alguma coisa atrás de mim com Thomás e depois os dois ajudaram-no a colocar a sua mala dentro do trem, assim que o garoto sumiu para dentro do corredor, eles se viraram para mim.

–Tenha um bom ano letivo, Charlotte - Carla falou com um estranho sotaque, feliz.

Provavelmente feliz por não me ter por perto.

–Mande uma carta dizendo se virá para o Natal ou não - Joseph falou sério e quase indiferente.

–Claro - falei do mesmo modo. - Tenho que ir, o trem já vai sair.

Eles não me ajudaram a carregar meus objetos pessoais, então pus a gaiola com Rowan, que piou, dentro do trem e tentei empurrar a mala para dentro do corredor, não consegui. Tentei erguê-lo um pouco, mas ele estava muito pesado para mim, estava escorregando dos meus dedos e quando ia cair nos meus pés, duas mãos me ajudaram a levantá-lo e colocaram-no dentro do trem.

–Obrigada - me virei para a pessoa e, quando o olhei, congelei.

–De nada - sorriu.

Merda, eu conhecia aquele garoto de algum lugar. Ele era muito bonitinho, tinha cabelos castanhos escuros e lisos com uma franja que escondia sua testa e grandes olhos de um verde muito escuro, quase castanho. Ele era da minha altura e era da... Lufa-lufa, pelo menos era o que o uniforme dizia.

–Esses malões ficam mais pesados que um bolso cheio de galeões- ele comentou olhando para a minha mala. - não acha, Senhorita Le Fay?

Congelei um pouco mais. Como ele sabe meu nome?

–Como...?

–A mala - olhei para onde ele apontava, a sigla do meu nome escrito na minha mala.

–Ah... sou Charlotte - falei, explicando o "C".

–Sou Tyr Spunk - ele me deu um breve sorriso. Realmente eu o conhecia? Agora estava na dúvida.

Tyr me ajudou a colocar meu malão em uma cabine vazia. Enquanto esperávamos o trem sair ficamos sentados na cabine conversando.

Descobri que ele era mestiço, seu pai era bruxo e a mãe, trouxa. É filho único e mora no centro de Londres (Ou seja, ele é muito rico), em um apartamento de trouxas. Ele está no segundo ano da Lufa-Lufa. Quando ele perguntou sobre mim o trem começou a andar e ele teve que sair para encontrar um amigo dele.

Ele se levantou e abriu a porta que dava para o corredor. E se virou para mim antes de fechá-la, pareceu me analisar cuidadosamente.

–Tenho mesmo que encontrá-lo. Quem sabe eu volto logo... talvez traga-o aqui - ele sorriu. - Foi um prazer te conhecer, Charlotte - Tyr desapareceu pelo corredor do trem.

Fiquei parada olhando para a porta da cabine fechada. Logo o trem começou acelerar indo em direção à Hogwarts, o balanço do trem começou a me deixar com sono e acabei dormindo apoiada nos meus joelhos.

Acordei em um súbito ao ouvir uma voz exaltada, provavelmente no meu sonho, já que não havia nenhum barulho no corredor, ou nas cabines ao lado da minha. O trem corria por um longo campo cheio de animais que pastavam, o céu estava acinzentado e o sol estava escondido pelas nuvens negras de chuva.

Peguei um livro trouxa que havia comprado durante as férias. Estava quase na metade dele quando ouvi um estalo da minha porta abrindo, levantei meu olhar para a porta e me deparei com dois ruivos idênticos, e muito sorridentes, altos e magricelos (N/A: No livro eles são baixinhos e robustos, mas resolvi que eles deveriam ser mais próximos dos filmes).

–Novata? - um deles me perguntou. Confirmei com a cabeça. - Prazer! Muito prazer...

–...Sou Jorge - o outro completou.

–Não, eu sou Jorge.

–Você é o Fred e eu sou Jorge.

–Não eu sou Jorge e você é Fred.

–Ela irá decidir - disse, estendendo a mão para o gêmeo.

–Feito - o outro disse apertando a mão. E os dois se viraram para mim, na expectativa. Olhei de um para o outro e comecei a rir, a risada mais sincera que tive em séculos. Ri até começar a chorar e minha barriga doer.

–Fred? - o ruivo da direita se virou para o da esquerda.

–Fala Jorge.

–Acho que ela está morrendo. Devemos ajudá-la? - ele franziu o nariz.

Eles tiveram uma conversa mental enquanto eu me restabelecia.

–Vocês não precisarão mais do meu veredicto, Jorge e Fred - falei olhando para o ruivo da direita e depois o da esquerda.

Eles se olharam e perceberam que haviam falado um o nome do outro. Me olharam surpresos e fizeram uma careta que não consigo descrever.

–Nos denunciamos, Jorge.

–Pois é, Fred - eles abaixaram a cabeça e fingiram estar tristes. - Ainda não sabemos seu nome.

–Ah, meu nome é...

–Clara - Fred disse.

–Diana.

–Ana.

–Carolina.

–Lúcia.

–Wilma.

Eles foram dizendo vários nomes encarando um ao outro desafiando um ao outro e eu negava cada uma deles até que eles desistiram.

–... Charlotte - disse dando um breve sorriso.

–Eu ia falar esse - Jorge afirmou batendo na poltrona.

–Eu que ia!

–Vocês dois iam - disse, resolvendo a questão.

Eles me encaram, pararam por alguns segundos e logo depois Jorge se sentou na minha direita e o Fred na esquerda.

–Charlie, Charlie... Para qual Casa você quer ir? Sabe, somos da Grifinória, a melhor Casa de Hogwarts! - Jorge exclamou.

–Exatamente. Grifinória, a Casa dos Leões. Mas... - Fred me olhou de cima a baixo. - acho que ela será da Corvinal.

–Não, ela tem cara da Lufa-Lufa, sabe? Ela tem a aparência fofinha dos lufanos - olhei ofendida para Jorge.

–Na verdade, acho que irei para a Sonserina - admiti em um sussurro.

–Sonserina?! - eles exclamaram. - E eu achando que você era legal...

Os dois se remexeram desconfortáveis. E senti que devia explicar o porquê da Sonserina.

–Minha família, os Le Fay, são todos da Corvinal, mas minha mãe foi da Sonserina assim como meu pai.

–Le Fay? - Fred franziu a testa. - Conheço um Le Fay, ele é um ano mais velho, acho... Os Le Fay são descendentes de Morgana não é?

–Sim, deve ser meu primo, Thomás. Eu vivo com os pais dele - comentei. Logo percebi que eles queriam saber mais, mas sabia que não podia falar demais sobre o assunto. - Mas, e a família de vocês?

–Ah... - Jorge começou, coçando a nuca. - ela é bem grande. O Fred e eu temos quatro irmãos e uma irmã...

–Somos nove no total - Fred concluiu.

Eles pareciam esperar que eu ficasse espantada com o número, mas apenas acenei com a cabeça e me imaginei com uma família grande e feliz.

–Espera... ruivos, grande família - olhei para eles.

Lembrei-me de um dia em que Joseph chegou em casa reclamando que alguém da Seção de Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas havia feito algo que ele não gostou, ah ele não gostou mesmo, começou a falar mal da família do homem. Disse que os tais Weasley eram um bando de pobres, ruivos ordinários. Que Arthur Weasley deveria parar de ter tantos filhos, já que tinha sete!

–Vocês são os Weasley, não são?

–Sim, como sabe? - Fred perguntou.

–Bem... meu primo trabalha no Ministério da Magia, e um dia aconteceu algum problema entre ele e Arthur Weasley. Ele reclamou muito, falou mal de tudo e todos. E eu tive que ficar ouvindo ele.

Eles se olharam e pareceram lembrar-se de algo.

–Claro! Lembro quando papai chegou em casa falando de um Le Fay que havia brigado com ele - os dois me olharam. - Você não parece ser uma Le Fay - dei uma risada.

–Melhor elogio que alguém poderia ter me dado, obrigada.

–Por que você mora com seus primos?

–Meus pais morreram - fiz pouco caso. - Minha mãe morreu quando nasci e meu pai morreu quando tinha dois anos.

Eles não fizeram nenhuma piada ou algo. O ar ficou pesado durante poucos minutos que se estenderam em completo silêncio, que só foi quebrado quando uma velhinha abriu a porta e olhou para nós três, dando um largo sorriso para nós. A mulher trazia um carrinho cheio de objetos coloridos.

–Querem algum doce, queridos? - ela perguntou docemente.

Fred e Jorge se entreolharam e conversaram mais uma vez em silêncio, e depois fizeram não com a cabeça para a mulher. Eu, como estava com fome e adorava doces, me levantei e aproximei da mulher, indo para o corredor.

–Posso dar uma olhada? - perguntei para ela.

–Claro! Claro, sinta-se a vontade.

Havia os melhores doces do mundo bruxo para comprar; feijõezinhos de todos os sabores, sapos de chocolate e de menta, tortinhas de abóbora, varinhas de alcaçuz, caramelos azuis e tantas outras guloseimas.

Comprei uma caixinha de feijões de todos os sabores, uma de sapo de chocolate, três de menta e várias varinhas de alcaçuz. Entreguei à mulher sete sicles de prata e quando ia entregar o que faltava ela disse que faria uma promoção para uma nova aluna.

Me sentei no mesmo lugar da poltrona e deixei os doces no meu colo.

–Que formiga ela é, não é mesmo Jorge?!

–Disse tudo, Fred.

–Por favor né?! São só alguns doces, para passar o tempo - olhei para o que havia comprado e peguei um sapo recheado com creme de menta. Dei uma grande mordida e senti todo o meu estômago congelar. - Por que não compraram algo?

–Estamos economizando - Fred explicou.

–Vão fazer o quê com o dinheiro? – perguntei interessada enquanto abria outro sapo de creme de menta, eles se encararam. - Não podem me contar é?!

–Não é isso - Jorge começou, mas olhou para mim e depois para Fred. - É, é exatamente isso.

–Tudo bem - disse e depois ficamos em um longo silêncio. - Vocês querem algo? - ofereci.

–Eu aceito uma varinha - entreguei uma varinha de alcaçuz para Jorge.

Ele se levantou e apontou a varinha para Fred, como se fosse duelar com ele. Fred se levantou e me pediu com o olhar uma varinha e eu confirmei com a cabeça.

Os dois começaram a duelar na minha frente. Fiquei assistindo eles se esquivarem e "jogarem" feitiços. Fiquei rindo sem parar, logo me senti muito boba parada ali.

Peguei uma varinha e entrei no duelo, deixando todos os doces em cima da poltrona. Nós três começamos a lutar como bobões, apontando nossas varinhas de alcaçuz e jogando feitiços um para o outro. Eles começaram a duelar contra mim, eu logo ataquei Fred que saiu do jogo, depois me esquivei de um feitiço imaginário e lancei um para o Jorge que mal teve tempo para pensar em desviar.

Ainda estávamos rindo de pé quando o trem deu um pulo e caímos todos no chão e começamos a rir ainda mais.

–Eu ganhei o duelo! - me gabei ainda no chão. - Mas deixo vocês ficarem com suas varinhas, porque sou generosa.

–Saúdam a rainha Le Fay - eles bateram palmas para mim.

–Obrigada, obrigada. Também adoro vocês, meus súditos.

Ficamos comendo as varinhas no chão. Logo abri um sapo de chocolate que saiu pulando para debaixo da poltrona até não vê-lo mais.

–Pelo menos tenho a figurinha - peguei dentro da caixa.

Era uma mulher muito branca com cabelos negros e vestes violetas, sua aparência era... assustadora. Logo acima da foto havia o nome Morgana Le Fay.

–Então é daqui que você leu que os Le Fay são da mesma família que Morgana não é espertão? - Jorge perguntou rindo do gêmeo. O outro balançou os ombros em resposta.

–Ah, sim - comentei. - Sou descendente de Morgana por parte de mãe.

Li o que estava escrito no verso da figurinha:

Morgana Le Fay foi a maior bruxa das trevas. Foi iniciada na arte das trevas por seu professor e logo depois inimigo, Merlin, o Mago, na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, da qual ela pertenceu a casa Corvinal.

Saiu da escola aos quinze anos e se tornou sacerdotisa de Avalon anos depois. Por algum motivo ela saiu da ilha e foi lutar contra seu meio-irmão trouxa, Rei Arthur, pelo trono do reino trouxa de Camelot. No final da última batalha ela lançou a Maldição da Morte em seu irmão que se protegeu com a sua espada mágica, Excalibur, que não surdiu efeito e ele morreu.

Morgana então voltou para Avalon e nunca mais ouviu-se dela, nem da sua morte nem nada. Mas ainda sim ela deixou um herdeiro que continuou com a linhagem dos Le Fay que existem até hoje, a maioria vivendo na França.

Fred, Jorge e eu terminamos de comer todos os doces e eles foram embora para encontrar um amigo deles, Lino Jordan. Mas antes sentenciaram que eu deveria mesmo ir para a Grifinória.

Voltei a ler meu livro trouxa, quando estava quase no fim uma voz ecoou por todo o trem.

–Chegaremos a Hogwarts em cinco minutos. Por favor deixem sua bagagem no trem, ela será levada para a Escola.

Guardei o livro dentro da minha mala e abaixei a cortina do vagão e da janela e troquei a minha roupa comum para o uniforme dos alunos, sem o emblema de qualquer casa. O trem já havia parado quando havia acabado.

Quando abri a porta do vagão o corredor do trem estava lotado de alunos que se empurravam para ir para a plataforma escura, esperei não haver quase ninguém e fui para a plataforma.

Vi um grupo de alunos com uniformes sem emblemas de nenhuma casa e os segui, logo estávamos caminhando por um caminho íngreme e estreito na completa escuridão, quando o vento soprava, eu ouvia o barulho de galhos de árvores balançando. O silêncio prevalecia, o único barulho que se ouvia de vez em quando era o dos animais noturnos.

–Teremos a primeira visão de Hogwarts depois dessa curva.

Todos fizeram um coro de "Uaaaauuuuuu".

O caminho estreito se abrira até a margem do Lago Negro. No topo do penhasco na outra margem do lago o castelo de Hogwarts, com suas várias torres, brilhava mais do que as estrelas.

–Só podem quatro em cada barco - finalmente vi a pessoa que nos dava ordens, era um homem muito grande, que reconheci sendo Hagrid. Ele apontava para uma frota de barquinhos de madeira parados na água rasa junto à margem.

Sentei-me no último barco e, enquanto esperava os outros alunos se acomodarem, fiquei admirando as águas negras do lago.

Logo três alunos sentaram no barco em que estava, uma garota loira com cabelos lisos com uma franja que cobria toda sua testa. E dois garotos, um magricelo e pequeno e o outro grandão cheio de espinhas.

–Todos estão nos barcos? - Hagrid perguntou dentro de um barquinho só dele. - Vamos!

Os barcos começaram a deslizar pela água bem lentamente. A garota loira sorria tanto que seus dentes brancos estavam me cegando e os garotos faziam barulho batendo seus pesões no chão do barco.

–Abaixem suas cabeças - barrou Hagrid atrás de nós.

Nosso barco estava chegando muito perto do penhasco. Todos abaixamos nossas cabeças e os barquinhos atravessaram uma cortina de hera que ocultava uma abertura no penhasco.

Passamos por um túnel escuro que parecia nos levar para dentro do castelo. Debaixo dele havia um tipo de cais subterrâneo, onde desembarcamos escorregando em um cais de pedras escorregadias.

Hagrid verificava cada barco enquanto todos desembarcavam. Quando todos desembarcamos no cais ele nos conduziu pelas pedras cheias de musgo através de uma passagem aberta entre a rocha, acompanhando a imensa sombra de Hagrid desembocamos no gramado fofo à sombra da entrada do castelo.

Subimos pela escada de pedra e nos aglomeramos em torno da porta de madeira que, eu sabia que desembocava no saguão de entrada.

–Todos estão aqui? - todos confirmaram. - Ótimo... bem, boa sorte!

Hagrid bateu na porta três vezes. E esperou, todos prendemos a respiração, até que a porta abriu-se de chofre.

Professora Minerva McGonagall apareceu abrindo a porta, com o cabelo bem preso em um coque (Como sempre) e vestes berinjelas.

–Alunos, apresento-os Professora Minerva McGonagall. Hagrid informou.

–Obrigada, Hagrid. Cuido deles a partir de agora.

Minerva escancarou a porta. O saguão estava mais imponente do que nunca, as paredes de pedra estavam polidas o que deixava o brilho dos archotes mais forte. O mármore da escada que levava para os andares superiores estava mais claro e o piso, brilhante.

Passamos direto pela porta que levava para o Grande Salão, onde dava para ouvir um murmúrio de centenas de vozes, e fomos para uma salinha vazia ao lado do saguão.

–Bem vindos a Hogwarts. Antes de vocês se sentarem às mesas para o banquete de abertura do ano letivo vocês serão selecionados por casas. Enquanto estiverem aqui sua Casa será como sua família, vocês assistirão às aulas com os alunos da sua casa, dormirão no dormitório da sua casa e passarão seu tempo livre no salão comunal da casa - ela olhou para cada aluno, parando um maior tempo em mim.

"Hogwarts têm quatro Casas; Corvinal, Grifinória, Lufa-Lufa e Sonserina. Cada casa possui sua história e, enquanto estiverem aqui seus acertos renderão pontos, e os erros, perderão. No fim do ano letivo a casa que tiver mais pontos ganhará a taça da casa, uma honra. Espero que sejam e tragam orgulho para a casa que virão a pertencer.

"A Cerimônia de Seleção irá começar em minutos na presença de toda a escola. Sugiro que se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam."

A menina loira que estava no mesmo barco que eu estava ajeitando o cabelo. Um garoto bonitão arrumava a gravata do seu uniforme. E todos os outros alunos procuravam defeitos em si e tentavam arrumá-los e eu, bem, eu olhava para cada um deles.

Comecei a ficar nervosa e tonta. Fechei os olhos para ver se a tonteira passava e milhares de imagens estranhas cruzaram minha mente como um jato no céu. Procurei-as na minha mente e achei.

Alice Le Fay estava entre um grupo de alunos novatos de Hogwarts. Eles estavam dentro do Grande Salão em frente a um banquinho e a mesa dos professores às suas costas. Em cima do banquinho de quatro pernas havia um chapéu pontudo e gasto, ele era remendado, esfiapado e horrível. A cena mudou para Alice sentando no banquinho com o chapéu na sua cabeça, o chapéu anunciava "Sonserina!".

Abri os olhos para ver a professora McGonagall nos colocar em fila, atravessamos o saguão e as portas duplas que levavam ao Grande Salão.

Ele estava mais lindo do que nunca, iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre as quatro mesas lotadas de alunos das casas, todas postas com pratos e taças douradas. E no outro extremo do salão estava a mesa dos professores.

Minerva nos pôs na mesma posição em que eu havia visto nas imagens em minha mente. E aconteceu o mesmo com o banquinho de quatro pernas e o chapéu remendado e sujo. O chapéu se mexeu, como havia visto e um rasgo junto à aba se abriu, formando uma boca.

A Professora se adiantou, segurava um longo rolo de pergaminho, que minha visão percebeu que havia vários nomes.

–Quando eu falar seus nomes, vocês se sentarão no banquinho e porão o chapéu para a Seleção. Johnny Armstrong.

O garoto grandão que ficara no mesmo barco que eu se sentou pesadamente no banquinho e colocou o chapéu na cabeça. Houve uma breve pausa...

Grifinória!

A mesa da extrema esquerda bateu palmas, eu vi duas cabeças ruivas assobiando. Johnny se sentou no espaço vazio da mesa para os novos alunos.

–Emily Boulevard.

Uma garota de pele morena e cabelos escuros se sentou no banquinho de pernas cruzadas e pôs o chapéu.

Lufa-Lufa!– Emily correu até a mesa da direita que batia palmas.

–Jennifer Cliff.

Uma loira esbelta, com olhos muito escuros e pele bem morena desfilou até o banco, se sentou e colocou o chapéu bem de leve para não estragar o cabelo. O chapéu logo falou.

Sonserina! - a mesa da extrema direita bateu palmas. E Jennifer desfilou até lá e se sentou.

Matt Crowden, um loiro gordinho, fora o primeira a ir para a Corvinal. Mas Melody Crowden, irmã gêmea dele fora para a Lufa-Lufa.

Lucian Daille foi para Sonserina e parecia conhecer todos por lá, porque até os mais velhos foram falar com ele.

A minha tranquilidade ia sumindo a cada sobrenome; Felf... Grifinória, Fouly... Grifinória, Grinch... Sonserina, Guvill... Corvinal.

O chapéu demorou mais de dois minutos para decidir que Felícia Hells iria para a Corvinal. E logo decidiu que Josh Ilegals era da Lufa-Lufa.

Marie Lance, uma garota de cabelo chanel preto e curto, fora escolhida para a Sonserina. E Kevin Labet fora para Corvinal.

Era agora, chegara minha vez. Minha cabeça estava a mil e logo me lembrei da Seleção de Alice.

–Charlotte Le Fay - andei até o banquinho ouvindo meu coração bater na garganta.

O chapéu cobria meus olhos, e minha mente ardia na escuridão. Sentei e esperei algo... uma picada, um sinal, algo parecido com alguém lendo minha mente. Mas por segundos não houvera nada.

–Complicada sua mente, assim como a do seu pai e da sua mãe. Vejo coragem para fazer o que é necessário, mas vejo medo e tristeza, tanto medo e tristeza. Uma astúcia incrível! Há tanto poder, e tanta doçura amargada por anos de maltrato... difícil decidir.

Não sei quando tempo fiquei ali, mas já ouvia murmúrios das pessoas pela demora.

–Eles gostam de me apressar. Charlotte, Charlotte... Não sei qual delas lhe ajudará mais no caminho que você deve seguir, um caminho bem tortuoso devo dizer – houve mais murmúrios. - Bem, vamos tentar a Sonserina!


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Notas finais do capítulo

Nossa! Escolha difícil essa...
Bem, espero que tenham gostado e que me mandem reviews, sabe, para conversar comigo.
Até próximo e as mensagenzinhas!
Bye.