Charlotte Le Fay - Herdeira De Voldemort escrita por DudaGonçalves


Capítulo 3
O Livro Para Bruxos Turistas na Inglaterra


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pela demora! Para compensar dou à vocês um enorme capítulo, de presente de Natal atrasado e de Ano Novo (Mas postarei outro capítulo antes do Ano Novo).
Vou parar de enrolar.
Boa leitura, meus bruxinhos e bruxinhas!



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Amanhã será o dia em que eu irei para Hogwarts ter uma "conversa" com o "corpo docente" de Hogwarts sobre minha descendência com Morgana. E, depois de pensar sobre isto por quatro longos dias, acho uma total loucura. Porque quando Thomás recebera sua primeira carta ele não teve que ir até Hogwarts e não teve essa tal conversa, porém agora já é tarde para questionar, mandei a carta dizendo que iria e não posso voltar atrás... Não quero voltar atrás.

Eu ainda não sei de que maneira irei (me pergunto se não teria sido melhor ter aceitado a carona do Joseph mesmo tendo que ouvi-lo por mais tempo do que acho possível), pensei na rede de flu, seria fácil já que temos uma lareira que tem a rede. Só que eu não sei um local que tenha a rede de flu em Hogsmeade e eu não quero entrar na casa de alguém, seria vergonhoso demais. Imagina eu saindo da lareira e pergunto: "Oi, aqui é o Vilarejo de Hogsmeade?", e na minha frente têm um casal jantando ou de pijama?!

Então eu decidi ir pelo Nôitibus Andante, que é um ônibus que leva você para qualquer lugar que queira, pagando, é claro. Meu pai, antes de... vocês sabem... morrer, ele me deu toda a sua riqueza (Não posso dizer que sou rica, porque nunca soube quanto de dinheiro eu tenho), mas deve ser muito, porque o "Lorde das Trevas" não poderia ser pobre.

Ele me deu uma carta dizendo que quando precisasse de dinheiro, eu só tinha que ir ao banco dos bruxos, Gringotes, e dizer que queria sacar um pouco de dinheiro do cofre dos Riddle, mas dentro do envelope em que ele mandou a carta já tem dinheiro suficiente.

Eu só tenho que pegar o Nôitibus daqui algumas horas, e tinha que ser de noite, para os trouxas não verem.

Agora, eu estou no meu quarto escolhendo qual roupa irei usar. Eu resolvi depois de um tempo que era melhor vestir minha calça jeans preta, uma camisa de manga verde de lã que tinha uma gola até o pescoço e uma bota de couro de dragão preta, que era muito confortável depois de um tempo igual couro de boi e de outros animais. Prendi meu cabelo com uma fita rubi em um rabo de cavalo.

Como na carta dizia que eu iria ficar em Hogwarts mais de três dias eu arrumei uma mochila com algumas coisas como, escova de dente, roupas, o dinheiro que estava na carta que meu pai me deu e outras coisinhas. Peguei a mochila, destranquei a porta e me dirigi até a porta de entrada no andar de baixo. Desci todos os degraus da escada mais silenciosamente possível e me dirigi até a porta de entrada, abri a porta e olhei em volta na rua. Saí da casa e fechei a porta, o ar gélido da manhã passou por mim tão forte que eu senti quase como um tapa.

Comecei a caminhar na calçada, passando por casas iguais a que eu vivo, todas muito bonitas e grandiosas, mas nessas há várias famílias felizes. Bem, talvez se eu não vivesse com os Le Fay eles seriam também uma família feliz, mas acho que não importava aonde eu morasse, não poderia ser feliz.

Caminhei o mais longe que pude, até o final do Vilarejo onde eu moro. Olhei ao meu redor e vi uma entrada meio escondida para uma estrada de terra que eu jamais tinha percebido na minha vida. Passei pela entrada e vi que a estrada estava deserta há tempos, não havia pegadas nem marcas de rodas de carro e muitos pedregulhos e erva daninha pelo caminho feito no meio da floresta. Andei pelo caminho de terra até ficar muito escuro para continuar e percebi que já estava longe o suficiente da entrada. “Melhor precaver do que remediar”, pensei enquanto recuperava o fôlego.

Lembrei-me, com um pouco de esforço devido ao meu cérebro estar latejando, que se você quer chamar o Nôitibus Andante você tem que esticar a mão da varinha para a rua, eu ainda não tinha uma varinha, mas como sou genial, peguei "emprestado" (sem pedir) a varinha de Thomás.

Tirei-a do bolso da minha blusa verde e estiquei a varinha. Alguns segundos depois nada havia acontecido. Como nada aconteceu? Era exatamente isso que eu tinha de fazer!

Peguei o livro para os bruxos turistas na Inglaterra na minha mochila e procurei o capítulo de locomoções onde falava do Nôitibus Andante. Passei as páginas rapidamente e quando achei a página que procurava veio uma rajada de vento tão forte que a página do livro foi desmarcada. Quando fui olhar de onde vinha o vento um ônibus vermelho sangue de três andares se materializou na minha frente. Letras douradas no pára-brisa informavam: O Nôitibus Andante.

Eu pisquei para me certificar de que ele realmente apareceu e quando abri os olhos um condutor trajado com um uniforme tão vermelho quanto o ônibus saltou do mesmo, e anunciou em alto e bom som:

–Bem vindo ao ônibus Nôitibus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Basta esticar a mão da varinha, subir a bordo e podemos levá-lo aonde quiser. Meu nome é Cupelo Padovani, e serei seu condutor por este dia.

–Ah, olá. Sou Charlotte. É um prazer te conhecer - falei enquanto colocava meu livro para turistas bruxos de volta na minha mochila de costas.

–Também é um prazer - ele falou automaticamente.

–Posso te perguntar uma coisa? - ele acenou com a cabeça. - Que horas são?

–São... - ele olhou algo dentro do ônibus. - 9 horas da noite.

Anotei na minha mente que eu tenho que entregar para Thomás a varinha que eu peguei dele.

–Obrigada. Então, eu preciso chegar o mais rápido possível no Beco Diagonal - respondi.

–Ah, você tem dinheiro para pagar. Certo?

–Olha, eu não teria feito o sinal para vocês pararem se não tivesse dinheiro para pagar.

–Tudo bem. Me perdoe, mas tenho que seguir os protocolos. A passagem custa onze sicles, mas por catorze você leva um chocolate quente e por quinze um saco de água quente e uma escova de dente da cor que preferir.

Eu abri minha mochila de costas e peguei um saquinho onde guardava minhas moedas, dentro havia algumas moedas de ouro, outras de prata e de bronze, cada uma se chamava Galeão, Sicles e Nuques, respectivamente. Peguei os onze sicles de prata que era necessário para a passagem e coloquei-os na mão do bruxo, Cupelo. Então, ele me convidou para subir para o ônibus e foi o que eu fiz.

Não havia lugares para as pessoas se sentarem; na verdade havia várias camas de latão protegidos por cortinas, e para iluminar as camas, velas ardiam em suportes nas paredes de painéis de madeira.

–Você fica com esta aqui - ele falou mais baixo, como se alguém fosse acordar, sendo que não tinha ninguém no primeiro andar. Ele apontou para a cama mais próxima da cabine do motorista, que estava sentado com as mãos já no volante. - Este é o motorista da noite, Ernesto Prang. Esta é Charlotte Le Fay, Ernesto.

Ernesto era um bruxo muito velho que usava óculos de lentes muito grossas. Eu não entendi como alguém que deveria enxergar tão mal podia dirigir um ônibus. Ele me cumprimentou com um aceno. Sentei-me na cama e coloquei a minha mochila entre as pernas.

–Manda ver, Ernesto - disse Cupelo que já tinha si sentado na cadeira ao lado da do motorista.

O ônibus fez um barulho e acelerou muito rápido. Eu caí na cama e a minha mochila veio parar na minha cara. Quando eu consegui me sentar novamente, o ônibus já tinha parado em uma rua completamente diferente da que eles me pegaram. Essa tinha várias casinhas que me lembravam a Alemanha e um cheiro de maresia adentrou nas minhas narinas. Eu espiei pela janela que tinha ao lado da minha cama e vi o Rio Tamisa ao meu lado.

–Estamos em uma cidade a 66 quilômetros do centro de Londres, Reading. Estávamos aqui antes de você fazer sinal para nós. Acho que depois desta parada será a sua.

–Cupelo, é melhor chamar o senhor Sracaire. Estamos no ponto dele - Ernesto disse com uma voz tão arrastada que eu temeria se ouvisse em um lugar escuro.

Cupelo subiu por uma escada de madeira bem estreita que ficava perto da minha cama. Mas eu nem reparava nisso, estava planejando o que faria quando chegasse ao Beco Diagonal. Eu tenho que sacar dinheiro no Gringotes, e terei que esperar o correio abrir de manhã. Quando abrir, irei ao correio e mandarei uma carta para Thomás com a varinha que eu "peguei emprestado" dele. E farei algo que preste até dar o horário de ir para Hogwarts. Perguntarei a alguém se há algum estabelecimento em Hogsmeade que tenha a rede de flu e que posso usá-lo.

Comecei a ver o que tinha na minha mochila e acabei cochilando. Quando acordei olhei pela janela e vi que o dia começara a raiar. Quando olhei novamente para a janela o ônibus já corria pela Rua Charing Cross. Peguei minha mochila.

Ernesto freou com toda a força e o Nôitibus parou derrapando em frente a um bar pequeno e com a fachada bem feia, aquele deveria ser o Caldeirão Furado. Li tudo isso no livro para os turistas bruxos em Londres.

–Obrigada - falei para o Ernesto e para Cupelo.

Desci os degraus e deu um sorriso para Cupelo que veio até a escada se despedir. Ele sorriu para mim de volta, mostrando seus dentes amarelos e tortos. Que tinham a mesma cor que o cabelo dele, senti um breve arrepio, mas decidi ignorá-lo.

Saí do ônibus e caminhei na direção da entrada do Caldeirão, então eu entrei no lugar. Não havia ninguém no hall de entrada. Dirigi-me até o balcão, onde havia um sininho um tanto trouxa em cima. Bati nele umas quatro vezes até um homem aparecer, ele estava de pijama e tinha um gorro protegendo os poucos cabelos que tinha.

–O que faz aqui tão cedo?

–Desculpe-me. Eu tenho que ir para Hogsmeade... - parei por um momento e pensei que talvez ele soubesse de uma lareira coma rede de flu lá em Hogsmeade. - Você sabe de alguma lareira aqui que leve à outra em Hogsmeade. Não conheço nenhuma lareira lá para ir.

–Ah - ele parou um momento, pensando. -, a Trapobelo tem uma afiliada em Hogsmeade, quando abrir você pode ir lá e pedir para ir para a afiliada deles em Hogsmeade. Mas ainda está muito cedo. É melhor esperar aqui, minha cara.

–Eu posso?

–Claro. Espero quanto tempo precisar. Qual é seu nome?

–Charlotte Le Fay. Bem, já sei seu nome. É Tom, não?! - o livro para bruxos turistas avisava que o nome do dono do Caldeirão Furado era Tom.

–Sim, sim. Este é meu nome. Agora, se me der licença. - e ele sumiu.

Eu sentei em uma das mesas que ficavam arrumadas no primeiro andar e tirei um cochilo, talvez de algumas horas ou apenas alguns minutos.

Acordei com algumas bruxas velhas fazendo barulho enquanto colocavam suas xícaras de chá de volta no pratinho ou quando batiam as colheres. Então desisti de tentar dormir.

Levantei-me e fui até um pátio murado atrás do salão onde estava, no local só havia uma lata de lixo. Aproximei-me do muro de tijolos e peguei a varinha de Thomás. Toquei em alguns tijolos, não aleatórios, claro. Mas não saberia dizer quais foram. Um tijolo estremeceu e formou um buraquinho, que não parou de alargar. Alguns segundos depois na minha frente havia um arco de pedras que abria para uma rua de pedras irregulares onde carros não passavam, o Beco Diagonal.

Atravessei o arco e não liguei muito para as lojas e fui em direção ao Banco dos Bruxos, Gringotes.

Subi os degraus de pedra do edifício branco que se erguia acima das lojinhas. Passei por um duende meio cinza com um nariz longo e orelha pequena que estava usando um uniforme verde e dourado, ele me cumprimentou do qual eu contribui. Passei calmamente pela porta de entrada que era de bronze polido e me depararei com mais uma porta, mas agora prata e nela havia gravado:

Entrem, estranhos, mas prestem atenção

Ao que espera o pecado da ambição,

Porque os que tiram o que não ganharam

Terão que pagar muito caro,

Assim, se procuram sob o nosso chão

Um tesouro que nunca enterraram,

Ladrão, você foi avisado, cuidado,

pois vai encontrar mais do que procurou.

Passei pela porta assim como na outra e desemboquei em um imenso saguão de mármore claro. O saguão era tão lotado de portas que foi impossível contar. No local havia mais de cem duendes sentados em banquinhos altos atrás de um longo balcão, cada um fazendo tarefas que não parecem importantes para reparar. E alguns duendes acompanhavam bruxos que entravam e saiam pelas tantas portas de madeira.

Encaminhei-me até o balcão e parei próxima de um duende desocupado, a sua cara não lhe pareceu amigável.

–Bom dia - falei cordialmente ao duende que ainda não me olhou. - Eu desejo sacar algum dinheiro do meu cofre.

–E qual seria o seu cofre? - ele perguntou ainda não levantando o olhar a mim.

–Bem, seria o cofre dos Riddle.

–Qual seria seu nome?

–Charlotte Le Fay - ele soltou uma risada seca.

–Então, você espera que eu dê passagem para uma Le Fay entrar no cofre dos Riddle.

–Não. Espero que me deixe entrar porque sou Charlotte Gaunt Le Fay Riddle - disse dando ênfase no "Riddle", mas ele me ignorou. - Olha, ninguém entra naquele cofre a, pelo menos, nove anos. Porque eu sou a única que pode abri-lo, então é bom me deixar entrar lá.

–Muito bom, passou no teste, Senhorita Riddle. Tenho que dizer que você realmente tem o sangue dos Riddle na sua veia.

–Prefiro que me chamem de Le Fay - disse desconcertada por ser chamada pelo sobrenome trouxa de meu pai.

–Não se preocupe, os duendes não ligam quanto ao sobrenome trouxa da Senhorita, e sim ao quanto o senhor Riddle quis este cofre protegido. - Ri muito dentro da minha cabeça quando o duende chamara Lorde Voldemort de "Senhor Riddle".

–Eu preciso de uma chave, não? - perguntei ao duende que chegou mais perto para responder.

–O Cofre dos Riddle tem uma segurança muito forte. Ele precisa de mais que uma chave, mas se a senhorita for mesmo uma Riddle, isso não terá importância.

–Muito bem. Agradeço-lhe se eu puder ir até o cofre.

–Vou mandar alguém levá-la ao seu cofre. Ginger! - ele não gritou, mas falou um pouco mais alto.

Ginger, que também era um duende, apareceu meio tonto ao meu lado. O dois elfos se olharam e Ginger se dirigiu a umas das portas e eu o acompanhei. Passei pela porta e me encontrei em uma passagem um tanto estreita de pedra, mal iluminada por archotes.

Ginger assobiou e um vagonete de metal disparou em sua direção pelos trilhos que iam até uma descida íngreme. Nós nos embarcamos rapidamente e quando me acomodei no assento o vagonete seguiu o trilho em alta velocidade, passando por um labirinto de passagens onde portas de cofres se incrustavam na parede.

Uma hora vi um dragão deitado e quando fui conferir melhor a aparência dele para ter certeza de qual era a sua raça, já que eu tinha um livro sobre dragões, o vagonete mergulhou em uma descida que pareceu durar mais de 5 minutos em alta velocidade. Ele fez uma curva acentuada para a direita e então outra para esquerda, mais mergulhos. Nós devíamos estar a mais de 6 quilômetros abaixo da linha do mar.

O vagonete parou, o chão que eu pisei quando sai dele era de pedra. Segui Ginger até um buraco, dentro dele havia um salão onde um dragão de uma cor azulada estava deitado. Ele olhava para nós dois com certo interesse. Ginger pegou um instrumento estranho que estava no chão e começou a balançá-lo, que fez um barulho irritante para mim e doloroso ao dragão.

Ele olhou para mim pedindo ajuda e senti pena do bicho, fiquei surpresa de sentir pena.

–Pare. Eu sei o que fazer - disse ao duende.

–Mas, ele irá matá-la se não usar isto.

–Na verdade, não. Vou te mostrar.

Aproximei-me do dragão, tirei a fita que prendia meu cabelo e a girei, o dragão ficou olhando para a fita tom de rubi e entreguei-a a ele, que arrastou com uma de suas garras a fita até perto de si e então abaixou a cabeça para mim, me deixando passar. E foi o que eu fiz, trazendo comigo o elfo incrédulo.

Passamos pelo dragão e chegamos a um corredor de pedra onde só havia uma porta.

–Para abrir você tem que colocar a palma da sua mão na porta - ele disse para mim ainda surpreso pelo dragão.

Coloquei a palma da minha mão na porta de metal gelada e algo fez cócegas na palma da minha mão. Lodo depois a porta me soltou e fez um barulho oco, mas ela ainda não abriu. Então o elfo passou sua unha comprida ao longo de linhas invisíveis na porta e ela fez o mesmo barulho oco.

A porta desapareceu e quando olhei para dentro do cofre imenso vi pilhas que iam até o teto de galeões dourados e brilhantes, outras pilhas tão grandes quanto às de ouro tinha as de sicles de prata e os nuques de bronze.

Havia também colares, anéis, pedras preciosas, alguns objetos que me pareciam caros, havia até obras de arte espalhadas por ali.

Enchi minhas mãos de galeões e coloquei dentro da minha mochila, depois fiz o mesmo com os nuques e então os sicles.

Voltamos à superfície, quando saí do carrinho agradeci a Ginger e saí em direção à porta de saída do banco.

Parei na escadaria do Gringotes pensando no que faria agora. Primeiramente teria que devolver a varinha de Thomás pelo correio. Então me dirigi até o Correio dos Bruxos, que ficava na rua à direita do Banco.

Entrei pela porta de metal do local que estava praticamente vazio. Dirigi-me até o balcão onde um homem verificava uma caixa, ele abriu-a e fogo jorrou da abertura, queimando-lhe a barba.

–Com licença. Essa varinha tem de ser levada até Rua Smillian Dorkes, número 642.

–Tudo bem. Por doze nuques eu posso mandá-la.

–Doze? Mas isso é um roubo! - reconsiderei a idéia de estuporar ele. - Tudo bem. Eu pago.

Tirei de minha mochila o dinheiro necessário e lhe entreguei a varinha. Ele colocou em um envelope médio. Escreveu a rua e o número que eu disse no envelope.

–É para a coruja entregar para alguém pessoalmente? Ou qualquer um do local?

–Ela precisa entregar para Thomás Le Fay. Só isso - falei com o nariz empinado, aquele homem estava me irritando.

Ele chamou uma coruja e lhe entregou a carta disse para entregar para Thomás Le Fay e a coruja passou voando por uma abertura na parede que se fechou no momento que ela passou.

–Tenha um bom trabalho... Senhor Higfrey - falei para o homem depois de ler o crachá de identificação que estava em seu uniforme.

Sai do Correio e me dirigi até a Trapobelo Moda e Mágica que, pelo que Tom disse, tem uma filial em Hogsmeade. Fui olhando os nomes das lojas, algumas que vendiam corujas, doces, roupas, varinhas, caldeirões, poções, entre tantas outras.

Quando cheguei à Trapobelo a loja já havia aberto e duas mulheres altas e de boa aparência, típica de lojas que acham que são de classe, estavam arrumando as roupas na vitrine.

Eu entrei na loja e olhei ao redor, havia apenas duas mulheres, uma era loira platinada, meio pálida e tinha os olhos muito azuis e a outra era morena, alta e tinha os olhos verdes. Elas olharam para mim indiferentes.

–Posso ajudá-la? - uma das atendentes que estavam dentro da loja apareceu ao meu lado com um sorriso. Ela era ruiva e usava um batom vermelho e um perfume muito forte.

–Sim. Eu necessito ir para Hogsmeade, e soube que vocês têm uma afiliada lá. Então, queria pergunta-lhe se poderia usar sua lareira para ir a sua outra loja.

–Bem, senhorita. Não tenho certeza se isso é possível. Chamarei minha gerente para ver sobre isso.

–Obrigada - dei um sorriso.

Olhei em volta e vi uma bota turquesa de couro de algum animal, me aproximei dela e, pelo preço, só podia ser couro de dragão. Porque uma bota de couro de boi ou qualquer bota de couro mais normal, jamais custaria seis mil e oitocentos galeões.

A atendente voltou com uma mulher bem mais velha, com uns quase sessenta anos, ele tinha cabelos grisalhos longos e aparência calma, no seu encalço. A mulher me olhou de cima em baixo e franziu o nariz.

–Olá. Sou Elena Marchand - ela falou com um sotaque francês.

–Prazer, Charlotte Le Fay - quando ela ouviu "Le Fay" seus olhos claros se arregalaram. E percebi que uma das mulheres que estavam comprando roupas, a loira, me olhou pelo canto do olho.

–Uma Le Fay. É um total prazer lhe conhecer! - a gerente me disse sorrindo.

–Senhora, por que seria? - a atendente sussurrou no ouvido da gerente.

–Bem, os Le Fay são descendentes de Morgana. Eles sempre compravam aqui, lembro que o último Le Fay que me visitou, foi muito tempo, nossa faz realmente muito tempo. Lembro-me que era uma garota, acho que seu nome era... - quando a velha ia falar o nome, a mulher loira deixou cair tudo de sua mão. Sem querer? Não me pareceu.

–Me perdoe. Tive uma queda de pressão - ela disse tediosamente, lentamente. Colocando a mão na testa.

–Mas está bem, senhora Malfoy? - quando a velha disse o nome da mulher um pensamento passou rapidamente em minha mente, mas deixei-o ir, mais interessada na Malfoy.

–Malfoy? De onde eu conheço esse nome? - pensei em voz alta.

–Bem, sou Narcisa Malfoy. Talvez você reconheça os Malfoy por sermos uma das famílias mais antigas do mundo mágico...

–...e completamente bruxa - completei.

–Sim, somos completamente bruxos. Assim como os Le Fay... - ela ia continuar mais foi interrompida pela velha senhora.

–Narcisa, você não se lembra de uma Le Fay? Vocês deveriam estar no mesmo ano em Hogwarts.

–Não, não conheci nenhuma Le Fay nos meus tempos de Hogwarts, Elena - ela falou entre os dentes, mas ainda sim com a voz arrastada, agora mais presunçosa. Mas eu percebia que ela escondia algo.

–Estranho - Elena respondeu meio pensativa. - Bem, talvez eu tenha me confundido.

–É. Então, posso usar a sua rede de flu e ir para sua outra loja? Eu preciso mesmo ir para Hogsmeade - perguntei meio exasperada.

–Por mim não teria problema, minha querida. Mas a outra loja não abre hoje.

–Eu tenho que ir a Hogwarts, se quiser Charlotte, posso te deixar em Hogsmeade - Narcisa Malfoy disse, um pouco mais educada.

–Eu agradeço, senhora Malfoy.

–Só irei pagar estas roupas e podemos ir - ela me disse sorrindo.

Olha, eu sei que não podemos confiar em estranhos. Muito menos pegar carona com eles, mas eu poderia matar aquela mulher mais sem nem levantar as mãos.

Quando ela terminou de pagar pelas roupas, nós duas saímos. Mas as compras ficaram lá, talvez depois ele entregassem na casa dela. Não entendi.

–Bem, aonde você tem que ir precisamente minha querida? - ela me perguntou mais séria.

–Também tenho que ir para Hogwarts.

–Será seu primeiro ano, não?

–Sim.

–Meu filho, Draco, irá no próximo. Mas, os alunos do primeiro ano não precisam ir a Hogwarts antes do período letivo, precisam?

–Bem, como sou uma Le Fay eles resolveram conversar comigo.

–Meio estranho isso.

–Também achei. Eu presumo que seja pelo poder de Morgana que os Le Fay possuem.

–Provavelmente - ela respondeu meio absorta em seus pensamentos.

–Como vamos, senhora Malfoy?

–Me chame de Narcisa - ela disse calma. - Eu prefiro aparatar. Você tem problema com isso?

–Não, desde pequena eu... - parei abruptamente, quase admiti para a mulher que desde quando era pequena já sabia aparatar.

–Você...? - ela me encorajou.

–Eu... Aparato com meus primos.

–Seus primos?

–Sim, meus pais morreram quando era pequena. Meus primos são a família mais próxima que tenho.

–Mas na loja você disse que não sabia quem era a sua mãe.

–Bem, meus primos eram meio distantes da parte da família da minha mãe. E ela morreu quando eu nasci, então... – eu tinha dito que não sabia quem era minha mãe na loja?!

–Entendo, e seu pai? - essa mulher estava me perguntando muitas coisas.

–Ele morreu quando era pequena, não consigo nem me lembrar dele - falei meio grossa.

–Bem, acho que aqui já esta bom para aparatar - ela me estendeu o braço, eu peguei-o e no mesmo momento senti um puxão no umbigo, sem conseguir respirar. Parecia que eu era uma encomenda muito grande tentando passar por um tubo muito pequeno.

De repente o ar voltou com toda a força aos meus pulmões e me vi ao lado de Narcisa em frente ao portão de entrada de Hogwarts.

–Chegamos.

–Que horas são? - perguntei para ela.

–São...- ela olhou para seu relógio de pulso. - duas horas. Por quê?

–É que as três a senhora McGonagall irá me receber.

–Não precisa esperar. Eu chamo alguém para abrir o portão para nós - depois que ela falou isso pegou a sua varinha que estava dentro da sua bolsa e fez um feitiço mentalmente e um jorro de luz foi em direção ao castelo.

Depois de alguns minutos um homem amedrontador apareceu pelo caminho que levava à Hogwarts, ele chegou perto do portão.

–Senhora Malfoy e...

–Senhorita Le Fay. A Senhora McGonagall me mandou uma carta, marcando uma reunião comigo para hoje.

–Ah, sim. E a senhora Malfoy?

–Tenho que falar com Dumbledore, seria meu marido, mas ele não pôde comparecer - ele pensou em algo, mas logo abriu o portão quando Narcisa pigarreou.

–Me acompanhem, por favor - ele disse por fim.

Nós três andamos até chegar em frente a uma enorme porta aberta de carvalho que dava para o saguão de Hogwarts. Uma velha bruxa alta de aparência severa, com o cabelo preto preso em um coque apertado e usava vestes avermelhadas estava esperando ao pé da escada de pedra que dava para a porta. Então me lembrei que aquele era a Professora McGonagall, a que Thomás mais odiava. E, por esse motivo, eu gostei dela.

–Senhora Malfoy, o que faz aqui? - ela perguntou áspera para a mulher alta e loira.

–Meu marido tinha uma reunião com Dumbledore, mas houve um incidente e eu estou aqui para... tomar o lugar de Lúcio - anotei que Lúcio deveria ser o nome do marido dela.

–Pois bem, Filch leve a senhora Malfoy até o gabinete de Dumbledore. Eu cuidarei da Senhorita Le Fay - Filch assentiu e foi caminho em direção a um dos corredores.

–Bem, tenho que ir. Foi um prazer te conhecer Charlotte Le Fay.

–Também foi um prazer, Narcisa Malfoy, e obrigada por tudo.

Ela deu aceno de cabeça e seguiu o mesmo caminho que Filch. Então eu me vi ao lado da Professora Minerva McGonagall, que me olhou de cima em baixo.

–Pois bem, Senhorita Le Fay. Obrigada por vir aqui. Temo que tenha de esperar que a Senhora Malfoy saia do gabinete do Professor Dumbledore, ele deseja falar com você, antes de tudo.

–Tudo bem, eu agradeço. Mas, o que irei fazer, enquanto espero?

–Esta com fome? - ela me perguntou formalmente.

–Bem, eu não almocei.

–Então pode tomar um chá comigo, na minha sala.

–Eu agradeço - disse sorrindo para ela. O que pareceu deixá-la apreensiva.

Nós duas passamos por vários corredores, subimos por uma escada, para o primeiro andar, andamos por outros corredores. Até a mulher parar em frente a uma porta de madeira, ela a abriu e me convidou para entrar. Lá havia uma mesa normal, com uma cadeira às suas costas e duas à sua frente. Algumas estantes de livros e duas portas, uma de cada lado da sala oval de pedra que era iluminada por archotes.

A Professora se sentou e com um movimento de varinha duas xícaras e bule, pratos com biscoitos, torradas, patê e outros petiscos apareceram na mesa. Ela me convidou para sentar, o que eu fiz. Comi enquanto ela tomava seu chá e me olhava de vez em quanto. Quando terminei, ela fez outro aceno com a varinha e tudo que estava na mesa sumiu.

–Muito obrigada, professora.

–De nada, senhorita - ela respondeu e me fitou, me estudando. - Le Fay, você deve ter achado um tanto estranho a carta que eu te mandara, não?

–Bem, achei um pouco.

–A única coisa que posso lhe dizer é que não fora só porque você é uma Le Fay que a chamamos - aquilo fora algo que eu esperava ouvir, mas não queria. Eu sempre soube que Dumbledore sabia de tudo, ela poderia saber que eu sou filha de Voldemort, da mágica que eu pratico desde pequena, de quando eu mandei uma cobra picar Thomás e ele teve que ficar duas semanas no hospital.

–Olha, eu já esperava isso. Prometo que não irei mentir, nem esconder nada - falei de modo sério para ela, que pareceu um tanto surpresa com a minha resposta. Acha que consegue me colocar na parede, é velha? - Quando iremos ver o senhor Dumbledore?

–Agora, a senhora Malfoy já resolveu seu assunto com ele - e assim saímos da sala e caminhamos mais algumas vezes pelos corredores subimos mais um andar (Acho), até um corredor mais largo que os outros. No meio do corredor, havia a estátua de uma gárgula. A Professora parou em frente à gárgula e falou em bom som:

–Nozes Azuis - e a gárgula saltou para o lado, revelando uma escada de pedra. - Você irá subir Senhorita. O Professor Dumbledore lhe espera lá.

E assim subi a escada, até me deparar com uma porta de latão, que estava fechada. Bati três vezes na porta e ouvi uma voz meio rouca dizer:

–Entre.

E eu entrei, a sala em que me encontrava era redonda e havia vários retratos de ex-diretores de Hogwarts. E na minha frente, atrás de sua mesa, um homem velho de barba longa branca, pálido estava sentado. Alvo Dumbledore olhou para mim e deu um sorriso, mas ainda me encarava com seus olhos azuis através de seus óculos meia-lua.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu, particularmente, achei que ficou aceitável. Quero a opinião de vocês, em?
Me deem reviews de presente de Natal!! ~~eu fazendo biquinho~~