Mind Clock escrita por Metal_Will
Capítulo 17 – Confirmações
-Do que está falando? - perguntou Alberto, mudando para uma expressão desconfiada.
-Não precisa esconder mais nada – falou Diego, olhando firmemente nos olhos de seu pai – A Vanessa me contou tudo sobre o segredo de vocês.
-Não sei do que está falando – disse Alberto – Err...eu trouxe seus biscoitos preferidos.
-Não tente mudar de assunto, pai! - reclamou Diego – Já falei que a Vanessa me contou tudo, mas ainda é difícil de acreditar! Quero ouvir a sua versão!
Alberto olhou para Vanessa que acenou positivamente com a cabeça. O cientista suspirou e aceitou falar.
-Tudo bem, tudo bem. Entendi – disse Alberto – Vamos conversar.
-Mas antes...- disse Diego, olhando para as sacolas que Alberto trouxe – Passa esses biscoitos pra cá. Tô morrendo de fome!
Os três desceram para o “laboratório” da garagem, enquanto Diego e Vanessa devoravam o pacote de biscoitos. Alberto foi o último a entrar, não sem antes olhar bem para os lados antes de fechar a porta. Quanto finalmente sentiu que estava seguro, começou seu discurso.
-Muito bem, Diego – disse ele – Preciso te confessar uma coisa: eu menti.
-Ah, é mesmo? - disse o filho, não muito surpreso – Seria sobre aquela sua máquina do tempo?
-Exato! - disse Alberto – O Mind Clock que eu te mostrei, realmente funciona! Eu apenas o travei para não ser ativado com minhas ondas cerebrais, mas ele funciona!
-É, eu sei.
-Hã? Sabe?
-Eu estou com ele, lembra? - disse Diego – E já o usei várias vezes.
-Quantas?
-Não cheguei a contar, mas com certeza mais de quatro vezes.
Alberto olhou para Vanessa, que confirmou a história com a cabeça.
-E não me falou nada?
-Como você disse que não funcionava, imaginei que iria me encher a paciência se eu falasse...e eu queria usá-lo para fazer algumas coisinhas...- respondeu Diego, desviando o olhar para o lado.
-Entendo – disse Alberto, que não parecia estar furioso. Na verdade, parecia satisfeito com isso – Então ocorreu conforme a Vanessa havia previso.
-Mais ou menos – falou Vanessa – Nada deu muito certo ainda.
-Você ainda não conquistou a menina? Nem com uma máquina do tempo? Mas que moleque mais devagar!
-Ei, não esculacha, não! - reclamou Diego – Acontece que algumas coisas fugiram do controle!
-Fugiram do controle? Como assim? Basta corrigir os seus erros do dia anterior. O que pode dar errado?
-Karma da premonição – respondeu Vanessa.
-Karma da premonição? - repetiu Alberto – Quer dizer que o universo está conspirando para você não conquistar a garota?
-Mais importante do que isso – falou Diego – Que história é essa de que eu vou me tornar um cientista louco se não conquistar a Bianca? Você acreditou mesmo nisso aí, pai?
-Sua amiga bate na minha porta dando todas as equações que faltavam para eu completar o Mind Clock. É óbvio que ela só podia ter recebido uma mensagem do futuro.
Diego olhou para Vanessa que apenas sorriu amarelo.
-O que mais posso fazer para provar que estou falando a verdade? - perguntou a mocinha.
-Essa história toda é muito maluca...mas se o Mind Clock funciona...tudo pode acontecer mesmo. Mesmo assim, eu não consigo me imaginar como um cientista maluco.
-Eu também não – disse Alberto.
-Você já é um cientista maluco – falou Diego – Devo ter puxado isso de você!
-Ei, não esculacha, não! - reclamou Alberto.
Bem ou mal, Diego acabou engolindo a história de Vanessa. No futuro, ele iria se tornar um cientista maluco que criou uma poção especial capaz de deixar as mulheres jovens para sempre e apaixonadas por ele. Mas ainda havia algo que não se encaixava.
-Epa, espera aí, tem um furo nessa história! - falou Diego.
-Que furo? - questionou Vanessa, enquanto sacudia o pacote para pegar o último biscoito.
-Se a tal poção do amor funcionava mesmo...então por que não conquistei a Bianca com ela? - perguntou o rapaz.
-Foi o seu plano inicial – disse Vanessa – Mas...por alguma razão, ela não funcionou com a Bianca.
-”Por alguma razão”?
-É, é um mistério. Isso foi o que mais serviu para aumentar sua loucura – continuou a amiga – Como a fórmula não funcionou com Bianca, mesmo você já tendo testado com outras mulheres, você usou a poção para conquistar o mundo.
-Na falta de uma mulher, resolvi ficar com todas – ponderou Diego – Não me vejo sendo capaz de fazer uma coisa dessas.
-Mas fez – disse Vanessa – Ou melhor, irá fazer...ou faria, se eu não tivesse voltado.
-Ai, devagar com esses tempos verbais – reclamou o garoto, já massageando a cabeça – Preciso absorver melhor tudo isso.
-O fato é que você só precisa aceitar que Bianca não é garota certa para você e superar isso – disse Vanessa – É a única forma de salvar o mundo.
-Verdade – disse Alberto – Se não deu certo com uma, tente com outra...desde que não seja através de poções.
-Tsc. Como posso esquecer uma pessoa desse jeito? - reclamou Diego – Eu ainda nem levei um fora e já estou chateado.
-Você precisa sair mais e conhecer mais pessoas – disse Vanessa, dando uns tapinhas no ombro de Diego.
-Já me disseram isso em um site de auto-ajuda – comentou Diego.
-O que estava fazendo num site de auto-ajuda? - perguntou Vanessa.
-Estava procurando dicas sobre como me aproximar de garotas – disse ele.
-Sei...-falou Vanessa – Ouça, não é tão difícil assim...você tem muitas qualidades.
-Cite uma
-Você é inteligente.
-Cite outra
-Outra?
-Claro. Se eu tenho muitas qualidades, então devo ter mais que uma, não?
-Err...claro, bem...você...você...é bom com video-games.
-Não sei se isso ajuda muito – lamentou Diego.
-Não se preocupem com nada – falou Alberto – Mesmo que o Diego não supere o trauma e vire um cientista louco de novo, basta voltarmos no tempo e impedirmos o evento de novo, não?
-Fala como se fosse fácil – disse Vanessa – Sabe a dor de cabeça que dá quando se usa aquele troço?
-Claro que sei – disse Alberto.
-Sabe? - Vanessa e Diego perguntaram ao mesmo tempo.
-Então o senhor já usou o Mind Clock antes? - perguntou Diego – Eu sabia que não ia me falar nada sem testar.
-Está falando desse celular tijolão que você usa? - perguntou Alberto.
-Claro. Do que mais?
Alberto começou a rir.
-O que é tão engraçado? - perguntou Diego, não gostando muito da atitude do pai.
-Nada, nada. Só lembrei de uma piada.
-É? Que piada?
-Você sabe...aquela do papagaio que...
-Cuidado com o que você vai falar – disse Vanessa.
-Claro que não é piada nenhuma – falou Diego – Agora que começou, vai ter que terminar! O senhor tá escondendo mais alguma coisa da gente, não tá? Você...já usou versões mais modernas do Mind Clock, não usou?
-E-Eu? - gaguejou Alberto – Como pode pensar isso de seu próprio pai?
-Vai demorar muito pra falar? - continuou Diego, sem tirar os olhos do pai.
-Bom...isso é um pouco mais complicado...
-É algo que pode mudar o futuro do mundo? - perguntou Vanessa.
-Na verdade é algo que já mudou o futuro do mundo – disse Alberto.
-Como assim? Dá pra explicar isso aí melhor? - falou Diego, já ficando impaciente com a enrolação.
Alberto suspirou e, já que abriu a boca, viu que era melhor revelar o que sabia.
-Meu caro Diego, pode ter orgulho de seu pai!
-Orgulho?
-Exatamente! Porque eu impedi o fim do mundo! - exclamou Alberto, com uma expressão orgulhosa.
Diego e Vanessa se entreolharam. Do que ele estava falando?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
No próximo cap, vamos começar a deixar as coisas um pouquinho mais complicadas.
Até! ^^