Cullens Ou Volturis? - Alice e Demetri Volturi escrita por Beatriz Ferreira


Capítulo 3
Ajuda inesperada


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Acho engraçadas as pessoas, o que elas querem afinal? Que eu não sofra? Que eu esqueça Jasper assim de uma hora para outra? É tão fácil pedir para uma pessoa deixar de sofrer, como se você pudesse desligar sua dor como um interruptor... eu estava sozinha, triste e com meu coração despedaçado... por que as pessoas não me deixavam sofrer em paz?

Eu caminhei durante horas sem qualquer rumo pela floresta escura, até que percebi que o meio da tarde já se aproxima. Tão sem rumo que finalmente acabei chegando a um penhasco alto e me toquei que deveria estar dentro da reserva La Push, a minha sorte é que nossa família agora era amiga dos lobos quileutes ou há estas horas eu já estaria sem cabeça... o que, nas devidas circunstâncias, não seria tão ruim.
O penhasco era alto e eu ouvia o rugir das ondas se chocando com as rochas, uma névoa fina começou a se formar no ar, era bom estar ali... apenas eu e a natureza selvagem sem ninguém tentando controlar as minhas emoções... mas, subitamente, eu ouvi o ronco de um trovão e não precisei usar meu “dom” para saber que choveria em breve e, francamente, eu poderia estar mal e com meu coração em cacos... mas de jeito nenhum iria tomar chuva.
Num passo apertado eu rumei para o interior da floresta mas uma estrada lamacenta me cortou o caminho e eu notei que inconscientemente segui para o interior da Reserva e não para fora dela, eu percebi quão desligada estava para simplesmente ter perdido o rumo desta maneira, enquanto corrigi a rota eu vi, entre os troncos grossos da floresta uma casa simples de coloração vermelha desbotada onde uma fumaça era expelida tranquilamente pela chaminé no telhado.

A casa de Jacob Black...

Eu parei pensativa, havia tempos eu não via Jacob... na realidade alguns meses já que quando ele nos visitava eu permanecia intocada em meu quarto, neste momento começou a garoar e pensei em talvez pedir a Jacob para me dar uma carona até a minha casa
Segui indiferente pelo caminho que dava até a porta de entrada da casa que ficava no meio de uma clareira aberta na floresta... não era uma residência feia, erguida num estilo campestre típica das residências quileutes... era confortável apesar de pequena, um lugarzinho familiar longe de toda a confusão da minha casa. Bati na porta de leve e um segundo depois eu ouvi o ranger da cadeira de rodas de Billy Black.
Ele abriu a porta e me olhou com um misto de susto e curiosidade.

— Alice Cullen? - ele falou estranhando e olhando para fora para ver se eu estava sozinha.

— Oi, Billy – eu cumprimentei sorrindo o quanto pude – Eu estava passeando pela floresta e sem querer encontrei sua casa... Jacob está por aí?

— Sim, ele está na garagem lá atrás mexendo no motor do carro... você está com algum problema, Alice?

— Não, Billy, apenas quero ver se descolo uma carona com o Jacob... vai chover e eu detesto me molhar.. bem, desculpe tê-lo incomodado

— Sem problemas... – ele falou ainda parecendo desconfiado.

Havia uma espécie de celeiro na parte dos fundos da casa de Jacob, de longe eu o vi abaixado sobre o motor de um antigo Camaro. Lembro-me que um tempo atrás, Bella tentou dar de presente o carro para Jacob... um carro novo mas ele insistiu que não queria dar despesa e que preferia construir tudo sozinho. Eu me aproximei e bati na porta que estava aberta...

— Olá... eu posso entrar? - eu disse tentando sorrir e parecer simpática. Jacob se levantou e me olhou com espanto, depois veio com aquele corpo imenso para perto de mim e me deu um abraço que se eu não fosse vampira teria quebrado meus ossos

— Alice, faz tempo que eu não vejo você... a que devo o prazer da visita?

— Estava caminhando pela floresta e me perdi. – eu disse resumindo a história.

— Uma vampira? Perdida? - ele riu.

— Bom, eu ando completamente desorientada ultimamente...

— Ah, então, eu soube do Jasper... sinto muito – ele falou sem jeito.

— Tudo bem... não há nada que se possa fazer...

— Eu sei como você se sente.
Então eu me toquei que Jacob não falou aquilo só por falar, fazia pouco mais de dois anos que ele perdeu Bella para Edward mesmo com a Impressão por Nessie acho que ele ainda sofria por Bella um pouco... então, arriscando resolvi perguntar.

— Jacob... como você suportou perder a Bella?

— Bem, não foi muito fácil... – ele suspirou e se sentou num banco comprido de madeira que estava por ali, fez sinal para que eu me sentasse ao lado dele – Em algumas ocasiões eu achava que iria enlouquecer, que meu coração explodiria pelo meu peito e eu desejei morrer muitas vezes para que o sofrimento terminasse. Mas o amor é uma armadilha perigosa, por mais que você tente fugir, ele sempre dá um jeito de te prender novamente... pessoas apaixonadas são cegas, Alice... porque veem o que querem ver e agem apenas pelo coração e não pela razão...

— Você ainda sente alguma coisa quando a vê?

— Não é amor, apenas uma sombra do que poderia ter sido... eu amei Bella demais e então seria esperar demais que eu simplesmente deixasse de sentir o que sinto por ela assim tão fácil, mas ela e Edward sabem que eu já aceitei isso e que os dois se pertencem... mas não digo que é fácil fazer de conta que tudo está bem.

— Sua impressão por Nessie não melhora as coisas? - eu perguntei.

— Não, porque Nessie ainda é uma criança e o que sinto por ela é cuidado, dedicação e amizade como um irmão mais velho, mas mesmo assim, este negócio de impressão é complicado, apesar de ser forte não é absoluto... então eu às vezes penso em Bella.

— E o que te ajudou a esquece-la?

— O tempo, só o tempo. Meu pai diz que o tempo cura todas as feridas mesmo que fiquem cicatrizes profundas em seu coração... mas ele sempre te cura, você nunca mais será a mesma pessoa por que sentiu coisas muito fortes, mas, ainda assim, um dia tudo passa.

— Gostaria que acontecesse isso comigo... eu não consigo mais aguentar esta dor aqui dentro. – eu disse apontando para o coração.

— No começo é assim mesmo, você pensa na pessoa todos os dias e em todos os momentos; depois, você pensa dia sim dia não e finalmente uma ou duas vezes por semana... até que, um dia, você se surpreende porque faz tempos que não pensa naquela pessoa e descobre que seu coração está se curando... é triste de um modo ou de outro porque você esquece de alguém que lhe foi muito importante... mas não temos escolha.

— Não?

— Claro que não, não temos escolha à não ser continuar vivendo, Alice, o que você fará? Cometerá suicídio? Vivemos por um motivo e seja lá qual for o destino que nos guarda, somos obrigados a enfrentá-los com o tempo que nos é dado... nós somos responsáveis apenas pelo nosso tempo, Alice.

Eu não pude deixar de olhar boquiaberta para Jacob, de garoto sem qualquer educação ele passou a um homem formado... Jacob havia amadurecido muito nestes últimos anos. E era bom conversar com ele porque ele não cobrava nada, Bella amava Jacob por isso... por esta disposição pelas coisas da vida, por esta facilidade com que recebia as coisas boas e as coisas ruins... não havia crise com Jacob, ele abriu seu coração para mim sem cobrar nada em troca ou exigir que eu deixasse de ficar triste... Jacob me compreendia.

— Você não fica com medo? De que Nessie não te ame ou que ela não te queira? Ou que você se machuque de novo? 

— Não... de jeito nenhum. O amor consiste mais em amar do que ser amado, Alice. Quando você está apaixonado, tudo parece bom e seu humor fica lá em cima, você adora a chuva ou o sol, o frio ou o calor... tanto faz porque tudo é bom, é isso que é legal, o estar apaixonado faz bem exclusivamente a você e não aos outros, porque é você que está amando e este amor torna o seu mundo mais completo e menos complicado. Este é o barato de amar... dói para caramba se você não é correspondido, mas é mais importante doar este amor a alguma pessoa do que guardá-lo para você ou temer se apaixonar e se machucar novamente. Nós estamos neste mundo para amar, Alice, se não amamos... somos incompletos; se Nessie não me quiser eu continuarei amando-a até que uma linda garota chame meu coração... simples assim.

— Jacob Black – eu falei sem ar – Eu tenho uma centena de anos e você, um menino que mal chegou aos vinte anos de idade decifra o amor melhor do que eu?

— Ah, Alice... Qual é? - ele me olhou encabulado – Não é para tanto, mas acho que para amar de verdade... Você precisa sofrer uma grande desilusão e é então que você aprende como o amor funciona... Eu passei pela dor quando amei Bella, agora estou mais vacinado e tranquilo...

— Queria ter essa visão, Jacob...

—mas agora chega de papo cabeça...que que eu te leve para casa?

—foi exatamente por isso que vim aqui...esta chovendo e, por mais que eu esteja muito triste não quero me molhar

—esta com medo de pega uma gripe? –Jacob e seu jeito idiota de ser 

—muito engraçado Jacob –falei irônica – agora eu entendo o porquê da bella querer ficar sempre perto de você... você faz bem as pessoas - sorrimos um pro outro

—vem, te levo para casa- Jacob falou saindo pela porta do galpão, quando viu que eu não o acompanhei, ele se virou para mim estranhando

— Que foi?

— Ah, está chovendo Jacob, eu detesto sair na chuva...
 — Tome senhorita Cullen, isso vai proteger ,- jocob deu a volta no galpão pegando uma capa para mim, vesti a capa 

—Pronta senhorita esta sã e salva – Jacob deu meia volta e entrou no hobbitt

O caminho foi silencioso ate que chegamos em casa ele estacionou e me olhou com curiosidade

—sabe Jacob eu já me acostumei com seu cheiro

—ah é, e agora eu tenho cheiro de que para você? – eu rir internamente pelo que eu iria falar

—sabe... Você ainda cheira a cachorro mais é aqueles cachorrinhos que acabaram de sair do pet shop – Jacob riu

—sabe eu também já me acostumei com seu cheiro, você agora cheira como um morcego que acabou de sair do pet shop – eu rir muito desse comentário...sabe eu estou pensando no que o Jacob falou mais cedo, o tempo cura tudo... e se eu ficar aqui eu nunca vou me curar realmente então era horar de tomar uma decisão ficar aqui e sofre eternamente? Ou ir embora e tentar esquecer Jasper?

 


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Notas finais do capítulo

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