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— Passo aqui mais tarde pra ver como você está, OK? – ela assentiu e fechou a porta do quarto. Saí correndo pelos corredores em direção a saída do castelo. Esbarrei com Alec no caminho.
— Algum sinal do vampiro na cidade? – Alec perguntou, seu olhar parou na minha blusa desabotoada e ele arqueou a sobrancelha. Tratei de fechar todos os botões rapidamente.
— Nem um sinal, nem cheiro, nem rastro, nem informações.
— Se é que você foi mesmo procurar. – Alec riu. Muitas vezes eu preferia que ele fosse que nem a irmã dele; Uma muda. Pressionei a ponte do nariz.
— Fui treinar com Alice. – respondi e comecei a andar pra fora do castelo, sabia que Alec me seguiria. Ele nunca aceita informações pela metade. Quando estávamos do lado de fora continuei falando. – Nós fomos a cidade, andamos todo o perímetro e tudo estava completamente normal. Você sabia que Alice já foi perseguida por um rastreador quando era humana?
— Desculpe mas não é nada que você já não tenha feito – Alec deu de ombros. Era verdade, já havia perseguido muitas vítimas até consegui o que queria.
— De qualquer forma, depois que olhamos tudo, Alice me desafiou para uma luta, e você sabe como sou, não sou de recusar oportunidades para lutar, mesmo sendo com Alice. Ela estava trapaceando na maior parte do tempo com seu dom, mas ela tem habilidades.
— Não me diga que você perdeu para ela, porque se foi isso vou pedi umas dicas. – Ele riu. Alec estava irritantemente feliz hoje. Quem dera eu tivesse perdido. Pensei comigo mesmo.
— Claro que não. Alice teve uma visão no meio do campo, se distraiu e eu consegui derrubar e imobilizar ela.
— Covardia atacar alguém no meio de uma visão, poderia ser importante.
— Acontece que graças a isso eu cair por cima dela, e eu fiquei que nem um idiota encarando os seus olhos. Alec, eu quis por uma fração de segundo beijar Alice. Se eu continuasse a olhar para ela eu teria estragado tudo. Ela estava incrivelmente linda hoje, não que ela não seja sempre, mas hoje ela estava diferente...
— Espera. – Alec me interrompeu. – Você esteve perto de beijar Alice? Aquela Alice que você odiava a um tempo atrás? Sabia que ela movimentaria o castelo, só não imaginava que seria tanto assim.
— Você não está entendendo, ela estava ali embaixo de mim, olhando para mim, eu conseguia sentir a respiração dela no meu rosto. Tive que usar toda minha boa vontade para me afastar.
— Eu estou entendendo muito bem, só não estou entendendo para que esse exagero todo. Cadê o velho Demetri? Que não ficava dando um show só porque quase beijou alguém?
— Não quero que ela pense que estou me aproveitando da fragilidade dela. Veja o que aconteceu com Heidi, fui impulsivo e hoje não passamos de dois estranhos. Não quero que isso aconteça com Alice também.
— Você só vai saber se você tentar. Você sabe que eu tenho razão, desde que Alice chegou tenho te dado bons conselhos. Quer ficar perto dela? Fique. Quer beijar? Beije. Se ela ficar chateada você tenta seguir a vida. Alice é bonita, é normal você sentir atração por ela. Isso não quer dizer que vocês vão ter um caso.
— A visão de Alice foi com Jasper. O ex marido dela. Alice ficou bastante abalada e da para ver o quanto isso ainda a afeta.
— Ela não vai esquecer dele se você ficar sempre lembrando.
— Eu não fico sempre lembrando. Não tive culpa dela ter visto Jasper. Eu tento ficar sempre com ela para que ela não perca tempo pensando nele.
— Por que não chama ela para sair? Sei lá, vão na praia a noite, ao museu, ao cinema, tem tantas coisas.
— Tantas coisa humanas, cheias de outros humanos.
— Você não é nenhum recém criado, muito longe disso. Apenas vá caçar e dará tudo certo. Vou indo, tenho que ver Jane. Pensa no que te falei. – Alec voltou para dentro do castelo e eu fiquei parado encarando o Horizonte. Não queria trair a confiança de Alice e nem ser precipitado com relação a ela e além do mais tinha que tomar muito cuidado com minhas decisões, não seria nada bom se Alice conseguisse ver algo. Conversar com Alec era sempre bom, mesmo ele sendo inconveniente na maior parte do tempo, ele conseguia me dar bons conselhos. Eu não havia decidido nada ainda, e nem pensaria nisso por enquanto. Dei a volta no jardim e pulei a sacada do quarto de Alice, ela estava sentada na cama de pernas cruzadas e parecia pensar em alguma coisa. Caminhei até a borda da cama e sentei ao lado dela.
— O que está pensando? — perguntei.
— Você tem um grande interesse pelos meus pensamentos. – Ela riu – estava pensando sobre mais cedo. – meus olhos percorreram todo o rosto de Alice, sua expressão permanecia neutra e eu odiava quando ela fazia isso.
— No que exatamente? – Ela deu de ombros e não falou mais nada. Então ela provavelmente tinha previsto ou conseguido ver algo sobre minha conversa com Alec. Soltei o ar que nem percebi que estava prendendo.
— A noite foi muito boa, foi leve e divertida, precisamos fazer isso mais vezes. Ainda quero minha revanche na luta e dessa vez você não vai me pegar desprevenida.
— Podemos resolver isso agora se você quiser, mas sem trapaças.
— Não, chega de rolar na grama por hoje. – Ela sorriu – Descobriu algo sobre o vampiro?
— Nada. Acho que talvez ele nem mesmo tenha vindo até aqui. – Me ajeitei na cama e sentei de frente para Alice também cruzando as pernas. — Eu estava pensando, em todos esses anos que vivo aqui jamais pensei que um dia Aro a teria, ou que a gente fosse conseguir manter uma boa relação de amizade. – Alice riu e deu de ombros
— Eu achei que a gente fosse se matar. E sei bem que você quis.
— Talvez eu ainda queira. Posso te perguntar uma coisa?
— Pode.
— Quando você estava com Jasper em nenhum momento você quis outra coisa? Ficar sozinha?
— Quando se tem a eternidade pela frente, a última coisa que você quer é ficar sozinho. Chega a um ponto que falta algo e você se cansa disso tudo, como Marcus por exemplo, e como você também, se escondendo numa fortaleza de inveja e sarcasmo para suprir suas frustrações. Não é o que eu quero para mim. – ela tinha razão. E as palavras dela me atingiram em cheio. Frustrações... Custava a admitir que eu era o causador disso tudo, não superando os meus erros, não superando as minhas escolhas e sempre escolhendo alguém para assumir a culpa no meu lugar.
— O que? – perguntei. Alice havia voltado a conversar e eu não tinha prestado atenção em uma só palavra.
— Você está precisando sair para caçar. Seus olhos estão escurecendo – Alice repetiu
— Ah, Heidi vai vim no meio da manhã com um grupo de turistas – falei receoso – Então se você quiser, você pode sair, vai está nublado hoje então é só você tomar cuidado. Assim que tudo acabar eu vou te encontrar. – Alice estava livra para ir onde quisesse sem precisar da minha companhia, mas ela não precisava saber disso.
— Tem razão, vou aproveitar pra ir ao shopping, não trouxe muitas coisas quando vim.
— Você trouxe duas malas, Alice. – eram malas enormes, mais do que eu com certeza levaria em uma mudança
— Pois é. Não queria exagerar trazendo muita coisa, estava pensando em talvez até mudar o meu estilo, posso te ajudar com o seu se quiser. – Os olhos de Alice brilharam com a ideia.
— Está dizendo que me visto mal? – levei as mãos ao peito fingindo estar magoado
— Jamais, acho que rockeiro adolescente rebelde dos anos 80 combina bem com você. – e então Alice riu, riu de verdade como eu ainda não tinha visto ela fazer. Se meu coração pudesse bater ele estaria acelerado nesse momento. Meus olhos oscilaram para os lábios de Alice por alguns segundos, balancei minha cabeça tirando esses pensamentos da minha imaginação.
— Há há, muito engraçado. – sorri para ela. O cheiro dos humanos entrando no castelo chamou minha atenção, senti meus olhos escurecerem e o veneno se acumular na minha boca.
— Pode ir, vou me apressar em saí daqui antes que o show comece. – Alice falou se levantando da cama, a segurei pelo pulso, fazendo ela olhar para mim.
— Divirta-se. – sorri para ela e corri para fora do quarto.