Meu celular vibrou poucos segundos depois de você ter me encontrado no parque. Li a mensagem rapidamente, meu olhos se arregalando. “Jack!” Falo, puxando seu braço para que você parasse de andar. “O que foi?” Você me olhou preocupado. “O Matth vai vir para cá! Ele chega amanhã!” Você revirou os olhos, fechando a cara. Levantei uma sobrancelha. “Não vai começar com isso de novo, vai?” “Com isso o que?” Você cruzou os braços. Matthew era meu amigo desde que nasci, mas me mudei para cá e ele ficou lá. A gente nunca perdeu o contato, e por um tempo eu gostei dele, óbvio que eu gostei. Quem nunca teve uma queda pelo seu melhor amigo? Mas isso foi quando eu tinha uns 7 anos. No ano em que mudei para cá. E no ano em que te conheci. Só que você nunca gostou dele, por mais que eu tenha falado que não tinha nada entre a gente. “E ele por acaso vai ficar na sua casa? ‘’ Você perguntou, emburrado. Foi a minha vez de revirar os olhos, ficando na sua frente. “A gente vai precisar falar sobre isso de novo?” Cruzo os braços, encarando seus olhos. “Falar sobre o que?” Você falou, começando a andar, me deixando para trás. “Ei!” Pego o seu braço, o puxando para trás. Encarei seus olhos, esperando uma explicação. Você respirou fundo. “Desculpe. Só... Deixa pra lá, ok? “ “Tudo bem.” Falei, grudando meus lábios nos seus, grudando meu corpo no seu. Senti suas mãos nas minhas costas, as minhas nos seus cabelos. Senti algo cair entre nossos rostos. Me separei alguns centímetros de você apenas para ver uma folha alaranjada caindo aos nossos pés. Olho para o céu, ainda com o braços em volta de seu pescoço. “O verão está acabando.” Sussurro. Olho em seus olhos, encostando sua testa na minha. O Outono havia chegado.

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“Matth!” Gritei, assim que avistei seus cabelos loiros. Ele correu até mim, me dando um abraço de urso. “Ah, como eu senti sua falta! “ Matthew disse, afundando sua cabeça em meus cabelos. O afastei um pouco, pegando sua mão e o fazendo girar. “Como você cresceu!” Exclamei, rindo. Claro que ele havia crescido. Da última vez que eu o tinha visto foi há 2 anos atrás. Nesse meio tempo, muita coisa aconteceu. “A propósito, todo mundo lá em casa te mandou um oi.” Ele disse com um sorriso. Sorri também. “Como sua mãe está? Que saudades de todo mundo!” Falei, com um bico. Ele riu, bagunçando meu cabelo. “Todo mundo sente sua falta também. Você foi uma criança muito má para ser esquecida facilmente.“ Revirei os olhos, dando um soco de leve no seu estômago. “Cala a boca e vem.” Indico o caminho com a cabeça. “Vamos, temos muito sobre o que conversar.”

Mesmo contra a sua vontade, nós três iríamos se encontrar mais tarde na cafeteria perto do parque. Não sei porque você cismou com o Matth. Ok, eu sei que ter ciúmes é normal, mas isso era muito mais que ciúmes. Você tinha raiva dele, e eu odiava isso. Era como se eu precisasse decidir entre ele ou você. Matthew e eu conversamos sobre tudo naquela tarde. Sobre nossas vidas, planos para o futuro, família, tudo. Foi bom, conversar com outra pessoa que não fazia parte do meu mundo. Foi bom ouvir outras histórias e rir de novas piadas. Era como uma brisa fresca numa tarde de verão. Mas minhas cabeça sempre voltava para você. Você não tinha ficado feliz com aquilo, mas Matth era meu amigo. Eu não iria deixar de vê-lo por causa de uma crise de ciúmes ou seja lá o que fosse. Nos encontramos no final da tarde. Você respondia as perguntas e Matth lhe fazia com apenas sim ou não. Não falava mais do que o necessário e não fazia nada para pelo ou menos aparentar ser educado. Quando Matth foi embora, lembro de ter puxado você para um canto, cruzando os braços. “Qual é o seu problema?” Perguntei. Você resmungou algo de volta, mas baixo demais para eu escutar com clareza. “Ele é meu amigo, Jack. Você podia pelo ou menos fingir ser um cara legal.” Você levantou uma sobrancelha. “Ah, então agora eu não sou um cara legal?” Você disse. Revirei os olhos, respirando fundo. “Você sabe que não foi isso que eu quis dizer.” “Tem certeza? Porque aposto que o Matthew deve ser um cara super legal.” Balanço a cabeça, incrédula. “Você realmente vai querer brigar por causa disso?” Você deu de ombros, olhando para baixo. “Jack, somos amigos. Matth e eu nunca passamos disso.” Falei, com um tom mais doce. “Enquanto você estava conversando com ele, você acha que eu não notei o jeito que ele te olhava?” Você responder, erguendo o olhar devagar. “Que jeito Jack?” “Do mesmo jeito que eu olho pra você, Lucy. Exatamente do mesmo jeito. Você acha que eu não vi o quanto estava se divertindo com ele? Rindo e elogiando cada detalhe da vida dele?” Você saiu andando, me deixando ali sozinha. “Jack! Espera!” Você virou a cabeça e gritou de volta: “Pede pro Matthew te esperar. Ele é um cara melhor que eu.” Senti lágrimas nos meus olhos. Eu não tinha que escolher entre o Matth e você porque sempre foi você, Jack. E o único que não via isso era você. Lembro de ter te ligado aquela noite, mas caiu na caixa postal. Um desespero começou a crescer em meu peito. O outono não havia sido bem vindo na minha vida.