Summer Love escrita por WakeMeUp


Capítulo 4
Can You Fix Me?


Notas iniciais do capítulo

Okay, gente, eu escrevi esse capitulo ouvindo uma música TOTALMENTE depressiva. Se vocês quiseram ouvir pra sentir o clima tambem, é essa aqui: http://www.youtube.com/watch?v=iP8R-otGYQY
Obrigada por lerem!



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“Alô?” Minha voz saiu um pouco abafada. Acho que era por causa do sono. “Você sabia que na minha TV dá pra assistir 2 filmes ao mesmo tempo?”  Soltei uma risada e sentei na cama. Apenas ouvi sua respiração por alguns segundos. “Você me ligou ás 4:30 da manhã para anunciar sua incrível descoberta?” Perguntei esfregando os olhos para afastar o sono.  Você soltou uma risada. “Esse é um dos motivos. O outro é que eu não consigo dormir.” Reviro os olhos, deitando novamente. “Você tem que parar de fuçar na sua TV e ir dormir. “ Você bufou, e eu ouvi um baque surdo, o que deveria ser o controle remoto caindo no chão. “Ok, vou dormir como um garotinho bom.” Sorri, mordendo meu lábio inferior. “Não desliga não.” Falei um pouco baixo.  Respirei fundo. “Não vou.” Você respondeu em um tom decidido. Acho que você entendeu que eu gostava de ouvir sua voz, sua respiração. Aquilo me acalmava de um jeito diferente. Fechei os olhos, me concentrando apenas nisso. “Eu te amo, Jack.” Sussurrei, imaginando você sorrir, se enfiando debaixo das cobertas. “Eu também te amo, Lucy.”  Lembro de ter dormido com o som da sua respiração, devagar e pesada. Você tinha caído no sono antes de mim, mas não me importei. Era como se você estivesse ali do meu lado, onde eu queria que você estivesse. Prestei atenção em todos os detalhes que consegui. Eu tinha que guardar aquele momento pra sempre. Era isso que eu pensava. E acho que consegui. Porque mesmo agora, isso parece ser real.

~*~

Na semana seguinte era a mais difícil. Perdi minha mãe em um acidente de carro. Ela perdeu o controle e o carro avançou para o rio.  Eu não me lembro muito bem do que aconteceu, mas alguns flashes ainda cruzavam minha mente de vez em quando. Eu era pequena. Deveria ter uns nove anos. E essa é a pior parte. Eu sinto como se as lembranças que eu tinha dela estão sumindo aos poucos, e isso me tortura. Meu pai é meio ausente, mas ele se preocupa comigo. Mas ele nunca está lá quando preciso, de qualquer modo. Eu não o culpo. Ser pai solteiro deve ser uma grande merda. Ele a amava tanto... Eu também. Algumas vezes acho que ele se esquece disso. Ajoelho-me na frente do túmulo, tirando com as mãos algumas folhas que caíram na frente do nome dela. “Anne Andrews”.  Ela era viciada nos Beatles, daí o meu nome. Não sei muita coisa sobe ela, mas lembro do sorriso que ela tinha. O cheiro de rosas, o cabelo sempre desarrumado.  Sorri um pouco, com lágrima nos olhos. Deixei um buquê de rosas ali e beijei a ponta de meus dedos, colocando os mesmos na lápide. “Eu te amo mãe.” Senti sua mão em meu ombro, e você se ajoelhou ao meu lado. Apoiei minha cabeça em seu ombro, entrelaçando meus dedos com o seu. “Você quer ficar sozinha?” Você sussurrou. Balancei a cabeça, fechando meus olhos por alguns segundos. Você beijou o topo da minha cabeça e me ajudou a levantar. Fomos direto para sua casa. Seus pais não estavam em casa, e eu não queria encontrar meu pai agora. Ficamos deitados na sua cama, minha cabeça em seu peito, você acariciando meus cabelos, seu queixo no topo da minha cabeça. “Sabe o que é pior?” Sussurrei, de repente. “Eu estou esquecendo ela. De como ela era. E eu me sinto culpada, porque que tipo de filha esquece sua própria mãe?” Falei, fechando meu olhos. “Você não precisa se sentir culpada, Lucy. Ela não ia querer isso. E não é sua culpa. Não é sua culpa.” Você sussurrou de volta, beijando o topo da minha cabeça. Eu comecei a chorar silenciosamente, deixando as lágrimas caírem sem nenhum esforço. Você limpou as mesmas com o seu polegar, me abraçando mais forte e começou a cantar In Memory, do Ed Sheeran. Você sabia que eu amava essa música, e que ela me lembrava da minha mãe, mas de um jeito bom. Fechei meus olhos e me concentrei no seu peito subindo e descendo contra minha cabeça. A chuva começou a cair e a estalar contra a janela. Você continuou cantando, baixinho, quase em um sussurro. E ficamos assim por um bom tempo.  Tempo o bastante para eu acreditar que daria tudo certo. E como eu estava errada.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem amores.
Um review não vai matar, né?
Obrigadaaaa!