Além Das Estrelas escrita por Lady


Capítulo 32
Capítulo 31 - Lembranças.


Notas iniciais do capítulo

Yoo... pois é, eu sei que demorei e tals...
Mas é por que tava meio tenso fazer o capitulo e.e

Alem do mais esses capitulos vao acabar saindo sempre como filler nao importando o quanto eu tente nao deixar assim =/

Por isso peço desculpas logo -q

Enfim, boa leitura o/



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“Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento representa um capítulo de sua vida.”

Sorri enquanto observava as flores de cerejeiras serem levadas pelo vendo. Fiquei imóvel apenas observando-as flutuar por entre as árvores... para longe de mim.

Ergui o olhar para o céu, notando que o mesmo estava límpido sem uma nuvem. Apenas o sol brilhava em todo o seu esplendor.

E foi quando baixei o olhar que o vi.

Cabelos dourados como ouro. Olhos cor de céu com pupilas draconianas. Pele corada pelo sol e marcada pelas lutas. Não trajava nada mais que uma calça frouxa e botas de couro negro gasto. Algumas ataduras mostravam-se em volta de sua cintura e braços – até mesmo sobre a testa.

Alarguei meu sorriso ante a confusão que estampou sua face. E logo acenei para que ele se aproximasse.

Hesitando bastante, ele veio em minha direção e sentou-se ao meu lado – claro que em nenhum momento desviando o olhar de mim.

- Sting, para de me olhar assim – repreendi-o com um sorriso. – Até parece que eu vou te morder.

Notei que ele corou antes de desviar o olhar.

Vai chover! Eu nunca o vi corar. NUNCA. Nem mesmo Weisslogia corava, pelos lordes.

Não me contive em gargalhar.

- Por que isso agora? – indagou-me, ainda com o rosto avermelhado.

- P-Por que voc-cê é engraç-çado – gargalhei recostando-me na árvores atrás de mim.

Notei-o fazer um bico engraçado.

Logo o silencio voltou, este trazia consigo uma brisa suave e um delicioso aroma de sakuras recém florescidas.

- Onde estamos? – indagou-o.

- Em um sonho... – murmurei, logo virando-me para sorrir para ele. – No meu sonho. – ouvi-o murmurar um leve ‘hm’. – Se tem algo a perguntar, simplesmente pergunte...

- Você... O que quis dizer quando disse que o resultado de nossas brigas é sempre a morte? – indagou-me.

Desfiz meu sorriso logo voltando-me a fitar uma árvore de sakura distante.

- Eu sou um “anjo”... – comecei. – Já fui imortal... mas ai eu morri, e escolhi renascer aqui, como humana portadora de magia. – eu sentia que ele ouvia atentamente cada palavra, coisa que nunca fazia normalmente. – Em toda reencarnação minha eu mantinha minhas memórias das vidas anteriores, e eu sempre me reencontrava com Weisslogia e Skyadrum, acabando por meu apaixonar cada vez mais por eles... – fechei os olhos, para logo sentir algumas lágrimas escorrerem por minha face. – Eles sempre foram muito competitivos, mas isso é por que eram irmãos... Nunca brigavam realmente, e aceitavam o fato de eu amá-los da mesma forma e também me encantava saber que eles retribuíam o meu amor com a mesma intensidade... Mas algumas vezes eles brigavam. – suspirei antes de voltar-me para encarar o loiro. – Fora cinco brigas no total, e em uma delas eu estava com eles e os vi lutar usando magia. Eles queriam se matar... – e assim permiti-me baixar o olhar.

- Mas...? – indagou-o. Talvez querendo confirmar a própria idéia, ou então ele não fazia a mínima noção do que possa ter acontecido.

- Mas eu não poda permitir isso... – murmurei. – Eles estavam brigando por mim... – permiti-me encará-lo nos olhos. Eu poderia me afogar eternamente naquelas orbes azuis céu. Mas creio que a eternidade não seria o suficiente para suprir minha ânsia por cada toque e caricia. Não apenas de Sting, é claro. Eu amava Sting e Rogue. E precisava dos dois, mais do que qualquer um. – Eu me suicidei. – continuei logo notando-o arregalar os olhos.

- V-Você... – e a cada segundo eu poda ver a surpresa em sua face tornar-se maior.

- Não há sentido amar duas pessoas, e ter de que escolher uma delas... – comentei. – Escolher um é fazer o outro sofrer, e sofrer por ver uma das pessoas queridas magoada. – sorri. – Isso não faz o menor sentido... eu sei. Mas se eu tiver de que escolher entre você e o Rogue... eu não suportaria fazer nenhum dos dois sofrer... – voltei-me para o céu. – Eu preferiria me matar de novo.

...

Abri os olhos lentamente e fitei o teto do quarto reluzir em tons alaranjados pelo nascer do sol.

- Quatro dias... – murmurei sentando-me sobre a cama.

- Para o que? – indagou uma voz próxima. Vir-me-ei logo avistando Zeref próximo a porta, com Acnologia ao seu lado.

- Para um recomeço. – comentei. Notei-o franzir a testa. – O tempo passa mais rápido... Cada segundo representa a minoria de uma eternidade... Logo chegara a data premeditada, e o sangue banhara a terra tal como a magia se esvairá de cada corpo de forma rápida e dolorosa... E anjos desceram dos céus liderados por um soldado que mesmo cercado de trevas, ainda luta por um objetivo puro...

- Na terra aquele que chora lágrimas negras dará sua vida para que haja salvação... – continuou Acnologia. – Seu corpo se transformará em magia, sua alma será levada a perdição...

- E todas as lembranças daquele ser se apagaram. – conclui.

- E de seu sacrifício nascerá à paz. – completamos os três juntos.

- A Profecia dos céus... – comentou Zeref. – Achei que não passasse de mera blasfêmia dentre os anjos... ou então de pura lenda entre os humanos.

Soltei um riso baixo.

- É chamada de “Blasfêmia” por aqueles que não compreendem seu verdadeiro significado – comentou Vannor, aparecendo subitamente ao meu lado. – Os Guardiões crêem nessa Profecia mais do que qualquer outro ser, pois alguém capaz de se sacrificar por todos é ninguém menos que um descendente do próprio criador... Alguém puro, pois foi uma alma que nasceu para sofrer, e mesmo depois de tudo ainda é capaz de amar.

- Eu só não entendi o “E todas as lembranças daquele ser se apagaram.” Quero dizer... Quem em sã consciência iria querer desaparecer para sempre? – indagou o moreno de olhos scarlets, Zeref.

- Aquele que descende do mais antigo. Do criador. É Alguém que nunca deveria existir. Mas quando sua existência foi profetizada, ele ou ela nasceu para mostrar que a vida e a morte andam lado a lado. E no momento em que seu objetivo tenha sido cumprido, quando ele ou ela morrer será de forma definitiva... E todas as lembranças, tudo a respeito deste ser será apagado. – informou-o. – Seu nome será borrado da historia e apagado da memória de todos, sem exceções. Tudo ligado a essa pessoa desaparecerá para sempre.

- Quem seria esse “Predestinado”? – indagou Acno, apelido carinhoso que dei a ele, surpreso.

Soltei um risinho baixo.

- Quem você acha? – alarguei um sorriso enquanto encarava a dupla de magos negros. – Meu irmão.

- O que!? – surpreendeu-se Zeref. Dei de ombros sentindo o olhar penetrante de Vannor em mim. – Impossível!

- Olha, por mais que eu não queira concordar com o Zeref... – comentou Acno. – Ele tem razão Luce... – ótimo mais um que teima em me chamar assim. – Ele te odeia. Isso é mais que obvio. E creio que não haja nada de “puro” nele...

Soltei um risinho baixo. A se eles soubessem o que eu descobri...

- Eu sei que isso pode soar como idiotice minha... – comecei vendo-os franzir o cenho. Meu guardião élfico apenas mantinha-se imparcial. – Mas sabe... o ódio, é uma forma de amor.

Notei-os ficar estáticos.

- Por isso que odiar alguém não é algo ruim. Assim como ter inveja ou qualquer sentimento deste tipo. – devagar levei uma das mãos ao coração. – Toda a emoção vem do amor. Seja ódio, magoa, dor, rancor, alegria, carinho, ou até mesmo arrependimento. Tudo está interligado... – suspirei pondo-me de pé, apesar de ainda sentir dor. Caminhei em passos lentos até os morenos, até então ainda parados próximo a porta. Vannor mantinha-se um passo atrás de mim. – E é por isso que vocês dois estão aqui. Vocês já me odiaram, seja por causa do meu poder... – voltei-me para Acnologia. - ...ou por causa do que eu era. – virei para Zeref.

E assim os puxei para um abraço frouxo.

- Eu também os odiava. – menti, jamais tive a capacidade de odiar verdadeiramente alguém. – Mas através desse ódio pude me permitir dar uma chance a vocês. Através desse ódio eu os poupei... mesmo que naquele tempo tenha sido por um motivo egoísta... fico feliz de tê-los deixado vivos quando a vida de ambos estavam em minha mãos. E hoje agradeço por estarem comigo, por isso tenho orgulho de dizer que meu ódio foi, de alguma forma, um amor para com vocês.

E quando afastei-me deles pude ver, ambos, corados. Limitei-me a soltar um risinho seco antes de sair do cômodo deixando os dois magos negros para trás, enquanto o elfo ainda seguia em minha cola.

- Por que você disse aquilo? – indagou-me.

Parei de caminhar, logo baixando o olhar. Em minhas costas eu podia sentir seu olhar de jade me perfurar em uma indagação intensa.

- Por que a verdade nunca é pura... E raramente é simples.

xXx

Sabe... eu já fui uma pessoa “má”.

Claro que sempre existe a questão de que cada um tem os seus motivos para o que faz.

E sei que meus motivos eram mais que o suficiente para o que fiz.

Eu matei milhares de pessoas – mesmo que tenha sido de forma indireta, eu fui à autora de tudo. Sacrifiquei inocentes pelo bem do futuro... pelo bem de quem estava para nascer.

Existiram aqueles que se opuseram a mim. E com isso causei a perdição de pessoas muito queridas.

Zeref... Ainda hoje me culpo por fazê-lo assassinar a própria irmã.

Acnologia... Oh, Caelum, só tu para entender a angustia que sinto mediante toda dor que infringi ao mago mais puro que já conheci.

Weisslogia... Ainda me pergunto, se era mesmo ele quem deveria ter pedido perdão...

A verdade é tão dolorosa... As lembranças tão cruéis... E o futuro... Tão triste.

Mas eu Sei que mereço o que esta por vir.

Por que, desaparecer ainda é uma pena muito nobre para alguém como eu.


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Notas finais do capítulo

etto... nao esqueçam de comentar por favor.
e recomendar caso eu mereça o/

Ja'ne, Ree.