Além Das Estrelas escrita por Lady


Capítulo 23
Capítulo 22 - Reencontro.


Notas iniciais do capítulo

Minna *-*
demorei, mas cá esta o cap *-*
boa leitura



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Capitulo 22 – Reencontro.

“Não chore nas despedidas, pois elas constituem formalidades obrigatórias para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida: O reencontro.” – Richard Bach

La estava eu novamente. Presa há uma cama com amarras nos pulsos e tornozelos. A boca vedada e uma tira de couro prendendo-me fortemente contra o aço frio da mesa.

Mais uma vez meus olhos estavam banhados em lágrimas. O desespero se espalhava por cada célula de meu ser.

Mas ao invés de gritar. Espernear. Pedir clemência ou, até mesmo, perdão. Eu não me mexi ou falei algo. Nem mesmo reclamei da dor dilacerante em meu tórax.

Nada.

Eu apenas ficava lá encarando o teto branco.

Por que eu estava ali? Por que Angello queria meu poder... sendo tirado a força ou de bom grado. Mas ele jamais o teria. Não importava o quanto ele me torturasse ou abrisse meu corpo em busca de meu núcleo mágico.

Nem mesmo que eu quisesse dar para ele, ele consegui-lo-ia.

Por que é a minha maldição...

...

Abri os olhos devagar e encarei o teto branco.

Onde eu estava?

E então me lembrei. Eu estava em Earthland... mais especificadamente, na Sabertooth.

Como eles ainda estão vivos? Não faço a mínima idéia... talvez o Lorde do Trovão possa me dizer.

Ergui-me devagar soltando alguns gemidos devido à dor, e em poucos segundos ouvi passos ecoarem fora do cômodo. Logo a porta foi aberta e me virei para fitar a figura que acabara deixando cair uma bandeja com algumas ataduras e seringas.

Ela – sim era uma mulher de cabelos cor de mel e olhos amarronzados – arregalou os olhos e levou uma das mãos a boca. Acredito que surpresa é pouco para o estado em que ela se encontra... diria que está em choque...

Em poucos segundos o grito dela ecoou deixando-me tonta e com dor de cabeça.

Pelos Lordes para que tudo isso?

E mais passos foram ouvidos.

Suspirei. Quanto azar eu ainda hei ter em apenas uma vida?

Pus-me de pé com dificuldade, logo constatando que não estava mais trajando minha armadura. Bufei, xingando quem quer que tenha retirado-a de mim e segui para uma porta lateral que havia ali. Com certeza era um banheiro.

Parei frente ao espelho de – mais ou menos – um metro e meio apenas para constatar o estado em que me encontrava.

Meus cabelos continuavam longos. Olhos apáticos e com olheiras assustadoras. Minha pele parecia meio esbranquiçada exibindo algumas poucas cicatrizes. Havia uma faixa em minha cabeça, e também pude deduzir que havia varias outras por baixo da camiseta frouxa – que prontamente tratei de retirar a fim de ver o quão grave estavam às coisas - e da calça larga que eu usava. Algumas faixas nos meus braços possuíam leves toques avermelhados, provavelmente sangue. E eu podia sentir dor em meus ombros e costas, mas nada demais.

Mais um suspiro. Ao menos não estava tão horrível assim...

Voltei para o quarto apenas para deparar-me com seis indivíduos me encarando.

- Que foi? Parece que viram um fantasma – indaguei mal humorada. Certo... meu corpo dói... minha cabeça dói... tem seis seres me encarando... tive um pesadelo desagradável... e sabe-se lá quanto tempo passei apagada... ou seja, meu mal humor está muito grande.

- Lucy... – chorou a morena, Minerva, jogando-se em mim e me abraçando. E fazendo tudo voltar a doer. – É você mesmo?

- Até onde eu sei... é, sou eu... – afirmei dando de ombros. Nunca me acostumarei com a Minerva boazinha. NUNCA!

- Onde diabos você estava metida? E como esta viva? – agora foi o Eucliffe. Por mais incrível que possa parecer... senti saudades dele.

- Sim eu também senti falta de vocês – retruquei.

Franzi a testa passando o olhar por todos.

Minerva. Jiemma – sim ele estava aqui. Sting. Rogue. Rufus. E por fim, Orga.

- Não disse a eles? – indaguei para o mago de trovão que apenas resmungou baixinho e cruzou os braços.

- Eles não precisavam saber – murmurou-o bufando logo em seguida.

Todos voltaram-se para ele.

- Você sabia onde ela estava? – Rogue. Ele parecia serio... mais que o normal.

- Deixa pra lá... – resmunguei antes que arrumassem briga. Melhor perguntar os detalhes só depois...

E novamente o loiro voltou a perguntar um monte de coisas... as quais ignorei prontamente, fixando meu olhar em Rogue que me encarava serio.

Suspirei sentando-me na cama com Minerva ao meu lado.

- Podem me deixar á sós com Rogue, por favor? – pedi.

Todos acenaram, exceto por Sting que teve de ser arrastado por.

- Pode perguntar... – murmurei. – E, por favor, pulemos a parte do “O que aconteceu com você?” e “Por onde esteve” ou “Por que não entrou em contato?”.

Ele apenas acenou em confirmação.

- Eu fiquei preocupado – assumiu pegando-me de surpresa. – Mas de alguma forma eu sabia que você estava viva. – senti um desconforto. Preferiria que ele achasse que eu estava morta... seria melhor para todos. Acenei em um pedido mudo para que ele continuasse. – Eu tive alguns pesadelos nos últimos meses... eu via você em um tipo de arena lutando, e usando a mesma armadura que você estava trajando antes de desmaiar...

Encolhi os ombros. Então aquelas sensações de estar sendo observada provinham disso...

- Você sempre matava todos e depois dava as costas e seguia para uma cela escura... era sempre assim – afirmou-o. – Mas creio que não passam de sonhos... certo?

Abaixei a cabeça.

- Errado... – murmurei. – Você realmente estava me vendo. Você REALMENTE me viu ser a autora daquelas matanças... – sussurrei dando um sorriso triste. – Você deve me achar um monstro agora... – e assim fixei meu olhar no chão.

Eu me orgulhava do que fiz? Não, mas também não sentia remorso algum.

- Não acho... você fazia aquilo para sobreviver... – afirmou-o e logo ergui o olhar para encará-lo. – semana passada eu tive outro desses sonhos... – senti meu sangue gelar ao lembrar-me de certos acontecimentos. – Eu vi você amarrada em uma mesa. Estava tentando soltar-se e também estava chorando...

Respirei fundo.

Talvez ele não tenha visto o pior...

- Foi só isso que viu? – indaguei voltando o olhar para o chão. Ele acenou em confirmação e pude enfim suspirar aliviada.

Ergui o olhar para encará-lo. Vi-o abrir a boca para dizer algo, mas nenhum som foi ouvido e ele apenas franziu o cenho em minha direção.

- Que foi? – e então abaixei a cabeça apenas para constatar que grande parte das ataduras e meu corpo já mostravam-se avermelhadas.

Resmunguei baixo em uma linguagem que ele – certamente – desconhecia por ser tão antiga, e logo vir-me-ei deitando-me sobre a cama.

- Vou pedir para Minerva vir trocar os curativos – escutei o murmuro.

- Só a Minerva, não quero falar com ninguém por enquanto – murmurei.

E logo a porta bateu.

Respirei fundo antes de virar para fitar o teto.

- Quanto tempo mais pretende ficar ai? – indaguei baixinho e logo um suspiro foi ouvido.

- Não achei que houvesse notado minha presença – retrucou-o e então pude ouvir o ressoar dos seus passos pelo piso de madeira enquanto aproximava-se de mim mostrando-se visível.

Fechei os olhos apenas para apreciar o toque gelado de seus dedos por meu rosto.

- Eu pensei que você houvesse morrido... – sussurrou sentando-se próximo a mim.

- É... eu bem que queria ter morrido mesmo... – comentei abrindo os olhos apenas para vê-lo virar o rosto e afastar-se de mim. Ele repudiava-me nesses momentos.

E então houve o silencio. É uma pena que a verdade doa... mas eu não posso mentir para ele... nem para os outros.

- Por que faz isso? – indagou-o.

Mantive o silencio.

- Por que Lucy? – ele virou-se para mim. Seus olhos avermelhados estavam tristes e raivosos. – Você não tem idéia de como fiquei louco sem saber como você estava! – afirmou-o alto. – Então, mesmo depois de eu ter dito-te o que sentia, por que ainda faz isso?

Ergui-me da cama e segui para a porta.

- Por que é a verdade... – murmurei antes de atravessar a porta.

Segui por um corredor em direção onde grande barulheira podia ser ouvida. O tempo todo mantive meu olhar no chão.

Pensamentos referentes a tudo o que me aconteceu invadiam minha mente. Mas ainda havia aquele que prevalecia. A pergunta que não saia de minha mente desde que acordei.

Como pode ter passado-se apenas um ano aqui?

Franzi a testa.

Talvez eu tenha sido pega em pela minha própria loucura e esquecido de notar a percepção do tempo... não, não foi isso... eu estava completamente sã. Talvez o tempo houvesse passado mais devagar aqui... Talvez...

Respirei fundo assim que parei no topo da escada.

Ergui o olhar notando que alguns magos haviam notado minha presença enquanto outro pareciam achar mais interessante os recém ‘visitantes’.

Respirei fundo.

O dia seria longo...

xXx

Sabe... depois que eu voltei para Earthland eu me encontrava tão... confusa e irritada perante minha impotência, que tudo resultava em aborrecimento.

Eu podia sentir que a cada segundo eu perderia minha sanidade. As vezes eu sentia-se escorregar e ficar a alguns milímetros de perder o controle. Oh, sabe-se lá o que aconteceria se eu realmente perdesse o controle...

Ah, mas havia momentos que era tão tentador...

Ainda hoje existem esses momentos... mas também existe pessoas que me prendem a minha sanidade...

Naquele tempo eu já havia perdido a esperança, mesmo tendo Sting e Rogue ao meu lado. E também acreditava que, toda e qualquer, esperança em mim havia sido esquecida... eu achei que eu houvesse sido esquecida.

Eu estava tão confusa... há muito tempo eu havia fechado os olhos para a escuridão que me cercava e me prendido em memórias do passado... e eu tinha medo de abrir os olhos e ver que tudo não passou de memórias...

Mas às vezes deve-se arriscar para poder alcançar a verdadeira felicidade.


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Notas finais do capítulo

minna nao eskeçam de comentar >w
bjosss



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