Além Das Estrelas escrita por Lady


Capítulo 22
Capítulo 21 - Insanidade.


Notas iniciais do capítulo

Yooo, gomen a demora
estava com problemas =/
continuarei postando, mas nao com a mesma frequencia o/
boa leitura



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Capitulo 21 – Insanidade.

“Quando se olha alguém de cima, e despreza sua existência. Você deve estar preparado psicologicamente, pois um dia essa pessoa olhara para você e te considerará um lixo.”

Abri os olhos devagar enquanto notava os tons alaranjados tomarem os céus. O sol estava se pondo.

Quanto tempo eu havia dormido?

Respirei fundo sentindo o ar úmido ao meu redor. Aparentemente choveria em breve.

Pisquei algumas vezes afastando as lágrimas que vinham aminha face.

Eu realmente estava em casa.

E devagar eu sentei-me. A dor fazia-se proeminente em todas as pequenas partes de meu corpo. Eu podia sentir os ossos trincados sendo friccionados uns nos outros. Oh, como isso dói. Mas eu tinha de ser resistente.

Respirando fundo coloquei-me de pé em apenas um impulso. E então comecei a caminhar sem rumo.

Onde eu estava?

Em uma floresta qualquer em algum lugar de Earthland.

Eu ligava para isso?

Nem um pouco. O fato de eu estar aqui... o fato de eu poder ao menos ver os túmulos daqueles que eu amo já me é o suficiente.

E logo veio o aperto no coração.

Eu havia mesmo os perdido? Escorreguei minha mão direita para as marcas dos dragões sob meu pescoço. Eu estava realmente sozinha agora?

E mais lágrimas vieram aos meus olhos. E passando as costas da mão para secar meus olhos pude constatar que eram lágrimas negras.

Negras como a noite.

E mais uma vez meu coração apertou.

Sozinha... a palavra ressoou por minha mente cansada.

E em meio a soluções e lágrimas cor de noite, eu apenas caminhei sem rumo ignorando o frio que atingia minha pele exposta devido à roupa rasgada e armadura quebrada.

E assim continuei. Ignorando a fome e a sede. O cansaço não era nada, a dor física não passava de um leve incomodo. O desgaste mental já me fora esquecido ha horas.

Quando dei por mim o sol nascia no horizonte e um pouco ao longe, a entrada de pedra de uma cidade podia ser vista.

Devagar e aos poucos cambaleei naquela direção.

...

Cambaleei devagar logo parando frente às portas grandes da guilda.

Eu havia levado algumas horas para chegar à cidade – a qual nem me dei ao trabalho de saber o nome -, e também outras horas para poder encontrar uma guilda por ali.

Mas enfim eu me encontrava parada frente a duas grandes portas fechadas enquanto uma bandeira balançava no alto de um mastro.

Se quer dei-me ao trabalho de ler o nome do lugar. Tudo o que eu precisava agora era uma guilda, trabalho, dinheiro e depois mataria um por um os caçadores do meu irmão para assim ficar realmente livre.

Assim que minha mão tocou a porta senti uma presença forte atrás de mim.

Nem tive tempo de me virar quando senti o impacto contra meu corpo fazendo-se atravessar a porta de madeira – conseqüentemente quebrando-a – e logo após ir de encontro a algo onde senti diversas pontas rasgarem minha pele causando-me mais ferimentos.

Um gemido baixo escapou de meus lábios enquanto – ainda tonta – eu tentava me retirar do meio daqueles pedaços de madeira. A dor tornava-se cada vez maior.

Eu podia sentir o sangue em meu paladar. Assim como também podia sentir o mesmo liquido quente escorrer pelos ferimentos que se abriram devido ao ataque.

Forcei-me a ficar de pé apenas para sentir meu corpo ir novamente ao chão.

- O que esta acontecendo aqui? – ouvi uma voz de homem vir de algum lugar. Era uma voz um tanto familiar...

E mais uma vez tentei ficar de pé, mas minha mão escorregou e tudo o que consegui foi apoiar-me sobre o cotovelo.

Devagar ergui a cabeça enquanto tentava focalizar minha visão na figura que se aproximava de mim em passos pesados.

- Vai morrer agora pecadora – sua voz ecoou grave.

Eu não sabia quem era. Mas pela forma como se dirigiu a mim, pude deduzir que ele era um dos cachorrinhos de Angello.

Diante de tudo aquilo. Da minha situação e da dor que sentia. Eu apenas ri.

Uma risada diferente do habitual. Era algo sem emoção e até um pouco cínica. Qualquer um pensaria que eu estava ficando louca, afinal eu estava quase morrendo ali.

Mas era algo realmente verdadeiro. Se eu fosse comparar a força mágica dele com a minha... a dele certamente é muito maior – no momento -, mas se compararmos a experiência em batalha e a resistência... bom, eu posso dizer apenas que ele terá uma morte dolorosa...

- Do que esta rindo? – indagou-me e logo senti o frio da ponta de sua lamina tocar minha nuca. – Devia implorar por perdão sua inútil! Devia implorar pela vida!

E então não contive a gargalhada ignorando completamente o restante das presenças que havia ali, e me focalizando apenas nessa pobre alma que quer me enfrentar.

Devagar levei a mão a lamina de sua espada e a segurei fortemente, logo sentindo a palma de minha mão queimar-se.

Ignorando a dor que se alastrava mais e mais, eu pus-me de pé ainda segurando a lamina da espada.

- Escolheu a inimiga errada – afirmei logo o chutando fazendo o mesmo ser jogado contra algumas mesas. Mas sua espada tão ‘poderosa’ continuou em minha mão.

Alarguei meu sorriso mais cruel enquanto – sob o olhar arregalado daquele caçador – eu parti a lamina da espada sem o mínimo esforço.

Pisquei algumas vezes e minha visão havia melhorado.

E então o identifiquei.

Ele era ruivo e possuía uma pele clara com algumas sardas sob as bochechas. Seus olhos eram verde musgo. Vestia um colete branco cobre uma camiseta negra e um jeans velho com coturnos. A bainha de sua espada tão consagrada ainda permanecia presa ao cinto de couro.

Meu sorriso apenas alargou-se.

- Raphael, o Prodígio. Eu presumo – murmurei. – O primeiro cachorrinho do qual livrar-me-ei – e então avancei contra ele em uma velocidade que nem mesmo este foi capaz de me ver.

Em poucos segundos eu o erguia pelo pescoço enquanto suas mãos tentavam ao máximo fazer-me largá-lo.

- Patético! – cuspi a palavra.

E então larguei-o no chão – fazendo-o cair deitado – e pisei sobre sua cabeça com meu pé descalço.

- Você sabe por que é patético? – indaguei-o. – Por que não passa de um cachorrinho que fica com o rabo entre as pernas...

- P-Piedade... – murmurou-o suplico.

- Piedade? – e novamente ri. – Não tiveram piedade de mim naquele maldito lugar! – e então chutei-o fazendo o mesmo rolar e cuspir sangue. – Eles não tinham piedade em hora alguma – afirmei caminhando em direção a ele, que apenas recuava com um cachorrinho medroso. Ri de tal escoria. – Não ache que só por que fica em baixo das asinhas de Angello que serei piedosa, pelo contrario... – murmurei abaixando-se para fixar meu olhar no seu. – Serei o mais cruel possível.

E antes mesmo que ele pudesse reagir juntei minha magia na palma de minha mão e a enfiei em seu peito em dó.

Seus olhos esverdeados estavam arregalados. Seus lábios entreabertos buscavam o fôlego que agora o faltava. E eu não podia sentir nada a não ser prazer perante aquilo.

Era deliciosamente inebriante ver a vida de tal ser se arrastando para longe de seus olhos.

E quando já não mais havia vida naquele corpo, eu puxei a mão de volta e fiz uma careta perante tal fraca diversão.

- Lixo! – fora apenas o que murmurei enquanto aos poucos via o corpo de Raphael desaparecer em partículas de magia.

Quando me pus de pé foi apenas a tempo de ouvir passos cessarem-se atrás de mim.

- L-Luc-cy...? – vir-me-ei desinteressada logo fixando meu olhar sobre a figura loira há alguns passos atrás de mim.

Cerrei o olhar analisando-o melhor.

Alto. Cabelos dourados. Olhos cristalinos. Forte. E possuía uma cicatriz próxima ao olho direito.

Franzi a testa. Ele parecia com...

Como ele ousa aderir a forma de MEU Weisslogia!?

Sem pensar duas vezes avancei contra ele. Ele não era forte. Eu podia sentir a magia correndo em seu corpo, mas nada grande o suficiente.

- Como ousa! – rosnei.

- Hey Lucy, acalme-se... – antes que pudesse completar as palavras inúteis que proferia acertei-lhe um soco fazendo-o ir de encontro a uma parede de pedra.

Aproximei-me dele rapidamente já o vendo pôr-se de pé.

Segurei-o pelo pescoço e o prendi contra o chão fazendo o mesmo afundar.

O loiro gritou de dor.

- L-Lucy... sou eu S-Sting... – pronunciou-o.

- Mentira! – respondi sentindo lágrimas vir a meus olhos. – Sting Eucliffe morreu há, provavelmente, seiscentos anos atrás!

E novamente o ataquei. Eu arrancaria seu coração com minhas próprias mãos, mas antes que pudesse perfurar seu peito, alguém agarrou-me por trás e segurou meus braços.

- E-Escute... – gemeu o loiro erguendo-se.

- Cale-se! – gritei me debatendo, mas quem quer que me segurasse tinha grande força.

- Escute Lucy! – afirmou-o.

E então eu parei, e naquele momento, eu realmente prestei atenção ao meu redor. Jiemma estava no andar superior com Minerva ao seu lado – esta um tanto assustada. De canto de lho pude ver Rufus aproximar-se tendo um Rogue paralisado mais atrás de si. Deduzi que quem me segurava era Orga. E Sting estava a minha frente.

Meu coração apertou. Era ele mesmo?

E mais lágrimas vieram aos meus olhos enquanto a dor real resolvia se espalhar pelo restante de meu corpo.

Enfim o efeito da adrenalina passara e agora quaisquer ferimentos feitos antes vinham com o máximo de dor.

Gemi ao sentir que haviam mais ossos quebrados.

Minha respiração parecia pesada enquanto eu tentava focalizar a visão.

- Lucy? – novamente ele indagou erguendo minha cabeça para encará-lo nos olhos. Eu estava retomando o controle... a sanidade...

Gemi novamente ao sentir a dor em meu pescoço.

O mundo ao meu redor girava. E a dor se espalhava novamente. Quando dei por mim a ultima coisa que vi foi um par de olhos claros assustados.

E então fechei os olhos e me rendi ao cansaço.

xXx

Sabe, no momento em que meu olhar encontrou o do Sting e eu o vi afogado em medo e preocupação... bom, eu senti meu coração afundar ainda mais...

Não apenas pelo fato de que ele parecia estar sofrendo, mas também pelo fato de que aquilo – ao menos naquele momento – parecia ser uma mentira. Afinal, eu estive presa por mil anos... e não havia como ele estar vivo depois de todo esse tempo.

Mas sabe, todo aquele tempo... os mil anos que sofri não passaram de nada, pois aqui em Earthland passou-se apenas alguns meses... ou melhor, passou-se apenas um ano e trinta e dois dias...

Eu não sei realmente como isso veio a ficar assim... mas talvez um dia eu descubra por que o tempo passou-se tão lentamente para eles...


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Notas finais do capítulo

nao eskeçam de comentar
bjosss