LEIAM AS NOTAS INICIAIS. LEIAM AS NOTAS INICIAIS.

"É incrível como a sua felicidade é capaz de incomodar tantas pessoas."

P.O.V’s Katherine.

Não sei quanto tempo ficamos nos encarando. Ele estava mais pálido o que o normal e me olhava com dor nos olhos.

E eu? Me controlava para não chorar.

Por mais que eu quisesse estar errada eu não estava. Seria melhor assim. Eu nunca pensei que seria tão difícil. Nunca achei que ele seria capaz de me evitar mais ele foi.

E foi quando isso aconteceu que eu percebi o quanto éramos diferentes. Ele me completava ao mesmo tempo que longe de mim eu sentia que tinha um pedaço faltando.

Quando ele começou a me evitar eu percebi que eu mal o conhecia. E isso me doeu profundamente.

Ele não confiava em mim. Essa era a verdade.

 - Não faz isso. – ele me pediu.

- Não fazer o que Draco? Terminar com você? Apesar desse anel... – levantei a minha mão onde o belíssimo anel reluzia. – eu sinto que mal chegamos a namorar. Namoro é cumplicidade Draco. É confiança. E você não confia em mim. – completei.

- Obvio que eu confio e você Katherine. Eu confiaria a minha vida a você, porque eu te amo. – ele falou pegando na minha mão e olhando nos meus olhos.

Aquilo me desarmou por um instante. Ele tinha esse poder sobre mim. Ele me desarmava.

Mas não agora. Não nesse momento.

Me afastei dele e senti uma lagrima rolar pelo meu rosto enquanto internamente eu me xingava por demonstrar qualquer sinal de fraqueza que eu não estava habituada.

Eu não chorava em publico. Nunca.

- Você acha que eu não te amo Draco? - Questionei para o loiro. – Por mais que eu tenha evitado por tanto tempo eu não nego mais. Eu te amo. – afirmei. – Mas isso não é o suficiente. – acrescentei tristemente.

- Porque não é o suficiente? – ele me questionou.

- Eu não te conheço Draco Malfoy.  Só conheço o que você mostra para mim. Você é um livro fechado. Com tranca e cadeado. Um livro que eu não consegui abrir. – falei.

- Você esta enganada. Você foi a única que viu a melhor parte de mim. – ele me falou nervoso.

- Somos tão diferentes Draco. – constatei. – e eu me atraí por isso. Isso me fez eu te amar. Você me completa. Pena que entre nós dois apenas eu estava fazendo dar certo. – completei.

- Você esta sendo injusta Kath. – o Draco me falou.

- Injusta? Não Draco. Eu não estou sendo injusta. Eu que fui ignorada. Que eu muitas vezes fui te procurar e nunca te achava. Eu que aguentei todos os seus segredos sem reclamar. Mas eu estou esgotada Draco. Foi um erro termos virado mais que amigos. Um erro. – decretei.

- Um erro? É isso que você acha que a nossa relação foi? Nada mais que um erro? – ele me perguntou indignado.

- Eu acho Draco que existem coisas que foram feitas para ficar juntas, mas nunca para dar certo. E nós dois fomos uma delas. – respondi.

- Eu não acredito que você esta dizendo isso. – ele me falou.

- Como assim você não acredita Draco? Não é uma coisa muito difícil de se entender. Desde o início sempre tinha algo para nos atrapalhar Draco. Sempre. Nós dois somos como polos magnéticos Draco. Completamente opostos mais que se atraem. – constatei.

Era verdade.

Ele era Sonserino e eu Grifinória.

Ele é gelo e eu fogo.

Ele estava em um lado e eu em outro

Ele é um segredo e eu um livro aberto.

Ele é uma serpente e eu um leão.

E isso ninguém nunca poderia contestar.

- Você quer que eu te diga o que Katherine? – o Draco me perguntou exasperado.

- Eu não quero que você me diga nada. Eu apenas queria sinceridade Draco. Queria confiança. Algo que não existe em você. – completei.

- Então você quer dizer que terminamos? Simples assim? E voltamos a ser amigos como se nada do que vivemos tivesse acontecido? – me perguntou irônico.

- Sim Draco. É isso que eu quero. Eu sempre vou estar aqui para você. Sempre vou ser sua amiga independente do que aconteça. – falei calmamente.

- Pois eu não quero sua amizade Black. – isso doeu como uma facada. – eu quero mais que isso. Se você não pode me dar, eu não quero sua pena. Pode ficar com sua amizade para você. Eu não a quero. – repetiu.

Eu chorava. Lagrimas desciam silenciosamente pelas minhas bochechas, mas eu ainda o encarava firmemente. Suspirando entre lagrimas tirei o anel que ele havia me dado calmamente do meu dedo.

Caminhei lentamente até ele e peguei a sua mão colocando o anel na mesma e a fechando.

- Então agente acaba aqui. – decretei olhando nos seus olhos. - É uma pena Malfoy. Uma verdadeira pena que não queira minha amizade. Mas nunca se esqueça, por mais que você não queira, eu sempre vou ser sua amiga. Apesar de tudo. Eu vou sempre estar aqui para você. – completei. – Sabe o por quê? Por que eu te amo. Te amo mais do que a minha própria vida. – falei.

Sem esperar resposta dei as costas saindo o mais rápido possível daquele banheiro.

Agora soluços saiam descontrolados do meu peito e eu não tentava os parar enquanto eu andava rapidamente pelos corredores, cheio de alunos.

Não ligando para os olhares chocados que eu recebia e muito menos para os murmúrios que me seguiam. Corri para a torre da Grifinória. Queria os meus amigos.

Apenas eles.

Entrei rapidamente pelo buraco do retrato e todo mundo que estava no salão olhou para mim. Ignorei todo mundo e olhei ao redor a procura deles que logo vieram correndo ao meu encontro.

- O que houve Kath? – a Mione perguntou preocupada.

- O que o Malfoy te disse? – dessa vez foi um Harry muito irritado.

- Eu vou matar uma doninha. – o George falou com os dentes trincados e tentando sair, mas eu o impedi o abraçando fortemente enquanto soluços saiam do meu peito. Ele me abraçou de volta,

- Perderam algo aqui? – vi o Fred questionar enquanto eu era arrastada para o dormitório masculino sendo seguida por todos.

Entramos no dormitório do Harry e do Rony que estava vazio no momento e eu abracei o Harry, que prontamente me abraçou de volta enterrando o rosto no meu cabelo.

- O que aconteceu Kath? – a Gina perguntou acariciando os meus cabelos. Eu olhei para ela com tristeza.

- Nós terminamos. – falei simplesmente e eles me olharam chocados.

- Ele te fez alguma coisa pequena? – o Harry perguntou preocupada me olhando de cima a baixo. Eu olhei nos seus olhos verde esmeraldas.

- Ele levou meu coração Harry. Porque o meu coração é dele. – falei num sussurro para o moreno que me abraçou apertado, não sabendo o que dizer.

Logo me vi em volta de um abraço grupal, que diminui a dor que eu sentia. Porque nesse momento eu vi que não estava sozinha. Não importa o que acontecesse eles estariam comigo.

Mas eu ainda tinha um buraco no peito.

Um buraco que apenas ele poderia preencher.