“A vida é uma peça teatral repleta de amadores.”

P.O.V’s Katherine.

As coisas por aqui estão, no mínimo, tensas.

O Rony agora vive agressivo, explodindo com tudo e todos. Até no quadribol, ele reduziu Demelza Robins às lágrimas. Eu não sei o que o Harry conversou com ele depois daquele dia, mas com certeza, o tiro saiu pela culatra.

Os gêmeos tem ficado longe dele o Maximo possível. Segundo eles o mal humor do Rony poderia ser contagioso. E, sinceramente, eles tem sorte de poder fazer isso.

Eu sou amiga do Rony, Harry e Hermione, e se afastar de qualquer um deles não é uma opção. Mas acontece que eu sou explosiva e impulsiva, nunca levo desaforo para casa, e não me importo nem um pouco de mandar alguns engraçadinhos para a enfermaria. Juntando isso com o temperamento do Rony, significa que nós dois brigamos mais que tudo.

Ele esta ignorando a Mione e isso me irrita profundamente, juntando o fato de que ele quer tacar pedras em quem falar com ele, eu tenho me contralado para não mandar ele pra o inferno ou azara-lo e fazer ele passar uma boa temporada na enfermaria.

O Harry se vê louco com isso. Ele tem que aguentar o mal humor do Rony diariamente além do mal humor no quadribol. Tem que aturar ele ignorando a Hermione e minhas brigas constantes com o ruivo por causa disso. No final eu e ele sempre fazemos as pazes, mas eu tou vendo a hora de mandar o Rony para enfermaria. De novo.

A primeira vez foi um acidente. Ou quase isso. Ele tinha dito umas coisas nada legais para a Gina e para a Mione na minha frente além de querer me insultar também. Eu não dei tempo de ele falar um “ai” para mim. Lancei um feitiço e ele ficou na enfermaria por dois dias.

Tenho conversado muito com o Draco. Ele percebeu a tensão que estava rolando no nosso quarteto e sempre conversa comigo. Incrivelmente, quando eu estou prestes a mandar o Rony fazer uma visitinha para o capeta, ele me acalma. Temos passado muito tempos juntos, mesmo que ninguém saiba.

No ultimo treino de quadribol, o Harry explodiu com o Rony também. A explosão do Harry pareceu acordar o ruivo. Ou quase. Digamos que agora ele não esta raivoso. Esta depressivo. Não importa o que nós falamos para ele, o estado nunca muda. Tem hora que isso é profundamente irritante.

Hoje tem um jogo de quadribol. Grifinória x Sonserina. Um clássico.

No salão principal acontecia a festa de sempre quando tinha um jogo de quadribol, principalmente entre as casas que mais exalam rivalidade. Os alunos da Sonserina assoviavam e vaiavam alto cada jogador da Grifinória que entrava no Salão Principal, do mesmo jeito que os leões jogavam provocações em direção a mesa das cobras.

Caminhávamos todos juntos em direção a mesa da Grifinória, e eles aplaudiram quando o Harry, Rony, Fred, George e Gina se juntaram a eles. Eu e a Mione sentamos sorrindo para eles.

O Harry sorria despreocupado, assim como os gêmeos e a Gina. Eles já deviam estar acostumados com a pressão que antecedia o jogo. Era normal. Mas o Rony não tinha uma cara das melhores.

Ele estava pálido e com um leve tom de verde no rosto. Suava frio e tinha uma cara de desespero. Nada bom.

- Anime-se, Rony! — gritou Lilá. — Sei que você vai ser genial!- ela completou. Essa garota é uma piriguete. O Rony fingiu não ouvi.

- Rony... – comecei suspirando e fazendo o ruivo olhar para mim. – não adianta ficar nervoso. Vai dar tudo certo. Apenas coma alguma coisa. – completei botando meu próprio café da manhã.

- Relaxa Rony, pior do que tá...- o Fred começou com um sorriso.

- Não pode ficar. – o George completou, rindo em seguida. Resisti ao impulso de rir também, e a Mione mandou um olhar de reprovação para os dois.

- Chá? — ofereceu-lhe Harry. — Café? Suco de abóbora?- o Harry falou para ele, lhe incentivando a comer.

- Qualquer coisa — respondeu Rony, infeliz, mordendo a torrada de mau humor. Eu rolei os olhos mais fiquei quieta.

- Pronto Rony. Beba. – o Harry falou lhe dando um suco de abobora. Seus olhos tinham um brilho estranho. Um brilho que você só via em descendentes de marotos quando estavam aprontando algo. E acredite quando eu digo que eu conheço esse brilho muito bem já que vivo aprontando.

- Não beba isso Rony. – a Mione falou com rispidez, fazendo com que todos nós olhássemos assustados para ela. Ela olhava reprovadora para o Harry.

- Porque não? – o Rony perguntou para a castanha.

- Você colocou algo nesse suco. – a Mione falou ainda olhando incrédula para o Harry.

- Não sei do que você ta falando. – falou o moreno despreocupadamente.

Ele se aproximou do Harry que estava ao meu lado e falou num tom que só eu e o moreno ouvimos. – Você colocou Felix Felicius no suco dele. – acusou.

- Não sei do que você ta falando. – o Harry repetiu com um sorriso. A Mione olhou para ele indignada e se levantou bruscamente saindo do salão.

Eu massageei as temporas e olhei para o moreno ao meu lado. – Você não colocou nada no suco não foi? – perguntei a ele. Eu sabia que aquele brilho maroto no olhar significa que ele estava aprontando.

- Não. – respondeu com um sorriso maroto. Conversávamos num tom que ninguém ouviria além de nós. Rolei os olhos.

- Vejo vocês no jogo. – falei me levantando. – Boa sorte. – desejei e sai do salão atrás da castanha e em direção as arquibancadas.

Avistei a Mione nos jardins de Hogwarts enquanto ela caminhava em direção ao campo de quadribol. Assim que me viu parou e me esperou acompanha-la e juntas nos dirigimos aonde aconteceria o tão esperado jogo.

As arquibancadas se enchiam rapidamente e ¾ dela era vermelha e dourada, já que a Corvinal e Lufa-lufa também tomaram partido no jogo.

- Ouvi dizer que o Malfoy não vai jogar. – a Mione falou despreocupadamente para mim. Fiquei surpresa. O Draco não jogar? Mas o que tava acontecendo?

- Serio? – perguntei incrédula. Ela assentiu me olhando. Mas o que o loiro estava aprontando que o impediu de jogar? Um arrepio correu minha espinha imaginando se não tinha algo a ver com a missão recebida por ele.

- Tudo bem? – a Mione perguntou para mim, notando minha careta.

- Sim. – falei dando de ombros. O chapéu da Luna Lovegood rugiu e os jogadores entraram em campo.

O time dos leões totalmente vestido de vermelho e dourado e o das cobras de verde e prata. Eles se reuniram no meio do campo onde a Madame Hooch, a arbitra, esperava.

- Capitães, apertem as mãos. – ela falou auto e claro e o Harry apertou a mão do Urquhart o capitão da Sonserina. Mas na verdade pareceu que eles estavam tentando esmagar as mãos um do outro. – Montem nas vassouras. Quando eu apitar. Três... dois... um – e soou o apito e os jogadores levantaram voo.

- Ora, começou a partida e acho que todos estamos surpresos com a equipe que Potter reuniu este ano. Muitos acharam que, pelo desempenho desigual do goleiro Rony Weasley no ano passado, ele não retornaria à equipe, mas é claro que uma forte amizade pessoal com o capitão ajuda... – falou a voz do locutor. Olhei imediatamente para ver quem foi o idiota que falou isso.

Era Zacarias Smith, um jogador da Lufa-Lufa, imbecil pra caramba. As palavras foram recebidas com aplausos do lado verde e prata da torcida.

- Posso azarar esse desgraçado? – perguntei olhando fixamente para o locutor.

- Não. – a Mione falou apesar de parecer que ela mesma queria azara-lo.

- Ah, e aí vem a Sonserina em sua primeira tentativa de marcar um gol, é Urquhart que mergulha em direção ao campo e... – o locutor continua narrando e eu olho em direção ao gol torcendo para o Rony defender essa goles.

- ... Wesley defende bem, todo o mundo tem o seu dia de sorte, suponho... – dei um sorriso comemorando junto com o resto da Grifinória. Mal sabe o desgraçado do locutor, como essa frase foi irônica.

 Decorrida meia hora de jogo, a Grifinória estava ganhando por sessenta pontos a zero, Rony tendo feito defesas verdadeiramente espetaculares, algumas com as pontas das luvas, Gina tendo marcado quatro dos seis gols da equipe, e os gêmeos mandando balaços em direção dos jogadores da Sonserina com uma mira implacável, fez o Smith parar de questionar se o time estava cheio de Wesleys porque o Harry simpatizava com eles.

Eu vi que os gêmeos estavam se controlando para não mandar balaços na cara do locutor, por causa da narração maldosa que ele estava fazendo. Eu mesma estava me controlando para não azarar o infeliz.

- E acho que Harper da Sonserina avistou o pomo! — anunciou Zacarias Smith pelo megafone. — Sim, senhores, ele decididamente viu alguma coisa que Potter não viu!

Eu olhei para o campo na hora que o apanhador da Sonserina mergulhou sendo seguido pelo Harry. Eu achava que o Harry não ia conseguir pegar o pomo, mas ele conseguiu! Ele, fazendo a volta, mergulhou na direção do solo erguendo o pomo de ouro no alto.

A torcida dos leões comemorou. Os berros de todos, inclusive os meus, encheram o campo.

Mas de repente eu vi um vulto vermelho e dourado montado em uma vassoura, ir na velocidade de uma bala, e se chocar com o pódio do locutor.

 Entre gritos e risos da multidão, a equipe da Grifinória aterrissou ao lado dos destroços de madeira sob os quais Zacarias se mexia debilmente e todos ouvimos a Gina, foi ela que tinha se chocado com o idiota, falar descaradamente á uma Tia Minnie furiosa:

- Me esqueci de frear, professora, desculpe.

Eu cai na gargalhada assim como um monte de gente no campo. – Eu amo essa garota. – falei enxugando as lagrimas do riso. Vi um Harry ainda rindo, inda abraça-la. Sorri com isso. Esses dois tem que se acertar!

Eu e a Mione descemos das arquibancadas no momento que os jogadores deixavam o campo comemorando mais uma vitória dos leões.