Reticências escrita por Rayanne Reis


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal tudo bem? Vamos a mais um capitulo.



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POV Bella

 

Hoje o dia seria cheio de emoções. Assim que acordei fui ajeitar tudo para podermos sair. Sophie assim que acordou grudou em mim. Tive que fazer tudo com ela em meus braços, mas assim que falei que Edward viria, ela logo se animou e começou a tagarelar sobre o que usaria.

—Mamãe me deixe linda para vê o papai tá?

—Será que consigo? – provoquei. Ela cruzou os braços indignada.

—Impossível mãe, você é feia Sophie. – Anthony provocou a fazendo chorar. Olhei repreendendo – o. – É brincadeira você é linda, a mais linda. – abraçou a irmã.

—Jura Thony?

—Eu juro.

—Mamãe? – choramingou.

—Você é a mais linda filha. Até o Edward acha isso. – pronto foi o que bastou para o choro cessar e começar a implicância de Anthony.

—Não sei o que esse cara vai fazer atrás da gente. Não gosto dele.

—Eu gosto.

—Você gosta de todo mundo Sophie, então não conta.

—E bem que você poderia ser igual a sua irmã. Já não conversarmos sobre isso ontem? Você ia tentar ser gentil com o Edward, o conhecer primeiro. Ele só quer ajudar.

—Eu vou tentar, mas não vou ser amigo dele e nem conversar com ele. – ele era mesmo muito parecido com o pai.

—Pode apenas ser educado?

—Posso. – declarou em dúvida.

—Ótimo, é só isso que peço. Agora hora de irem se arrumar. – empurrei os dois para os quartos.

Enquanto Anthony se arrumava sozinho, fui ajudar Sophie. E depois me arrumei em tempo recorde. Geralmente usava um jeans qualquer, mas hoje senti a vontade e a necessidade de me aprontar melhor. Sentia-me mais leve e feliz.

—Está gata cunha. – Seth elogiou-me com a boca cheia de bolo. Ele tinha dormido aqui a pedido de Sue, mesmo depois de ter quase implorado para que não ficasse. Ela o queria me vigiando. Só não sei de que.

—Olha a educação Seth, dê o exemplo aos seus sobrinhos. – ele me ignorou completamente.

—E aí qual é a ocasião?

—Como?

—Está toda arrumada e perfumada, vai onde?

—Ver o Paul, sabe que todo sábado levo as crianças para vê-lo.

—Disso eu sei. Mas sempre vai tão Bella e hoje está... Bela. — o encarei confusa. Meu cunhado não batia bem das ideias. – Vou explicar. Você sempre vai... Como você, só que hoje está diferente.

—Vamos fingir que entendi o que quis dizer, certo? – ele concordou. Eu nunca o entenderia. Então era melhor deixar pra lá.

—Sabe o que foi engraçado e estranho? – perguntou já rindo.

—Não Seth, não faço à mínima ideia do que seja.

—Esse encontro com seu amigo. Como ele te encontrou? E porque só agora. – colocou a mão no queixo pensativo. – Ele deve ter ficado decepcionado em saber que está casada, que tem filhos. Acabou com as chances dele.

—Que chances Seth? – essas insinuações dele estavam me perturbando.

—Ah, você sabe. Ele deve que veio atrás de você para reatarem, terminar o que começaram. Aí chega aqui e vê que não tem mais chances. Ou tem?

—Olha aqui Seth. – perdi a paciência. – Edward e eu somos apenas amigos. Não houve, não há e nunca haverá nada entre a gente. E ele me encontrou por acaso, coincidência, destino, seja lá o que for. Ele só está querendo me ajudar. E não fiquem me julgando por aceitar seu apoio e sua amizade. Eu não estou conseguindo lidar com tudo isso, é muita coisa para mim. E se meu amigo quer me ajudar eu agradeço. E vocês deveriam fazer o mesmo.

Olhei para porta e meus filhos me encaravam assustados com meus gritos. Não era de perder a cabeça desse jeito.

—Tudo bem? – Anthony me abraçou e me acalmei na hora.

—Sim filho. Vamos descer? Edward já deve de estar chegando.

Sophie correu para a porta e Anthony a seguia antes que se machucasse.

—Bella. – encarei Seth. – Acredito que seja destino. – sorriu para mim, dizendo que estava tudo bem entre nós.

—Talvez Seth, talvez... – o abracei me desculpando.

 

[...]

 

O caminho até o hospital foi tranquilo, fomos cantando e observei que Anthony começou a ficar agitado. E assim que Edward parou o carro ele saiu correndo. Era sempre assim, ele ficava nervoso quando via o pai e se trancava num estado de tristeza, que ninguém o conseguia tirar de lá. Cogitei a possibilidade de não o trazer para ver o pai por um tempo, mas isso só piorou a situação. Gostava de entrar com ele primeiro para que pudesse desabafar e chorar a vontade, sem que Sophie presencia-se, ela ficava assustada e achando que o pai iria morrer. Ainda bem que Edward pareceu perceber isso e demorou a chegar até o quarto.

—Ele vai ficar bom doutor? – quando cheguei no quarto, Anthony já estava fazendo milhares de perguntas ao médico que cuidava de Paul.

—Caius como vai?

—Isabella bem e você?

—Indo. Quais são as novidades? – coloquei as mãos nos ombros de Anthony. Caius me olhou e depois para Anthony e entendi que ele não queria falar na frente dele.

—Não vão me esconder as coisas. – ele pediu.

—Pode falar Caius.

—A situação do Paul piorou e não acredito que ele vá acordar.

—NÃO! – segurei firme Anthony.

—Sinto muito, estamos fazendo o possível, mas ele não responde.

—Ele vai morrer?

—Não Thony, não vai. Tenha fé. – abaixei para olhar nos olhos dele. – Vai dar tudo certo.

—Mentirosa! Ele não vai ficar bom e você vai ficar com aquele cara lá. – me acusou.

—Anthony Swan Black, não fale assim comigo. Nós não podemos desistir, a esperança é a ultima que morre, confie em Deus e ele vai fazer um milagre. Seu pai vai ser curado. Não importa o que os médicos digam.

Ele se acalmou um pouco e foi para o lado do pai, Caius se retirou nos deixando a sós. Logo Edward entrou com Sophie, que ficou feliz em rever o pai. Ela fez um relato para ele das coisas que estava fazendo.

Nos despedimos de Paul e encontramos com Edward nos esperando. Quando ele saiu levando Anthony, fiquei com medo. Não por ele o machucar, sei que ele jamais faria algum mal ao meu filho, já Anthony era meu medo. Fiquei o tempo todo apreensiva. O que eles estavam falando? E essa demora.

Quando os vi foi um alívio. Não parecia ter acontecido nada demais e quando Edward sugeriu que fossemos ao shopping, Thony nem reclamou e até se mostrou feliz, principalmente quando disse que iriamos nos brinquedos sozinhos. Ele ficou muito contente, já eu me senti mal por estar o deixando de lado.

Brincamos muito, fizemos compras juntos e paramos para tomar sorvete.

—Cansei. – declarou sentando.

—Também. Se divertiu?

—Muito mãe, obrigado e desculpa por ter gritado com você.

—Tudo bem, vamos esquecer isso para lá. Vamos ir, sua irmã deve de estar deixando o Edward doido já.

—Ela é doidinha por ele. – começamos a andar procurando por eles.

— É. E aí vai me dizer sobre o que conversaram?

—Não. É assunto de homens.

—Ok. – como assim “assunto de homens”? O que eles teriam para conversar. Fui tirada de meus pensamentos pela risada de Anthony.

—Mãe para de tentar descobrir o que é. E nem adianta perguntar ao Edward porque é segredo.

—Nem estava pensando nisso. – tentei mentir, mas não consegui. Ele acabou rindo de mim e fiz cócegas nele o “castigando”.

—Olha só Sophie quem achamos perdidos por aqui.

Parei com as cócegas e encarei os dois a minha frente, lambuzados de sorvete, molho e não sei o que mais. Coloquei as mãos na cintura, numa pergunta muda de o que aconteceu? Eles se entreolharam e um apontou para o outro.

—Eu não tive culpa. – Sophie foi logo tirando o corpo fora da confusão.

—Nem eu. Não sabemos de quem foi à culpa. – Edward a imitou.

—Sei. Filha vem com a mamãe, vamos dar um jeito nessa bagunça. Edward pode olhar o Anthony para mim um instante? – eles pareciam estar se dando bem, então não vi mal em pedir isso.

—É claro, encontramos vocês na praça de alimentação.

—Certo e obrigado. –ele sorriu em resposta.

Desde que Edward apareceu às coisas pareciam mais fáceis. Sei que só tem dois dias isso, mas para mim é como se fosse séculos. Sentia-me bem e acima de tudo meus filhos estavam felizes. Sophie tagarelava e quicava sem parar enquanto a trocava. Ela dizia o quanto estava feliz e amando o passeio. Quando encontramos com Anthony e Edward, Thony não estava abatido e triste. Estava conversando animadamente com Edward.

—Mãe, ele tem um monte de joguinhos maneiros posso ir a casa dele jogar? – fiquei surpresa com o pedido inusitado.

—Um dia, quem sabe. – respondi ainda confusa com a pergunta. Como as coisas mudaram tão rápido assim entre eles?

Sophie foi para o colo de Edward, e os três ficaram falando sobre jogos que nem sabia que existiam. Me concentrei no lanche e fiquei pensando nos últimos acontecimentos. Em como precisava e sentia falta do meu amigo. Em como só ele tinha o poder para me acalmar. E em como minha vida poderia ter sido diferente se não tivéssemos sido separados quando crianças.

—Terra chamando Bella, está me ouvindo? – olhei para Edward que ria sem parar de mim.

—O que foi?

—Você está tão pensativa, estou te chamando há um tempão, tudo bem?

—Sim. Tudo ótimo. Oh eles dormiram? – reparei em Sophie grudada em Edward e em Anthony que estava com a cabeça no ombro dele.

—Estou com medo de me mexer e ele cair, pode ajeitá-lo melhor aqui?

Levantei e troquei de lugar com ele, coloquei Anthony deitado e com a cabeça no meu colo, iria pegar Sophie também, mas ela estava agarrada a camisa do amigo e não soltaria por nada, mesmo ela estando dormindo.

—Nem sei como te agradecer por tudo.

—Dê um sorriso lindo e estamos quites. – lançou aquele sorriso torto que só ele tinha.

—É serio, esse dia foi incrível, as crianças amaram.

—E você?

—Também, obrigado meu amigo.

Segurei na mão dele e senti um choque passando por nós. Ele puxou a mão rapidamente e abraçou Sophie, os dois juntos era algo lindo de se vê.

—Fica assim que vou tirar uma foto. – peguei a câmera e tirei a foto. – Ficou linda.

—Deixe-me vê. – mostrei para ele. – É Sophie salvou a foto, vou querer uma cópia e depois vou querer uma com vocês três.

—E agora Edward pensa em ter filhos? – perguntei enquanto guardava a câmera na bolsa, quando me virei para olha-lo, ele estava com os olhos arregalados. – O que foi?

—Porque perguntou isso? – gaguejou.

—Por nada, é que antes você não queria ter, só queria saber se mudou de opinião, já que leva tanto jeito com criança.

—Acho que são seus filhos. Eles são ótimos.

—Até o Anthony?

—Sim. Ele é um garoto incrível. Ele só tem ciúmes de você e sente falta do pai. É compreensível.

—Foi sobre isso que falaram?

—Não tenho autorização para falar sobre isso. – é pelo visto isso de papo de homem seria levado a sério mesmo. – E respondendo a sua pergunta. Sim, agora eu penso em ter filhos, mas não vai acontecer.

—Porque, tem algum problema com você?

—Sim, só tem uma mulher que quero como mãe dos meus filhos, mas ela não vai me querer como pai dos dela. – me encarou sério. Que mulher seria louca de não quere-lo.

—Ela deve ser doida para não te querer.

—Ou talvez eu tenha chegado tarde. – declarou derrotado.

—Você a ama?

—Muito.

—Lute por ela então.

—É melhor não.

—Não entendo, se a ama vai deixá-la assim? – me irritei com a falta de atitude dele.

—As coisas não são fáceis assim Bella. É por amá-la que não luto por ela. - respondeu num tom baixo e firme.

—Eu não consigo compreender.

—Deixa para lá.

—Pensei que fossemos amigos. – reclamei por ele não me contar.

—E somos, só não quero falar sobre isso. O que acha de irmos? Está ficando tarde.

Olhei no relógio e já era quase 18 horas, Seth deveria de estar preocupado e atolado de serviços. Fui pegar Anthony e Edward me impediu.

—Deixa comigo.

—Posso saber como vai levar os dois?

—Assim. – colocou um de cada lado e começou a andar.

—Me deixa pelo menos levar a Sophie.

—Bella não se preocupe, está tudo tranquilo aqui.

E parecia estar mesmo. Caminhamos em silêncio até o carro.

—Pega as chaves no meu bolso, aqui na frente, por favor.

Engoli em seco e fui pegar as chaves, não sei se era meu nervosismo, mas o bolso parecia muito apertado e não conseguia achar as benditas chaves, comecei a suar e a tremer. Edward começou a rir e me entregou Anthony e pegou ele mesmo as chaves. Estava vermelha de vergonha. Imagina a situação, o bolso da frente está numa área muito delicada.

Assim que ele abriu o carro, colocamos as crianças lá e ele continuava rindo.

—Para Edward. – soquei o braço dele.

—Me desculpe, mais foi engraçado. Era só enfiar a mão e pegar.

—Era na frente. – ele parou de rir e entendeu o que quis dizer. – Estava com medo de pegar onde não devia. – tem como eu ficar ainda mais vermelha? Oh sim tem.

—Vamos esquecer isso, entra no carro.

Ele deu a partida e voltamos num silêncio agradável. Na hora de descer ele pegou os dois novamente, mas antes me entregou as chaves para que pudesse trancar o carro.

—Depois me entrega. – começou a rir lembrando-se do episódio do estacionamento no shopping.

—Estou morrendo de rir Edward.

Entrei na frente na lanchonete e estanquei quando todos me encararam. Alguns com raiva e outros preocupados.


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Notas finais do capítulo

Como eu amo esse Edward, ele é maravilhoso e incrível. Todos pegando no pé da Bella, não vai dar certo isso....
Comentem, palpitem e dê a opinião de vocês. Nos vemos em breve.
Bjim e até mais.



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