Reticências escrita por Rayanne Reis


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal e ai tudo bem? Como foi o Ano Novo? Espero que tenha sido otimo e que estejam bem. Vamos ao capitulo...



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POV Edward

 

Hoje tinha tudo pra ser só mais um dia normal e chato, como tem sido há 20 anos... Desde que minha melhor e única amiga tinha se mudado, nada tinha graça para mim... Como eu odeio a mãe dela por tê-la machucado, fazendo com que seu pai a levasse para longe. Nem pude me despedi dela, nunca mais vi Isabella.

Depois ter tentado acha-la desisti e fui seguir com minha vida. Não adiantaria ficar preso ao passado. Mas a verdade é que nesses 20 anos não deixei de pensar nela um só dia. Não entendi o porquê, foi só uma amizade entre crianças não deveria ser um sentimento tão forte assim. Era bobeira pensar nela, ela provavelmente nem se lembrava mais de mim...

Isso era em que tentava acreditar, mas tudo foi por agua abaixo quando entrei naquela bendita lanchonete.

Estava na Flórida há 3 meses, minha família tinha abrido um restaurante em Forks, e eu tinha ficado para ajudar, enquanto Alice quis expandir os negócios e abrir uma filial na Flórida.

Ela é uma excelente administradora, mas quando se tratava de cozinha, é melhor correr, ela é um desastre total. E como ela estava com dificuldades em encontrar um bom chefe, resolvi vir dar uma força. Na verdade fui praticamente obrigado a vir.

Eu não gostava de sair de Forks. De acordo com dona Esme eu esperava que Bella voltasse, por isso não saia de lá. Eu dizia que não, mas na verdade é que sim. Esperava igual a um tolo que ela voltasse para mim... Quer dizer pra Forks.

Bem, desde o dia que cheguei ainda não tinha saído para passear, a baixinha não me dava folga, precisava encontrar um assistente logo ou ficaria louco. Estava andando pelas ruas da ensolarada Flórida quando me deparei com uma lanchonete. Seria uma lanchonete qualquer, mas algo me dizia para entrar e não era o cartaz que dizia para entrar e experimentar o melhor taco da região. Era algo mais forte que não sabia explicar. Essa cidade estava mexendo comigo, talvez seja o sol, estou tão acostumado com o frio e com a chuva de Forks que agora estou endoidando aqui.

Entrei no local e achei bem agradável e meio bagunçado também. Várias pessoas gritavam por atendimento, resmungavam que estava demorando em serem atendidos. Já ia dar meia volta e ir embora quando algo, ou melhor, alguém se chocou contra mim. E foi aí que tudo mudou e voltou aos eixos.

— Me desculpe senhor não o vi aí. – começou a se desculpar a mulher que eu mantinha presa a mim impedindo que ela caísse.

Quando ela olhou pra mim deixou a bandeja que segurava cair e sorriu pra mim. O sorriso mais lindo que já tinha visto.

—Edward! Não acredito que é você.

Ela me conhecia? Esses olhos chocolates eu conhecia bem. Mas será? Eu não teria tanta sorte assim.

—Já vi que não está me reconhecendo, também éramos crianças, não foi nada demais apenas uma amizade de crianças... Que você esqueceu.

Ela estava triste achando que não a reconheci? Eu a reconheceria em qualquer lugar. Fiquei tão surpreso por encontra-la que fiquei sem reação, eu não acreditava no que meus olhos viam, achei que fosse algum sonho ou miragem, mas era real demais. Lembrei-me de tomar uma atitude quando uma lágrima rolou por seu rosto.

—Esquecer você? Nem se perdesse a memória, porque você não está na minha mente e sim no meu coração.

—O mesmo Edward de sempre hein!- ela me deu um soco no braço e eu a apertei num abraço forte.

—Você não sabe o quanto procurei por você Bella. Saudades minha amiga.

Continuei abraçado a ela e só soltei quando alguém gritou.

—Será que dá pra trazer meu pedido e depois continuar com isso? – ela se afastou constrangida.

—Desculpa me empolguei em revê-la. Você está linda Bella, os anos só te ajudaram. – tagarelava enquanto a seguia até o balcão. – Você trabalha aqui?

—Sou dona na verdade. – me respondeu enquanto pegava o que imaginei ser o pedido do cliente estressado.

—Estão com problema com pessoal? Só tem você servindo as mesas. – olhei o lugar lotado.

—Tive que cortar custos, só fiquei com o pessoal da cozinha mesmo. – outro cliente gritou irritado.

—Eu te ajudo, para que mesa é esse pedido? – peguei a bandeja das mãos dela e reparei na aliança que estava ali.

Casada... Foi como levar um soco aquela constatação. Droga, também, eu queria o que? Passaram-se 20 anos, e ela era só minha amiga de infância.

—Edward tudo bem?

—Sim Bella, então está casada?

—Sim. – respondeu com tristeza.

—E seu marido não a ajuda?

—Paul está no hospital.

Paul... Já odeio esse cara, deve ser um panaca total. Um sortudo de uma figa, mas ainda assim um panaca.

—Então é casada com um médico.

—Não Paul está no hospital como paciente. Ele está em coma há dois meses.

Ok, agora gostei um pouco do cara. Que minha mãe não saiba disso, ela com certeza iria me chamar de insensível e dizer que não foi aquela a educação que tinha me dado. Mas poxa... É. Eu era um babaca em ficar feliz pelo marido da minha melhor amiga estar quase morrendo.

—Sinto muito.

—Tudo bem. Estou levando. Agora com licença, preciso servir as mesas, já te atendo. – a parei.

—Você atenda o caixa e eu sirvo as mesas, tenho mais experiência que você. – antes que ela reclamasse já estava ao lado do cara chato que nem percebia e sabia das dificuldades pela qual ela estava passando e ficava resmungando.

Fiquei cerca de duas horas servindo as mesas sem parar um minuto. O movimento era intenso, eles deviam ser um sucesso. Não puder conversar com Bella, estávamos muito ocupados. Só tive uma folga quando um rapaz moreno e meio sem vergonha apareceu.

Ele chegou beijando a bochecha da Bella, mais que safado. Eu é claro cheguei junto.

—Bella a conta da mesa 3.

—Oh sim. – ela foi pegar a conta.

—Garçom novo Bells? – o rapazinho perguntou.

—Não Seth, esse é Edward meu melhor amigo. – Ela disse melhor amigo? Toma essa seu sem vergonha, quis fazer uma dancinha da vitória, mas achei que seria meio infantil isso.

—Então você é o famoso Edward? Achei que você nem existisse.

—Pois é, eu existo e como sabe sobre mim? – fui meio rude com o rapaz.

—A Bells sempre fala de você. Do melhor amigo dela. Ela até sonha com você e fala seu nome dormindo.

—Seth. – ela ralhou com ele e eu sorri de tanta felicidade. Ela sonhava comigo.

—Qual é Bells só estou falando a verdade. Sabia que meu irmão tem ciúmes de você?

—Seu irmão?

—É sou cunhado da Bella. Prazer Seth. – o cumprimentei feliz, ele não oferecia perigo. É Edward está ficando doido mesmo, que pensamento foi esse? Ele não oferece perigo, ridículo isso.

—Seth porque não vai trabalhar um pouco. – ela o empurrou antes que ele falasse mais alguma coisa que a constrangesse. O cara era legal, mas ainda odiava o irmão dele. – Não liga pra ele, sabe como são esses adolescentes.

—É eu sei, quantos anos ele tem?

—16. Ele está me ajudando aqui depois da escola. Mas me diz aí o que deseja?

—Você. – ela me olhou assustada e tentei contornar a situação, tinha dito a primeira coisa que me veio à cabeça. – Conversar com você é isso que quero. – ela respirou aliviada.

—Estava me referindo a algo de beber ou comer, o porquê veio aqui.

—Ah, é claro, tacos é o que vim comer.

—Os tacos bons são os de Paul. Os de Leah não são tão bons assim, mas se quiser eu peço para ela fazer.

—Você tinha que ter me enganado e ter dito boa escolha. Tem muito que aprender ainda.

—Para os outros eu até digo isso, mas para você tenho que dizer a verdade.

—Então esqueça os tacos e conte o que tem feito nesses 20 anos.

—Bem... Depois que sai de Forks e vim morar com meu pai e Emmett tive uma vida normal. Conheci o Paul uns dois anos depois que me mudei. Começamos a namorar quando tinha 15 anos e quando fiz 21 nos casamos, pouco tempo depois abrimos a lanchonete.

—Filhos?

—Dois. É um casal, Sophie e... – ela ficou vermelha de repente.

—E... – incentivei.

—Anthony, em sua homenagem. – ela falou baixo e rápido que quase não entendi. – Quando contei pro Paul o nome que tinha escolhido tivemos uma briga, ele tem ciúmes de você como o Seth disse.

—Ciúmes de mim? Por quê?

—Bobeira dele, agora me fale de você.

—Nada demais também. Desde que foi embora fiquei indo falar, ou melhor, tentando falar com sua mãe para descobrir onde estava. Então ela gritava comigo, me xingava de todos os nomes possíveis e dizia que nunca iria me contar e que não a veria nunca mais. Ela estava errada. Então nos saímos do ginásio e abrimos um restaurante no centro. Formei em gastronomia e ajudo os meus pais. Agora Alice inventou de abrir uma filial aqui e como ela tem um gênio impossível, nenhum chefe quer trabalhar para ela então fui obrigado a vir ajuda-la.

—Alice como ela está?

—Quase do mesmo tamanho. Ela está fazendo faculdade de economia e cuida da parte financeira dos negócios da família, ela é muito boa nisso, mas não sabe fritar nenhum ovo.

—E como ela veio parar aqui?

—Ela conseguiu uma bolsa de estudos aqui, já tem uns três anos. Você disse que seu marido estava em coma?

—Sim, ele sofreu um acidente de carro.

—Sinto muito - fui sincero dessa vez, ela estava triste e não gosto disso.

—Está sendo difícil cuidar das crianças, de casa, ir ao hospital. E sem falar que meu filho me culpa pelo acidente. - declarou cansada.

—E você teve culpa?

—Em partes, nos tivemos uma briga feia, o expulsei de casa, ele bebeu, dirigiu e bateu com o carro.

—Porque o expulsou?

—Achei que ele estava me traindo.

—E está?

—Não sei. Não o deixei se explicar. Paul estava andando muito estranho e recebi umas ligações anônimas dizendo que ele estava tendo um caso. E aí já viu.

—O estado dele é muito grave?

—Sim. – respondeu num sussurro.

—Bella – segurei a mão dela. – Eu te fiz uma promessa se lembra?

—Sim e você não cumpriu. – ela secou uma lágrima com a outra mão e olhou para parede.

—Eu sei. Mas agora estou aqui. Foi como se algo me puxasse até aqui, até você, para que pudesse cumprir o que te prometi. Bella eu não deixei de pensar um dia em você. Você é minha melhor amiga. E estou aqui por e para você. Dessa vez ninguém vai te afastar de mim. Eu vou cuidar de você.

Ela me abraçou forte quase se sentando no meu colo. E ali eu vi que não era só amizade entre crianças, era algo a mais que me prendia a ela. Dessa vez ficaria do seu lado, nada me impediria.

—Dá pra soltar a minha mãe?

Talvez existisse alguém capaz.


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Notas finais do capítulo

No proximo vocês conheceram o Anthony e a Sophie. Eles são uma graça, mas o Thony é meio marrento com o Edward, tem ciumes da mãe. Edward é maravilhoso, quero um amigo desses pra mim. Bella só sofre nessa fic, coitada. Essa situação com o marido... E agora que começa o dilema dela, será só amizade com o Edward? Ela vai deixar o Paul agora? Vamos indo descobrir pessoal.
Não deixem de comentar, nem que seja apenas uma palavrinha. Se quiserem recomendar, falar pros amigos...
Bem é isso. Bjim e até mais.



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