Bella tentava convencer a filha a não ir visitar o pai, ela não queria ficar perto do futuro ex-marido. Mas Sophie estava decidida, queria ir cuidar do pai e voltar para casa.

—Ele precisa de nós, está dodói mamãe. Porque não podemos voltar? Se fosse você ia querer a gente por perto? – choramingou ao lado da mãe, com um golpe baixo.

—É complicado filha. Só confie na mamãe, por favor.

—Nós podemos ir visita-lo? – pediu com a carinha que desarmava qualquer um.

—Podemos, mas é coisa rápida. Vá se arrumar. – a pequena saiu correndo animada, já Anthony encarou a mãe com tristeza. – Você também Thony.

—Eu não quero ir.

—Também não, mas vou ter que ir e você também. Quem vai cuidar de nós? – fez cócegas no filho.

—Podemos levar o Edward?

—Não. – respondeu com pesar. – Vamos evitar mais confusão e acredito que seu pai esteja armando alguma coisa. Ele está sendo muito bonzinho.

—Verdade, ele viu o jogo como se fosse um fã número 1. Ele nem gosta de basebol.

—Prefiro acreditar que ele esteja mudando, mas acho difícil. Vamos esperar para ver.

—Vou cuidar de você mamãe. – prometeu dando um forte abraço na mãe.

—Obrigado meu anjo. Agora vá se arrumar. – o empurrou para o quarto.

Paul estava terminado de preparar o almoço quando a porta foi aberta. Sophie correu para abraçar o pai. Anthony e Bella deram apenas um “oi” de longe.

—Fiz macarrão com queijo. O preferido da família. – apontou para forma. A boca dos três se encheu de água.

—Amo esse macarrão. Posso comer? – Thony pediu meio envergonhado.

—Claro que pode filho, espera esfriar um pouco. Enquanto isso vou terminar a torta de nozes.

—Posso ajudar? – Sophie pediu manhosa.

—Desde quando sabe cozinhar?

—O Edward ensinou e até deixou a gente ajudar.

Paul ficou tenso e deixou cair um prato no chão, que se partiu em milhares de pedacinhos.

—Que ótimo. – rosnou respirando fundo, procurando se acalmar, não queria perder o controle novamente. – Claro que pode me ajudar filha, será uma honra. – completou mais calmo e com um sorriso forçado.

—Eu vou pegar a vassoura para limpar isso. – Bella foi em direção à varanda, mas Paul a segurou pelo braço. Ela ficou tensa com o que ele poderia dizer ou fazer.

—Obrigado por ter vindo e ter trago as crianças. Estou muito feliz. Só quero mais uma chance de consertar as coisas e voltarmos a ser uma família feliz. – se aproximou um pouco mais e pegou uma mecha do cabelo dela. – Lembra-se de como éramos felizes?

—Lembro. E lembro como você acabou com tudo isso ao me trair. – sussurrou se livrando do aperto dele.

Paul começou a ensinar os filhos a fazer à torta. Os dois mostravam bastante interesse no que ele dizia. Ele nunca tinha preparado algo junto dos filhos, quando ele estava na cozinha não gostava que eles chegassem perto. Mas depois dessa experiência, prometeu que iria voltar a fazer isso mais vezes. Os filhos não precisavam de Edward para nada, ele poderia fazer qualquer coisa com os filhos.

—Foi legal isso papai. – Sophie ajudou a arrumar a mesa.

—Concordo princesa. Podemos preparar um almoço para família no domingo. O que acham?

—Eu acho ótimo.

—Não acho uma boa ideia. – Bella resolveu intervir.

—Porque não Isabella? O que tem de mais preparar um almoço para nossa família? Se quiser pode convidar o “super” Edward. – bateu com o pano de prato na mesa. – Olha, eu estou tentando consertar tudo, de verdade. Você poderia ao menos tentar o mesmo ou não ficar tentando separar os meus filhos de mim.

—Paul. – Bella o repreendeu tentando se controlar para não começar uma discursão na frente dos filhos.

—Me desculpe, vamos comer antes que esfrie.

Com o clima tenso, comeram em silêncio. A comida estava ótima e teria sido um almoço perfeito se o ambiente não estivesse absurdamente carregado. Assim que terminaram Bella lavou as louças enquanto Paul via um filme com as crianças. Depois que o filme terminou ela pediu que os filhos se despedissem do pai. Paul estava cabisbaixo e não tinha falado uma palavra sequer desde a discursão.

—Acho que podemos marcar aquele almoço no domingo. Chego cedo para te ajudar. – Bella sentiu-se mal pela tristeza dele.

—Seu amigo vai vir?

—Não, seremos apenas nós. Mas vou chamar o Emmett, a Rose e o papai. – ele abriu um largo sorriso.

—Não me importo. Espero vocês no domingo ou se quiserem voltar antes. Sabe que essa casa é de vocês.

—Eu sei. E Paul... – esperou as crianças descer para poder falar. – Estou disposta a fazer uma trégua. Você me dá o divórcio e prometo que você poderá ver as crianças todos os dias.

—Como isso vai funcionar? – perguntou com desdém.

—Você pode busca-los na escola e depois eu pego aqui. Ou alternamos os dias.

—Quero os meus filhos do meu lado sempre e não estou disposto a te perder. Eu te amo.

—Sabe que as coisas não serão assim. Pense até no domingo e voltamos a conversar.

—Eu não vou desistir sem lutar. Não mesmo. – prometeu vendo a esposa sair de casa mais uma vez.

Quando Bella chegou à casa do pai, Edward já estava lá os aguardando.

—Demoraram. – reclamou fazendo bico.

—Nos desculpe. Não planejávamos ficar por tanto tempo.

As crianças o abraçaram e foram para o quarto ver TV. Aproveitando que estavam a sós, Bella o beijou.

—Como foi lá?

—Um pouco tenso. Paul não quer me dar o divorcio e insiste que está mudando. Quer a família de volta. – o abraçou com força querendo conforto.

—Ele vai ter que aceitar, por bem ou por mal. Porque não entra com o pedido de uma vez? – Bella respirou fundo e volto a abraça-lo.

—Agora eu só quero me esquecer de tudo, ficar ao seu lado e aproveitar a companhia da minha família.

—Então vamos aproveitar. O que acha de irmos ao parque e fazer um piquenique?

—Vou arrumar as crianças.

—Será que seu pai se importaria, se assaltasse a cozinha dele?

—Assaltar o xerife na casa dele? – Bella pensou um pouco. – Não acho uma boa ideia, mas deponho ao seu favor. Pode pegar o que quiser, vou ver se encontro uma cesta.

Ajeitaram tudo rapidamente e foram até o parque mais próximo. Edward jogou bola com as crianças e juntos tentaram ensinar Bella, mas não obtiveram muito sucesso.

—Achei que você era uma esportista.

—Só porque patinava não quer dizer que sou boa em todos os esportes. – se explicou tentando fazer um arremesso e fracassando.

—É a mesma coisa mamãe, tem que ter foco e treinar um pouco.

—Para você é fácil, treina todo o dia. – desistiu de tentar e foi sentar um pouco.

—Eu gosto de jogar e tenho um ótimo treinador.

—O treinador ajuda e muito. Principalmente se for paciente e sabe respeitar o limite dos outros.

—Ok. Entendi a indireta e já pensei no assunto. – ele a encarou esperando a resposta. – Aceito ser a treinadora de patinação. – os três comemoraram. – Sempre amei patinar, o que não gostava era da pressão que minha mãe fazia. Quando sofri o acidente e fui proibida de patinar, achei que nunca mais poderia desfrutar dessa liberdade que sinto quando estou no ringue. Mas naquele dia... Percebi que poderia ter isso novamente e poder treinar crianças será algo maravilhoso, poderei mostrar a beleza da patinação e ser diferente da minha mãe.

Edward a abraçou, sem se importa com a presença das crianças.

—Você nunca foi, é ou vai ser igual a sua mãe. Você é muito melhor do que ela. Tem caráter e respeito. As crianças que treinar, serão as mais sortudas do mundo e terão a melhor treinadora que alguém possa ter.

Bella o abraçou com força e com os olhos úmidos.

—Eu não te mereço. – o beijo lentamente, as crianças riram e voltara a brincar, deixando os dois aproveitar o momento.