—Jacob, meu irmão. Senti sua falta. – Paul deu um abraço apertado no irmão para o choque total de todos. – Vai ser bom passarmos um tempo juntos, papai ficará feliz em ver que estamos nos dando bem.

Jake sorriu sem graça. Ele não queria passar nem um minuto ao lado do meio-irmão, mas também não poderia deixar que Bella e as crianças ficassem sozinhas com ele. Paul estava tramando alguma e Jacob iria descobrir o que era. Só não sabia como iria fazer para cuidar dele, talvez pudesse pedir ajuda a Rachel e Seth. Apesar de serem irritantes, eles poderiam ajudar de alguma forma e também tinha Leah, ela sempre o ajudará em tudo e ele sentia falta da ex-namorada. Precisava resolver as coisas com ela de uma vez por todas, principalmente agora que sabia que ela não o traíra com o meio- irmão.  

—Será um prazer enorme. Podemos ir? – colocou a mão com um pouco de força desnecessária sobre o ombro dele para ajuda-lo a caminhar e o manter afastado de Bella.

—Vão me visitar amanhã? – suplicou à família, tentar sair do aperto do irmão, sem sucesso.

—Vamos sim papai. - foi Sophie quem respondeu por todos e se despediu do pai com um beijo.

—Obrigada querida, amo você mais do que tudo.

Paul deixou ser levado pelo irmão. Ele queria que a família voltasse com ele, mas aceitaria de “bom grado” a ajuda de Jacob. Os dois nunca se deram bem e ele sabia que ele só tinha se oferecido para ajuda-lo para que Bella não o tivesse que fazer.

Assim que chegaram ao apartamento encontram com Leah arrumando as coisas na lanchonete, ela se surpreendeu ao ver os dois irmãos juntos.

—Jacob. – cumprimentou baixo voltando a limpar as mesas.

—Leah como foram às coisas? – Paul perguntou feliz.

—Er... Bem, Rachel e Seth me ajudaram, mas eles já foram. Só estou terminando aqui e também já vou indo.

—Leah. Espera, precisamos conversar. Vou ajudar o Paul e já desço. – ela assentiu, vendo uma luz no fim do túnel para o seu relacionamento.

Depois de ajeitar Paul na cama, preparar um lanche para ele e lhe dar todos os remédios, Jacob desceu e encontrou com uma Leah muito nervosa.

—Antes de qualquer coisa, quero dizer que eu nunca tive nada com o Paul. Eu seria incapaz de te trair e nunca magoaria a Bella dessa forma, sabe que a considero como uma irmã. – começou a se desculpar, prestes a chorar.

—Eu sei disso. Desculpa se duvidei de você. Mas você começou a agir de forma tão estranha e sabia do caso dele e nunca disse nada. Como imaginou que seria minha reação diante disso?

—Eu sinto muito mesmo Jacob. Eu sabia do caso do Paul, mas eu não podia contar, não cabia a mim essa tarefa. Eu cheguei a confronta-lo e pedi para que ele contasse a verdade para Bella. Mas ele ameaçou me despedir e você sabe o quanto eu preciso de trabalho.

O pai de Leah tinha falecido quando ela era criança e a mãe dela era muito doente precisava de remédios caros e Paul era quem arcava com as despesas médicas dela. Sempre fora muito amigo de Leah e a ajudava sempre. 

—Leah, porque você não me disse nada? Sabia que poderia te ajudar. – ele a abraçou e ela sentiu todo o carinho e amor que os dois tinham.

—Eu fiquei com medo Jake. Foi uma tremenda estupidez, eu sei, mas a vida da minha mãe estava em jogo e para sermos sinceros, você não teria muitas condições de me ajudar. Não ganhamos muito aqui.

—Tem razão, mas agora eu posso e vou te ajudar. Estou ganhando bem no meu novo serviço. Já aluguei um lugar melhor e você e sua mãe podem ir morar comigo. Vou cuidar das duas. – prometeu a abraçando mais forte.

—Oh Jake, eu te amo tanto. – colocou os braços em volta do seu pescoço e o beijou com todo o amor que sentia. Eles eram o casal perfeito, que se amam muito e agora que estavam juntos, não iriam se separar nunca mais. Deixaram as coisas de lado e ficaram um bom tempo matando a saudade.

Jacob atualizou Leah dos fatos e ela concordava que Paul estava diferente. Contou sobre a visita de Sue ao filho e como a postura dele tinha mudado desde então. Apesar de também ser Team Edward e torcer para que ele ficasse com Bella, Leah achava que Paul precisava de ajuda e que Jacob deveria fazer isso, estava na hora deles agirem como irmãos. Ele prometeu que iria fazer um esforço sobrenatural para tentar ajudar um pouco, mas que ela não esperasse por muito.

Mesmo não sendo a resposta que esperava, ela sorriu por ele estar ao menos tentando. Ofereceu para ficar e ajudar, mas Jacob a “expulsou” de lá e a mandou ir para casa e descansar um pouco, no dia seguinte eles resolveriam como seria a mudança e o que fariam com Paul.

—Não sei se isso foi uma boa ideia. – Bella comentou visivelmente preocupada. Edward ficou irritado com a preocupação dela.

—Eu achei muito bom. Quem sabe o Jacob não dá um jeito no irmãozinho dele.

—Edward, por favor. – apontou para as crianças que ouviam atentas a tudo.

—Desculpa. Não foi legal mesmo. Vamos ligar para ele depois e ver como estão às coisas.

—Acho que está ficando tarde. Hora de dormi. Deem boa noite para o pessoal. – Sophie e Anthony obedeceram, com um pouco de relutância, a mãe. Não queriam dormir, mas o olhar da mãe era de quem não aceitaria ser contrariada. Edward também resolveu ir embora e arrastou Alice de lá. Deu um beijo rápido em Bella e se desculpou mais uma vez.

—Está chateada comigo?

—Não, não. Só não quero que fale assim perto das crianças, não quero que eles vejam o pai como o vilão. Por mais que ele seja, quero que tenham uma boa imagem do pai e que o amem. Te vejo amanhã?

—Estarei contando as horas para isso. – garantiu lhe dando mais um beijo.

Jacob acordou cedo com uma enorme dor nas costas, deveria ter dormido na cama dos sobrinhos, aquele sofá era péssimo. Estava se esticando quando Paul apareceu na sala com uma xícara de café.

—Café? – ofereceu com um sorriso enorme. Jake olhou desconfiado para o meio- irmão e estava preste a rejeita quando ele insistiu. – Pode aceitar sem medo, não coloquei veneno. – respondeu brincalhão como se fossem grandes amigos. Sem alternativas ele acabou aceitando.

—Vamos Paul, me diz o que está aprontando. Você está diferente. – pediu tomando o café que ele teve que reconhecer que estava ótimo.

—Jacob, eu sempre fui assim. Você que nunca me deu a oportunidade de me aproximar de você. Sei que o que o papai fez foi muito errado, ele não deveria de ter abandonado você e a sua mãe. Eu sinto muito, mas nós não temos culpa de nada. Temos que ser unidos irmão. – colocou o braço ombro dele, como forma de camaradagem.

—Sem essa para cima de mim Paul. – levantou irritado.

—Tudo bem, se não quer acreditar eu vou te provar e vou provar a todos. Eu amo a minha família e isso inclui não só meus filhos e minha esposa, como você também. Sabe o que devíamos fazer? Chamar o Seth e a Rachel e fazer um programa de irmãos. Podemos ver um filme. – foi em direção ao telefone. – Vai ser ótimo, o quarteto fantástico junto.

—Eu tenho que ir trabalhar.

—Ah que pena irmão. Vou ficar sozinho?

—Vai ter que se virar. Eu vou à noite. Não saia daqui. – ordenou.

—Pode deixar Jake, e sem falar que minha família vai vir me visitar. – comentou animado.

—Por falar nisso Paul. Não apronte nada para cima deles, estamos de olho em você. – ameaçou.

—Jacob, eu nunca machucaria a minha família. Aquilo foi uma coisa de momento, eu estava meio grogue por causa dos remédios, mas já conversei com o médico e ele trocou a minha medicação. Agora está tudo bem, em breve estarei novo em folha e vou recuperar minha família e mostrar que eu os amo de verdade.

—Não vou discutir mais. Só não tente nada e se cuida.

Jacob estava sendo realmente sincero, ele queria que o meio irmão ficasse bem. Não acreditava na sua mudança, mas tinha que admitir que antes do acidente, Paul era um bom pai, principalmente com Sophie, ele fazia de tudo por ela, com Anthony não era muito diferente, mas ela era a princesa do papai e recebia grande parte de sua atenção. Ele nunca tinha o tratado mal, os dois não conversavam, mas também não brigavam, era cada um no seu canto. E talvez todos tivessem razão, estava na hora dos dois se darem bem.

Isso não significava que os dois seriam grandes amigos e que Jacob fosse ajuda-lo a reconquistar a família. Mas ele estava mesmo disposto a tentar melhorar a relação dos dois e agirem como pessoas civilizadas.

—Tenha um bom dia de trabalho irmão.

Antes de sair, ele pensou se Paul estava ou não sendo realmente sincero quanto a isso.