Como prometido, em 10 minutos Edward chegou ao parque, estava sem fôlego de tanto correr. Encontrou com Bella sentada no balanço olhando para os próprios pés.

—Oi. – sentou ao lado dela, ainda respirando ofegante.

—Você veio correndo? – perguntou espantada.

—Estacionei o carro a umas duas quadras, para evitar problemas.

—Você é absurdamente incrível Edward. – começou a chorar e Edward ajoelhou a sua frente.

—Hey Linda, não chore, eu estou aqui. – segurou suas mãos a confortando.

— Paul e eu tivemos uma discursão e ele teve a coragem de admitir que me traiu, eu senti tão raiva.

—Você ainda o ama? – perguntou olhando para o chão. Bella segurou no seu rosto e o encarou.

—O único homem que verdadeiramente amei é você Edward. Só você. – ele abriu um largo sorriso. – Mas dói saber que fui enganada. Eu poderia ter acabado com esse casamento há muito tempo e agora não estaríamos sofrendo.

—Você pediu o divórcio?

—Ele nem me deixou. Ameaçou ficar com as crianças.

—Ordinário. Se eu pudesse ia até lá e acabava com ele. Jacob está certo, ele não deveria ter se recuperado.

—Edward?

—Desculpa Bella, mas é a verdade. Tudo seria mais fácil sem ele no caminho. Tenho vontade de...

—De nada Edward. Você não vai fazer nada. Promete que vai ficar longe do Paul. – suplicou, ela não queria mais confusão.

—Não posso prometer isso. Se ele ousar ficar no nosso caminho, eu não respondo por mim. Quem ele pensa que é para exigir algo?

—Infelizmente, ele é o pai dos meus filhos e tem os seus direitos.

Edward levantou passando a mão nos cabelos e amaldiçoando Renée por ter feito com que eles se separassem quando crianças. Se ela fosse uma boa mãe, Bella teria ficado em Forks e hoje eles estariam juntos, felizes e longe de toda essa confusão. Ele queria poder fugir e levar Bella e as crianças para bem longe de lá. Mas sabia que se fizesse isso Paul, iria colocar a polícia atrás deles e seria pior. Apesar de amar com todas as forças a amiga, ele não poderia prejudica-la e muito menos fazer com que ela ficasse sem os filhos. Ele precisava encontrar logo, um jeito de resolver essa situação ou iria enlouquecer. Não conseguia ficar mais um dia longe da mulher que amava e das crianças que considerava como filhos. Sophie com seu jeito doce e inocente e Anthony, o garoto que o odiava quando se conheceram, mas que agora o amava como um pai. Ele sentia orgulho da evolução que o garoto estava tendo no baseball, ele era dedicado e muito esforçado, parecia um homenzinho e não uma criança. O jeito que ele cuidava da mãe, era tão fofo.

—O que está pensando? – Bella abraçou Edward por trás.

—Em tantas coisas, como as nossas vidas poderiam ser diferentes, nos seus filhos, especialmente no Thony. Aquele garoto vale ouro Bella.

—Eu sei. Sabe se não tivesse me casado com o Paul, não os teria. Por isso sou agradecida por tudo. Eles são a minha força e a razão para não me arrepender de nada.

—Eu queria que eles fossem meus. – declarou triste.

—Eles são Edward. – se virou para ela.

—Queria que o meu sangue corresse neles.

—Eu também queria. – o abraçou forte e o beijou.

Quando estava nos braços de Edward, era como se tudo desaparecesse, era como ser envolvida em uma bolha, onde nada de ruim poderia entrar e atrapalhar aquele momento de felicidade. Na bolha deles tudo era perfeito, simples e fácil. O amor é isso. Bella nunca sentiu isso com Paul. Ela por diversas vezes se perguntou por que decidiu se casar com ele. Talvez tenha sido levada pelo momento, afinal Paul era carinhoso e parecia ama-la. Eles se conheceram jovens e tiveram aquele romance de adolescentes e o tempo foi passando e parecia o certo ficarem juntos. Mas ela sempre se pegava pensando no amigo, no começo não sabia do que se tratava, achava que fosse só um carinho de amigos mesmo, apesar do pouco tempo em que passaram juntos, Edward foi seu primeiro amigo, o garoto de cabelo estranho que cuidava dela e a protegia da mãe.

Ela se lembrou de quando Renée a fez treinar por horas, sem nenhuma pausa. Os pés de Bella estavam inchados e suas pernas doíam, todo o corpo doía, ela levará muitos tombos por conta dos movimentos arriscados que estava executando. Ela pediu para que a mãe lhe desse um descanso, mas ela insistia para que a filha continuasse a treinar. Edward estava acompanhando o treino e a observava sentado na arquibancada, dando gritos de incentivo, para ele Bella era a melhor. Ele sempre ficava encantado quando a via patinar. Como ele mesmo gostava de dizer, ela parecia um anjo flutuando. Foi assim que ele se apaixonou por ela. Naquele dia, quando Renée foi até Phill para discutirem os detalhes sobre o campeonato, Edward acenou para que Bella saísse do ringue. Ela mais que depressa o fez, e como a mãe não estava vendo, foi até o amigo que a puxou e a levou para sua casa, onde passaram a noite comendo chocolate e assistindo filmes. Esme encontrou os dois no quarto do filho já dormindo, ela ligou para Renée que estava desesperada atrás da filha, ela queria ir busca-la imediatamente, mas Esme pediu para que os deixasse dormi e prometeu que levaria sua filha bem cedo no outro dia para casa. Foi nesse momento que ela percebeu que o filho era apaixonado pela amiga, ela viu o tanto que o filho sofreu esses 20 anos longe dela e por isso que agora estava feliz em ver que eles tinham se reencontrado e estavam procurando uma forma de ficarem juntos. Bella apanhou muito da mãe naquele dia, mas ela se sentia feliz por ter tido aquele momento com o amigo. Essas escapadas dos dois ocorreram algumas outras vezes.

Bella quebrou o beijo sorrindo.

—O que foi?

—Nada, apenas estou me lembrando das nossas escapadas. Você me entupia de chocolate, não sei como não engordei.

—Você praticava exercício, merecia uma recompensa. Por falar nisso advinha o que eu trouxe? – Edward colocou a mão no bolso e tirou de lá um chocolate.

—Certo, agora não pratico mais exercícios, então pare de me encher de chocolate. – deu um tapinha nele de brincadeira.

—Tenho em mente outros exercícios para poder praticar. Queima muitas calorias. – sugeriu maliciosamente sorrindo torto.

—Edward. – Bella lhe deu outro tapa.

—Hey, deixe de ser pervertida, nem estou falando disso. - A puxou para seus braços. Bella ruborizou e escondeu o rosto no peito dele.

—Achei que fosse isso que sugeriu. – murmurou envergonhada.

—Ok, eu confesso, estava pensando nisso sim. Mas eu prometo que vou esperar o seu tempo. E se já esperei tantooo tempo – fez um pequeno drama arrancado risadas dela – Posso esperar mais um pouco. Bella, eu quero ter filhos com você. – declarou a fazendo tremer.

—Vamos com calma certo? – pediu se afastando um pouco.

—Isso é para o futuro Bella, mas quero que vá pensando no assunto. Dona Esme ficaria feliz em ter um netinho.

—Ela já tem dois. – Bella corrigiu.

—Você entendeu o que quis dizer. – ela assentiu ainda envergonhada.

—Certo. Conversaremos sobre isso depois. Acho que as crianças ficariam felizes em ter um irmãozinho. – Edward a rodopiou animado com a possibilidade de ter uma miniatura sua por aí.

—Mas voltando ao assunto de outro tipo de exercícios. Estive conversando com o dono do centro de patinação e ele ficou encantado por você, até demais para o meu gosto – murmurou com ciúmes. – E ele está procurando uma treinadora talentosa e maravilhosa.

—Já sei aonde quer chegar e não. Eu não vou ser treinadora.

—Bella. Porque não? Você é maravilhosa e seria uma excelente treinadora, muito melhor do que a sua mãe, pois você sabe como respeitar os limites de cada um. Você seria perfeita.

—Edward, não é como há 20 anos. Eu não posso ficar fazendo essas coisas.

—Bella, você pode tudo. Pensa com carinho nisso. Eu vi como estava feliz lá. É o que você ama fazer. Não deixe um tornozelo te impedir de ser feliz. Já se passou muito tempo, você pode voltar a fazer isso. – Edward lhe assegurou.

—Vou pensar no seu caso. – ele comemorou a beijando.

Eles ficaram por mais alguns minutos na bolha dele, até que tiveram que se separar. A cada momento Bella sentia que as coisas mudariam para ela e que ela podia ser feliz e realizar todos os seus desejos. Do que dependesse de Edward, isso seria realmente possível.