Sublimes Sonhos escrita por Jonathan Loppes


Capítulo 6
Verbo morrer




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"Você não está dizendo que eu irei morrer, está? Aumentei o tom de voz "Você é maluco?...Quem é você?" Gritei "O que eu preciso fazer?" Bradei alto.

"Matar." Respondeu Pedro rapidamente e rispidamente.

"O que?" Meu rosto se enrigeceu.

"A única maneira de levar a sua alma ao extremo do pecado, e quebrar esse vínculo é matando quem começou com tudo isso." Entre cada palavra a dor em seu olhar se mutiplicava.

"Um anjo..." Afirmei depressa "...Um anjo começou com tudo isso, logo um anjo tem que ser morto." Quando disse em bom som a palavra morto, meus pés cambalearam e vi a dor do desconhecido dentro de mim.

"Sim. Um anjo ou..." Ele abaixou a cabeça e sussurrou "...aqueles que fizeram você."

Afoguei meus pés na água deixando que ela passasse lenta acima dos meus joelhos, com certa relutância da minha mente meu corpo se impulsionou enfrentando o corpo de Pedro como se fosse agredi-lo, como se isso eu pudesse fazer.

"Você é um viado, filha da puta..." Senti minha raiva crescendo por cima da paixão "...Que acha que eu sou uma retardada para acreditar nas merdas que diz, eu nunca matarei a minha mãe...Nunca." Gritei dando as costas e caminhando até a margem onde Rex se encontrava.

Pedro ficou apenas me observando como se fosse uma obra de arte perfeita.

"Eles irão matar você." Gritou Pedro enquanto eu entrava na floresta.

"Vida por vida eu escolho a deles." Gritei sem se quer olhar atrás.

Entrei na floresta deixando um silêncio para trás, um silêncio que só fazia meu coração oscilar forte. TUM-TUM. Frente e trás. Não fazia ideia em que ponto do Jenna estava e donde na floresta adentrava, mas eu precisava fugir daquilo tudo. Não temia aos perigos da floresta porque os perigos de que fugia eram bem maiores. Dei alguns passos adentrando na floresta escura, pulei alguns galhos, e caminhei um pouco mais quando fui cuspida pela floresta encontrando a luz repentina amarelada da varando com oscilações de uma luz vermelha que vinha do carro de polícia estacionado próximo. Não fiquei intrigada com a estranha maneira que chegara em casa porque havia coisas maiores para me intrigar. Caminhei até a porta ouvindo o falatório e meu nome constantemente, abri a porta e me espantei com os gritos de alivio.

"Hannah, minha filha!" Gritou minha mamãe me agarrando em um abraço.

"Meu deus Hannah, você nos deu um susto." Falou papai no meio dos comentários que faziam todos naquela sala. Um policial Negro calvo carregava um cracha com o nome Solsa, Melanie sentava no braço do sofá acompanhada de Mia, que me olhava fixamente. Tatiane, a nova namorada do papai parecia não estar muito interessada no que acontecia ao seu redor, e cinco senhoras do grupo de oração da igreja titubiavam sobre o meu desaparecimento.

"Onde a senhorita esteve até as três da manhã?" Perguntou o policial aquilo que esperava minha mãe perguntar.

Três da manhã. Era incrível como nada tinha sentido quando estava com Pedro. O dia vira noite e a noite madrugada em minutos.

"Tentei ir ao Jenna por dentro da floresta, mas me perdi." Disse me perguntando se Jesus mentia, e a resposta me parecia óbvia.

"Procararam você por toda parte." Retrucou o Sr. Solsa.

"Eu vi você correndo em direção a floresta enquanto chegava" Falou Mia me abraçando de lado.

"Humm!" Resmunguei.

"Por que corria e não andava, senhorita? E como conseguiu voltar para casa?" Me interrogou o polícial.

"Já chega, né! O importante é que já está tudo bem." Falou Susi me tirando do meio da roda de pessoas e perguntas.

"Só pergunto porque estou acostumado com adolescentes desaparecidos, vivendo uma história de amor e aventuras com amigos" Falou o polícial com veemência.

"Eu sou amiga dela, e sei quando Hannah mente." Falou Mia o que esperava que papai dissesse.

"Bom, se já esta tudo bem é melhor deixar Hannah descansar." Falou papai enquanto Melanie se juntava a Tatiane.

"Ela sempre tem que chamar a atenção." Ouvi Melanie comentar com Tatiane e identifiquei a cumplicidade que havia entre as duas.

As senhoras se reuniram em oração para agradecer a Deus, e toda vez que tocavam no nome de Jesus. O desconhecido vinha na minha cabeça. Alma sinônima de Deus. Todos se despidiram e às cinco me aprontei para dormir.

Com certeza esse é um dia de que não me esquecerei jamais, tive medo de sonhar com ele novamente, sentir seu olhar vidrado em mim foi como me afogar no mar de rosas, uma sensação incrivelmente confortante.

Às seis da manhã senti sede e desci a escada cruzando a sala e chegando até a cozinha abri a geladeira sonolenta. Uma garrafa de refrigerante despencou nos meus pés causando um estouro, e acabou espalhando refrigerante por todo lado, fui até o banheiro me limpar, e quando voltava acabei escorregando. Senti uma forte dor que me fez levar a mão a testa para verificar se sangrava. Não estava sangrando, mas a dor era intensa, enxerguei uma gaveta posta num vazio, me apoiei na gaveta e quando fui me apoiar para levantar. A gaveta correu despencando sobre mim talheres, e uma faca perfurou um dos meus braços. O verbo morrer gritou brado na minha mente. Tirei a camisa e amarrei em torno da perfuração esperando que o sangue coagulasse, esperei até que a dor se passasse e me levantei sobre os joelhos, fui até a sala dando de cara com a minha mãe.

"O que está acontecendo Hannah? Hoje você realmente está afim de uma confusão?" Disse com cara de sono.

"Só me machuquei!" Disse.

Mamãe me fez um curativo, e conversou comigo na cama até que pegasse no sono de novo. Tive que mentir um pouco mais sobre a minha suposta aventura na floresta e mamãe pareceu acreditar. Não era sonho. Eu sentia seu tato em minha pele. Ele me tocava...E eu abri os olhos me despertando de cara com os olhos dele. Me apaixonando de novo, e de novo por ele.


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