Sublimes Sonhos escrita por Jonathan Loppes


Capítulo 13
Amando.




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Antes verdadeiramente acreditava que essa história poderia acabar bem, como se um lâmpada acessa iluminasse meu caminho e mente, porém agora percebo que deixei esta lâmpada se espatifar pelo chão deixando a esperança num escuro notável. E agora simplesmente não consigo acreditar que tudo vá dar certo. Talvez essa esperança tenha se esvaído no momento em que sua boca sibilou "não" e seus olhos assentiram. Ele me rejeitara, e me causou uma dor e vergonha que a espada no meu peito não poderia causar jamais.

Pedro foi caminhando pelo chão, enquanto Rex fora com o meu peso nas costas. A paisagem era sutil, as árvores era de um verde-musgo que deixava mais e mais pacato aquele cenário. Fomos os dois cada vez mais lentos. O extremo sul. No extremo sul estaria a minha morte. Aquelas árvores me transmitiam paz e vivacidade, a vida que agora não enxergava em mim mesma. Agora tanto faz viver ou morrer, sei que estou amando demasiadamente, perigosamente apaixonada por quem me rejeita com toda a alma. Todo mundo já sentiu o que sinto agora, amar alguém que não te ama. Todos devem saber a dor que sente aquele que não tem seu amor correspondido, porém nunca antes houve alguém que amasse um outro alguém como eu. Como eu o-amo. Com toda a minha alma e coração, estou tomada por tamanha dor, dor de amor. A morte pra mim é tão certa como a força que o sol traz em sua luz. Irei morrer mas não me importo, porque simplesmente não conseguiria viver mesmo onde ele não existisse. Eu o-amo o bastante para renunciar o mundo onde ele me despreze.

Cada curto passo que se estendia em direção aos campos germinantes do sul, os pés de Pedro se tornavam mais pesados a tocar a terra úmida e tudo nele expirava tristeza e dor, como se escárnios o-ferissem o coração. Nessa trilha que termina na morte nem mesmo Rex deixava escapar som qualquer para quebrar o silêncio gélido. Ainda me deparava com a pele corada nas maças do rosto, devido a vergonha que sentia não só de Pedro como também de Rex. O céu límpido eram apenas pixels por detrás das folhas que se aglomeravam nos altos das árvores, folhas latifoliadas se misturavam a poucas espécies de animais e as árvores formavam colunas grandes e espessas, porém deixando grandes espaços em vão por onde Pedro guiava Rex, e a mim. Enquanto cada galope de Rex se seguia ao extremo oposto norte meu coração transpôs meus ossos a cada batida violenta; 

Passou se mais poucos minutos quando as ramagens se tornaram mais escassas, e em poucos trotes que pisavam os verdes da terra , chegamos em   um campo onde a grama ainda germinava lentamente. Um veado ao perceber a presença de Rex se enfiou na floresta oposta a nós, fiquei em posição de defesa e Pedro deu passos mais a frente como se esperasse por algo, na verdade por anjos. Tirou a camisa lentamente e procurei não sentir nada, quis me concentrar na minha morte, e apesar dos pesares eu era apenas a presa em meio aos leões. Diante daquela máscula cena abriu suas assas encardidas alcançou as mãos na altura da nuca enfiando os dedos nas penas imundas e retirando como um mágico em um circo de horrores a espada de ouro de dentro de si próprio, a espada era longa e espessa em puro ouro, me senti segura, como não me sentia antes, mas como meus pensamentos são jorros de veneno que se modificam de sabor a todo instante, despistei aqueles pensamentos de segurança ao me lembrar do "não" que recebi a momentos atrás. Saltei de Rex e me aproximei poucos passos, o silêncio em tempos e tempos era interrompido por pássaros que assistiam a minha aflição de perto, Pedro me cravou seu olhar como um vampiro que crava os dentes num pescoço humano, aquiesci e simplesmente meus pés vacilaram e me deparei com o olhar de Rex fixos aos meus.

Um vestido que combinava um céu se amanteigando de cores em tons rosas e laranja cobriam do meu corpo a pés, Pedro sorria largo deixando os dentes nus, revelando um olhar limpo de mágoa e lindo, me abraçava apertado e afrouxava à medida que beijava com os lábios molhados o pescoço. O rio Jenna passava pelos meus tornozelos. Fora incrível. Sentia seu peito tão perto dos meus e oscilava em prazeres distintos e singulares.

Acordei da hipnose que Rex me causara com um sussurro por cima de trotes.

"Está na hora, é agora!" Pedro sussurrou e meu coração parou quando me desvinculei com o olhar de Rex e dei as costas para o mesmo permitindo que meu olhar revelasse um exército, maior do que esperava . O campo se tornara pequeno perto da multidão de anjos, e todos estavam ali por um motivo: Assistir a minha morte.


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