Sublimes Sonhos escrita por Jonathan Loppes


Capítulo 11
Linha Tênue


Notas iniciais do capítulo

Se algo está confuso pra ti sobre Sublimes sonhos esse capítulo irá lhe esclarecer.



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Ele ficou ali parado. Com sua íris imóvel em cima de mim, não respirava ou suspirava. Suas assas continuavam lindas e imundas, porém seu corpo tinha a ausência de vida que me encarava de frente. Rex relinchava como antes nunca, com desespero. Mesmo nessas condições Pedro continuava com a pele perfeita e corada pelo sol natural de sua auréola. Minha mão tremia e eu não sabia se era devido ao peso que carregava ou se era sintomas do meu sofrimento. Equilibriei a espada dividindo o peso entre as mãos e suspirei no mesmo momento em que uma lágrima despencou do meu olhar.

"Eu não posso!" Gritei e a floresta pareceu responder ao meu grito "Eu não matarei você! Não dá!" 

"Apreste atenção..." Pedro se aproximou pondo o dedo na minha boca me fazendo calar e automaticamente a espada se fez no chão. "...Só temos essa opção. Se você morre, eu morro. Seu eu morro, você vive. Nas duas alternativas eu tenho que morrer." Seus olhos eram secos.

"Eu não entendo." Minha voz saiu nasal devido ao choro.

"Eu não posso voltar a ser o que era antes. Eu decidi salvar você! Se agora você me matar, você quebra todos os seus laços com a perfeição e se subtrai a esse mundo em que vivemos...Você se lembra de Zhaã?" Ele estava tão perto de mim que pude sentir seu hálito.

"A alma sinônima de deus." Respondi.

"Você tem que fazer algo como se Jesus matasse Deus, o filho matando o pai, a criação matando o criador." Enfim Pedro começou a parecer sentir algo. "Matar um qualquer é fácil, há gente fazendo isso todo dia. Agora, matar quem cuida de você, quem te gerou... isso é abominável. É ingratidão. Isso lhe põe semelhante ao diabo. Você sabe o que isso significa?

"Que se eu te matar eu vou para o inferno?" Senti meu rosto se petrificar enquanto eu raciocinava.

"Não se preocupe com isso. Deus é justo, os anjos que não.Cada vez estamos mais homens e mais corruptos..." Seu olhar se desviou dos meus, e devagar voltou ao meu foco "Zhaã não teve a chance de se salvar, mas você terá. Se eles te matarem, morrerei em seguida, não nas mãos de Verbena, e sim nas mãos da dor." Isso me soou romântico "Seja ingrata com aquilo que vem dos céus. Eu desisti de muita coisa por você. Então você me deve esse favorzinho. Me mate." Ele se afastou como se o assunto já tivesse decidido. E não estava.

 Ele agia calmo mesmo quando seu coração emitia um barulho do seu peito que evidenciava o contrário. Ponderado. Sensato. E tão corajoso ao ponto de se entregar nas mãos de uma desequilibrada. Eu estava completamente e assustadoramente apaixonada pelo olhar que me ganhara desde a primeira piscadela e ao lembrar dessa paixão sussurrei em bom som.

"Eu não consigo!"

 Pedro pareceu um doente mental que surta de repente. Da calmaria fez se o caos. E ele gritou:

"Você vai me matar!" Arrancou a espada que estava apoiada ao chão e me pôs em posição de ataque de maneira grossa e arrogante. Confesso que me assustei.

"Eu não consigo!" Gritos por cima de mais gritos. Fiz como uma mulher estérica e joguei a espada longe. "Eu tô cansada disso tudo! Isso não é real. Não pode ser!" Disse sentindo o desespero rotineiro.

"Vai amanhecer e não haverá mais o que fazer." Ele disse retulando a voz com calmaria.

"Aqui você é o príncipe e eu a mocinha, e além de tudo um príncipe com assas e poderes. Então pense em um jeito de salvar essa cinderela meia-boca." Fui ríspida.

 Ficamos os dois sentados em troncos distantes e distintos, ninguém falava nada enquanto o tempo passava cada vez mais depressa.

"Então, você é meu anjo da quarda?" Perguntei quebrando o gelo.

"Pense no que importa." Parece que ele gosta de frio.

"Você está sendo arrogante."

"Hannah, por favor agente tem que pensar no que fazer" Ele disse tênue.

"Só me tire uma dúvida."

"Se te ajudará a pensar." Ele era lindo, não me canso de dizer o quanto ele era e é lindo.

"Como é o céu?" Perguntei como criança curiosa.

"Bom, eu posso dizer que aonde eu moro, quer dizer, morava. É como Del Selena. Uma cidade cheia de anjos, cuidando de suas vidas , muitas vezes trabalham cuidando de vocês humanos. Enfim, não ruas de ouro ou asfalto de prata. Somos bem mais terraquios do que imaginam. " Ele relachou e senti isso "Na maioria das vezes o que acontece aqui, já foi treinado no céu."

"Então enquanto estavamos no sistema feudal, vocês já tinham até empresas de cosméticos." Escapei um sorrisinho sedutor.

"Mais ou menos isso!" E ele respondeu ao meu sorriso com um outro mais tímido.

 A conversa não se estendeu muito. E o silêncio voltou a me assombrar. A preocupação pesava em nossas costas e eu sabia que quanto mais tentava pensar. Menos ainda racíocinava. Não sei o que fazer, mas se você souber. Me avise. 


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Notas finais do capítulo

Hannah não sabe o que fazer mas você que acompanha essa história pode ajuda-la! Comente e comente!



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