Sublimes Sonhos escrita por Jonathan Loppes


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Comentem, caro leitores;



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As nuvens felizmente começaram a se dissipar, revelando um sol ainda tímido. Nos últimos dias as mutações em minha mente ocorreram de forma veloz a imitar o meu coração, nunca imaginei que assim tudo terminaria, assim como nunca imaginei que tudo isso pudesse um dia acontecer. Hoje se me dissessem que as fadas existem microscopicamente nas plantações de soja, com certeza eu acreditaria, pois não cometeria o mesmo erro de não acreditar no absurdo. Afinal, se não acreditasse, hoje seria uma entediante lembrança daqueles que me conheceram.

Chamo-me Hannah, Hannah Silva Germano, acabei de me formar no ensino médio e mais do que nunca inspiro e expiro o tédio, ou ao menos, inspirava. Pois agora uma tortura me visita toda noite, tenho minhas dúvidas quanto a um sonho sadomasoquista, já que não há toque, porém não poder tocar aquela criatura que exala vida na minha frente é com certeza uma tortura, uma tortura que me faz sentir o prazer nas veias.

Eu. E somente eu.

Não havia céu sob minha cabeça, logo não existe estrelas ou um satélite natural para iluminar o meu caminho; o cheiro de terra molhada invade meu olfato com força, e o preto toma diferentes tonalidades em certos momentos. E tudo que vejo é o nada, esse cenário me é tão familiar, o breu da floresta, mesmo sem enxergar a folhagem eu tinha a certeza de que aquele cheiro vinha de dentro da mata que cerca o vilarejo de Del Selena. De repente posso ouvir de longe galopes, cada vez mais próximo o som dos galopes está, e dessa vez posso também ouvir as plantas que se espalham para os lados enquanto esse suposto cavalo se aproxima. Meu primeiro pensamento foi: " O que um cavalo faz correndo em uma floresta?" E meu segundo pensamento foi: "Por que não corro para longe disso tudo?" Foi quando o barulho se sessou e tudo ao meu redor voltou a pouca paz que o silêncio envolto do escuro pode trazer, mas em instantes em que a minha respiração se regularizava, algo me fez subitamente perder o ar. Era perfeito. Uns olhos pequenos e convidativos me observavam, o azul que se expandiu daquele olhar me fez mergulhar em uma profunda hesitação. Como poderia existir tão coisa? Tentei me movimentar, mas a hipnose, me impedia de reagir a qualquer estímulo, mesmo que este viesse da minha cabeça, senti meus joelhos vacilarem e acabei caindo em reverência aquele olhar que despertava em mim a mais dilatante vivacidade. Idolatrei-o e acordei.

Sentia meus pés latejando dentro do cobertor, passei algumas horas da madrugada recordando a cada piscadela o que senti ao ver a luz que brilhava nos olhos daquele ser desconhecido. Acabei dormindo mais um pouco, e acordei as sete da manhã, devido ao costume de acordar cedo. -Ainda não me acustumei a não ter escola todas as manhãs de segunda ou de sexta.- Não ter nada pra fazer durante o dia é tão depressivo que um sonho como o dessa noite é sempre bem-vindo. Levantei-me devagar ainda sentindo o meus pés latejarem, não me lembrava de ter me machucado em algum lugar, então logo que acordei minha reação imediata foi verificar meu pés. Puxei o cobertor para o lado deixando-me livre para me levantar, passei os olhos pelos meu pés e o-vi sujo de terra, esfreguei a mão e me-agachei tentando me livrar da sujeira quando senti o cheiro de terra molhada, de imediato a lembrança do sonho veio como um jato de adrenalina direto na veia.


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Notas finais do capítulo

Comentem e me ajudem a escrever cada vez melhor a vocês...