ANTES

Flashback - Charmed, Episódio 7x01 / A volta de Barbas...

Leo orbitara em um beco sujo e escuro. Ele não sabia ao certo onde estava, mas sabia o suficiente, que era sentir que quem também estava lá era Barbas. Ele podia fazer isso através de seus poderes de anjo. Já Barbas era um demônio muito poderoso. Nenhuma bruxa jamais conseguira matar ele, apenas bani-lo de volta para o inferno. Suas habilidades eram de conseguir entrar na mente das pessoas e influenciar elas a fazer o que quisesse, além de sua grande especialidade por qual era conhecido, desenterrar os maiores medos dos outros e trazê-los à tona.

– Eu sei que você está aqui, Barbas – Dissera Leo, voltando-se a olhar para os lados em busca do demônio – Eu estive te rastreando, não pode continuar fugindo de mim – Vociferara com o mais puro ódio.

Leo sempre fora conhecido por ser um pacifista. Antes de morrer e virar um anjo, ele fora um médico voluntário da Segunda Guerra Mundial. Dificilmente uma pessoa consegue virar anjo, só se realmente tivesse muita bondade em seu coração. E Leo era assim. Mas desde a última batalha em que ele e as Encantadas tiveram contra Barbas, e o mesmo tentara matar seu filho, Wyatt. Leo mudara muito. Por sorte o demônio não conseguira, mas quem sofrera com isso fora o Chris adulto, dando a própria vida para salvar a de Wyatt. Agora um Leo obscuro só queria se nutrir por vingança, e ele não pararia até chegar onde realmente queria. Matar Barbas.

– Você teme que se não conseguir me pegar, eu possa ir atrás dele de novo, não é mesmo? – Uma voz rouca soara na cabeça de Leo. Esse era Barbas, estava controlando sua mente.

– Sai da minha cabeça – Leo gritara de volta, agachando-se ao chão, e batendo em suas temporadas com as próprias mãos.

– Pode ter certeza que eu tentarei isso de novo... E quando você não estiver por perto. – A voz de Barbas soara no fundo de sua mente, com um tom maquiavélico e divertido, ansiando pelo que poderia estar prestes a fazer.

– Venha me encarar se tiver coragem! – Leo começara a gritar. O mesmo sentia-se atordoado e incapaz de fazer qualquer coisa.

Logo a presença de mais alguém se sentira ao local. Parecia que a dor de Leo chamara a atenção de um dos seus superiores. Então a energia de um ser mágico se formara. Um anjo vestido mais formalmente que Leo, com terno e gravata aparecera em sua frente. Era Zachariah. Sua expressão era confusa, olhando para o outro anjo que quase se contorcia de dor.

– O que está acontecendo, Leo? Levante-se! – Ordenara. Sério como sempre.

– É... B-Barbas. – Leo parecia ter dificuldade até mesmo em falar.

Em sua cabeça passavam-se milhares de flashes agressivos e imagens surreais do que poderiam acontecer com seu filho Wyatt, e de como isso poderia mudar seu futuro... Esses eram efeitos dos poderes de Barbas... Futuro a qual Leo desde que seu filho nascera dedicara-se a preservar das garras do mal.

Após Piper e Leo quebrarem às milhões de regras... Casarem-se e terem tido filhos, rebelando-se contra os anjos do mesmo jeito como a mãe de Piper tivera feito em passado, sabiam que com isso seriam capazes de não ter mais o céu de seu mesmo lado. E era de se esperar que do filho que nascesse dessa relação, de um anjo com não uma simples bruxa, mas sim com uma das mais poderosas existentes, uma Encantada, só resultaria a criança mais poderosa em que já existira. E logicamente, era óbvio esperar que o mal tivesse planos para acabar com essa criança, ou tentar trazê-la para o seu lado.

E agora, com essas terríveis visões que Barbas causava, que eram o maior temor de Leo, do que poderia acontecer com seu filho – efeitos dos poderes do demônio a qual estava escondido por ali - o medo e a dor do anjo apenas contribuía para se tornar em uma fúria incontrolável.

– Barbas... Onde? Do que você esta falando Leo?! – Perguntara Zachariah sem paciência.

– Ele sabe exatamente do que você está falando. Ele está me protegendo! Você sabe muito bem que eles também não aprovam a criança que você trouxe ao mundo. – A voz macabra voltara confundindo ainda mais a cabeça do anjo.

Seja como for, Barbas havia descoberto um jeito de poder afetar seus inimigos sem se aproximar deles. Fazendo com que seus poderes psíquicos atordoassem quem quisesse até mesmo a distância.

– Acabe com ele! – Barbas gritara, prevalecendo sua força na cabeça de Leo.

Zachariah aproximara-se do outro anjo, colocando uma mão em seu ombro. E nessa hora parecera que o outro perdera o controle sobre si mesmo. No rosto de Leo estava estampado o mais puro ódio e de suas mãos saíram relâmpagos que lançaram Zachariah para longe dele até bater em uma parede e cair ao chão.

Leo começara a gritar em busca de esvaziar toda sua ira, e de suas mãos saiam mais raios que golpeavam Zachariah. A voltagem começara a aumentar chegando a ponto de ser tão forte que o outro anjo mal podia agüentar e tentar se defender, apenas gritando por misericórdia. Seu corpo se contorcia todo da dor causada pelas voltagens elétricas, mas Leo não pretendia parar. Inconscientemente, continuara fulminando-o conforme sua fúria ia aumentando. Ele estava sobre a influência do demônio.

Agora seus choques eram tão grandes que ergueram Zachariah no ar, preparando Leo para que logo desse um fim ao ato, afinal só um anjo para poder matar outro. Mas antes que Leo pudesse terminar com Zachariah, alguma coisa o acertara por trás, e então ele caíra inconsciente no chão.

AGORA

Dean e Bobby estavam sentados na mesa de um quarto qualquer de um motel barato. Bobby tivera alugado uma suíte enquanto esperava pela chegada dos Winchesters a San Francisco. Mas o que o surpreendera, fora quando somente Dean comparecera para a reunião que eles tiveram combinado. Bobby ainda não entendera por que, mas pela expressão no rosto de Dean, quando o vira sair sozinho de seu carro, ele entendera que o rapaz trazia más notícias, e que em breve, também estaria a par de tais.

– Eu nunca ia achar que seu pai estava certo – Admitira Bobby.

– Sobre o que? – Perguntara Dean, mantendo os olhos baixos.

Ele tivera contado toda a história para o velho caçador que costumava considerar como uma segunda figura paterna. O que Sammy tivera feito, como um pequeno erro ao longo dos anos se transformara numa catástrofe enorme. E como ele se sentia com tudo isso. Agora Dean precisava se amparar em alguém. Precisava que Bobby falasse alguma coisa para encorajá-lo a lutar pelo seu irmão, pois ele mesmo não sabia se tinha mais forças para isso.

– Sobre o Sam – Respondera Bobby.

– Que se não conseguíssemos salvá-lo, então deveríamos ser nós mesmos a matar ele.

– Bobby... – Dean balançara a cabeça, repreendendo-o. Apenas tentando não tocar no assunto.

A verdade era que não dava mais para negar o que sempre fora mantido como uma opção, mesmo que Dean não a considerasse valida. E Bobby estivera disposto a lembrá-lo de tal coisa.

Desde pequeno, alguém tinha planos para Sam. Planos que os destacariam e nunca o deixariam ser uma criança normal. Ele tinha um destino a cumprir a qual seu pai sempre tentara proteger. Com poucos meses de vida, Sam fora escolhido por um demônio de olhos amarelos, que o marcara dando-lhe seu próprio sangue para beber. Isso lhe concederia dons que com o tempo iriam se desenvolvendo cada vez mais, e seu objetivo seria que quando Sam estivesse grande o bastante, voltar para pegar-lo como seu mais novo discípulo. Por sorte sua família conseguiu evitar isso, mas não o fato de Sam se desvirtuar de seu caminho. Sam se viciara no poder que conseguira, e como isso tem sempre um preço, ele precisaria continuar bebendo sangue de demônio para se manter forte. E fora assim que ele conhecera Ruby, a demônia que fora responsável por levá-lo para até onde ele estava agora.

– Ele acabou com o mundo, Dean! Você não percebe isso? E eu e você não tivemos força pra impedi-lo. Isso tudo é culpa nossa!

Dean segurara uma garrafa de cerveja recém aberta por Bobby e tomara um gole. O gosto amargo descera por sua garganta apelando por sua consciência. Alguma coisa não estava certa. Esse não era o Bobby que ele conhecia.

–... E agora temos que matá-lo. – A voz do caçador mais velho soara pesada demais.

– Que isso, Bobby?! Isso nem parece você falan... – Dean levantara seu olhar para encontrar o do outro caçador. E então, quando olhara para ele deparara-se com órbitas completamente negras e um sorriso perverso.

*****

Aquele final de tarde, Paige voltara sorrindo para casa. Ela estacionara seu new beetle cor verde água, em frente à mansão Halliwell, e subira os degraus da entrada, até abrir a porta de casa. Ela estivera feliz por ter encontrado Sam e não via hora de que o pudesse ver de novo. Passando pelo hall, deixara seu casaco apoiado num cabideiro, e do bolso tirara um bilhete com o numero de telefone dele. Se tudo desse certo ela pediria para Piper fazer um jantar, e o convidaria para vir visitar sua família.

Paige vira sentadas no sofá da sala, suas duas irmãs... Oras, mas Phoebe não devia estar trabalhando? A mesma olhara para Paige e lançara-lhe um olhar que podia ser entendido como “estamos com problemas”. A irmã mais nova das Encantadas caminhou até a sala de estar, perto de suas irmãs, e ao entrar no cômodo, percebera também a presença de dois homens completamente desconhecidos. Um devia ter mais ou menos sua idade. Tinha olhos azuis, cabelos escuros e usava um sobretudo, diferente do outro que aparentava ser bem mais velho e estava de terno. Ela os reconhecera como anjos.

– Desculpa, mas... O que está acontecendo aqui? – Paige perguntara desconfiada, passando pelos dois homens e ficando ao lado de suas irmãs.

– Perdoe-nos pela intrusão – Pronunciara Castiel – Mas pensamos que seria melhor falar com vocês primeiro, antes de qualquer coisa.

Sentada ao lado de Piper, Phoebe ajustara a barra de sua saia e olhara curiosa para o anjo.
– Seja o que for, posso garantir que nós não estamos interessadas – Retrucara.

As bruxas tiveram aprendido nos últimos anos que anjos por serem celestiais, não significavam ao todo que eram seres benévolos. Muitas vezes eles só pensavam em si mesmos, e já deixaram as irmãs diversas vezes nas mãos, tendo que fazê-las agir por conta própria, quando mais precisavam.

– Não, neste caso. Eu creio que vos interessará – Zachariah respondera, olhando frio para as garotas.

– ...Leo acabou de tentar me matar. Se não fosse por Castiel eu já estaria morto agora... – Ele continuara a falar. As três Encantadas trocaram olhares entre elas e voltaram-se para ele, tentando entender ao certo o que o mesmo queria dizer.

– No fundo eu sei que ele não queria fazer isso.

– Leo estava sobre influencia de Barbas – Castiel explicou.

– Mas vocês têm que fazer alguma coisa e rápido, pois não podemos permitir vidas inocentes corram perigo por causa de um demônio que anda conseguindo controlar nós anjos.

Paige mordera seu lábio inferior. Isso definitivamente não era algo normal.

– O que significa que se vocês não conseguirem deter Barbas, nós teremos que fazer isso, intervindo com o anjo de vocês – Zachariah avisara.

Os olhos de Piper cruzaram com os dele, como se ela o desafiasse a fazer tal coisa.

– Olha, estamos todos do mesmo lado aqui.

– Estamos? – Piper o interrompera.

– Nós precisamos pensar em nos proteger primeiro. Estamos lhe dando a chance de remediar isso, por que se tomarmos as rédeas da situação não será nada bonito.

E antes que algumas das irmãs pudesse protestar alguma coisa, uma lufada de ar passara-se por elas, e num piscar de olhos, nenhum dos dois anjos estava mais ali.

Piper fechara os olhos e abaixara a cabeça. Tudo que ela queria era uma vida normal, mas parece que ela e suas irmãs nunca conseguiam ficar longe de problemas.

*****

Dean fora arremessado até o outro lado do quarto do motel e caíra sobre uma mesa de centro perto da televisão. Bobby andara até ele, e segurara sua camisa, colocando-o em pé de volta. O caçador sentia dor em todo seu corpo, mas precisava se recompor. Ele olhara para Bobby e vira seus olhos totalmente negros. O choque por ver o homem mais velho possuído, o impedira de reagir, enquanto o outro dera um chute em seu abdômen e Dean batera contra o guarda-roupa despedaçando-o todinho.

O barulho da porta do quarto se abrindo, fizera Dean olhar em expectativas de esperar Sammy entrando para ajudá-lo. Mas quem aparecera fora à figura de uma garota junto com seu capanga.

Bobby segurara o caçador preparando-o para desferir mais golpes nele, mas um aceno de cabeça da moça recém chegada fizera-o parar.

– Sabe, Dean. Eu sempre soube que você era grande, burro e devagar – Ela contara num riso.

– ... Mas nunca cheguei a sonhar que você seria importante – Revelara, andando até perto de uma cômoda e pegando a famosa faca dos irmãos Winchester.

Ela era um punhal conhecido por matar qualquer tipo de criatura. Antes de chegar às mãos deles, a faca tivera pertencido a Ruby, a demônio que orquestrara todo o plano para que Sam se tornasse o responsável da ascensão de Lúcifer.

Dean respirava profundamente tentando se recuperar, ele olhava confuso para os demônios ao seu redor, não fazendo idéia do que eles queriam falar.

– Você vai matar o capeta? ... Você?! – A garota começara a rir.

– Se soubesse teria estragado sua cara linda antes – Ela aproximara-se de Dean e deslizara a faca por seu rosto, encarando seus olhos.

– Ruby? – Dean perguntara, achando que o pesadelo poderia ter voltado.

– Tente de novo, Dean. Volte mais no tempo...

– Meg – Ele falara sem mais duvida alguma.

A garota sorrira.

Meg e os irmãos tiveram uma história mais longa do que a que eles tiveram com Ruby. Ela fora uma servente de Azazel, o famoso Demônio do Olho Amarelo, também responsável pela morte da mãe de Sam e Dean. Fora Meg que antes de Ruby, localizara Sam tentando-o trazer para o mau caminho e servir a Azazel.

– Nosso pai está entre nós, é o inferno na Terra. E tudo isso graças a seu irmão, Dean.

Dean tentara avançar para cima dela, mas Bobby o segurava muito firme.

– Você por outro lado é a única pedra do caminho. Cada demônio vai querer pegar você. Mas vou dar esse prazer para alguém mais importante... – Ela dissera, passando a faca de sua mão para Bobby.

O velho caçador lutava por controle, mas a entidade dentro de si era maior. Ele sabia tudo que estava fazendo, ele podia ver, e sentir. Mas não podia se negar a parar. Era contra a sua força. O demônio dentro do corpo de Bobby então jogara Dean contra a parede e levantara a faca para golpeá-lo. O Winchester apenas fechara os olhos, esperando pelo inevitável.

De repente a porta do quarto se abrira mais uma vez e Sam atravessara por ela. Dean aproveita do momento e dribla Bobby, segurando seu pulso e fazendo-o se esfaquear na própria perna. Isso seria o suficiente para exterminar o demônio sem que a vida do caçador corresse perigo.

O corpo de Bobby caira desorientado, e Dean correra até Meg, desferindo um soco em seu rosto, e preparando-se para seu capanga que logo pulara em cima dele, encostando-o contra a parede e dando-lhe uma joelhada em sua barriga. Dean urgira de dor, e seu irmão tentara ir ajudá-lo, mas sendo logo atacado pela demônia que se recuperara.

– Oi, Sam. Sentiu saudades? Eu com certeza senti.

Ela falara, deixando seus olhos completamente pretos.