Charmed Meets Supernatural escrita por Luc


Capítulo 1
Capítulo 1 - Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpa pelo capítulo ter ficado muito grande. Alguns podem gostar, outros não. Mas se a leitura ficar cansativa, parem em algum intervalo, para depois continuar de onde parou. Foi por isso que coloquei divisões na história. Também não tem como dizer que farei os próximos capítulos mais curtos, mas pelo menos posso me justificar nesse por que tive que juntar muita informação explicativa das duas séries, e sei que isso pode ficar meio maçante, além do fato dos spoilers que tentei esconder ao máximo. Aos que ainda não se prenderam, esperem para ler, prometo deixar surpreendente o final da história.



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ANTES
Flashback – Supernatural, Episódio 4x22
Ascensão de Lúcifer

Aquele era um presságio de sua chegada.

Tudo começara a tremer, e do sangue de Lilith que se delineava ao chão da igreja, de repente um forte clarão nascera. Sam mal conseguia se mexer. A sensação de culpa de que ele tivera sido o responsável por aquilo era muito grande. Dean ao seu lado segurou firme em sua jaqueta e o puxara.

Vamos embora, Sammy.
Sua voz era grossa e firme. Apesar do medo, tinha que manter-se forte pelo irmão.

Dean, ele está vindo – Falara o outro, mal conseguindo acreditar no que estava acontecendo.

Por um segundo, ambos olharam para o clarão que só ia aumentando. A luz transbordara de fora do círculo de sangue, espalhando-se pelo restante da sala. Era tão forte a ponto de cegá-los. Os irmãos tentaram correr para fora dali, mas antes de atravessarem a porta de entrada à mesma trancara-se sozinha.

Sam e Dean pegaram-na a chutes e punhos. Eles precisavam sair daquele lugar a qualquer custo. As coisas não podiam acabar de tal maneira. Dean não podia morrer, pelo menos não de novo, até que desse uma bronca em seu irmão mais novo. Mas então um barulho ensurdecedor começara. Era como se fosse um grito vindo direto do inferno. Havia grandes chances de realmente ser isso. Eles mal se aguentavam de pé, e juntos caíram sobre os joelhos, fechando os olhos e tampando seus ouvidos. Apenas esperando pelo fim.

AGORA

Uma manha ensolarada nascera em San Francisco aquele dia. Na Mansão Halliwell, Piper descia as escadas do primeiro andar em direção ao térreo. Agora com duas crianças na casa, era impossível acordar depois das oitos horas. Da cozinha podia ouvir um choro de criança. Paige estava lá tentando trocar a fralda do bebê Chris, enquanto Wyatt sentado no cadeirão, jogava sua papinha no chão. Ambos eram os filhos de Piper com Leo. Chris, o recém-nascido, possuía apenas poucos meses. E Wyatt, o mais velho, em breve completaria seus dois aninhos.

Ao entrar na cozinha Piper vira Paige orbitando uma fralda suja até o lixo.
Orbitar era o famoso método de teletransportação dos anjos, ou no caso de sua irmã mais nova, meio-anjo, já que ela também tivera herdado sua metade bruxa por parte de mãe. Paige nascera de um caso que a mãe de Piper e Phoebe tivera muitos anos atrás com um anjo. Se apaixonar por um já era extremamente proibido, e ainda mais ter um filho com ele. Por isso, quando Patty descobrira que estava grávida teve que dar o bebê para adoção, com medo de que seus poderes, ou até mesmo a vida de Paige lhe fosse negada. A garota crescera tendo uma vida normal e só conhecera sua verdadeira família poucos anos atrás, junto com a descoberta de que tinha poderes mágicos e que era uma bruxa.

Ei, Paige! – A voz de Piper ficara mais aguda do que o normal, quando vira a irmã orbitando uma fralda – Está usando seus poderes para ganho pessoal, não sabe que isso é errado?!

No mundo da magia existiam regras. E uma delas era que bruxas boas apenas deviam usar seus dons para o bem, sem benefícios próprios, ou isso seria visto como ganho pessoal. Se elas não cumprissem as regras poderiam chegar até mesmo a perder seus poderes por tempo indeterminado. O que tivera acontecido com Phoebe, recentemente.

Paige estava ao lado de uma bancada, onde tivera apoiado Chris para trocar sua fralda. Ela olhara para Piper e falara arqueando as sobrancelhas. – Se isso te surpeende, espere para ver como eu coloco pomada nele, então.

Piper respirou fundo e revirou os olhos. Para sua irmã mais nova tudo era sempre levado na brincadeira – Por acaso quer perder seus poderes como Phoebe, perdeu? E se algum demônio nos atacar?

Paige se concentrou em seu sobrinho e sussurrara baixinho para si mesma. – Pelo menos aconteceria alguma coisa emocionante.

Há tempos que elas não lutavam com nenhum demônio. A última batalha fora antes de Chris nascer, contra Barbas, um poderoso demônio conhecido por controlar a mente das pessoas e trazer seus maiores medos à tona. Valia lembrar que certas feridas causadas pelo encontro com ele ainda necessitavam de cicatrização. Para começar, fora nessa época que Phoebe perdera os poderes, e, além disso, as irmãs e Leo tiveram que lidar com a morte de um amigo muito querido. Um jovem bruxo chamado Chris. Fora em homenagem a ele que Piper dera o nome ao seu filho. Mas mesmo assim, isso não fora o suficiente para Leo. Desde a morte do Chris adulto, que com o tempo tornara-se um seu grande amigo, Leo, o anjo das Encantadas entrara em uma fase obscura com desejo por vingança. Agora tudo que ele queria era encontrar Barbas que tivera fugido, e o fazer pagar pela dor que causara.

Bom dia a todos! – Falara Phoebe num tom animado, atravessando a porta da cozinha e fazendo as outras duas irmãs esquecerem do assunto anterior. Como sempre, estava atrasada para o trabalho. Ela usava um robe de seda e portava seus cabelos prendidos. Agilmente enchera uma xícara com café e ligara a pequena televisão branca de cozinha em cima do balcão, trocando de canais e vendo as notícias diárias.

Terremotos, tornados, furacões... Ah, minha nossa. É o fim dos tempos – Dissera debruçando-se sobre o balcão e concentrando-se na repórter que dava o restante das noticias. Ultimamente o mundo todo parecia estar sendo afetado por catástrofes naturais.

Seja como for, isso não me impedirá de sair de casa hoje – Dissera Paige ansiosa. Por fim fechara a fralda de Chris e o entregara para Piper. Nos últimos meses tudo que ela fizera fora o papel de tia, cuidando de seus sobrinhos. E não que ela não gostasse disso, mas agora queria mesmo é tirar um tempo para sair um pouco, nem que fosse apenas para um encontro amigável.

Ah, é... Você vai encontrar seu antigo namoradinho de escola, certo? – Perguntara Piper, ao receber o filho nos braços. Phoebe lançara a ela um olhar significativo e divertido.

Sam não é meu namoradinho de escola – Paige respondera fulminando com os olhos as duas irmãs – Nós só éramos bons amigos – Concluiu num ar satisfatório.

Ela olhara para o relógio e vira que horas eram. Tivera combinado de se encontrar ao meio dia com Sam, e se queria ser pontual deveria começar a se preparar logo. – Bom, e se agora me derem licença eu vou me arrumar – Falara, despedindo-se das irmãs e saindo da cozinha.

Uh, eu também – Phoebe dissera, dando um último gole de sua xícara de café e logo indo atrás da irmã.

Por fim, Piper restara sozinha. Ela sentara-se numa cadeira perto de Wyatt, aninhando Chris e dando papinha para o seu filho mais velho.

*****

Longe das belas casas do subúrbio de San Francisco, um impala preto cortava caminho entre os carros da estrada. Tentando amenizar o clima denso no automóvel ao som de AC/DC que saia do toca-fitas no rádio, Sam queria falar com seu irmão, mas tudo que o outro sabia fazer era desconversar.

Qual é, Sam. Aproveita a música... – Dissera Dean, aumentando o som no último volume, quando Sam tentara se desculpar com ele mais uma vez.

Sammy apoiara a cabeça no banco, e ficara olhando para fora do vidro do carro a Baía de San Francisco que se aproximava. Ele se sentia horrível. Preferia muito mais que Dean estivesse gritando com ele do que fingindo estar tudo bem entre ambos. Ele sabia que Dean estava magoado, mas toda vez que tentava conversar com ele o mesmo ignorava o assunto.

Dean mantinha os olhos firmes na estrada.
Olha, tudo bem... Fizemos uma zona. Vamos arrumar e pronto – Falara como se soubesse o que o irmão sentia. Sua voz, firme como sempre.

Ele sabia que as coisas poderiam ter sido diferentes entre eles. Se Sam ao menos tivesse se dado o trabalho de escutar Dean uma vez, nada disso estaria acontecendo agora. Mas não, ele passara os últimos dois anos seguindo os passos de um demônio ao invés de confiar em seu próprio irmão, alguém que era de seu próprio sangue. E agora que tivera matado Lilith, Lúcifer estava de volta a Terra. Para Dean não tinha mais volta.

Enfrentaremos isso como só mais uma caçada, tá legal? – Dean continuou, pisando ainda mais fundo no acelerador e passando dos carros a sua frente.

Por onde nós começamos? – Perguntara Sam passivamente. Dos dois ele sempre fora o cérebro da equipe, mas agora tinha receio de fazer qualquer coisa.

Da última vez ele sacrificara tudo para impedir o apocalipse mesmo com a certeza de que para ele, não existiria salvação. Ignorara sua consciência e até mesmo os apelos de Dean, continuando a fazer o que julgava ser necessário. E no fim, foram todos os esforços que fizera que permitiram que Lúcifer voltasse.

Temos que descobrir onde a coisa está. Temos que achar o Diabo – Dean respondera, sentindo o peso que aquelas palavras causavam.

Sam ficou em silêncio. Nada que falasse adiantaria. Esse era o pior, ele sabia que desculpas não seriam o suficiente, não desta vez.

O Bobby vai estar na cidade, ele vai ajudar a gente.– Falara Dean - Deixa que eu procuro ele enquanto você... Vai checar as coisas com sua garota – Em outra ocasião ele teria se sentido perdido com a falta do irmão, mas agora o que queria mesmo era ficar um tempo longe de Sam.

Dali para frente eles continuaram a viagem sem nenhum dos dois falar mais nada. Então era isso. O fim do mundo havia começado.

*****

Phoebe atravessara o hall de entrada caminhando em direção a porta principal. Paige provavelmente já deveria ter saído, e Piper continuaria em casa com as crianças. Ela sabia que para qualquer emergência - mágica, ou familiar - se quisesse, Piper poderia ligar para o celular de Phoebe que ela voltaria para casa o mais de pressa possível.

A mesma trabalhava no The Mirror Bay um dos jornais mais importantes da cidade, tendo sua própria coluna de conselhos. Mas nesse momento, se queria manter seu emprego, seria bom chegar logo nele.

Ao abrir a porta de casa, surpreendeu-se com alguém parado a sua frente. Era uma mulher loira com cabelos levemente ondulados e seios grandes, onde portava no meio deles um distintivo de polícia.

Inspetora Sheridan! Posso ajudar em alguma coisa? – Falara, olhando surpresa para a mesma. Mas o que Phoebe queria realmente perguntar, era o que diabos ela fazia parada em frente à porta de sua casa.

Desde o ano passado a Inspetora aparecera do nada, demonstrando ter uma demasiada curiosidade por Phoebe e pelas suas irmãs. Nos últimos anos isso era algo freqüente, por ela, junto com Piper e Paige, sempre aparecerem nas fichas de policia, com seus nomes relacionados a crimes geralmente nunca resolvidos. Mas como poderiam explicar que nunca se encontravam os assassinos pois na verdade eles eram demônios e que elas, três belas jovens mulheres, aparentemente delicadas, eram consideradas por uma profecia como as Encantadas, as mais poderosas bruxas boas que já existiram e que ainda por cima, lutavam com eles e os venciam?

Srta. Halliwell – Retribuíra-a em tom sério, como cumprimento.
Está sozinha, ou melhor, de saída?Seus olhos examinaram Phoebe de cima abaixo, e logo espreitaram atrás dela também, querendo dar uma olhada para dentro da mansão.

Você e suas irmãs não parecem sair muito de casa ultimamente. – Observara. –...Por acaso, não estariam se escondendo de mim, estão?

Phoebe semicerrara seus os olhos irritada, e a encarara.
Nós não temos nada a esconder.

Um pequeno sorriso sínico se formara nos lábios da Inspetora Sheridan.
Ótimo. Então não teria problemas em responder algumas perguntas para mim, não é mesmo?

A forma de sempre terminar suas frases com uma interrogação já estava começando a irritar Phoebe ainda mais do que já estivera. Ela respirara fundo e tentara parecer o mais calma possível. – Perguntas sobre o que, exatamente?

Então, logo atrás dela ouvira um pequeno gemido de criança. Phoebe olhara rapidamente para trás e vira Piper, com o pequeno Chris no colo.
O que está acontecendo? – Ela perguntara.

A Inspetora apenas a ignorara e continuara sua conversa com Phoebe.

Sobre o que realmente aconteceu com – seus olhos se pousaram no bebê no colo de Piper –... o outro Chris. Por que não se quer houve um funeral para o mesmo? E ainda mais importante. O que houve com o seu corpo?

Eram perguntas a qual Phoebe realmente não podia, e nem sabia como responder de forma racional. O Chris adulto que morrera recentemente fora por causa de Barbas e não sobrara um vestígio dele se quer. Mas lógico que Phoebe não podia falar isso para Sheridan. E lógico também que ela sabia que a outra não pararia de investigá-las até obter uma resposta. Isso só a deixava cada vez mais nervosa.

...Você sabe, perguntas assim. – Terminara a Inspetora com um pequeno risinho estampado no rosto.

*****


Sam havia combinado de se encontrar com Paige no parque Lands End. Na verdade, fora ela que escolhera o local. Sam apenas tivera sido deixado lá por seu irmão, que logo fora embora atrás de Bobby. Enquanto isso ele sentara-se num banco de pedra e ficara admirando o lugar e as pessoas que passavam por ele. Da onde se encontrava ele tinha vista para a Ponte Golden Gate e todo o mar abaixo dela. Ouvir o som das ondas que se quebravam nas rochas era tranqüilizante. A vista era calma e bonita. Até mesmo o sol forte que esquentava em sua nuca ajudava. Tudo que ele precisava agora. Se sentir humano. Incrivelmente, a vontade e o gosto por sangue haviam passado, ele não tinha certeza de como, mas sabia que deveria ser obra da mesma pessoa que o tivera tirado de fora daquela igreja. Ele pensara em Castiel, mas o mesmo tivera sido morto. Talvez Deus? Por um segundo se perguntara por que diabos o céu todo estava a favor de Dean, mas ninguém se preocupava em salvá-lo. De repente fora segurado por trás. Alguém caíra em cima dele tampando seus olhos. Um grito fino escapara da pessoa que o segurava. Ele conhecia aquela voz. Lembrava-se tão bem dela, a ponto de conseguir imaginar seu sorriso se formando e mais um riso como aquele escapando de sua garganta. Paige dera um beijo forte em sua bochecha até que soltara Sam e ficara de frente para ele.

Você... Não mudou nada – Falara sorrindo e olhando para ele surpresa.

Sam continuou extasiado. Na verdade ambos haviam mudado, mas a essência de cada um continuava a mesma. Sam ainda vestia suas camisas xadrezes por baixo da jaqueta. Mas agora ele havia crescido. Possuía um corpo mais robusto e maior. Sua franjinha de garoto estava comprida agora, ele a usava em uma divisória, separando-a em dois lados e prendendo-a atrás da orelha. Paige continuava com sua pele branca como a neve. Tivera tirado o aparelho e trocado sua franja reta por uma discreta lateral. Suas roupas não eram tão punks como na adolescência, mas ela ainda continuava com seu grande senso de estilo.

Eles haviam se conhecido alguns anos atrás, quando ainda estavam no ensino médio. Naquela época Sam vivia mudando de cidade, e consequentemente de escola, por causa do “trabalho” de seu pai. Por isso nunca fizera questão de ter amigos ou criar laços, pois era de se esperar que em breve os perderia. Mesmo assim com Paige fora diferente. Ela era diferente. Quando passara por San Francisco quando era menor só ficara por dois meses na cidade, mas fora o suficiente para ambos terem criado uma boa amizade. No começo Sam era fechado e não falava muito com as pessoas, por mais que se demonstrava educado. Diferente de seu irmão Dean, que naquela época saia arranjando encrenca e ficando com todas as garotas do colégio. Mesmo assim, Sam mantendo-se excluído ele não passara despercebido, não por ela.

Por um segundo tudo parecia estar bem agora. Ele havia esquecido suas preocupações. Pelo menos por enquanto. Surpreso por ver Paige também, ele a abraçara e deixara com que o resto ficasse de lado.

Fim capítulo um.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. Qualquer tipo de comentário é bem vindo, desde os construtivos até os de apoio. Qualquer dica, ou coisa do tipo eu aceito também. Podem falar à vontade o que quiserem.

OBSERVAÇÃO - Fiz referência aos episódios...
Supernatural
4x13 - After School Special
4x22 - Lucifer Rising
5x01 - Simpathy for the Devil

Charmed.
4x10 - A Paige From The Past
6x18 - Crimes And Witch-Demeanors
6x22 - It's A Bad, Bad, Bad, Bad World
7x01 - A Call To Arms



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