Subitamente No Futuro escrita por Brunna Cassales


Capítulo 1
Prólogo




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Era pouco mais de meia-noite. O Baile de Inverno tinha acabado de terminar. Rony e Hermione estavam tendo uma briga daquelas.
 
– Ora, se você não gosta, então sabe qual é a solução, não sabe? – berrava Hermione, com os cabelos se soltando do elegante coque e o rosto contraído de raiva.
 
– Ah, é? – berrou Rony em resposta – Qual é?
 
– Da próxima vez que houver um baile, me convide antes que outro faça isso, e não como último recurso!
 
A boca de Rony ficou se mexendo sem emitir som algum como a de um peixe de aquário fora da água, enquanto Hermione virava as costas e subia batendo os pés na escada do dormitório das garotas para se deitar. Rony se virou para Harry.
 
– Bom – balbuciou, completamente abismado –, bom, isso só prova que ela não entendeu nada...
 
Mas ao que parecia, Hermione entendera melhor que Rony.
 
                                                 ***
 
Naquela noite, Rony demorou muito a dormir. Harry já ressonava há bastante tempo na cama ao lado – o que era incomum, porque a mente do garoto sempre estava tão cheia de preocupações que o ronco do amigo era sempre o primeiro a ser ouvido. Rony, enquanto olhava fixamente para o dossel de sua cama sem realmente o enxergar, com sentimentos cada vez mais confusos se pronunciando dentro dele, não sabia que naquele momento Hermione, deitada em seu próprio quarto e olhando para o seu próprio dossel, também não estava com o mínimo sono.
 
Ele não parava de lembrar da amiga – linda e graciosa em seu vestido de festa – dançando com aquele... Bem, com Viktor Krum. A lembrança trazia incessantemente uma sensação horrível e fazia o seu punho fechar involuntariamente. Ele tinha dificuldade de nomear o que estava sentindo, ou pelo menos, de admitir que estava. Raiva. Ciúme. Medo. Insegurança... Não, isso era demais, porque ele deveria estar inseguro? Do que tinha medo? “Do que aquele búlgaro idiota pode fazer com ela...”, respondeu a sim mesmo. “Eu preciso protegê-la... Do búlgaro idiota. Se não ele vai achar que pode...” Ele arregalou os olhos diante do pensamento. “Não. Jamais vou deixar ele... beijá-la. Ela não pode beijar um...” Mas antes de formar as palavras “búlgaro idiota” no pensamento, uma imagem em que ele, Rony, beijava Hermione com vontade se sobreveio e seu rosto se iluminou por um sorriso antes que ele pudesse perceber o que, de fato, acontecia em seu interior.
 
Ela não parava de xingar o amigo em pensamento. Como ele podia ser tão idiota? Se estava tão incomodado com quem ela ia ou deixava de ir para um maldito baile, porque não tomara a iniciativa de convidá-la direito? Será que ele não percebia que era exatamente isso que ela queria? Era tão óbvio! “E agora, mais do que nunca”, se deu conta Hermione, com o rosto ainda manchado pelas lágrimas remanescentes de repente corando, “Acho que eu deixei bem claro que eu preferia ter ido ao baile com ele... Que droga!”, ela disse mentalmente. “Falei aquilo em um rompante, esse garoto me faz agir sem pensar! Como pude ter sido tão óbvia...? O que ele vai pensar agora?” “Nada”, outra parte de sua mente declarou, “Afinal, ele é um idiota.”
 
E com um último suspiro, Hermione se virou e foi adormecendo enquanto murmurava baixinho e agora sonolenta demais para perceber o que dizia: “Aquele ruivo idiota...”, “Rony, seu idiota...”, “Meu idiota...”, “Meu Rony...”
 
Rony também havia adormecido após entrar em um acordo consigo mesmo que não havia nada demais imaginar que estava beijando e abraçando Hermione com cada vez mais intensidade, porque ele era um garoto adolescente e era natural imaginar a amiga ao invés de qualquer outra, pois ela era a única garota que não era sua parente com quem passava a maior parte do tempo... E ela nunca ia saber. Pelo menos, era o que o garoto supunha.


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