Em Boas Mãos escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Melhoras, Robin


Notas iniciais do capítulo

Estava com saudades de Robin e Nami ♥ então matei minha saudade.



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– Fiquem de olho no Luffy!

Nami suspirou, todos já haviam sumido do navio. Ela encolheu os ombros e esfregou a testa. Eles não iriam se comportar, claro que não. A navegadora se perguntava porque eles não seguiam seu conselho e tentavam passar desapercebidos nas ilhas que ancoravam. E naquela ilha não seria diferente. Ainda mais por ser conhecida como a ilha das tortas. Luffy correu para comer tantas tortas fossem possível.

Ela decidiu ficar no navio para cuidar de Robin, que havia pego um resfriado. A arqueóloga garantiu que estava bem, não era nada grave, como Chopper confirmou, dizendo que ela ficaria bem rápido. Nami não queria saber. Iria ficar com ela no navio e pronto.

Depois de preparar um chá bem quentinho e arrumar uma bandeja com sopa e outras coisas leves para Robin comer, Nami foi ao quarto que dividia com a morena. Ela entrou empurrando com as costas a porta que estava apenas escorada, deixando a bandeja sobre a mesa. Ela se virou e viu Robin sentada na cama lendo um livro, com uma coberta sobre as pernas.

Nami entregou a xícara de chá e Robin deixou o livro repousado ao seu lado.

– Está ótimo o chá. – Ele aspirou o aroma de hortelã, e bebeu um longo gole. – Acho que já posso sair do quarto. Eu estou bem. Sério.

– De jeito algum. Chopper disse que você precisa repousar para ficar ótima. Estar bem não é estar ótima.

– Mas... – Robin não terminou a frase, Nami era muito teimosa.

Ela não estava acostumada a ser tratada com tanto cuidado e carinho, como Nami fazia. Sempre muito atenciosa, e gentil. Não estava reclamando de toda aquela bajulação, ao contrário, daquele jeito iria acabar mimada pela navegadora.

Mas a verdade era que Robin tinha medo. Medo de que sua maldição fizesse mal para Nami, a quem não desejava mal algum. A morena passou a dormir mais, se divertir, relaxar. Ela passou a viver melhor depois que entrou para aquele bando pirata. Robin saboreava aquela sensação boa que era a de ter companheiros e pessoas a quem cuidar.

Nami estava sentada ao seu lado, com o livro nas mãos, lendo alguns trechos da história. Robin adorava ouvi-la falar. Aquela voz melodiosa, agradável – somente com ela é claro –, delicada. E também gostava quando Nami jogava uma mexa do cabelo para detrás da orelha. Ou quando ela sorria, e seus dentes brancos apareciam, perfeitamente enfileirados. E os grandes olhos ressaltavam cheios de brilho. Animada, excitada ao ouvir falarem sobre ouro. A mão pequena mas muito habilidosa.

– Acho que você poderia se dar bem. – Nami disse, chamando a atenção de Robin. – Sabe. Se escrevesse um livro.

– Ah! – Robin ajeitou melhor os travesseiros nas costas. – Eu já pensei em escrever. Aliás, eu tenho um diário de anotações.

– Eu nunca vi você escrever.

– Costumo fazer isso quando estou sozinha.

Nami voltou a ler o livro e Robin fechou os olhos, ouvindo-a narrar a história, ela acabou pegando no sono. A navegadora fechou o livro e o deixou sobre a mesa. A sopa acabou esfriando, já que Robin não a tomou. Nami levou a bandeja para a cozinha e arrumou a bagunça que havia feito. Ela voltou para o quarto e Robin ainda dormir. Nami a cobriu direito com a coberta e ficou sentada ao lado da morena. Os fios negros esparramados, formava uma onda no travesseiro, o peito se movia devagar conforme a respiração. Nami tocou na mão de Robin, acariciando os dedos delgados. A morena se moveu, virando o corpo na cama, o que fez Nami recuar. Ela saiu do quarto, decidida a pega um pouco de sol, e ler o jornal, enquanto Robin descansava.

A navegadora acabou cochilando na espreguiçadeira, acordou com o tilintar da colher em uma xícara. Ela rapidamente abriu os olhos assustada, dando de cara com a arqueóloga.

– O que está fazendo aqui? – Perguntou num tom preocupado. – Deveria repousar.

– Eu acordei, e vi que estava sozinha. – Robin pousou a colher sobre o pires. – Não queria ficar só.

– Poderia ter me acordado, e eu preparava o café...

Robin riu.

– Você cuida tão bem de mim.

– Sim. – Nami corou. – Algum problema?

– Nenhum. – A morena saboreou o café, observando as gaivotas voarem. – Eu agradeço.

– Que isso. – Nami se levantou, balançando as mão, agitada. – Somos companheira, do mesmo bando. Temos que cuidar um do outro, e-

Robin segurou-lhe pela mão, fazendo a ruiva sentar-se novamente na espreguiçadeira ao seu lado. Nami prendeu a respiração e desviou o olhar para as gaivotas, como se elas fossem a coisa mais interessante do momento.

A morena aproximou-se, e beijou Nami na bochecha, agradecendo pelos cuidados em um sussurro. Nami fechou os olhos, seu coração batia forte, e sua mão suava. Sentia uma energia diferente percorrer todo seu corpo. Ela respirou fundo, e abriu os olhos. As palavras estavam prontas para serem ditas, quando ouviu um alvoroço tomar conta do navio.

Era o bando retornando.

Robin escorregou os dedos pelos de Nami, até desfazer o contato físico. Ela lançou um sorriso para a navegadora, que no instante seguinte estava dando ordens a todos.

– Robin, você melhorou! – Luffy correu na direção da arqueóloga. – Que ótimo, agora podemos voltar a viajar.

– Acho que sim. Eu fui muito bem cuidada. – Ela respondeu, gentilmente.

– De qualquer forma – Chopper se aproximou. –, vou verificar se esta tudo bem. Trouxe algumas ervas para fazer um chá.

Todos estavam ocupados com suas obrigações, e Robin, após ser examinada e dispensada por Chopper, decidiu ir para o quarto. Mesmo que estivesse se sentindo bem, decidiu obedecer as ordens do médico. A noite, Sanji levou uma sopa, e ficou ao lado dela até que terminasse, ele ainda enrolou mais alguns minutos, até Nami ordenar ele sair do quarto.

– Ele não se toca quando esta sendo inconveniente. – Nami puxou a coberta, para cobrir Robin, sentada na cama. – Precisa ser mais dura com ele, Robin. Ou daqui a pouco teremos um tarado nos vigiando a noite.

– Certo. – ela disse, agradecendo depois pela ajuda. – Pode pegar aquele livro sobre a mesa para mim? – Ela pediu, porque achou que seria desagradável levantar-se da cama, após Nami cuidar tão bem para que o cobertor estivesse bem esticado sobre suas pernas.

– Vou deixá-la descansar e ler a vontade. – ela já estava de saída, quando Robin pediu para que ficasse.

– Eu tive a impressão de que está fugindo de mim. – Nami de uma risada alta, aparentemente nervosa, Robin continuou olhando para a navegadora, que pela primeira vez parecia que não sabia o que falar. – Eu prefiro que fique comigo.

– Eu fico. – Nami sentou-se na cadeira. – Quer que eu leia?

– Sim, pode ser. Mas sente-se aqui ao meu lado.

– Tudo bem. – A ruiva sentou na mesma cama que Robin, e tomou o livro das mãos dela. Começou a ler, sem pausa, concentrada na história sobre uma ilha fantasma. A sua empolgação era evidente conforme narrava os acontecimentos, e ao mesmo tempo fazia vários comentários sobre a história.

Robin gostou, ao contrário dela, que era muito discreta e silenciosa, talvez mesmo se narrasse a história em voz alta, não seria tão animado como fazia a navegadora. Ela não pensou no que fazia, e por isso segurou novamente a mão de Nami, que gaguejou na ultima frase que disse.

– Quer fazer uma pausa? – ela perguntou, sentindo novamente o coração bater forte e a mesma energia percorrer seu corpo.

– Não. – Robin respondeu. – Aliás, sim. – ela corrigiu, e tirou o livro da mão de Nami, depois, acariciando o rosto da navegadora, Robin aproximou seu rosto e beijou-a novamente na bochecha. Como Nami não fez nenhum tipo de recusa, ela continuou, e afangou os cabelo curtinho da navegadora, segurando depois, seu rosto, e aproximando-a para um beijo.

Foi um beijo calmo, como o mar, em uma noite tranquila. Robin abraçou a navegadora com carinho, permitindo que ela respirasse.

Nami não sentia mais o coração disparado, ele batia seguro, certo de que tudo estava bem.

– Então, onde estávamos? – Robin disse, procurando o livro sobre a cama, mas Nami não parecia muito interessada a ler, abraçada a arqueóloga, ela não parecia mesmo interessada a ler. – Certo, agora eu que vou cuidar de você. – Robin sorriu, carinhosamente, mexendo nos cabelos ruivos.


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Notas finais do capítulo

pra nyuu