Amor Na Bagagem escrita por gabi13


Capítulo 5
Capítulo 5 - A Viagem




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Acordo de manhã com o toque do meu celular e salto imediatamente da cama, tropeçando no meu lençol e quase caindo. Nem me importo e saio cantarolando, porque em uma hora estarei longe dessa cidade, rumo ao Rio. Pego minhas malas e minha bolsa, com cuidado para não deixar nada para trás, colocando tudo no hall de entrada. Vou até a cozinha e esquento um copo de café e um sanduíche. Engulo tudo correndo, devido a minha ansiedade, e coloco o prato na pia. Passo meu tempo fazendo caretas no espelho, colocando e tirando meus óculos de sol, até que sou surpreendida por minha mãe, que ri da minha tentativa de fazer uma pose digna da Vogue. Ela vai até a cozinha preparar torradas, enquanto eu fico sentada na poltrona bege da sala de estar, girando em círculos. 

Quando chegam sete horas, me despeço do meu pai e minha mãe me leva até o aeroporto, onde fico em uma fila enorme para passar minha bagagem. Sento em uma cadeira de plástico e não consigo parar quieta. Em pouco tempo, uma voz robótica e sem emoção ecoa pelo salão, avisando que os passageiros do meu voo devem se dirigir ao portão 3. É para lá que vou, rapidamente. Entrego minha passagem e dou um abraço em minha mãe.

- Você vai se cuidar direitinho, né? – Ela diz, quase chorando. – Já disse para sua tia me ligar quando você chegar.

-Não se preocupe. Vai ficar tudo bem, e eu vou morrer de saudades! Eu te amo. –Falo, ainda abraçando-a.

-Também vou morrer de saudades, e também te amo. Boa viagem.

Subo as escadinhas do avião e procuro minha poltrona. Perto da janela, que sorte! Mal me sento no banco de couro azul quando escuto um grito.

-ALICE, SURPRESA! –Becky entra sorrindo, segurando uma malinha de mão verde esmeralda e usando jeans e uma bata amarela. Fico a olhando com uma cara confusa, e ela se explica. – Sua tia me ligou semana passada,  me disse que você ficaria muito feliz se eu fosse junto, e que pagaria para mim também... Quem sou eu pra recusar um pedido desses, né? –Ela ri. – E você acreditou no meu drama.

-Não acredito! Parece que você está ficando cada vez melhor no teatro. –Eu rio também. – Qual o número da sua poltrona?

-É do lado da sua, não se preocupe! Essas vão ser as melhores férias de todas! – Ela se empolga, e eu concordo balançando a cabeça afirmativamente.

Ela se senta na poltrona comigo e a voz da aeromoça ressoa pelo avião, dando as instruções do voo. Colocar cinto, precauções básicas, máscaras de oxigênio, ok, tudo entendido. Finalmente o avião decola, e assisto o chão se distanciar mais e mais, até que tudo o que resta é uma visão extremamente longínqua de tudo o que eu conheço. É estranho perceber o quão pequenos somos no mundo, não é? Quantas pessoas diferentes e parecidas com nós existem? Sei que muitas, mas sei que nenhuma é exatamente igual a mim, igual a Becky, igual a qualquer um dos passageiros no avião. Fascino-me com esse pensamento, mas sou retirada de meus devaneios pela aeromoça, que nos oferece um sanduíche de queijo. Nós aceitamos, e enquanto como, olho para a tela de TV pendendo do teto, que passa um pequeno vídeo sobre os principais pontos turísticos do Rio. Tiro meu mp5 da bolsa, conecto os fones e acabo dormindo, sendo acordada de supetão por Becky.

-Acorda, sua tosca! Estamos chegando! – Ela fala, empolgada e pulando para cima e para baixo no banco.

-Calma! Becky, isso não se faz! Você quase me matou de susto.

-Desculpa, mas olha isso! Dá pra ver o Cristo Redentor daqui!

Acabo me contagiando com a alegria dela, e começo a dar gritinhos também. A aeromoça avisa a todos para colocarem os cintos, pois o avião está para pousar. O pouso ocorre em segurança, e ao descer do avião consigo sentir o calor no ar, a temperatura térmica totalmente diferente do sul. Tiro o moletom que estava usando por cima da minha regata florida, ficando só com ela e de shorts. Becky faz o mesmo. Ligo meu celular para tentar descobrir onde minha tia está, e vejo que tem uma nova mensagem.

“Alice! Não pude ir te buscar. Pegue um táxi, quando vocês chegarem aqui eu pago. Beijos, Lourdes.”

-Droga! – Exclamo, causando um curioso olhar da parte de Becky.

- O que foi?

- Acho que a gente vai ter que pegar um táxi.

-Ah, tudo bem! Não vamos deixar uma coisinha dessas estragar nosso dia, né? Não é tão ruim! – No momento em que ela acaba de falar isso, um trovão ecoa pelo céu e a chuva começa a cair. – Ok, agora está bem ruim. Pelo menos nossas malas são a prova de água...

Vamos correndo até um ponto de táxi e falo o endereço para o motorista, que coloca nossas malas no bagageiro e começa a dirigir. Como se a situação já não fosse ruim o bastante, pegamos um engarrafamento enorme,  bem na esquina da casa da minha tia. Irritada, tiro o dinheiro que tenho em minha carteira, pago  e pego o troco, chamando Becky para irmos a pé, já que era só um quarteirão. Mesmo que um pouco relutante, ela desceu. Pegamos as malas, agradecemos o motorista e saímos andando pela rua.



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