Amor Na Bagagem escrita por gabi13


Capítulo 26
Capítulo 25 - Feliz Ano Novo!


Notas iniciais do capítulo

Dei uma corrida e consegui deixar o capítulo pronto para hoje... Acho que vocês vão gostar desse, hahaha.



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Antes de dormir, eu havia imaginado exatamente como seria a manhã seguinte. Acordaria sem vontade de me levantar, mas provavelmente seria obrigada por Becky a ir a um salão de beleza me arrumar para o ano novo. Arrastaria-me pelos cantos e nem prestaria atenção no que estava vestindo, ameaçando chorar ao ver o globo de neve em meu guarda roupa, aquele que ganhei de Thiago. O dia seguiria assim.

Levanto-me pronta para aquela rotina deprimente, mas surpreendentemente, acordo num de meus melhores humores. Sinto-me livre e mais feliz, como se tudo isso tivesse acontecido por algum bem maior. E realmente, talvez tenha. Ao contrário do que imaginei, me visto e acordo Becky, praticamente a arrastando para fora da cama. Ela nem questiona minha recuperação rápida e apenas me segue, ainda bocejando, veste-se e pega uma torrada. Peço para minha tia o endereço exato do cabeleireiro e ela se oferece para levar-nos. Acabamos aceitando.

Ela nos larga na frente de um prédio simpático, com canteiros coloridos e uma fonte de água na frente. Entramos e somos atendidos por uma mulher baixinha e magra, conhecida de minha tia, que nos leva para o interior do estabelecimento. Decido fazer apenas uma escova, enquanto Becky escolhe cortar os cabelos. Uso o tempo que passo lá para pensar em tudo o que aconteceu, e concluo que as coisas vão ficar melhores assim. Eu teria de ir embora dali a um mês, e seria horrível me despedir dele se ficássemos juntos. Assim eu estou impedindo coisas piores de acontecerem. Vai ficar tudo bem. Encaro-me no espelho. Meu cabelo está bonito, de verdade. Pena que o Thiago vai perder isso... Ele nunca teria a cara de pau de aparecer na festa, e eu tenho certeza disso. Ele não é tão mau caráter. Espero Becky ficar pronta e, em cinco minutos, minha tia e Guto aparecem para nos buscar. Almoçamos em um restaurante próximo do salão e fomos para casa, já que a empresa de organização de festa estava programada para começar dali a pouco.

A mulher com quem Becky e eu falamos na empresa chega em seguida, e percebo que nem perguntei seu nome. Quando ela me cumprimenta, leio o crachá. Teresa. Indico o lugar da festa, o quiosque e o deque, que seriam os lugares iluminados e decorados. Ela chama sua equipe de cerca de cinco pessoas, todos vestidos em azul, e eles seguem em direção ao jardim para começar o trabalho. Instalam escadas e arrastam mesas e cadeiras tiradas de um caminhão, colocando tudo no lugar planejado. Busco um dos meus livros e fico por perto observando e lendo até cerca de seis horas da tarde, quando tudo está quase pronto e eu sou obrigada a subir para me arrumar, já que as pessoas começarão a chegar às sete. Becky sobe comigo totalmente empolgada, e me ajuda a colocar o vestido que havia ganhado de minha tia. Também veste a roupa nova, e maquiamos uma a outra. Às sete e quinze já estávamos prontas, então descemos as escadas para ver quem já havia chegado. Mal passo pelas portas do jardim e dou de cara com Nick.

–Como você está? – Ele pergunta, fazendo cara de preocupado.

–Estou ótima! – Sorrio e o abraço. – Obrigada por tudo.

–Não tem problema. É para isso que amigos servem, né?

Concordo com a cabeça. Até ele estava afirmando ser apenas meu amigo, como eu posso ter pensado em vê-lo de outro jeito? Bobagem minha, só podia ser, não é? Devia ser. Sento-me em uma mesa com Becky, Guto e Nick, e quase não vejo o tempo passar. Conversamos sobre vários assuntos, jantamos. Sou apresentada para diversos amigos de minha tia, desde designers de interior, como ela, até médicos. Quando finalmente paro para olhar no relógio, faltam apenas quinze minutos para a meia noite. Estou na mesa conversando normalmente com Becky sobre nossa série de TV favorita, alheia à conversa de Guto e Nick, que falam sobre algum time de futebol internacional que desconheço. De repente, ela para de falar e olha para a porta. O mesmo acontece com Guto e com Nick, que fecha a expressão na mesma hora, soltando um grunhido de descrença. Ao me virar, vejo algo que não tinha acreditado nem por um segundo que aconteceria. Thiago estava lá. Ele realmente tinha tido a coragem de colocar um maldito smoking branco e aparecer na festa de minha tia. Sendo que ele tinha sido pego me traindo no dia anterior. E não, essa não é a pior parte. Ele estava de mãos dadas com Juliana.

-O que diabos vocês fazem aqui? – Nick levanta de supetão da mesa, me assustando e encarando Thiago com raiva.

-Ué, ninguém me avisou que estávamos desconvidados. Temos o direito de estar aqui, não é? – Juliana toma a frente, defendendo, e Thiago concorda com a cabeça.

-Você não sabe nem se defender sozinho, covarde?

-Eu concordo com o que ela disse. Nós temos tanto direito quanto você de participarmos dessa festa. Meus problemas pessoais com a Alice não interferem nisso.

-Seu...

Minha tia se mete na conversa, impedindo Nicholas de dizer o que pretendia em seguida. Pela expressão dele, provavelmente não seria uma coisa muito agradável.

- Tudo bem. A única mesa com lugares vagos é a do Nicholas, então se vocês realmente quiserem ficar, sentem-se com eles. – Ela suspira. Apesar da raiva, sei que ela está certa. Ela não podia deixar uma briga acontecer na frente de todos os seus amigos, e eu também não gostaria que o Nick perdesse a classe logo ali. Muito menos por minha culpa.

Percebendo que eles vão realmente sentar-se ali, levanto-me e caminho calmamente até o deque. Prefiro passar a virada de ano sozinha do que sentada com eles. Parece que Nicholas concorda comigo e me segue, sentando-se ao meu lado no banco entre as cortinas de luzes que eu havia escolhido há alguns dias atrás.

- Eu não acredito que ele teve a coragem de fazer isso. – Eu digo, pronunciando as palavras vagarosamente, quase que as cuspindo. Minha expressão está completamente incrédula.

- Ele é um idiota. Eu ainda vou acabar batendo nele. – Nicholas bate o punho na mão aberta, bufando.

- Deixe assim. Não quero que você se machuque por mim.

- Você está dizendo que eu não tenho força? – Ele me olha franzindo a testa, mas depois relaxa os ombros e sorri.

-Eu sei que você o derrotaria em alguns segundos, mas não vale a pena. – Eu reviro os olhos. - Ele e a Juliana se merecem. Eu e você vamos encontrar coisas muito melhores.

- Tenho certeza que sim. Às vezes, é normal nos enganarmos com as pessoas.

Nesse momento, começo a ouvir a contagem regressiva... Dez.

- Eu sei. Esse ano, as coisas vão mudar. – Digo.

Nove.

-Eu tenho certeza de que vão. – Ele sorri.

Oito.

-Eu também. Quer dizer, uma hora as coisas tem que mudar. Tem que ter um novo começo.

Sete. Seis. Cinco. Quatro.

- Você tem razão. Todo ano é um novo começo. – Ele diz.

Três.

-Acho que todo segundo é um novo começo.

Dois.

-Então será que agora eu posso recomeçar? – Ele se aproxima de mim. –Ou melhor, será que nós podemos começar? – Ele dá aquele meio sorriso que eu tanto odeio. Acho que eu poderia aprender a gostar disso. Talvez eu goste um pouquinho.

Um.

-Eu não me importaria. – Falo num sussurro.

Zero. Todos gritam e comemoram, mas eu não consigo ouvir mais nada além do meu próprio coração acelerando. Os fogos de artifício são lançados, mas nenhum deles se compara com os que explodem dentro de mim quando Nick finalmente puxa minha cintura e me beija, acabando com o espaço entre nós. Se antes perguntava-me como eu poderia vê-lo como mais do que um amigo, agora pergunto-me como poderia vê-lo como menos, já que parece que sempre pertenci àquele lugar, ali junto dele. Perco-me tanto no momento que nem percebo que a chuva começa a cair em grandes pingos, delicadamente molhando a madeira sob nossos pés. Todos os convidados gritam e correm para dentro de casa, mas Nick simplesmente me abraça e ficamos ali. Eu quase não acredito no tempo em que demorei a perceber, mas ele é certo para mim. Do modo mais errado possível, mas de alguma forma, é certo. Nesse momento, eu sei que estou cada vez mais próxima de encontrar o meu “era uma vez”. E eu também sei que não poderia ter imaginado uma virada de ano mais feliz do que esta.















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