Amor Na Bagagem escrita por gabi13


Capítulo 22
Capítulo 22 - Príncipe ou sapo?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Diferentemente do dia anterior, acordo com o barulho do meu celular, mas ao invés de ser apenas uma mensagem, são duas. Abro a primeira.

“Oi, docinho! Espero que não fique decepcionada... Vou ter de passar esse fim de semana em uma chácara com os meus tios e não vamos poder nos ver, mas saiba que eu vou sentir muito a sua falta. Vê se não esquece de mim, hein? Vou passar o tempo todo pensando em você. –T.”

Fico triste, mas respondo que tudo bem e que não é culpa dele, e que também vou sentir saudades. Abro a segunda mensagem.

“Oi, Lice! Desculpa por ter saído daí daquele jeito ontem, eu me estressei um pouco. Eu tenho que falar com você urgente, será que a gente pode se encontrar na pista de skate atrás do mercado? – Nick.”

Ao acabar de ler a mensagem dele, fico me perguntando o que devo fazer. Sim, eu estava com muita vontade de encontrar o Nick, mas será que eu devia estar com essa vontade? Ah, ele é meu amigo, então é normal querer saber o que ele quer comigo. Além disso, eu estou apaixonada pelo Thiago e nada no mundo poderia mudar isso dentro de mim. Respondo.

“Claro, a gente se vê lá. Duas horas da tarde está bom pra você? –A.”

Logo ele responde confirmando, então levanto da cama, coloco a mesma roupa do dia anterior e vou me maquiar. Desço, como uma torrada de almoço, já que eu havia acordado bem atrasada (uma hora da tarde), e aviso minha tia que vou me encontrar com o Nicholas.

-Ué, mas e o Thiago? Vocês pareciam tão bem ontem!

-Ele foi para a chácara dos tios dele, e sim, nós estamos perfeitamente bem!

-Ele não vai ficar com ciúmes?

-Não, tia, já disse que não tem nenhuma possibilidade de eu gostar do Nick.

-Ok, você me convenceu... Agora convença a si mesma. – Ela me dá uma piscadela, saindo da cozinha e me deixando confusa. Claro que eu não gostava dele! Que ideia.

Pego minha bolsa e saio de casa correndo para não me atrasar. Eu já sabia onde ficava o mercado, já que havia passado por ali no dia em que havíamos ido para a praia, então tudo o que tive de fazer foi passar pelo lado, onde alguns atendentes fumavam e conversavam encostados em um cavalete, e seguir até uma pequena pista de skate, em meio a algumas árvores.

O reconheço de imediato. Ele está lá, sozinho, vestindo calças jeans e uma camiseta verde, que combina com os olhos dele. Está tão distraído olhando para o nada que não me vê, então chego por trás dele e o cutuco. Ele leva um susto e imediatamente tira os fones, recuperando a pose e dando um meio sorrisinho.

-Você é mais pontual do que eu pensava, viu? – Ele me provoca.

-Eu sou responsável, oras! E o senhor, o que estava fazendo com essa carinha de cachorro apaixonado? Tem alguma coisa, ou melhor, alguma garota mexendo com você? – Retruco, para não ficar para trás.

Ele simplesmente baixa a cabeça e não responde nada, e então um silêncio desconfortável toma conta de nós. Sempre fui péssima em puxar assunto. Prefiro simplesmente ficar quietinha no meu canto, esperando que alguém mais extrovertido do que eu resolva tomar as rédeas da conversa... Mas naquele momento, percebi que se eu não falasse nada ficaríamos ali o dia inteiro parados, então perguntei a primeira coisa que me veio na cabeça.

- E a Juliana, você tem visto ela?

- Ela foi passar o fim de semana com... Um cara. – Ele responde, mal humorado.

-Como assim? Vocês recém terminaram!

- Ainda se fosse esse o problema... Ela estava com esse cara enquanto nós estávamos juntos. Era sobre isso que eu queria falar com você, é que esse...

Eu o interrompo, decidindo que não vou deixá-lo ficar mal por um segundo. Ele é meu amigo, não é? Amigos não deixam amigos ficarem tristes em momento algum!

- Não, nós não vamos ficar nessa fossa. – Eu dou uma olhada ao redor. – Você sabe andar de skate? – Ele sorri.

- Eu estava só esperando você perguntar isso. Não só sei, como você também vai saber até o fim do dia... Ou não me chamo mais Nicholas!

Eu dou uma gargalhada e olho para ele descrente, como se ele estivesse brincando.

-Que pena, eu gostava do seu nome...

-Engraçadinha. – Ele ri da minha expressão. – Vem! – Aponta para um skate que eu nem havia percebido que se encontrava ali, me incentivando a tentar.

Obedeci-o, e ele segurou meus braços, para evitar que eu caísse. Foi me puxando devagar pela pista, me encarando e dizendo que não havia nenhum motivo para sentir medo. E eu acreditei. Ele foi me puxando cada vez mais rápido e eu comecei a rir da minha situação, olhando para ele e percebendo que ele também estava sorrindo. Não um daqueles sorrisos irônicos dele, mas de verdade. E o sorriso de verdade dele até que era bonitinho. Bem bonitinho. De repente, ele tenta me soltar. Assustada por ter perdido a segurança que estava sentindo, acabo virando o skate e caindo para o lado de Nicholas, que me segura sem nem hesitar. Calma, de onde ele havia tirado força? Nem havia percebido, mas parece que ele faz academia. Coloca-me de pé sem nenhum esforço, rindo da minha cara e, agora sim, colocando um meio sorrisinho no rosto.

- Pensei que seu equilíbrio fosse melhor, mas parece que é igual ao seu temperamento. Desequilibrada! –Eu finjo uma cara de braba e faço menção de que vou brigar com ele, mas simplesmente sorrio. E então, ele completa a frase. – Minha desequilibrada.

Aproximo-me dele e sinto-me completa e totalmente feliz. Sinto que se pudesse para sempre ficar ao lado dele, nem hesitaria. Sinto que ele era a única pessoa que eu queria conhecer no momento. Queria saber os hábitos dele. Queria saber como ele soava no telefone de manhã, quando tinha recém acordado. Queria saber como ele era longe daquele porte durão e sem sentimentos. Queria simplesmente estar ao lado dele. Ele também chega perto de mim, mas de repente vira o rosto, acabando com meu encanto.

-Ei equilibrista de meia tigela, a tarde com você foi ótima, mas eu tenho que ir! Vamos nos encontrar na festa de ano novo da sua tia, ou quem sabe amanhã! – Ele diz, virando-se e seguindo na direção do mercado, me deixando parada no meio da pista olhando para os meus pés.

- Ok. Tchau, Nick. – Digo, um pouco desapontada, mas percebendo o que eu havia feito. E se ele não tivesse parado? Eu teria traído o Thi, aquele menino carinhoso e que me amava, logo com o Nicholas? Logo ele, que havia me odiado nas primeiras semanas? Meu Deus, eu sou uma idiota. Rio de mim mesma e volto para casa. Becky me perguntou onde eu havia ido, e eu disse que tinha saído com o Nick.

-Ué, como assim? – Ela sorri escancaradamente.

-Não, Becky. Como amigos. Ele tentou me ensinar a andar de skate! – Dei uma gargalhada ao lembrar as minhas tentativas.

-Ai, que amor! Saiba que eu totalmente apoio vocês dois como casal.

-Becky! Eu já disse que gosto do Thi. Thiago, entendeu?

-Tá bom, irritadinha! Calma!

Não respondo mais às provocações dela e janto em silêncio. Subo para o quarto, visto o pijama e me deito. Puxo o celular e percebo que tem uma mensagem.

“Oi amor, senti sua falta! Eu estou aqui, contando as horas pra te ver... Te amo! – T”

Sorrio e respondo em questão de segundos.

“Também estou com saudades. – A”

Claro que eu gostava do Thiago... Como eu pude pensar diferente? Ele é aquele com quem eu gostaria de passar o resto dos meus dias, não é? Claro que sim... Mas eu não consigo entender. Se o Thiago era meu príncipe encantado, então por que eu não havia conseguido responder aquele “eu te amo”? E por que quando cliquei no botão para ler a mensagem, desejei que ela fosse de outro garoto? Não um garoto qualquer, mas um garoto de olhos verdes com quem eu me sentia em casa, e que tinha o meio sorrisinho irônico mais lindo... E mesmo que ele fosse um sapo, eu sabia que não me importaria em ficar com ele para sempre.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Hahaha.



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