Amor Na Bagagem escrita por gabi13


Capítulo 19
Capítulo 19 - Natal


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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-Oi bebê! – Thiago diz descaradamente, quando me vê parada na janela sem grades do quiosque, tentando entender a situação.

- Oi. – Respondo, esperando que ele dê uma explicação razoável, mas ele não dá. Simplesmente pula a janela e me abraça de lado, dando um beijo em minha bochecha.

- A Juli estava aqui tomando um ar também e eu encontrei ela, estávamos conversando. – Ele sorri.

Juliana relaxa os ombros e solta a respiração, exibindo praticamente todos os dentes em um sorriso mais do que falso.

-Você viu o Nick por aí? – Ela fala, tirando os cabelos dos olhos e piscando através dos cílios compridos e cheios de rímel.

-Sim, ele estava na sala e foi para o jardim da frente te procurar. – Respondo, mal humorada. Ela não sai do lugar. –Você poderia me dar um instante com o Thiago? – Pergunto fazendo uma voz fina, quando percebo que ela não vai nos deixar sozinhos se eu não pedir.

-Claro que sim. – Ela se levanta para sair, mas, nesse momento, Nick entra no pátio e a olha com uma cara mal humorada.

-Oi amor!  - Ela o cumprimenta com um miado.

-Oi. – Ele responde, no mesmo tom que eu havia usado com Thiago apenas alguns minutos atrás. – Onde você estava?

-Eu estava falando com o Thi, querido. Ai, que grosso você. – Ela resmunga, fazendo uma vozinha infantil.

- Ah tá, só para saber. – Ele dá um sorriso forçado, apertando os olhos.

- Não precisa ficar com ciúmes, bobinho. – Ela chega perto dele e tenta beijá-lo, mas ele desvia a cara. – Tá, e o que foi agora? – Ela pergunta, impaciente e irritada.

-Não é ciúmes. – Ele dá um sorriso irônico. – Faz um tempo que eu quero te dizer isso Juli, mas cansei. Cansei das suas frescuras, das suas manhas e de você fingindo ser inocente, ok? Eu descobri tudo. Está acabado, você sabe o porquê e eu também.

Ela fica boquiaberta por alguns segundos e, logo em seguida, dá um tapa na cara de Nicholas. Ele não esboça nenhuma reação, o que a faz sair correndo, gritando que nunca mais quer o ver na vida.

- O que foi isso, cara? – Meu namorado pergunta.

-Não dava mais. – Ele responde, e volta para dentro assobiando.

Eu continuo parada de pé na grama com o braço de Thiago nas minhas costas, tentando absorver o que recém ocorrera ali. Ele me tira de meus devaneios com um beijo calmo e me leva para dentro, garantindo-me que tudo está bem e que não tenho que me preocupar com nada e muito menos ter ciúmes, já que ele é todo meu e nunca me trocaria. Relaxo um pouco, confiando nele.

Na mesa coberta com uma toalha natalina e velas vermelhas, minha tia, Becky e Guto conversam animadamente sobre os planos deles para o ano novo, que seria dali a seis dias. Estava planejado um show de fogos saídos do quiosque, caso chovesse, e uma janta no jardim. Interesso-me pela ideia e também me meto na conversa, oferecendo ajuda para comprar a decoração e decidir o cardápio. Becky está interessada em escolher os fogos de artifício, já que essa sempre foi a parte favorita dela no ano novo. Tia Lourdes concorda com as tarefas que escolhemos, dizendo que nos daria os telefones e endereços necessários para tratarmos disso no dia seguinte.

Nossos planos são interrompidos pelas badaladas do relógio antigo do hall, que indica a meia noite. Após alguns segundos de silêncio, todos começam a desejar feliz Natal e a se abraçar. Thiago, com um sorriso torto, me estende uma caixinha com um presente. Abro e encanto-me ao ver um globo de neve com uma foto da gruta dentro,  que de acordo com ele,  tem o objetivo de simbolizar nosso primeiro encontro.  Becky também me dá um presente, um colar e brincos com o símbolo do infinito.

-Já que você não vai desistir de usar esse anel idiota, pelo menos precisa de algo que combine com ele. – Ela pisca para mim indicando o anel de Mark em minha mão com a cabeça, e eu rio, agradecendo.

Tia Lourdes me dá uma coleção de romances dos quais eu nunca havia ouvido falar, mas que me parecem interessantes, e eu dou para ela um lenço de pescoço que havia comprado ainda em casa, especialmente para a ocasião. Para Becky, comprei uma coleção de DVDs da Audrey Hepburn, que é a atriz favorita dela. Percebo que não havia nem pensado em comprar nada para Thiago, então simplesmente puxo um dos meus anéis sem enfeites do dedo e coloco na mão dele.

-Desculpa, não comprei nada de especial para você, mas como você me deu uma aliança, acho que te devo uma também. – Eu sorrio, e ele me beija.

- Eu te amo cada vez mais, sabia? – Ele diz.

- Eu também.

Depois disso nos sentamos e jogamos carta até perto das duas da manhã, quando Thiago se despede de nós e vai embora, prometendo me ligar na manhã seguinte para combinarmos algo. Guto sobe para dormir e Becky e eu seguimos o exemplo dele, indo para o quarto. Guardo os livros que ganhei junto com os que eu trouxe, e visto os brincos e o colar, que são pequenos e não vão me incomodar durante o sono. Guardo o globo de neve no meu closet, atrás das minhas roupas, para quando eu precise de alguma coisa que me faça sorrir. Becky me mostra que Guto também deu uma aliança para ela, dourada e com aparência de nova, diferente da minha, que apesar de mais velha, eu não trocaria por nada nesse mundo. Começo a saltitar e a formular o convite de casamento dos dois, só para irritá-la.

-Rebecca e Augusto, junto de suas respectivas famílias, convidam para seu casamento. – Falo, fazendo uma voz formal parecida com a de um locutor de rádio, e dou um suspiro falso e exagerado.

Ela fica vermelha e começa a rir, me batendo com o travesseiro de penas de ganso. Continuo provocando.

-Quantos filhos vocês vão ter? Meninos ou meninas? – Ela ri. – Eu vou ser a madrinha, né?

- Com certeza. – Ela responde.

-Viu, admitiu que vai ter filhos com ele. – Eu cantarolo.

-Alice, vá dormir. O sono deve estar prejudicando seu cérebro. – Ela dá uma gargalhada.

- Ok, só me avise a data, hein? – Eu digo e me dirijo ao meu banheiro, onde lavo o rosto com um sabonete para a pele, já que a minha está um pouco oleosa, retiro toda a maquiagem com um creme especial, passo um hidratante no corpo e visto uma camisola bordô toda listrada.

Voltando para o quarto, percebo que Becky já está deitada e dormindo por cima das cobertas mesmo, devido ao calor horrível que faz lá fora. Nem parece que uns dias atrás a chuva caía como uma cachoeira do céu, que estranho. Ela tem um sono pesado e rápido, assim como o meu. Pego meu celular, percebo que recebi uma mensagem de um número estranho exatamente à meia noite, e a abro.

“Feliz Natal, tudo de bom, espero que esteja boa a festa de vocês. Desculpa por não poder ficar mais, mas você sabe o porquê, né? Ah, e aquela nossa discussão de antes... Pensei sobre ela. Admito que tenho um pouco de culpa. Desculpas por isso também. Beijos, Nick.”

Espera... O que diabos é isso?  Para começar, de onde ele tirou meu telefone? Ok, Thiago deve ter dado para ele por algum motivo, e ele queria justificar o fato de ter saído cedo e sem avisar. Leio o resto da mensagem de novo e sorrio pelo pedido de desculpas dele. Por um lado, me sinto vitoriosa por ele ter percebido que a culpa é pelo menos metade dele, e por outro, percebo que fui uma grossa com ele também. Respondo a mensagem.

“Não tem problema, espero que você esteja bem em relação àquela história... E eu também tenho culpa, desculpe-me. Espero que possamos agir mais pacificamente agora... Beijos, -A.”

Clico em enviar e alguns minutos depois pego no sono, feliz por ter conseguido acabar com essas briguinhas, e quem sabe, ganhado um novo amigo.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por todos os reviews fofos e pelas minhas duas recomendações maravilhosas! Espero que tenham gostado!