Sinal Positivo escrita por Milk


Capítulo 32
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

~Hey!
Estou entregando e encerramento oficial de Sinal Positivo com atraso, mas estou entregando.

Espero que esse bônus seja a cereja do bolo!



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Antes que mergulhem nos parágrafos a seguir, um breve e importante aviso:

Este não será um fragmento pós-felizes-para-sempre porque meu final definitivamente não foi um felizes para sempre, na verdade nem foi um final,

foi uma estória interrompida numa parte qualquer.

Considerando que eu ainda estou viva,

não faz sentido dizer que aquele ou este seja o fim da minha história,

é apenas um pedaço dela que eu quis mostrar, alguns capítulos da minha vida que fizeram de mim a pessoa que sou hoje.

Então, não me deixem arquivada, eu sou alguém, eu ainda estou por aí,

muitos capítulos da minha vida ainda estão rolando e isto aqui

é apenas uma fresta do meu mundo que eu deixei vocês verem.

Eu estou em cartelas vazias de remédio, em árvores de natal, sobre um par de patins, romances distópicos e até mesmo na loucura,

só não estou acabada.

Sinal Positivo

Epílogo

Nos primeiros três anos, eu acordava sem saber se já tinha amanhecido ou se o planeta ainda estava fazendo sua rotação de transição do dia para a noite. Já estava habituada com o sono fracionado. Naquela manhã a Mei acordou tarde, já considerei um presente para o Sasuke e para mim.

Era domingo, vinte e três de julho, teríamos a comemoração do aniversário duplo, da Mei, completado há alguns dias, e do Sasuke. Uma com três anos e o outro vinte e dois. Minha tristeza foi abrir os olhos e descobrir a cama vazia, Sasuke havia se adiantado e levantado mais cedo do que eu.

Não havia um ano que morávamos juntos de verdade. Era como se brincássemos em uma gangorra, tínhamos fases em que estávamos lineares e em outras nos desequilibrávamos. Tentamos morar juntos umas quatro ou cinco vezes, somente na sexta tentativa que ficamos firmes e assim que estamos até agora.

Talvez se tivéssemos desistido da primeira vez em que as coisas não andaram bem, hoje eu estaria lhes mostrando uma perspectiva diferente, contudo uma das coisas que eu aprendi nesse tempo é persistir pelo o que eu gosto e por quem eu amo. Se é fácil retomar tudo do começo após tantos fracassos, isso já é outra história. Nesses casos é preciso buscar forças, e meu ponto seguro era minha filha.

Pode haver um contraste agora se resgatar minhas primeiras declarações sobre a neném e comparar com as de agora, mas o tempo e as relações são uma coisa engraçada. Às vezes eu me imaginava, só por divertimento, como seria a Sakura num mundo paralelo sem Mei e sem Sasuke. Provavelmente eu ainda teria os cabelos tingidos e rosa e frequentaria terapias em grupo. Sabem bem que durante toda a minha gravidez eu desejei que a Mei não estivesse ali dentro porque eu só pensava no meu futuro, hoje percebo a falta de sentido nisso, afinal um filho é o futuro e não foi impedimento para eu seguir com a minha vida e não será impedimento para ninguém que souber o que fazer.

Confesso que demorei alguns meses para perceber, mas assim que despertei daquela ignorância e imaturidade, foi invadida por uma coleção de emoções que fizeram uma liga de aço entre minha filha e eu. Isso foi bem na época em que Sasuke e eu rompemos a relação estranha que tínhamos pela primeira vez. À princípio achei que fosse o fim do mundo, depois percebi que era apenas um impulso para eu me tornar mais forte.

Com dezessete anos meus pais deram a “bênção” para o Sasuke me carregar para uma pequena casa na área urbana da cidade. Era um ótima localização, perto do trabalho do Sasuke, numa oficina de mecânica; do hospital e do parque da pequena cidade. Eu estava há um tempo trabalhando pela internet, aquele blog que iniciei de brincadeirinha quando estava grávida teve uma repercussão significativa, por conta isso dei continuidade nele, não demorou para surgir pequenas empresas se oferecendo para patrocinar a página em troca de propaganda. O dinheiro não era muito, mas já ajudava em alguma coisa.

Quando Sasuke e fomos para essa casa, eu ainda insisti para ficar num quarto separado com a Mei, numa caminha de solteiro e tudo mais. Obviamente ele ficou louco e não entendeu a necessidade disso, contudo simbolicamente eu ainda era virgem e “namorava” com ele há pouco tempo, sem contar que na época eu ainda sentia minha mão suar quando via o Naruto na rua. Foi um tempo confuso e eu demorei algum tempo para abrir espaço. Achamos que morando juntos as coisas seriam mais fáceis e acelerariam o processo, porém era bem diferente, para não dizer ruim.

Eu finalmente era a dona de casa. Às coisas poderiam ser do meu jeito ali. Eu lavaria a louça quando quisesse, poderia deixar a toalha molhada na cama e não me preocupar com a chance de alguém me bronquear, poderia comer somente congelados e outros caprichos. Nos primeiros dias foi bom, depois me irritei com a minha própria desordem. O tédio me transformou numa faxineira-cozinheira-e-faz-tudo excelente. Tão completa que não suportava quando o Sasuke chegava em casa, tirava os sapatos e deixava-os largados no meio da sala. Eu surtava. Foi por irritação da minha parte e por abstinência de sexo da parte dele que decidimos ficar cada um por si. Aluguei um apartamento de dois cômodos. Três semanas depois Sasuke foi tirar a Mei e eu de lá.

Voltamos a morar juntos e dessa vez eu fui obrigada a ir para o quarto de casal, não teve desculpa ou chilique capaz de me ajudar a fugir, sem contar que, por termos voltado, estávamos na maior fissura, e minha intuição que não falhava me avisou que não dava mais para adiar. Pode não fazer sentido por eu já ter uma filha, mas dane-se, eu tive minha primeira vez de verdade naquela noite. Como eu sei que vocês querem saber, eu vou contar como foi. Não acostumem-se, não haverá uma próxima vez.

Sasuke saía do trabalho às quatro horas da tarde, ia todos os dias visitar a Mei na nossa micro casa alugada com o dinheiro que eu ganhava do blog, deixava tudo o que eu precisava, fraudas, pomadas, lenços umedecidos, remédios, fraudas, mantimentos para a casa e etc. Naquele dia ele chegou mais cedo e não trouxe nenhuma sacola, quase chorei de tristeza porque no dia anterior ele prometeu me trazer cookies e Tic-tac. Tínhamos nos separado, mas nos falávamos normalmente, só não estávamos de muita gracinha um com o outro para ele chegar e me tascar um beijo, ainda mais depois de não me trazer doces.

— Mas que inferno, Sasuke! Ficou louco? — empurrei ele limpando minha boca com a costa da mão.

— Num dá mais pra segurar, Sakura! Você tem que voltar — falou com certa urgência na voz.

— Não tenho que voltar coisa nenhuma. Cai fora — me fiz de difícil, mas estava dando cambalhotas por dentro porque achei que ele nunca mais me quisesse de volta.

— Qual é? Você tá morando numa caixa de sapato e comendo miojo três semanas seguidas! Assume que quer voltar pra casa.

— Queria voltar só pra pegar aquelas lasanhas que deixei no congelador, depois eu vinha embora — dei os ombros e ele riu.

— Sakura, eu tô falando sério.

— Eu também, eu tô cansada de comer miojo sabor galinha caipira, quero alguma coisa mastigável, com gosto...

— Para de falar de comida!

— Fácil falar, você almoçou o quê hoje?

BurgerKing.

— E nem trouxe pra mim! — joguei uma almofada nele.

— Poxa, Sakura, eu vim correndo pegar você — realmente ele tinha chegado mais cedo do que o habitual — Se voltar para casa eu te compro o menu inteiro do BurgerKing.

— Sério? — meus olhos brilharam.

Eu estava gorda. Tinha engordado seis quilos. A sorte é que a carne extra foi para as pernas e para a bunda, eu já usava 38, estava me sentindo a Nicki Mnaj da cidade deserta.

— Não, só recebo semana que vem.

— Então eu não vou — sentei no sofá e cruzei os braços.

Contrariado, Sasuke foi até mim, parou na minha frente e ficou me olhando com sua carranca de menino mimado quando não tem o que quer. O observei com o olhar irônico.

— Se eu precisar te carregar de volta, eu farei isso, Sakura.

Me levantei, cheguei bem perto do rosto dele e sussurrei:

— Duvido.

Foi o bastante para o homem ficar louco. Ele me agarrou pela coxa e jogou meu corpo sobre o ombro. Esperneei, estapeei e até o mordi, quando ele chegou na porta, me colocou de volta no chão e sorriu de forma vitoriosa dizendo:

— Ainda duvida? — Neguei envergonhada — Vamos para a casa — acariciou o meu rosto e logo cedi, balançando a cabeça dizendo que sim.

Rapidamente arrumei minhas coisas e as da Mei, a peguei do berço ainda dormindo e fomos todos para casa. Assim que chegamos, fui direto para o meu quarto para deixar a Mei no berço, eis que me espanto com a falta de uma cama de solteiro, por um acaso a cama em que eu dormia.

Desci as escadas praticamente fincando o pé no assoalho, se eu desse um chilique forte era capaz de pegar as malinhas e voltar para a casa vulgo caixa de sapato.

— Sasuke, eu só vou perguntar uma vez: onde está a minha cama? — cruzei os braços e fiz pose de menina autoritária.

Sasuke me olhou dos pés à cabeça e riu. Estava misturando um suco artificial na pia enquanto esperava a lasanha ficar pronta.

— Você não precisa de cama de solteiro. Agora você é casada.

— Para de graça, Sasuke. Me diz onde está.

— Eu dei um fim nela — respondeu pacientemente jogando a colher suja dentro da pia e vindo na minha direção.

— E agora? Onde eu vou dormir?

— Vai dormir comigo — deu um cheiro no meu pescoço. Na hora os pelos do meu braço ficaram eriçados, saí do enlace na hora, pois se eu ficasse meu lado instintivo me trairia.

— Durmo no berço com a Mei, mas não durmo com você.

— Fala sério, Sakura. Já passou da hora de você pular essa etapa.

— Que etapa?

— Essa — reaproximou-se me mim com cautela, pois a cada passo que ele dava, eu recuava dois —, fazendo charme como se nunca tivesse...

— Cala a boca antes que você diga o que eu estou achando que vai dizer.

Tapei seus lábios com ambas as mãos. Agilmente ele se soltou do aperto e me prensou na parede da cozinha.

— S-Sasuke, deixa eu ver se a lasanha já tá pronta — tentei me desvencilhar.

— Ahhh, não vai, não! — Apertou-me mais — Mais tarde a gente come essa lasanha, agora vamos resolver isso.

Na hora minhas pernas ficaram bambas. Eu comecei a suar e sentir medo. Ele me beijava e eu correspondia toda atrapalhada, movimentos sem sincronia e sem calor (pelo menos da minha parte). Num momento ele parou e me olhou com estranhamento, perguntou o que eu tinha e eu decidi falar de uma só vez.

— Sasuke, é o seguinte: eu sei que a gente está há um tempo junto e você está na seca e tudo mais, contudo eu não me sinto a vontade para fazer aquilo. Entende?

— Não.

— Sasuke!

— A gente já fez isso antes. A Mei é a prova viva.

— Eu não me lembro de nada. No meu consciente ainda sou virgem.

— Você tá com medo?

— Pode-se dizer que sim.

— A Mei é também o resultado do meu talento na cama.

— Deixa de ser ridículo!

— Vamos, Sakura! Se doer eu paro.

— Vai se foder, Sasuke! — saí do aperto dele com raiva e envergonhada. Subi as escadas correndo. Pouco depois ele veio atrás de mim, me encontrou batendo o pé no corredor, já que no meu quarto não tinha mais cama.

— Vem cá — me puxou para um abraço — Não fica brava — acariciou meu cabelo.

Sasuke sabia como mexer comigo. Aos poucos fui ficando molenga, o pescoço solto sentindo os beijos dele. Fechei os olhos e deixei, se eu negasse que sentia saudades daquele toque, eu estaria mentindo. Quando ele começou a me guiar para o quarto, eu nem ousei espiar sob minhas pálpebras porque sabia que iria vacilar. Eu estava temerosa. E se Sasuke me largasse depois de ter o que queria? E se ainda era cedo demais para eu me entregar? E se, e se, e se? O pior “e se” era o medo de engravidar de novo.

Antes dele me jogar na cama, eu perguntei:

— Tem antiprenhice aí? — Ele me olhou confuso por alguns instantes até entender, se afastou um pouco e pegou um pacotinho dentro da gaveta de cuecas e meias.

Foi tudo bem rápido, não podíamos demorar porque a Mei poderia acordar a qualquer momento. Eu não estava muito afim, contudo mais cedo ou mais tarde aconteceria, então dei os ombros e deixei que o Sasuke fizesse o que tinha que fazer.

Ele beijava cada parte do meu corpo que despia, arriscava a até a morder de leve, enquanto eu e minha tola timidez nos limitávamos a arranhões suaves intercalados com carícias nas costas e nos ombros.

Enfim nus. Naquela altura eu já estava um pimentão de tanta vergonha. Queria desistir. Depois de olhar para a coisinha do Sasuke, fiquei assombrada, não achava que um negócio daquele coubesse em mim. Até comentei isso na hora, entre risos, então ele respondeu:

— Filha, por aí passou um bebê, não sei por que você tá com medo.

Brincamos mais um pouco até que ele me virou de buços, flexionou uma das minhas pernas e entrou dentro de mim. Na hora mordi o travesseiro e soltei um palavrão ou dois. Eu estava seca, então foi algo bem desconfortável e estranho. Ele disse que naquela posição, deitada de barriga, eu sentiria menos, enquanto ele ia e vinha eu ficava imaginando como seria em outras posições, já que naquela não estava muito legal.

De repente ele pareceu se esquecer do combinado de fazer devagar, de parar quando eu mandar e etc. Sasuke pegou minha cintura como um gancho e ergueu, me deixando de joelho, praticamente de quatro pra ele. Achei um insulto. Xinguei, tentei me soltar, fingi até um choro, mas não teve jeito, ele estava empenhado de mais. Forte, profundo e rápido. Mesmo com toda a minha timidez, foi impossível não gemer, hora por dor, hora por uns calafrios dúbios que me invadiam.

Um tapa, dois tapas, três tapas e eu já estava nervosa. Não tinha mais de dez minutos que estávamos ali e eu já tinha ficado cansada e dolorida. Eu chamava “Sasuke” para ele parar e o idiota de olhos fechados ficava murmurando “Isso, geme meu nome, gostosa”. Era um verme em formato de gente. Se eu tivesse um pinto tinha brochado na hora.

Quando terminou, urrou como aqueles atores de filme pornô, ou como um cavalo, cada um interpreta como quer. Deu um tapinha na minha bunda, umedeceu os lábios e me deu um beijo na bochecha.

— E aí? O que achou? — perguntou ofegante.

— Uma bosta — fui sincera — Não sei como tem gente que gosta disso. Negócio nada a ver. Não faço nunca mais — me vesti e ele ficou rindo como uma criança.

— Depois você acostuma. Sexo é tipo tomar cerveja, sabe?

— Não.

— No começo é amarga, mas depois fica saborosa.

— Você é um pervertido.

— Me dá um mês para mudar seu conceito.

— Te dou até um ano, querido.

Essa aposta o Sasuke ganhou. Em menos de um mês eu tive meu primeiro orgasmo e passei a gostar da coisa. Era uma atividade que pelo menos uma vez por semana tínhamos que fazer. Algumas vezes colocávamos a Mei para dormir com a gente, especialmente em dias frios, mas nem isso era impedimento, íamos para outro cômodo da casa ou até mesmo no corredor. Sasuke se gabava por isso, por realmente ter mudado o meu conceito, mas ele não merece todos os créditos, fatores biológicos são bem significativos.

Com idas e vindas, nunca chegamos a brigar ao ponto de ficar dias sem falar com o outro ou sem se ver. Mei era uma mediadora nessa história toda. Agora, com três anos, ela fala o que dá na telha. Qualquer discussão que ouve ela já vem gritando, correndo cambaleando com seus longos cabelos dourados e chama Sasuke e eu de “bundões”.

Um fato interessante sobre Mei: ela chama o Sasuke de Sasuke. Não há santo que a faça chamá-lo de pai.

Houve uma época em que eu passei a chamar o Sasuke de pai, só para ver se ela pegava o hábito, mas nem assim. Eu era a mãe e o Sasuke era o Sasuke.

Mei crescia como erva daninha, rapidamente. É muito inteligente para uma garotinha de três anos, adora dançar e cantar os CDs loucos do pai, e se deixar, passa horas e horas na cozinha comigo decorando bolos, biscoitos e muffins.

É uma garota meiga, porém muito elétrica, animada ao ponto de irritar quem não tem costume com pessoas cheias de energia. Contudo, sua marca registrada são as caretas idênticas as que o Sasuke faz em momentos espontâneos. Ela já se parece muito com ele, fazendo essas caretas, parece uma versão feminina no pai, com cabelos e olhos claros.

Parei de pintar meu cabelo por causa dela que desde bebê tem problemas respiratórios e o cheiro adocicado do tonalizante irritava seu nariz. Meus fios estavam retos, um palmo abaixo dos ombros, na cor natural e um pouco ondulado. O Sasuke preferia assim. Por falar nele, ele não havia mudado em nada, a não ser que óculos escuros pode-se contar como mudança no visual.

Depois de ser demitido da mecânica, ele se engajou com o pai na milícia e estava tomando conta das papeladas de Fugaku. Ganhava muito bem, mas dizia estar insatisfeito, não era isso o que ele queria. Eu continuava com o blog, com mais patrocinadores, porém eu comecei a buscar novas fontes de renda. Entrei num cursinho semipresencial de confeitaria e comecei a fazer bolos e doces em casa para vender para eventos ou qualquer outra pessoa que quisesse compar. Isso gerava um pouco mais da metade do dinheiro que o Sasuke produzia na milícia.

Minha mãe continuava sendo uma carneirinha a beira dos quarenta anos, pulando cerca atrás de cerca, fazendo meu pai continuar sendo corno. Reira ainda era feia, entretanto já tinha o peito maior do que o meu. Aidou, com um pouco mais de cinco anos, era a coisa mais fofa do mundo, continuava sendo o meu amor. Ele tem um amor pela Mei como se fosse irmã dele. A abraça, a beija, brinca com ela e tudo mais. Ele também tem o maior apego com o Sasuke que ensina ele a tocar violão.

Mikoto era a avó/sogra mais coruja do mundo, sem mais. Fugaku, se eu o vi três vezes na minha vida, foi muito. Itachi aparece de vez em quando, uma vez por ano ou menos, e sempre que vem trás sua filha.

Naruto se formou no ensino médio depois de repetir quase seis anos. O Sasuke também. Ambos querendo se tornar mecânicos, Sasuke logo trabalhou com isso, Naruto preferiu cursar a faculdade na capital. Sasuke e ele ainda eram grandes amigos, unha e carne, apenas não se viam muito, mas quando se encontravam, só faltava se fundir um no outro. Sasuke chegou a convidá-lo para apadrinhar a Mei, mas ele se recusou, então entregamos ela para Kushina e Minato que aceitaram com grande alegria.

Hinata aparecia sempre, era outra madrinha da Mei. Toda vez trazia um presente para a menina e me emprestava um livro. Em troca eu lhe dava bolos e biscoitos. Incrivelmente éramos muito amigas, nem minha mudança de cidade e o fim do ensino médio nos afastou, dávamos um jeito de nos encontrar pelo menos toda semana, enquanto Mei estava na creche e ela cabulava aula da faculdade.

Eu tinha uma vida muito feliz. Se fosse mais, ficaria chata.

Sasuke como marido era um cara regular, mas como pai, ninguém ousava reclamar. Se a Mei lhe pedisse uma estrela, ele matava e morria para dar para ela. Era um pai incondicional.

Nesses três anos de relação ioiô eu percebi que o amava e que isso era recíproco, senão ele não teria paciência para engolir seu orgulho todas as vezes e me trazer de volta. Sasuke me tornou uma mulher, não digo só na cama, só na vida materna, mas me fez criar um caráter, um amor próprio, uma segurança, uma autossuficiência inabalável, tanto que nem ele me fazia descer do patamar para fazer suas vontades.

Sasuke com toda a sua infantilidade e teimosia me fez ter pulso firme e ser decisiva. Antes de sair com os amigos para voltar de madrugada eu o avisava “Se você chegar depois das duas da manhã não me encontrará mais aqui”. Ele não botou fé. Essa foi a terceira vez que o 'abandonei'. Um dia ele chegou em casa bêbado, e estava dirigindo ainda por cima, deitou-se do meu lado e ainda quis graça. Passei a madrugada no sofá, preferia acordar dolorida do que passar a noite o observando dormir abraçado com um balde, de meia em meia hora vomitando água. Ele acordou de tarde e não encontrou nem Mei nem eu em casa. Essa foi a quarta vez, a quarta e a pior porque voltei para a casa dos meus pais e minha mãe disse que não deixaria que eu voltasse para ele.

Esses são apenas pequenos exemplos das dificuldades que tive com o Sasuke. Coisas ruins que poderiam me derrubar, me fazer desistir, mas eu sabia o tempo todo que nada valeria a pena se não houvesse o esforço, a resistência. Isso me fortaleceu como mulher, esposa e mãe. Hoje eu posso dizer com o peito inflado de orgulho que as minhas dificuldades fizeram eu ser essa pessoa que conhecem.

Sakura Haruno, dezenove anos, autônoma, noiva e mãe.

E você? Como a vida fez você ser quem você é?


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Notas finais do capítulo

Meus amores, não vou falar muito, acho que no Capítulo XXX eu já me expressei o bastante.
Quero que fiquem com Deus!
Transem com camisinha, ou transem sem, mas ao menos tomem pílula do dia seguinte ou anticoncepcional.
Eu amo a Sakura, mas não quero que nenhuma garotinha jovem se precipite, tudo bem?
Para as Teen Moms, meu enorme beijo, meu grande respeito, minha demorada reverência! Vocês são guerreiras todos os dias!

Um forte beijo!