Sinal Positivo escrita por Milk


Capítulo 25
Capítulo XXIV


Notas iniciais do capítulo

Hey Positivas! Acho que estou de volta (acho). Meu computador voltou do conserto, tinha esse capítulo escrito e resolvi postá-lo. Quero agradecer à todos os reviews que recebi no último capítulo de Natal, à todas as leitoras que tão me enchendo o saco para atualizar SP e pra informar que estamos chegando na reta final da fic. Teremos pelos menos uns dez capítulos pela frente. A enrolação acaba logo logo.
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Espero que gostem! Boa leitura!
[Atualizado: 02/01/2014 - 21:45]



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–Para onde estamos indo?

–Para um motel. –O olhei indignada. Qual era o problema mental de Sasuke? Por Deus! Estava quase abrindo a porta e me jogando do carro em movimento. Minha barriga ia amortecer a queda. –Hey! Me respeita! –Falou ofendido. –Vou para um estúdio de tatuagem que tem nesse motel, relaxa! –Riu da minha cara de pateta. Mas ele queria o quê, né?

Era atrás de um posto de gasolina. Havia um restaurante 24 horas, cabines telefônicas, um ponto de táxi e o motel no fundo. “Motel Vendaval”, com letras em neon. Não parecia ter estúdio de tatuagem nenhum ali.

Ele estacionou, olhou para os lados assim que saiu do carro e mandou eu acompanha-lo. Segurou miha mãe firme, com o semblante sério, muito diferente de como estava no carro, todo relaxada, bobão, curtindo com a minha cara de idiota. Na recepção uns caras mal encarados com pose de tudo, menos de recepcionistas, nos receberam.

–Estão com documentos? –Sasuke assentiu, abrindo a carteira e mostrando sua carta de habilitação (falsa, provavelmente). –Uma noite? –O grandão perguntou digitando algo no computador. Estranhei ele não fazer questão da minha identidade. Não que eu estivesse interessada em entrar ali, eu só achei estranho.

–Não. –Sasuke disse. Os caras olharam para mim, acho que fiquei vermelha. Eles todos estavam achando que iríamos alugar um quarto, era? Crendeuspai! –Quero ir para o estúdio. –Os caras franziram o cenho.

–Eu levo vocês. –Um dos caras saiu detrás do balcão e andou à nossa frente. Reparei no lugar, as paredes eram pintadas de tons quentes e tinham ornamentos românticos, tudo muito brega. Alguns quartos tinham uma plaquinha pendurada na maçaneta escrito “Do not disturb”. Quase vomitei. Seria cômico se não fosse nojento –e desnecessário.

O cara apontou uma porta e Sasuke assentiu para ele, acho que era uma forma de dizer obrigada sem dizer. Coisa de homem ou coisa de Sasuke. Ele bateu na porta e entrou em seguida assim que ouviu a permissão de uma voz feminina lá dentro.

–Sasuke! Quanto tempo! –A mulher exclamou. Parecia feliz em revê-lo. Seria ela outra peguete de quermesse do Sasuke? Não duvido nada. Apesar de detestar Sasuke com toda a água que tenho na placenta, tenho que admitir que o cara é foda, tem amantes espalhadas por todo o estado. –Quem é essa? –Me olhou com surpesa (lê-se olhou para a minha barriga).

–Minha noiva. –Deu os ombros. Eu revirei os olhos. Não fazia questão de manter a mentira de Sasuke. A mulher percebeu e olhou para o Sasuke com cara de você não me engana, seu canalha e veio me cumprimentar.

–Prazer, meu nome é Anko. –Me deu um beijo estalado na bochecha, depois deu alguns passos para trás com ambas as mãos na cintura e encarou descaradamente o volume do meu macacão jeans. –Querida... –Dizia em tom de lamentação, divertida, balançando a cabeça para os lados. –O que essa canalha fez com você?

–Sexo. –Sasuke respondeu por mim. Descalcei de novo o Vans e comecei bater nele. –Ai! Ai! Chega! Não é verdade?! –Riu alisando os locais onde lhe bati. Lance meu olhar mais mortal e ele calou a boca. Anko olhava toda a cena com uma sobrancelha arqueada, parecia ser uma mulher divertida.

–E vão se casar? –Perguntou num tom de dúvida.

–Não.

–Sim. –Ele respondeu. Olhei para a cara dele, cínico. Não estava com paciência. Agora a nova brincadeira é essa, dizer que é meu noivo. Cínico. –É o que nossas mães querem. –Falou olhando para mim, mas não sei se dizia mesmo para mim ou para Anko, ou para as duas, sei lá. De qualquer forma respondi:

–Não sei quanto a você, mas eu não vou ceder aos caprichos da minha mãe.

–Aí está uma coisa que não se vê todos os dias. –Se sentou e apontou lugares paranos sentarmos. Eram cadeiras de dentistas, pelo menos eram parecidas. –Geralmente é a menina que quer casar e o menino que foge. Se tratando de você, Sasuke, imaginava que não seria diferente. –Riram juntos. Piadinha interna, saquei. Novamente estou boiando.

–Não quero me casar com ela, mas minha mãe tá enchando tanto o saco que não vejo outro jeito. –Falou entediado.

–Arrange uma noiva de verdade e problema resolvido. –Disse.

–Não é assim tão simples. –Anko cruzou as pernas e encostou as costas na cadeira. Por um momento pensei que ela iria puxar um pote de pipoca para assistir minha DR com o Sasuke. –Minha mãe até te deu o colar da família. Tá apostando tudo que vamos nos casar.

–E você concorda? Logo você? –Anko interviu.

–Pra calar a boca da minha mãe! –Fez bico. Parecia uma criança. Acho que Anko compartilhou da minha ideia.

Lembram há muitos capítulos atrás, da primeira vez que fui na casa de Sasuke e conheci Mikoto, quando fui falar da minha gravidez, lembram? Eu já havia percebido que o Sasuke era o bebezinho da Sra Uchiha.

–Você é muito submisso à sua mãe, Sasuke. –Anko disse num tom divertido. –Dezenove anos nas costas e parece um bebezão! –Ria da cara dele que a fuzilava. –Não quer se casar, não case! Se a... como é seu nome mesmo?

–Sakura.

–Se a Sakura que devia fazer questão não está nem um pouco a fim de matrimônio, por que se preocupar?

–Ah Anko... É a vontade da minha mãe. –Disse sério. –Ela não teve isso com Itachi, você sabe. Não quero decepcioná-la.

–Mas e a sua vontade? –Ele olhou de soslaio para mim. –Bom, não tivemos um bom começo, não é? –Ela me olhou e riu, uma risada de cachaceira. –Vai fazer outra tattoo?

–Vou, mas não hoje. –Sasuke sorriu. Nem parecia que há segundos atrás tinha baixado a guarda. –Quem vai fazer é a Sakura. –Hã? Oi? Quem? Ficou maluco?

–Mas nem sob efeito de drogas!

–Sob efeito de drogas você fez um filho! –Toma essa Sakura! Nossa, Sasuke hoje tava de marcação comigo. Aquela Anko devia ser muito íntima dele para ele estar falando umas coisas daquelas. Humor negro!

–Com todo respeito, Anko, mas não me interesso em ter uma cicatriz preta na minha pele. –Sorri para parecer menos rude.

–Normal! –Deu um tapa no ar. –Mas dê uma olhada nessas tatuagens femininas. –Me entregou um book.

Gente! Surtei! Uma mais linda do que a outra! Amei a da silhueta do Peter Pan, outra de pegadas de cachorrinho e aquela frase “I refuse to sink” com uma âncora. Amei! Ao perceberem meu encanto, me olharam sorrindo.

–Mudou de ideia, Sakura? –Anko perguntou com um tom de vencedora.

–Ela é bipolar, muda de ideia igual a Taylor Swift muda de namorado! –Sasuke me zuou e eu nem fiquei tão brava, me perguntei desde quando ele conhece Taylor Swift e suas instabilidades amorosas. Suspeito.

–Olha, é tudo muito lindo –Fechei o book e entreguei para ela -, mas não tenho interesse em fazer. Na verdade não tenho coragem.

–Tem medo da dor? –Anko perguntou com um sorriso simpático, não o debochado de antes.

–Ela não tem medo de dor não, ela corta os pulsos! –Olhei para Sasuke incrédula. Que merda ele tava falando? –Deve doer bem mais se cortar do que fazer uma tattoo. –Aquele foi o meu limite. Qual era o problema de Sasuke? Eu não estava entendendo mais nada. No carro de um jeito, na recepção de outro, aqui em cima um completo idiota.

–Qual a necessidade de ficar falando minhas particularidades para estranhos, Sasuke? –Perguntei brava, mas mantendo meu tom de voz. Ele havia me ofendido.

–Anko não é uma estranha.

–Acabei de conhecê-la, para mim ela é.

–Relaxa, Sakura. Sasuke é um idiota. –Fuzilou Sasuke segurando meus braços, tentou virá-los para ver a parte interna onde haviam as cicatrizes, mas eu não deixei. Ela entendeu e não insitiu, manteve as mãos ali, quentes, me dando segurança. –Pode fazer alguma coisa em cima disso. –Estava séria. –Iria cobrir e seria um impedimento para você não fazer mais. –Sorriu. Não me julgava. Ela não me julgava. Sabe a raridade de encontrar alguém assim? Ela encarava meus cortes como um acidente, algo que dá para consertar. Claro que não vai alterar as rupturas que eles fizeram na minha mente, mas pelo menos a parte estética...

–Eu não sei... Preciso falar com a minha mãe. –Que com certeza diria não.

–Tudo bem. –Ela entendeu o que aquilo significava. -Pode vir quando quiser. –Se levantou.

–Vamos voltar semana que vem. –Sasuke disse já de pé, perto da porta.

–Vamos? –Perguntei confusa.

–Claro! Não vamos pegar os testes. –Sim, Sasuke, querido, vamos pegar os testes, isso não tem nada a ver com estúdio de tattoo. Se ele tava pensando que ia me carregar para essas quebradas de novo, ele estava muito enganado.

–Tudo bem, então aguardo vocês! –Sorriu amigavelmente. Me abraçou e foi em direção de Sasuke para um abraços de urso. Houve até um girozinho no ar, acredita? –Foi um prazer revê-lo! –Antes de sairmos pelo corredor, ela aconselhou Sasuke: -Cuida da garota! E juízo! –Ele assentiu sorrindo.

Okay. Também não vou perguntar o que foi aquilo.

Entrei no carro emburrada. Sasuke estava sendo um completo idiota. Sozinho comigo ele era de um jeito, perto dos outros de outro.

Perto das nossas mães: frio, calado.

Sozinho comigo: conversador, irritante.

Com amigos: Cínico, idiota.

Só eu sofro de bipolaridade? Ele precisa começar a marcar umas consultas com Shizune, minha médica-que-não-é-médica para ver qual é o problema em sua cabeça oca.

–Eu sei que você tá com a língua coçando para saber de algo, Sakura! –Começou colocando o cinto. –Pode começar o interrogatório.

–Não quero. –Falei chateada.

–Por que não?

–Para você fazer piadinhas e ficar tirando com a minha cara de idiota? Não, muito obrigada, dispenso! –Cruzei os braços.

–Sabe quem é Anko?

–Tatuadora? –Disse sem vontade.

–Ela tirou minha virgindade! –Disse rindo e manobrando o carro. Como já estava no posto, abasteceu o resto do tanque.

–Não precisava saber disso, seu escroto! –Cada vez mais ridículo.

–Então precisa saber quantos anos eu tinha! –Sério mesmo que ele se divertia me contando aquelas coisas? –Onze, Sakura Haruno! Onze anos! –Gargalhou. –Eu era muito franguinho!

–Algumas coisas não mudam... –Comentei olhando minhas unhas.

–Foi engraçado! Naruto me zoa por isso até hoje! –Já estava vermelho de tanto rir.

–Você é um nojento!

–Tá falando o quê, Danone? O seu Narutinho não é nenhum santo não! Não te ocnto os podres dele porque não é minha obrigação.

–Agradeço.

–Mas um eu tenho que contar. –Sorriu de canto. Aquele sorriso sádico, o mesmo que ele tinha quando ameaçou de estourar os fios do poste de luz caso eu contasse ao Naruto sobre a gravidez, sobre ele e tudo mais. Revirei os olhos, lá vem bosta.

–Qual a dificuldade de me deixar quietinha, Sasuke? –Perguntei já no meu limite. –Desde o primeiro minuto que ficamos sozinhos ou na frente dos seus amigos você tem agido como um completo idiota, mentindo e falando coisas de mim como se realmente me conhecesse.

–Eu te conheço.

–Um escambau! –Ele riu. O sorriso sádico se fez presente.

–Estou te testando.

–Me pegue num dia que eu estiver com paciência.

–Quero ver se sua chatice tem limite.

–Olha, se for para me encher o saco, cala a boca, tá? Daqui uma semana você vai voltar para me infernizar, não piora essa noite. –Fechei a cara. Ele passou no drive-in do restaurante, pegou uns lanches e bebidas deixando no suporte e partimos de volta para minha casa. Mikoto devia estar botando um ovo pela nossa demora.

–Eu nunca tive nada com Hinata. –Falou sério depois de muitos segundos em silêncio. Eu estava comendo meu sanduíche de atum, nem tive como manda-lo se calar. Eu estava adorando a ausência de sua voz grossa. –Quem teve rolo com ela foi o Naruto.

De repente o atum ficou com gosto de chorume na minha boca.

–Para o carro. Vou vomitar.

.o0o.

Mikoto quase não foi embora quando me viu emburrada com o rosto inchado de tanto chorar, tive que prometer que ligaria todos os dias da semana, nem que fosse para desabafar, pois ela entendia que gravidez na adolescência era difícil, ainda mais com todos os problemas (mentais, ela quis dizer) que tenho.

Sasuke estava normal. Foi embora sem me cumprimentar, nem olhou na minha cara, parecia irritado. Talvez porque eu passei o caminho inteiro da volta chorando ou porque sua mãe daria início à sessão de perguntas quando ambos estivessem no carro.

Que se dane, não era problema meu.

Mamãe tentou bancar a mãe e ver o que eu tinha, mas eu tava de saco cheio até pra ela. Tomei outro banho e escovei os dentes umas cinco vezes para tirar o gosto horrível de vômito. Liguei o computador e enquanto iniciava, fiquei na janela do meu quarto olhando lá para baixo, visualizando a cena do Sasuke com a espingarda. Não sei por que, mas eu ri. Aquele moleque é doente. Se eu contasse para papai que ele havia pegado em sua espingarda, sei não, ia ter morte.

Será que Sasuke já havia chegado em casa? Resolvi esperar mais.

Desci para cozinha e comi uns pãezinhos com requeijão enquanto assistia Hora de Aventura. Era quase onze da noite. Não precisei ligar pro Sasuke, o telefone de casa tocou e do outro lado da linha a voz de Mikoto surgiu só para avisar que chegaram bem.

Ótimo.

Imediatamente subi e fiquei online no Skype sabendo que as chances de Naruto estar também eram mínimas. Era sábado, ele devia estar em alguma festa. Respirei fundo. Seria mais fácil sem aqueles olhos enormes me medindo do outro lado da tela. Como não sou muito boa em escrever (também não estava nenhum pouco a fim), gravei um vídeo.

Sem delongas, vou te dizer tudo. Tudo o que eu deixei de te dizer nesses últimos meses. Eu sei que não tenho direito de te pedir nada, Naruto, ainda assim, por tudo o que vivemos juntos, veja esse vídeo até o final. Por favor.

Fiz uma pausa.

Foi em outubro, quando você viajou para ajudar seus pais com a Mei que estava com complicações por causa da doença... Não me lembro bem. Você ficou afastado por volta de uma semana, eu acho. Só sei que dia 31 Sasuke deu uma festa. Eu não iria, você sabe que eu só saio quando você está junto, mas o pessoal insistiu, disseram que cuidariam de mim, mas não cuidaram.

Respirei fundo, evitava olhar para a lente da câmera. Tinha a sensação que era o mesmo que olhar para os olhos do Naruto enquanto ele assistia.

Ino me drogou, e com uma droga das bravas!

Dei ênfase. Ele saberia qual foi.

Fiquei inconsciente, fora de mim. Disseram-me que bebi, fumei, fiz o caralho a quatro... Eu sinceramente não me lembro. Me pergunto até hoje onde estavam aqueles ‘amigos’ que disseram que cuidariam de mim na sua ausência. Mas não vou enrolar, Naruto. Você não tem obrigação de ouvir minhas lamentações.”

Mais uma lufada de ar para revigorar os meus pulmões e eu encaro a lente da câmera.

Sasuke transou comigo.

Abaixei a cabeça. Minha garganta começou a me incomodar e sentia minhas bochechas queimarem de vergonha.

Eu juro, eu não estava consciente de nada.

Inevitavelmente comecei a chorar.

Até hoje não me lembro de muita coisa, só que acordei no quarto dele. Me desculpe. Me desculpe. Eu sei que não deveria beber nada, era um suco, eu não imaginei que pudesse haver algo ali dentro... Me desculpe. Você me conhece, sabe que eu jamais faria isso em sã consciência...

Parei um pouco para secar as lágrimas. Não estava acreditando iria, finalmente, revelar ao Naruto tudo o que aconteceu.

Não sei quem nos filmou e espalhou para a escola. Sasuke conseguiu subornar meio mundo para apagar os vídeos e não deixá-lo saber sobre o ocorrido. Ele também tava bêbado, drogado, sei lá. É o que ele diz.”

Fiz pouco caso com raiva. Apesar do Sasuke merecer uma boa surra do Naruto, eu não iria entregá-lo, não diria que diferente de mim ele estava sim consciente e que se lembra de tudo. Queria ver se ele teria caráter de dizer na cara do amigo o que fez comigo.

Quando te liguei na manhã seguinte você até estranhou. Eu estava desesperada, queria te contar, mas não tive coragem. Até hoje estou tentando me convencer de te falar isso pessoalmente. Tentei hoje mais cedo, mas não deu.

Lembrei de Sasuke.

O pior...

Ri da minha desgraça. Imagino como o Naruto ficaria ao ver aquilo.

O pior é que não acaba por aí.

Respirei fundo. Não olhei mais para a câmera.

Eu fiquei grávida. Descobri um pouco antes do Natal. Contei ao Sasuke, mas ele duvidou de mim, então falei com a mãe dele. Eles me propuseram aborto.

Falei com vergonha me sentando.

Eu estava tão desesperada! Achava que a solução seria aquela, mas no fim não tive coragem. Lembra quando madruguei na sua casa, na véspera? Eu ia te contar, mas tive medo. Eu estava voltando da casa fétida de uma parteira... Você estava fazendo o meu presente...”

Olhei para trás vendo a árvore que ele me deu brilhar próxima a minha cama.

No natal contei aos meus pais. Eles decidiram que nos mudaríamos às pressas novamente até que eu tivesse a criança, depois voltaríamos para aí e o bebê seria criado como meu irmão, assim como Aidou.

Lembrei do sermão do Sasuke e ri. Que ideia estúpida vista de fora.

Nunca daria certo. Depois de muitas conversas entre nossos pais, resolvemos cuidar disso juntos. Mikoto está colaborando muito, passou esse fim de semana aqui para fazermos os primeiros exames.”

Dizia sem empolgação nenhuma na voz.

Até parece contente...”

Não sabia mais o que dizer ali, então encerrei com o necessário:

Todas as coisas que acabei de te dizer são graves. Quero que saiba que apesar de tudo eu não acredito que amor supere tudo. Não sei o que você sente, ou sentia por mim, mas se havia um mínimo de respeito e estima, eu tenho a certeza de que não resta nada agora. Não pequei só por essas coisas, pequei por ter omitido. Você sempre me deu suporte, sempre esteve ao meu lado, me ajudou, me deu segurança para falar sobre tudo o que eu quisesse. Não me julgava. Fazia de tudo ao seu alcance para me ver feliz. Se não era real, você fingia muito bem. Não faço ideia do impacto que isso possa ter para você agora, se dói tanto em você quanto em mim, eu sei que está sofrendo e peço perdão mais uma vez por isso. Você não merece nada disso.”

Não deixei de pensar em você um dia sequer, não deixei de me culpar por essa situação e hoje me odeio por todo e qualquer mal que eu tenha lhe feito. Eu voltaria no tempo e consertaria tudo, mas eu posso. Eu te amo, Naruto. Só quero que você saiba de tudo pela minha boca. Não te peço nada. Se não quiser me responder, eu vou entender. Só preciso que você saiba. Não consigo mais guardar isso dentro de mim. Me perdoe. Eu te amo.”

Salvei o vídeo e enviei antes que não tivesse mais em coragem. Em seguida desliguei o computador e deitei na minha cama.

Consciência e travesseiro todo mundo tem, dorme quem consegue.

Tombei a cabeça para o lado e algumas lágrimas escaparam, morrendo na minha têmpora, fazendo uma pequena poça na fronha. Eu fitava as luzes da Árvore de Naruto. Por que estavam acesas?

Só consegui dormir quando tirei a bateria delas.


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Notas finais do capítulo

Sasuke bipolar? Sim ou claro? shaushau Tirando o fato de que ele é um completo idiota, ele não tem nada psicológico que o faça ser cretino (espero eu, an), é o jeito dele mesmo. Muda conforme a pessoa e situação.
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O que acharam da Anko? Querem dar sugestões para a tattoo da Sakura (se ela for fazer)? Estou aberta à ideias!
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O que acharam da revelação? O que esperavam? Comentem!
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Todos os reviews pendentes estarei respondendo nesta semana :)
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@_MirelleFerraz