Sinal Positivo escrita por Milk


Capítulo 19
Capítulo XVIII


Notas iniciais do capítulo

-Hay! Ho! Capítulo curtinho.
Sei que demorei quase um mês para atualizar, mas entendam que estou em fase de TCC e estou tentando me dedicar ao máximo.
Obrigada as leitoras que participaram do Sorteio de Livro que promovi na minha página do Facebook "Distímica", houve duas ganhadoras, uma é minha professora linda e bela e fã de animes Bruna do Senac e a outra é a Lu Hime, outra leitora e autora linda e bela que escolheu o livro "A Esperança" da trilogia Jogos Vorazes (que eu sou fã u.u). Parabéns às duas e numa próxima vez participem!!!



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A pior humilhação pela qual uma mulher pode passar é ter que provar que o filho é de quem diz ser. Mas vou deixar para desabafar isso mais tarde.

Sasuke e Mikoto chegaram por volta das seis da tarde em uma sexta-feira, eu acabara de chegar da escola, estava suada, faminta, apertada para usar o banheiro e com muito sono, ainda assim, os recebi com beijinhos no rosto e toda sorridente, para não perder o costume. Mamãe não se desesperou com a aparência da casa ou com o jantar porque desde a quarta começou preparar tudo para a pequena estadia deles na cidadezinha pacata. Quando desci as escadas, de moletom, chinelo e cabelo molhado (com a raíz para retocar), as visitas estavam na mesa comendo bolo com suco de maçã. Quando descobri que o bolo era de baunilha tive vontade de estrangular minha mãe. Estou enjoada de baunilha.

Ele não olhava para mim, mas respondia as perguntas com frases mais longas do que sim, não ou às vezes. Um progresso. Mikoto e mamãe, como comentei antes, pareciam amigas de infância, de igreja, de cama, sei lá, porque conversavam todos os dias pelo telefone e ainda têm assunto. Quando me sentei de frente para o Sasuke, com o queixo apoiado na mão, elas estavam falando sobre os empregos ruins de seus maridos que só vivem fora de casa.

Mais corado, cabelo aparado e roupas passadas, isso que havia mudado nele, em mim eu sei que com certeza, não apenas ele como qualquer pessoa, repara na minha barriga e minha raiz loira. Até meu bebê nascer vou exibir uma californiana rosa desbotado horrível. Foi engraçado quando, mais tarde, passeando pela praça, ele me disse que meu cabelo havia crescido ao invés de falar isso da minha barriga que já estava ficando difícil de esconder.

-Apresente a casa ao Sasuke, Sakura! –Houve um revirar de olhos sincronizado, mútuo. Me levantei, encostei a cadeira na mesa, ele a deixou esparramada no meio da cozinha; fomos andando, o hóspede na frente e a anfitriã-guia atrás; a escada é larga, mas ele fez questão de andar no meio com aquelas pernas cumpridas e exageradamente longes uma da outra só de pirraça para que eu não passasse e por fim decidiu vasculhar quarto por quarto.

-Esse é do Aidou, cuidado para não… -Choro de neném. –Certo. –Suspiro pesadamente, pego Aidou do berço, recém acordado, e volto para a tour. –Quarto da mamãe…

-“Mamãe”? –Perguntou com cara de nojo.

-É, aquela que tá lá embaixo com a Mikoto, sabe? –Ironizei.

-Mas “mamãe”? Quem fala “mamãe” com esse tamanho?

-Eu!

-Aff! Ridículo! –Que absurdo! Na minha própria casa sendo repreendida por ser respeitosa com mamãe, digo, mãe. Oras, não é nenhuma babaquice! Pelo menos eu acho que não.

-Este é o quato de hóspede onde sua mãe vai dormir porque…

-Ela me explicou. –Cavalo estúpido!

-Esse aí é o meu. –Ele parou, olhou, olhou para mim, olhou para a porta. Eu já disse que gosto de luzes? Então, coloquei um enfeite de luzes na porta como um quadro com um pequeno ursinho de pelúcia segurando uma placa dizendo “Bem-vindos à Fofosfera!” e ao redor algumas figurinhas do meus cadernos de escola dos anos anteriores.

-Eu sei, é meio vergonhoso, mas achei muito clichê colocar “não pertube”.

-Meu quarto é “do not disturb”, “não entre”, “se afasta”, “cai fora”, “suma daqui”, “vásefoder”, “ocupado(transando)”…

-Okay, eu entendi! –Disse tapando os ouvidos do meu pobre irmãozinho( que chutava minha barriga e ria igual um bobo para o Sasuke).

-Pensava que você era uma garota diferente, Danone… -Girou a maçaneta.

-Eu sou.

-Isso –apontou para a porta –prova que você não é! –Disse convencido.

-Nunca esteve grávido, não sabe o quanto é deprimente ter essas crises feministas.

-Começou o drama.

-Pare… -Disse magoada, geralmente naquela hora do dia eu ficava super sensível.

Ele ria –Quem diria, o quarto da Danone… Não é tão zuado. Parabéns. –Vá à merda. –Uma Árvore de Natal? Estamos em março, sabia?

-Naruto que me deu, não quero deixar empoeirando em uma caixa.

-Se deixar em uma caixa não entrará poeira! –Sorriu debilmente, garoto irritante, pior do que o Sheldon. –E isso no teto? –Apontou. –Cartelas de Dipirona?

-Cala a boca, são as catelas dos remédios que tomo.

-Por que cola esse lixo no teto?

-Pra me lembrar de que sem eles não rola.

-Não rola o quê?

-A vida. –Respondi tentando não soar melodramática. Por sorte ele não fez nenhuma piadinha, ficou em silêncio, ainda fitando o teto, depois olhou para a árvore de natal e uma foto minha de quando tinha seis anos num porta-retrato infantil. Loira, cabelo até os ombros, franginha e um sorriso tão aberto que fazia meus olhos ficarem miúdos, impossíveis de ver a cor da íris; estava sentada em um carrinho de mão e segurava uma banana comida pela metade. Gostava dessa foto. Parecia uma criança de verdade em uma família de verdade.

-Tinha quantos anos?

-Uns seis.

-Você era bem diferente…

-O cabelo.

-Pensei que fosse morena.

-Minha sobrancelha é mais escura.

-Sakura. –Coloquei a chupeta na boca do Aidou que resmungava e o olhei. –Nunca soube o que aconteceu. –Começou. –Só o que você mostrava.

-Minha mãe falou para sua mãe e sua mãe te contou, foi isso? –Deu os ombros.

-Espero que fique bem. –Sorri. Mas foi um breve sorriso. –Não é por nada, mas como que vai ser ter uma criança que a mãe passa mais tempo internad apor surtos do que com ele nos braços?

De todas as mihas inseguranças e medos sobre ser mãe, o maior era esse. Ele cutucou a ferida aberta que mais me incomodava. Como dar à luz à um filho de uma mãe louca? Contei à minha mãe sobre isso e ela disse que era bobagem, pensamento que toda mãe tem, mas no meu caso é real, apesar da frieza das palavras, ele tem razão e não podia estar mais certo de cobrar minha sanidade. Ainda assim, é angustiante ver que até os outros esperam o meu pior nessa maternidade, o próprio pai que antes renegava a criança pede para eu não me exaltar.

-Deve ter selecionado bem as palavras que diria para mim sobre isso.

-Nem tanto. –Assumiu. –Eu sei que você já está grandinha demais para cortar os pulsos dentro do guarda-roupa quando eu virar as costas. –Falou me olhando de canto. –Não foi minha mãe que mandou eu abordar essa conversa, isso aqui sou eu preocupado com o que vai acontecer. Nem você nem eu queríamos isso, mas já que está acontecendo, é melhor fazermos direito.

-Não estou dizendo que não deve se preocupar quanto a minha… condição, só acho cruel da sua parte dar mais corda para esses medos que sinto. Eu penso nisso sempre, a todo momento.

-Sakura, eu disse na frente dos seus pais que vou me empenhar para que tudo dê certo, eu não queria essa criança, mas agora eu preciso estar presente, é meu dever, e não quero que nada complique ainda mais essa situação, entende?

-Eu não sou assim porque eu quero…

-Eu sei que você tem um distúrbio, síndrome, câncer, sei lá o quê que faz você ser assim tão emo, mas você tomava remédios e se tratava para controlar isso e mesmo assim fazia. Não me pergunte como, mas eu sei que na sua ficha você não é borderline, então você não fazia aquelas coisas porque gostava ou porque era um impulso da sua doença, você fazia para ter um álibi e isso é a coisa mais idiota do mundo.

-Sasuke, você não…

-Sei que você acha que são os remédios que fizeram você criar amigos, conquistar um namorado e ter uma vida relativamente normal, mas entenda que aquele não é a poção do País das Maravilhas, é só um comprimido cheio de merdas que só te deu a confiança para você ser quem você realmente é. E não tem argumentos que mude minha opinião, Sakura, eu sei que você consegue controlar esse negócio se você quiser, uma prova disso é este exato momento: você veio grávida, fugida, para uma cidadezinha de caipira, viver isolada, escondida em baixo de camadas de moletom, sem psicólogo ou qualquer doido que cuide da sua cabeça, sem poder tomar remédio já que está grávida e sem amigos para poder relaxar. Reconheço a pressão enorme que está tendo agora. Ouvir isso e não chorar, a Sakura Danone manhosa ouvir um sermão e não chorar, isso sim é sinal de melhora. Você está bem e deve permanecer bem, ao vou ter que ser bruto com você. –Porque ele sempre é muito carinhoso comigo.

-Você está certo.

-Eu sei.

-Eu estou melhor, eu sou capaz disso.

-É, mais ou menos… -Disse brincando.

-Me prove se você também está apto.

-Minha prova foi aceitar participar…

-Isso não é mais do que sua obrigação e do que a lei exige, me prove que você está pronto para ser pai.

-Não vou beijar sua barriga!!!

-Pegue Aidou do meu colo, o troque e seja um pai para ele por cinco minutos. –Seus olhos se arregalaram. –Terá que fazer isso mais cedo ou mais tarde já que está disposto.


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Notas finais do capítulo

Um pedido: se houver erros de português ou digitação me avisem? Fiz meio que correndo já que os capítulos que estavam prontos eu apaguei, tipo asism, sem querer >.
Espero que tenham gostado.
Beijos e deixem reviews, recomendações ou MP's, eu adoro vocês meninas!



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