Sinal Positivo escrita por Milk


Capítulo 18
Capítulo XVII


Notas iniciais do capítulo

- Hey! Onde estão vocês sumidas? :'(
I miss minhas leitoras Positivas que me davam o ar da graça nos reviews!
Mas passando para o capítulo!
O de hoje é light, pequeno e com comentários sobre as últimas coisas que vêm acontecendo com a nossa Danone.
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/300915/chapter/18

2 semanas depois

Ou eu perdi o meu último maço de cigarro ou mamãe o encontrou e jogou no lixo. Ela ainda deve desconfiar que eu fumo, embora sempre que eu o faça, tomo cuidados para que ninguém perceba. O Bom-Air deixa meu quarto com cheiro de Bom-Air e os Tic-Tac que Minato me receitou meses atrás vem feito o serviço de cuidar do meu hálito. Cortes? Não mais desde a mudança. O cheiro metálico do sangue me enjoa, acho que não mencionei isso.

O principal é: não me corto; não fumo; não bebo; não faço coisas perigosas e parei de tomar os remédios (na verdade eles acabaram) que são contra indicados na gravidez. Descobri as zilhões de coisas ruins que tudo isso pode causar ao bebê e eu não quero isso à ele, ou ela.

Era engraçado como minha visão disso tudo se modificou desde que tudo aconteceu. Lembrava das maluquices que eu pensava quando descobri que estava grávida, de como lamentava minha vida antes de tudo isso acontecer. Tudo bem, eu tenho um transtorno que me faz ser assim tão instável, mas de certa forma eu sabia o que tinha e o valor que deveria dar à isso. Precisei ficar grávida, perder meu namorado e meu melhor amigo para perceber que um pai totalmente ausente e uma mãe vadia não são motivos o suficientes para eu tentar tirar a minha vida. Poxa, hoje eu faço dezesseis anos, deveria celebrar minha juventude.

Os dias que perdi internada, as horas de tratamento e isolamento no meu quarto poderiam ter sido utilizadas para eu aproveitar minha adolescência. Agora, de que adianta? Tenho um bebê que vai nascer daqui quatorze semanas. Ele será a criança, o adolescente. Será a vez dele curtir a vida. Eu tive meu momento e desperdicei tolamente. Sinto não poder reverter isso. Se há algo que eu posso fazer a respeito e não fazer nada.

Tenho uma amiga ótima, uma cidadezinha jeitosa, pais me apoiando e um irmão que só de sorrir me dá graça. Que mais poderia querer? Vou aproveitar essa gravidez, tirar o melhor dela e crescer porque sei que é disso que essa criança precisa. É tudo o que eu tenho para dar a ela.

O teto do meu quarto está forrado com as cartelas de todos os remédios que tomei desde que comecei a me tratar, há quase um ano. Muitas, dezenas, de todos os tamanhos e formas. A árvore do Naruto fica no canto do quarto, ao lado da pequena cômoda de mogno, acesa vinte e quatro horas por dia. Há alguns pisca-piscas presos na parede com fita adesiva, nem todas as lâmpadas ainda funcionam. Estou dando uma das minhas últimas olhadinhas nesse quarto do jeito que ele é. Em breve faremos as mudanças para o bebê, mas especificamente quando eu completar os sete meses. O berço de Aidou virá para cá e ele dormirá em uma caminha proporcional ao seu tamanho. Meu guarda-roupa é grande, metade será desocupada para as coisas da criança.

O enxoval já foi discutido. É impossível um chá-de-bebê para aliviar a barra, se bem que as coisas usadas por Aidou já quebram um galho, mesmo assim um chá-de-bebê seria bem-vindo, mas inconveniente. Cá entre nós, não estamos alegres. Estamos levando isso como um negócio minucioso. Espero que esse clima mude quando o bebê nascer.

Minhas conversas com Naruto estão cada vez mais abreviadas, às vezes de dois em dois dias. Ele não me chama, eu preciso ir até ele e esperar que ele me responda. Uma mensagem instantânea respondida depois de dez minutos. Dá para fazer muita coisa em dez minutos. Pode dizer que é paranóia, mas eu tenho motivos: ele não me disse como a gente fica. Até hoje estou sem resposta nenhuma. Ele é jovem, bonito, tem dinheiro e um Kadeting só dele, deve chover garota na sua horta! Minato em uma das nossas conversas disse que não, Naruto não está saindo com ninguém, nem com os amigos. Ele acha que o filho ainda me ama, só está magoado.

Às vezes acho que Minato contou algo à ele.

E Sasuke é a pessoa com quem eu mais converso ultimamente. Trocamos Skype e às vezes Minoto liga à noite para perguntar de mim. Ela tem sido bastante gentil, marcou com a minha mãe um fim de semana e como aqui tem quartos sobrando, não vimos problema nenhum. Mamãe e ela estão meio “amiguinhas” e já peguei ela pendurada no telefone quase meia hora falando sobre enxoval, programas de tevê e novela. Preocupante. Por quê? Um dia, enquanto ajudava mamãe com Aidou, ela começou falar sobre os Uchiha’s e blá blá blá e num sei o quê Sasuke. Parei.

“Por que está falando isso?”

“Ora, por que não? Ele não parece ser um garoto ruim, só meio seco. É inteligente, bonito e rico”, disse a última palavra como se fosse o requisito certeiro para um matrimônio, “Sem contar que é o pai da criança”. Claro que e achei um absurdo e passei Hypoglos na bochecha dela, mesmo assim ela continuava falar asneira, como eu sei que você gosta do Naruto, filha, mas veja, primeiro amorzinho passa, ele só foi o primeiro, virão outros… Exatamente como se Naruto e eu tivéssemos terminado.

Não, não e não! Nós não terminamos, ainda não sabemos o que fazer, mas nos separar está fora de cogitação!

Mikoto me dá um colar de matriarca Uchiha e mamãe fica com essas bobagens, parece que as duas estão se unindo querendo fazer minha cabeça para o Sasuke. Além de ser algo sem fundos, mesmo que eu quisesse, Sasuke me rejeitaria. Desculpe o vocabulários, mas ele me comeu bêbado, não faria isso se estivesse são. É só que eu não faço o “tipo” dele. Só isso. Somos amigos, Talvez nem isso. Embora tenhamos voltado a nos falar, isso não significa nada. A gente mais xinga um ao outro do que conversa. “Sua idiota!”, “Seu cretino!”, “Demônia!”, “Energúmeno!”, entre outros.

Bom, como ia dizendo, Mikoto (e Sasuke) passará um fim-de-semana aqui, conhecendo a cidade e paquerando minha mãe (não sei o que é pior, minha mãe traindo meu pai ou ficando com a minha ‘sogra’).

Acho que vou para o inferno por falar essas coisas para minha mãe.

Minha preocupação era com os quartos. São quatro: Reira (que está no internato), mamãe (que está sozinha, pois papai ainda está em outro país), Aidou (que não dorme lá, mas é onde suas coisas ficam) e o meu. Embora os quartos estejam vazios, os únicos que têm camas de solteiro é o meu e o de Reira. Mikoto não vai dormir doo divã do meu quarto nem na cama da minha mãe (ou vai, quem sabe?), ela provavelmente ficará no quarto inóspito da Reira; Sasuke não vai dividir a cama com a minha mãe, muito menos a cama de solteiro com a mãe dele, virá para o divã do meu quarto. E o pior é: isso não é uma hipótese, foi um trecho da conversa da mamãe com Mikoto que eu escutei.

Medidas de precaução: porta do meu quarto aberta, luz do hall acesa toda a noite e ambos dormindo com roupa.

Sabe o que é está com uma barriga de cinco meses e ter que dormir com roupa? Tente imaginar. Imaginou? Agora me abraça e chora, porque é triste.

A única coisa boa desse visita é que haverá passeio pela cidade, o que quer dizer: cachorro-quente, algodão-doce, pipoca, sorvete de milho-verde, canetas que brilham no escuro e churrasquinho grego. A coisa normal é a ultrassom. Eu nunca fiz nenhum exame na gravidez. Todas as vezes que fui ao médico (as três) foi por causa de surtos, nada relacionado com gravidez.

Mikoto viria mais para isso, ela estava querendo saber o sexo, e a pedido do marido (o que eu desconfio muito), um teste de DNA. Óbvio que nessa cidadezinha não há um hospital de linha com todos os procedimentos que a Sra. Uchiha solicita, então antes do passeio pela pacata cidade que atualmente me abriga, iremos à capital para fazer esses exames.

Achei isso totalmente ofensivo.

Primeiro: eu quero que tudo seja o mais natural possível (e também tenho medo dos médicos verem algo de errado com o bebê e descobrirem que mesmo grávida eu continuei tomando alguns remédios e fumei).

Segundo: na ultrassom da para ver se é menino ou menina e eu não quero saber se é menino ou menina porque para mim tanto faz o que vem no meio das pernas, vai ser um bebê que vai chorar, fazer cocô, me ordenhar e me chamar de mamamamama igual o Aidou. Quero que seja tudo o mais natural possível.

Terceiro: é totalmente desrespeitoso comigo Mikoto solicitar teste de DNA. Poxa, eu quase gritei na casa dela que eu era virgem. Ela quer o quê? Que eu diga ‘seu filho rompeu meu cabaço’, ‘me transformou de donzela para prenha’, ‘me desvirginhou’, ‘me tornou sexualmente ativa’?

Isso tudo aconteceria hoje se não fosse meu aniversário de dezesseis anos e eu precisasse de um momento para Sakura e não para o bebê. Meu, dezesseis anos. Eu sempre sonhei com essa idade e me sinto estupidamente igual a menina de algumas horas atrás que tinha quinze. “São só números no RG”, pensei.

Parei de ir para a escola porque está muito calor para eu usar moletons e eu passei mal um dia por insolação. Mamãe ficou com medo. Sabe o que eu tenho feito para me distrair? ESCREVER! Lembra do meu blog? Que a Shizune mandou eu fazer? Aquele que tinha a foto da Zooey Deschannel, mas que agora tem a foto da Florence da banda Florence + The Machine? Lembra que meu nome era Danone Van der Momsen e que agora é só Danone? Então, eu voltei escrever para ele e descobri que já tenho mais de cem seguidores. É legal porque eu escrevo e as pessoas me dão respostas falando da vida delas e isso é extremamente gratificante. Não me sinto falando com as paredes nem só, como venho me sentindo desde que vim para cá.

Sabe, achava que ver Naruto todos os dias pelo computador ia suprir a falta que sentíamos um do outro, nos manter próximos, mas só vi ocorrer o contrário, ele está desaparecendo, igual areia de praia escorrendo pelas fissuras dos dedos. Minato diz que vai estar comigo, mas mesmo assim… Sasuke continua por obrigação. Hinata não me conhece. Mamãe é horrível! Eu consigo ouvi-la no outro quarto gemendo com o garoto que é cinco anos mais velho do que eu, responsável por aparar nossa grama, enquanto Aidou está no meu colo brincando com minhas presilhas de cabelo.

As pessoas têm agido como babacas e eu me sinto bem finalmente. Não sei se isso é um mal sinal, mesmo a única coisa que deu um sinal positivo na minha vida foi um teste de gravidez barato que fiz num bar de quinta, só sei que eu não quero morrer, quero estar viva, quero essa criança viva e quero sorrir, mesmo com cinco dedos de raiz loira para tingir de rosa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, aí está!
O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sinal Positivo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.