Sinal Positivo escrita por Milk


Capítulo 17
Capítulo XVI


Notas iniciais do capítulo

- Hey, Positivas! Finalmente, né? Era para eu ter postado antes pelo tempo que este capítulo está pronto, entretanto minha irmã inteligentíssima baixou uns vírus fudidos no meu lindo pc (ou será que foi eu baixando um zilhão de episódios de The Vampire Diaries?) e a internet caiu. Simples assim. Tinha net, mas meu pc maldito teimava que não. Lá vai eu mexer no pc do meu trabalho (McDonald's) e me estressar porque lá não tem nem um word só para eu copiar e colar aqui o capítulo.
By the way, estou de volta, com esse e mais outro que TALVEZ (vejam bem, TALVEZ) postarei semana que vem.
Obrigadão à todas que comentam. Vocês são lindas!
.
Talvez pensam "Oh, você só diz que vai esclarecer as coisas e tudo continua assim, chato." Bem, têm pistas em todos os capítulos. Não querendo falar merda, mas acho que é comum ler fanfic por aqui muito previsíveis e sem um texto sujo, digo, subliminar.

Já disse duas vezes o que vai acontecer no final e ninguém percebeu! Como assim! kkkkkkk But i will always love you ♫

Boa leitura!

E curtam minha page no facebook "Distímica" (tem uma mina do cabelo cor-de-rosa que AINDA não sou eu) e VÃO AOS PROTESTOS!

Para quem mora na capital de São Paulo, dá um hello pra mim, vai que nóis se tromba por lá?



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Na segunda-feira eu ainda estava com o frenesi de sábado à noite. Havia acordado quinze minutos e dado um jeito no meu cabelo, os penteei (vocês sabem que para eu pentear o cabelo tem que ser uma ocasião séria que exija essa frescurada de desembaraçar os fios capilares) e passei a placa (prancha, chapinha) para tirar o frizz, afinal, quem tem cabelo cor-de-rosa sabe o quanto eles quebram e ficam parecendo bagaço de milho.

Extremamente escorridos, caídos sobre meus ombros largos e ósseos, reparei bem no meu cabelo como não vinha reparando há um bom tempo. Minha raiz loira já estava aparente e o meu tom de rosa, geralmente brilhante e vigoroso, puxado para um tom de chiclete de tutti-frutti ou de flamingo, estava mais claro do que Danone e algodão-doce. Raiz loira, fios desbotados também ficando loiros. Como estava sobrevivendo esses quatros meses sem retocar a tinta? Tonalizantes. Mas desde que fiquei internada aquelas duas vezes e aconteceu aquela reviravolta toda, meu cabelo ficou para último item a ser corrigido (se é que poderia ser corrigido eu estando prenha). Só estou comentando isso porque o meu pensamento seguinte deixou-me um pouco assustada o restante do dia: será que Sasuke havia notado?

Vamos recapitular umas coisinhas.

Até começar tomar remédio, eu usava bermudas até o joelho, camisas sociais masculinas e gravatas. Penteava meu cabelo apenas quando lavava e meus All Star não tinham os cadarços, pois eu tinha (e confesso que ainda tenho) preguiça de atá-los. Depois dos remédios: larguei as gravatas e camisas sociais, mas ainda continuei usando roupas abaixo do joelho; penteava o cabelo de vez em quando e comecei usar perfume. Época pós-descobrimento-de-certo-fator-que-fodeu-minha-adolescência: moletons, muitos moleton mesmo, dos baratos, dos da Adidas, dos da G.A.P, dos da Reebok… Qualquer um folgado com capuz e bolsos largos; cabelo só em coques mal-feitos, unhas roídas e um desleixo que só.

Me perguntava o que Naruto viu em mim… Apostava no meu cabelo. A cor rosa é poderosa!

Então, por que motivo, razão ou ciscuntância eu de repente dei para me preocupar com a minha aparência? Uma coisa é mal-hálito, odor de suor, essas coisas incômodas e nojentas, agora raíz do cabelo aparecendo? Mamãe diz que homem nem repara que os seios da mulher ficam maiores na T.P.M, por que Sasuke repararia dois dedos de raíz loira camuflada num rosa desbotado sendo que ele mal me olhou? Eu estava virando uma menina xarope. Ou estava com o Sasuke na minha cabeça mais tempo do que o conveniênte.

Decidi que ficaria duas horas na videochat com Naruto quando eu chegasse da escola.

Mas vamos falar da escola, ou melhor, de Hinata. Já disse que ela é gente fina? Pois é, vou reforçar. Ela é aquilo que as meninas normais com uma vida social normal chamam de amiga. Tinha pouco tempo que estávamos juntas, no princípio pensei que ela logo se afastaria porque chegou em mim por obrigação do conselho de classe, mas não, ela não foi embora, ela ficou e insistia em permanecer.

Ela também era como eu, não desleixada, mas retida em relação ao corpo. Era até meio engraçado isso nela porque ela era muito “boazuda” e não havia calça jeans ou blusão que desfarçava o tamanho dos peitos e da bunda que ela tinha. Não tínhamos ainda muita intimidade, mas com certeza quando tivermos eu a chamarei de ampulheta, pois seu corpo tem o mesmo formato.

Acredita que ela trouxe lanche pra mim e prometeu trazer todos os dias? E se liga que isso não é o pior, ela trouxe o lanche certo. E o que é o lanche certo: três faatias de pão-de-forma sem as bordas queimadas, requeijão, alface-crespa, peito de peru e cenoura. Eu não sei o que é um orgasmo ainda, mas a sensação de morder um troço daquele deve ser parecida. Lógico que eu perguntei “como você sabia que eu gostava desse jeito?” e ela me respondeu “eu prestei atenção quando fomos àquele trailler na praça na sexta-feira”. Num dá vontade de beijar uma criatura dessa? Mesmo eu insistindo à ela para não ter o prejuízo de me levar lanche, ela insistiu, então eu combinei que todas as vezes que saíssemos eu ia pagar qualquer coisa que ela enfiasse na boca. Ela disse que também percebeu que eu não comia nada antes, durante nem depois da escola e ficou preocupada.

Mentiria se dissesse que não sentia fome, mas eu controlava. Eu já era meio acostumada a ficar muito tempo sem comer então não era nada de outro mundo eu ficar algumas horas em jejum. Não havia nada de errado para mim, o filhote talvez sentisse fome. Não sei se fetos têm fome. Vou pesquisar.

Ela me contou sobre seu fim de semana entediante em que ela procurava se divertir vendo programas de tv do horário da tarde que passava no canal dezessete. Era um abominável mundo novo para quem vinha baixando maratonas de The Vampire Diaries para ver no domingo. Quando ela perguntou sobre sábado, tentei parecer no máximo alheia. Havia lhe dito que meu namorado (que ela não sabia o nome) viria para conhecer minha nova casa e passar um tempo comigo. Isso era uma meia verdade, talvez mais mentira do que verdade e é doloroso saber que mal conheci Hinata e já estou construindo nossa relação sobre uma base de mentiras, mas entenda que no momento não há alternativas. As resposta que eu dei foram sinceras no auge do que a situação me permitia. Não podia negar que era incômodo. Morria de medo de falar masi do que deveria.

-E aí, como foi? –Seu sorriso… Tão branco que chegava a ofuscar.

-Melhor do que eu imaginava! –Rimos.

-O vestido coube? –Fiz que sim com a cabeça.

-Minha sogra elogiou a estampa. –Comentei. –Ela estava com um blaiser preto de poá também, meio que combinamos sem querer.

-Blaser preto de poá? Ela deveria estar parecendo uma galinha da angola! –Disse e a companhei no riso.

-Pior que não, ela é muito bonita, sabe? Ela é jovial, magra e elegante. –Dizia me recordando de seus traços e sua postura. –Parece uma aristocrata!

-Não existem aristocratas nesse país! –Deu um peteleco de leve nas minhas têmporas.

-Ela vem de família chata. –Hinata e eu tínhamos o hábito de apelidar pessoas com renda acima da média ou como o claro português diz, ricas, de chatas. Ao invés de passoas chiques, pessoas chatas, pois a maioria escarrava no chão que pisava e andava com o nariz para cima como se quisesse evitar que partículas de poeira entrassem em suas vias nasais. Sim, vulgarizávamos. Mesmo ambas sendo prescindidas duma classe social baixa, principalmente Hinata.

-É metida.

-No começo ela era meio cheia de si, sabe? Família, família, família. –Revirei os olhos. –Uma obcecada! Não conhecia muito bem ela antes de vir para cá, passei a ter uma ideia melhor de como ela é sábado. –Sorri e ela me devolveu o curvar dos lábios.

-Ela foi gentil?

-Demais! –Disse.

-Não fez isso para agradar seus pais?

-Eu pensei nisso, Hinata, mas sei lá, ela parecia estar sendo ela mesma. Tanto que ela já chegou conversando bem séria com os meus pais para… -Percebi que quase ia falando e desviei as palavras. –…ver como vai ficar essa questão da distância entre o filho dela e eu.

-E decidiram? –Suas sobrancelhas escuras estavam fazendo franginha a medida que ela torcia os olhos para que a luz do sol não os machucasse.

-O mais importante sim. Vamos continuar juntos! –Ela bateu palmas e balançou as pernas grossas. –Antes de ir embora ela me deu um presente.

-O quê? –Eu olhava as garotas dando voltas na quadra, seus peitos subindo e descendo ritmados, os cabelos presos num rabo-de-cavalo ricocheteando suas costas cheias de espinhas.

-Uma jóia. Um colar de pontos de luz.

-Ouro? –Ela perguntou supresa.

-Papai disse que sim, agora as pedras eu não sabemos se são zircônios ou diamantes.

-Caramba, Sakura! Não pensei que existissem sogras assim!

-Você já teve uma sogra?

-Não! Humpf! Essa também é sua primeira sogra, você também não é tão mais experiente do que eu, tá? –Disse fingindo estar magoada. Eu ri e a abracei. –Sorte sua não ter uma sogra que interpreta A Bruxa Má do Lesta!

-Em compensação tenho tias que fazem esse papel! –Comentei lembrando-me do natal.

-E seu namorado, como ele está?

-Bem. –Respondi me referindo ao Naruto e não ao Sasuke. –Um pouco cansado, mas aparentemente bem.

-Humm. –Silêncio. –Desculpa perguntar isso, posso parecer indelicada, mas sei lá...

-Fala!

-Você acredita que isso vai funcionar assim, à distância? –Olhei mais além das atletas que saltitavam pela quadra aberta como gazelas. –Quer dizer, vocês sabem quando vão se ver novamente? –Minha mente não sabia se aplicava aquela pergunta ao Naruto ou ao Sasuke. Balancei a cabeça para os lados. –Bom, é que eu nunca namorei, mas já cheguei quase.

-E por que não deu certo?

-Ele era incrível, sabe? –Dizia com um sorriso doce no rosto e o olhar distante. –Era bonito, sagaz e carinhoso, me tratava como uma boneca, mas era praticamente um turista. –Encolheu os ombros. –O conheci dois anos atrás, muito nova, na quermesse de São João. Ele viera com o meu primo de uma outra cidade, já sabia dirigir e veio com identidades falsas, acredita? –Riu. –Ele era maluco!

-Você é tão quietinha! Fico te imaginando com um cara desse! –Ri com ela.

-Pois é. Modesta parte, eu acho que ele se interessou por mim porque com quase catorze anos eu já era assim. Me destacava entre as meninas e parecia ter a sua idade (ele era um pouquinho mais velho). Daí a quermesse acabou, uma semana se passou como se fosse um ano ao lado dele e então numa sexta ele foi embora com meu primo. –Me olhou com consentimento, lábios crispados e os olhos claríssimos perdidos em lembranças.

-Mas vocês não têm contato?

-Até tínhamos, mas paramos de nos falar um pouco desde o ano passado. Fomos nos distanciando mais do que já estávamos.

-E ele não veio mais para cá?

-Meu primo arrumou as próprias identidades falsas e aprendeu dirigir. Não precisa do motorista! –Zombou. –Zueira, mas ele não veio. Prometeu que viria na quermesse do ano passado, mas em cima da hora me deu uma desculpa e encerrou o assunto.

-Nossa, que chato.

-Nem tanto. Ele nunca havia me dado esperanças, sabe?

-Quando disse que voltaria ele deu, sim.

-É, mas nunca falamos sério sobre nós. Ele dizia coisas como “você é especial”, “eu gostei de te conhecer”, “você é linda”, “eu sinto saudades” e coisas do gênero, sabe? –Balancei a cabeça em afirmativo. –Mas nunca mencionou um relacionamento, nem nunca me convidou para ir à algum evento da cidade dele.

-Você iria? –Perguntei surpresa e ela deu os ombros.

-Meu primo mora perto, nada mais apropriado! –Riu.

-Acho que você também é meio maluca! –Falei.

-Sou nada… -Balançou os pés com o mesmo sorriso no rosto que tinha quando iniciou a conversa. –Eu era muito nova para saber que pessoas entram e pessoas saem das nossas vidas. Não poderia me fechar para o mundo e ficar na esperança de… sei lá. –Estalou a língua. –Ele não me mandou mais mensagens e eu também não busquei por ele. Poxa, um ano embaçada num cara é a mais né?

-É um absurdo! –Concordei bem humorada, lembrando-me do meu primo, Sasori. Engoli um seco.

-Sabe por que não daria certo? Porque a gente sabia que a distância seria maior do que nossa afinidade, que a nossa diferença de idade e maior até do que a ira do meu primo quando descobrisse! –Tapou a boca para não rir. Estava vermelha de vergonha. –Mas você já tinha um relacionamento fixo antes de vir para cá, não é? –Tocou minha aliança que reluzia ao sol. –Vocês já têm uma força básica para lidar com isso, agora é só manter. –Sorriu.

-Sinceramente… Eu tenho medo dele se cansar. Sabe, eu vou voltar para lá, mas e se ele não me esperar?

-É um risco. –Torceu um bico. –Não quero enfiar minhoquinhas na sua cabeça, Sakura. Dei meu exemplo (incomparável com o seu) para dizer como distância é um impasse. Não precisei de meses de namoro para saber disso.

-Tem razão. –Bateu nas coxas e se levantou.

-Vamos beber água, já vai dar o sinal.

.o0o.

Ao chegar em casa a primeira coisa que eu fiz foi ligar o computador e a webcan. Mesmo sabendo que Hinata não quis me assustar na aula de educação física, ela me assustou. E como disse anteriormente, estava com o Sasuke na minha cabeça mais tempo do que o conveniênte. O jantar, o olhar sensual dele (que não me afetava, garanto), a conversa que tive com Mikoto e com Hinata, a raíz à mostra do meu cabelo voltando ao loiro-loiro misturado com o loiro-descolorido, o choro de Aidou no quarto ao lado e a sensação de que algo chutou minha barriga por baixo da pele… Tudo estava me deixando a flor da pele.

Fiquei online e chamei Naruto. Ele estava lá, mas não respondia. Meus pés começaram a beter ritmados embaixo da mesa do computador. Será que Sasuke falou alguma coisa? Cinco minutos: nada. Geralmente tínhamos essa hora marcada e ele aceitava a chamada de vídeo instantaneamente.

-Sakura, troca o Aidou para mim?!!!

-Já estou indo! –E Aidou chorava. –Vai logo! –Dizia em voz alta. Quando mamãe me chamou pela terceira vez percebi que não adiantava esperar, ele devia estar ocupado, na melhor das hisóteses. Levantei e já ia saindo pela porta quando ouço uma voz mais grossa do que a inconfundível voz do Naruto chamar pelo meu nome. Me virei e olhei para o monitor que daquele ângulo não me ajudava a ver nada. Fui me aproximando com cautela e ele me chamou mais algumas vezes “Sakura, você está aí?”. Olhei fixamente para o monitor, de frente à webcan que agora pegava da metade da minha testa até meus joelhos. Ele sorriu, um sorriso torto que combinava com o Sasuke.

-Há quanto tempo! –Disse bem humorado quando me viu. Olhei para minha própria imagem sendo exibida, eu estava branca e tinha cara de assustada. –Você está bem?

-S-sim. –Gaguejei puxando a cadeira de volta para eu me sentar. Não confiava na força das minhas pernas. –O que faz…

-No quarto do Naruto? Vi uma vozinha o chamando e vim ver o que era. Pensava que ele havia deixado o computador ligado num filme, mas vi que ele estava conversando com você.

-Na verdade ele ainda não falou comigo… -Minha voz era baixa. Temerosa.

-Não? –Pareceu confuso. –Ele acabou de sair com o carro… -Comentou correndo os olhos azuis pela mesa, provavelmente procurando as chaves do Kadeting. –Bom, ele não me disse que estava conversando com você, só que você sumiu.

-É. Precisamos vir para cá com o papai.

-Entendo. E… você pode me dizer onde está? –Fiz que não com a cabeça. Vi minha imagem, eu estava com cara de criança assustada. Não sabia como ainda conseguia falar. –Me desculpa, não queria te importunar com isso.

“Por que você vem me ver? Por que está aqui? Não está vendo o que sou? Não tem vergonha? Por que me trata assim?”

“Estou sendo mau? Eu amo meu filho e ele te ama, consequentemente, amo você também.”

“Não minta!”

“Não minto. Eu mais do que qualquer um sei tudo o que aconteceu naquela noite e depois do ocorrido, como, não me pergunte, só saiba que eu sei. Independentemente de tudo, você é a Sakura e eu gosto da Sakura, entenda isso.”

Eu lembrava das coisas que ele havia me dito quando eu estava isolada na clínica e apenas ele me via. Eu sabia que ele sabia. Por que ainda não contou ao Naruto? Ou será que contou e o Naruto está só esperando eu ter um pingo de vergonha na cara pra contar? A única coisa que eu ainda não sabia era se podia confiar interamente em Minato. Mesmo ele sendo essa pessoa maravilhosa que é, ele não deixa de ser pai do Naruto.

-Sr. Minato…

-Só Minato! –Sorriu.

-Só Minato… -Disse. –Eu não acho que seja… conveniênte nos falarmos. Meus pais não querem que eu fale com mais ninguém da cidade enquanto estamos aqui.

-Mas você fala com o Naruto.

-Sim.

-Eles sabem disso.

-Sabem. Eles deixaram porque sabem como eu fico triste com essa situação. Sabem que é melhor correr o risco.

-Que risco, Sakura.

-Você sabe.

-De descobrirem? –Afirmei. –E qual o problema? Você está grávida, não drogada, não fugida… -Dei os ombros.

-Eu não deveria te contar, mas o plano é ficar por aqui até o bebê nascer, depois voltaremos e diremos que o bebê é meu irmão. –Ele balançou a cabeça para os lados. –Meus pais decidiram isso pensando em mim, no preconceito que eu sofreria e principalmente a negação do Naruto… Eles sabem o quanto eu gosto dele, jamais queria que isso tivesse acontecido… -Estava estranhando o fato de que meus olhos ainda continuavam secos.

-Sakura. Eu vou te falar sinceramente meu ponto de vista sobre isso. –Respirou. –Shizune e eu, que estivermos te estudando quando você ainda estava aqui vimos sua capacidade. Você sabe que é provável que você tenha transtorno bipolar, mas isso não significa que temos um diagnóstico definido, não sabe? –Fiz que sim, mas eu não sabia. –Com distúrbio ou não, você não é limitada como seus pais e até você mesma pensam que é, e não estou falando como o Minato e sim como médico. Você tem sua inteligência, seu gosto fora do comum, seu jeito simples e espontâneo e principalmente sua maduridade. E não adianta torcer o bico porque você é sim madura. Talvez ainda fosse uma garotinha assustada quando chegou aqui, mas isso tudo te fortaleceu, acredite. Me diga se você age da mesma forma que agia antes? –Neguei. –Não percebe? Eu acredito em você e no seu potencial para driblar essa situação. Fico feliz que tenha decidido não abortar nem doar a criança, a única coisa que me deixa triste é você ter que fugir de tudo, às vezes nem porque quer, mas porque seus pais acham que isto é o melhor e talvez não seja. –Okay. Eu já estava chorando. –Você ao menos tem amigos?

-Tenho uma amiga.

-Menos mal. Meu medo é de você surtar. Não quero que vá contra as determinações dos seus pais, no fundo, eles só querem te proteger, acredite. Só estou dizendo que haveria outras maneiras se você quisesse, uma delas é o Naruto. Não posso dizer que consigo prever a reação dele quando ele descobrir, mas sei que o coração dele é muito mole para sentir raiva de alguém. Ele não sentiu raiva de você, ele culpou a si mesmo por não perceber que algo estava estranho com você. –E chorei um pouco mais. Quem estava se sentindo culpada agora era eu. Naruto só podia não existir… Como um cara, abandonado pela namorada, se culpa por isso? A todo momento ele esteve do meu lado, sempre foi meu suporte desde que o conheci e nunca me decepcionou em nada.

Houve momentos em que eu me senti realmente deixada de lado, às vezes ele me deixava na sala vendo filme da sessão da tarde com a Kushina e ficava mexendo no carro, ou saia com Sasuke sem me avisar, ou ficava muito calado agindo de forma mecânica. Essas coisas. Mas eu nunca fiz questão. Eu sempre evidencio muito os meus problemas, mas Naruto também tem os deles. A família toda dele o critíca por ele ter dezenove anos e estar no primeiro ano do ensino médio, ele devia estar cursando uma faculdade ou no mínimo estar trabalhando. Embora seus pais não pegassem tanto no seu pé, ele se sentia pressionado, pois o que não ia até seus ouvidos, ia até os ouvidos de Kushina e Minato, que ficavam sem o que responder. Ele acha que seus pais têm vergonha dele.

“Eu sou o filho mais velho, já sou maior de idade e capaz de fazer várias coisas que não faço. Poderia estar cursando mecânica, fazendo algum bico por aí, quem sabe até no exército.” –Riu. Acho que ele não sabia que havia pré-requisitos para entrar no exército, não é assim ‘vou entrar para o exército’, é ‘vou tentar entrar no exército’. –“Sabe, eu me sinto uma falha. Vamos ser sinceros, a qualquer momento eu posso passar de filho mais velho para filho único. Vou ser tudo o que restará aos meus pais e se eu continuar sendo um nada, o que eles terão será um nada. É impressionante como Mei, atrofiando, consegue ser mais digna do que eu, que estou aqui esbanjando saúde e vitalidade.” –Suspirou. –“Deus realmente dá asas à cobras.”

Se Naruto que é O Naruto não é merecedor da estima de seus pais, irmã e até de mim, eu me imagino comparada a ele. Se ele era um nada, o que eu era então? Como era triste ver ele se menosprezar e falar aquelas coisas… Se bem que ele disse tudo isso em um momento de ira, mas mesmo assim deu para ver que foi de coração, foi tudo verdade, estava preso na garganta, ele só deixou sair.

Eu não respondi aquelas palavras. Eu estava em um daqueles dias de bipolar instáveis em que ficava mais muda do que calada e observava muito as coisas. Atenciosa. Acho que Naruto percebeu e recorreu até mim, mas como disse, foi inútil. Eu não lhe disse nada. Mas quem sabe se não era disso que ele precisava? Silêncio. Às vezes até eu que sou toda melancólica preciso de silêncio e não de palavras bonitas que irei esquecer daqui uns dias.

–Sei o que aconteceu – Minato continuou. –e sei que você também não tem culpa por isso, mas já que foi posta nesse barco, é melhor remar, não acha? –Assenti limpando as lágrimas. –Queria te pedir uma coisa.

-O quê?

-Não foge de mim. Eu quero te ajudar. Você está passando em psicólogos aí?

-Não.

-Mas Tsunade não deu um encaminhamento para seus pais?

-Eu não quis mais.

-Você precisa ir!

-Minha melhor terapia é conversar com o Naruto. –Ele sorriu, derrotado.

-Tudo bem. Bom, acho que ele chegou, eu vou sair, mas por favor, não suma! Deixe-me conversar com você, okay? –Assenti. –E pare de chorar! Até mais, menina!

-Até mais sogro! –Ele riu e saiu de lá de frente.

Depois que Minato desapareceu do campo de visão da câmera do computador eu saí também, para ir trocar o Aidou (mesmo sabendo que mamãe devia ter desistido de me esperar e trocado ela mesma o bebê). “Tá aí?” Nem um oi, nem um chamado pelo meu nome, nada. Só um ‘tá aí’. Se eu ainda tivesse T.P.M diria que era isso, mas não, era melancolia mesmo. A voz de Minato devia ser uns três tons mais grave do que a do Naruto, parecidas, mas inconfundíveis. Ele me chamou mais algumas vezes, mas eu fiz questão de sair e fechar a porta com um baque para ele ouvir. Ele não sabia que eu estava online o chamando quando saiu? Acho que eu também possuía esse poder de decidir se falaria com ele ou não.

Precisava da resposta que ele não me dera urgentemente. Cada vez que o tempo passava as palavras de Hinata me faziam mais sentido.


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Notas finais do capítulo

- Hinatinha, Hinatinha, não é mais uma virgenzinha♫ ~zoa gente! É brincadeira! Ela é um a 'santa'. Acho injusto as escritoras que a descrevem como uma Madre Tereza! Pelo amor! Ela é uma adolescente FELIZ e adolescentes felizes já tiveram uma paixão platônica e beijaram na boca de um cara pelo menos uma vez na vida né! haha

Vamos ver o que irão especular...

Minato: confiável ou não?

humm muitas dúvidas!

Beijooooooos Recomendação? Alguém? Por favor *-*



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