White Lies escrita por Factory Girl


Capítulo 2
Siren Song


Notas iniciais do capítulo

Legal, esse é uma caso em que a letra não em muito á ver, mas a música tem, então... espero que gostem :)
Siren Song - Bat For Lashes



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Sarah POV


- E então... Caleb gostou de você! – disse Brittany, rindo enquanto terminava de vestir seu pijama.

- Você acha? Bom... Kathy disse que eles não estão juntos, e você disse que era complicado, agora quero saber por que! – retruquei, levantando as sobrancelhas para ela, que riu mais uma vez.

- É o seguinte, Caleb e Kath cresceram juntos, todos os cinco, na verdade, e todos são muito unidos. Mas há alguns anos, quando eles tinham 11 anos, o pai dela morreu e, deixou bem claro que queria que os dois se casassem. Eu não sei muito sobre isso, eu ainda não os conhecia quando aconteceu, mas dizem que os pais de ambos queriam isso, e que a mãe dela enlouqueceu depois que o pai morreu.

“Não sei se é verdade, mas acontece que, dois anos depois, ela se suicidou. Não sei bem o que aconteceu por que, nenhum deles toca muito no assunto, mas acontece que Kathy foi morar com a família de Caleb. Quando eles tinham uns 15 anos, que foi quando eu me mudei pra Spencer, os dois namoravam, mas não demorou muito até que eles percebessem que o único amor que tinham um pelo outro era fraternal. Mas é estranho... eles são mais próximos do que todos os outros, e não sei se alguém poderia ficar entre os dois. Mas ela pareceu bem animada hoje!” completou, me fazendo sorrir ao me lembrar do modo como ela me defendera de Aron e Keira.

- E quanto a Caleb? O que você acha dele? – perguntei, relutante.

- Bom, Caleb é um bom garoto! Sempre foi, apesar de tudo... – respondeu, dando de ombros.

- E o que quer dizer com “apesar de tudo”? – insisti, nervosa.

- Bom, O pai dele também morreu, há algum tempo atrás, e a mãe é alcoólatra. Ele podia morar no dormitório, como o restante dos garotos, mas prefere ficar em casa, cuidado dela, então...

- E Kath ainda mora com eles?

- Não, ela se mudou há um ano. Voltou para a casa da família...

- Hum... Bom, acho que vou tomar banho! – falei, tentando desviar o assunto, puxando minha toalha e caminhando em direção á porta.

- Claro, boa noite!

- Boa noite – respondi, sorrindo enquanto entrava no corredor largo e escuro.

Caminhei apressadamente em direção ao banheiro, passando pelas portas o mais rápido que podia, contente por entrar em um ambiente iluminado de verdade. A água correu, quente, por minhas costas, e me ajudou a me desligar do ambiente assustador lá fora. Era reconfortante e familiar ter o som do chuveiro ao fundo de meus pensamentos tranquilos e sonolentos...

- Oh! – exclamei, assustada e arrancada de meus devaneios por um som agudo, seguido pelo guincho metálico de uma explosão em pequenas proporções.

Fechei a água, puxando a toalha e envolvendo-a ao meu redor enquanto saia da cabine de vidro fumê, olhando em volta no banheiro de azulejos brancos, agora consideravelmente menos iluminado, tomando cuidado para não pisar nos cacos de vidro espalhados pelo chão depois de identificar a origem do som, uma lâmpada estourada.

Eu deveria estar suspirando aliviada. Por um instante eu havia pensado que algo ruim estava ali, mas não podia por que, ainda sentia isso. Ainda me sentia sendo observada por algo nas sombras periféricas. Algo que não era bom.

Saí apressada dali, entrando no corredor novamente sem olhar para trás. Eu estava prestando atenção, mas assim que dei mais um passo, de repente, esbarei em algo, ou melhor, alguém. Fritei só para parar quando levantei a cabeça e identifiquei Reid me olhando de cima com uma expressão divertida.

- Me desculpe, eu acabei de chegar, não queria te assustar... – desculpou-se, divertido.

- É, mas assustou... – falei, levando a mão ao coração, checando o ritmo acelerado. – Eu... pensei que tinha alguém... lá dentro. – expliquei, gesticulando para a porta do banheiro ao nosso lado.

- Bom, então devíamos dar uma olhada... – respondeu, tomando a frente e avançando para a porta, mas parou quando viu que eu não o segui. – Vamos? – insistiu, e respirei fundo antes de segui-lo porta á dentro.

- Viu só? Não tem ninguém aqui – disse ele, olhando ao redor e acenando para as paredes.

- É, tem razão... Deve ter sido só uma impressão boba. Agora... acho melhor eu voltar para o meu quarto.

- A gente se vê – disse enquanto eu passava pela porta. Me virei para sorrir e acenar brevemente e segui de volta para o quarto, onde me vesti automaticamente antes de cair em sono profundo.


Katerina POV


- Tem certeza que está bem? – insistiu Tyler, hesitando em partir.

- Estou... Você pode ir, eu vou ficar bem ta legal? Boa noite! – respondi novamente, acenando enquanto ele fazia a volta pelo chafariz da entrada e os lanternas traseiras sumiam depois de passar pelos portões.

Suspirei antes de me virar, empurrando a porta pesada com sofreguidão e não me importando em fazer silêncio ao correr escada á cima.

- Srtª. Kath? Já? – ouvi Nelly perguntar atrás de mim, mas não me importei em responder. Passe quase que voando pelas portas enormes e imponentes ao longo do corredor, irrompendo pela tão almejada. A de meu quarto.

Uma vez lá dentro, me sentei na borda da cama de casal alta, tirando minha jaqueta e atirando-a de encontro ao dossel branco, de modo que caísse na calçadeira de veludo púrpura ao pé da cama.

Fechei os olhos com força e apoiei minha cabeça nas mãos, inclinando-me para aparar os cotovelos em meus joelhos, respirando fundo mais uma vez.

Eu não estava bem! E não ia ficar! Aquela pequena mostra no precipício hoje tinha me provado isso. Eu não estava pronta para tanto Poder! Como poderia se não consigo lidar nem com o que já tenho?! Eu sabia que não podia! Sabia que se abusasse dele as consequências viriam como já tinham vindo uma vez. Sabia que eu era instável, e que meu autocontrole era ainda menor do que minha vontade de me controlar, mas não podia me render a isso! Não podia!

Uma lágrima escorreu pelo canto do meu olho esquerdo e escorregou suavemente por minha bochecha, caindo no chão claro em seguida. Outra a seguiu. E outra, e então mais uma, e em minutos eu deixei que corressem livremente.

Não fazia sentido guarda-las. Se eu ia desabar, era melhor fazer isso sozinha, quando ninguém mais podia interferir! E segundos depois de me permitir cair contra o colchão macio e as incontáveis almofadas e travesseiros de plumas, adormeci, calmamente.




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