Draco andava pelo corredor sempre deserto do segundo andar. Seus pensamentos longe daquele local. Estavam em sua casa, mais precisamente em sua mãe que estava solitária. Depois dos acontecimentos da guerra, Lucio Malfoy foi preso em Azkaban, onde deve passar o resto da sua vida. Para Draco estava tudo bem, o pai não era do tipo fraternal e carinhoso, mas para sua mãe era tudo. Narcisa sentia falta do marido, afinal ela o amava. O amor é aquele sentimento que faz você se sentir forte e fraco ao mesmo tempo. Ele é a sua motivação para continuar, mas também o seu ponto mais fraco.

Estava tão mergulhado em seus pensamentos, que não percebeu a menina que o olhava de longe. Só percebeu quando esbarrou nela.

- Cuida onde anda, peste - gritou.

- Me desculpe... - Ellie disse - Você pode me ver?

- Claro que eu posso te ver, que pergunta mais estupida - o loiro revirou os olhos.

- Você e aquela menina Granger podem me ver - ela resmungou mais para si mesma - Faz muito tempo que ninguem me via, só uma garota, a muito tempo atrás.

Draco finalmente olhou para a garotinha a sua frente na menção do nome de Granger. A menina falava como se fosse um fantasma. Ele percebeu as vestes da Grifinória sujas, mas não eram vestes atuais. A saia era muito mais longa e quase chegava aos pés, o simbolo do Leão era gasto.

- Você é um fastasma ou coisa parecida? - Deduziu.

Ellie sorriu.

- Coisa parecida, Granger demorou pra descobrir isso, na verdade ela nem descobriu.

Em qualquer outra situação Draco se gabaria que deduziu uma coisa antes da bruxa mais brilhante na época, mas aquela situação era tão esquisita e assustadora que ele apenas ficou quieto olhando.

- O que aconteceu com você? - Ele perguntou, curioso.

O sorriso de Ellie sumiu e sua expressão ficou dura como pedra. Ela olhou fixamente para o ponto do uniforme de Draco onde havia o simbolo da Sonserina.

- Sinto que coisas más estão pra acontecer - ela anunciou, com uma voz que não parecia dela - A guerra muitas vezes não é o fim de tudo. Olhe pra trás, agora só você e ela podem me ver.

Ellie de repente virou uma nuvem de fumaça branca. Draco fez o que ela mandou e olhou pra trás, pronto para ver um grupo de quarto Corvinais.

- O que faz aqui Comensal? - zombou um deles.

Draco não respondeu. Apenas revirou os olhos e começou a caminhar para o outr lado, mas foi impedido por um braço forte.

- Não vai tão rápido assim, loirinha - zombou outro - Queremos nos vingar de certas coisas, acho que você merece receber uma punição.

Dito isso, Draco sentiu uma mão fechada batendo em seu rosto. Depois outra. E mais outra.

E então ele se levantou, e deu um soco, sem se importar em quem.

             * ~~~~ *

Hermione suspirou antes de dizer a senha para entrar na sua sala comunal. Quando entrou, percebeu que um bilhete saiu de atrás do quadro, caindo em sua frente. Ela se abaixou e pegou.

" A guerra muitas vezes não é o fim de tudo. Se cuide sangue-ruim, os ataques começam agora."

Hermione respirou pesado e deixou suas coisas cairem no chão, pegou o bilhete e saiu em direção ao gabinete de McGonagal. 

Quando chegou ofegante em frente a gargula disse a senha ( que naturalmente era um doce) e entrou. O gabinete, para sua surpresa, não estava vazio. Malfoy e uns garotos da Corvinal estavam sentados sob o olhar severo da diretora.

- Desculpe, estou incomodando? - Hermione perguntou entrando.

- De nenhuma maneira Srta.Granger, eu já estava prestes a lhe chamar - falou Minerva - Gostaria que acompanhasse o Sr.Malfoy numa dentenção a essa noite.

- Posso saber o motivo? - Perguntou curiosa.

- Parece que ele andou brigando com esses garotos da Corvinal.

- Eu não fiz de propósito, já lhe disse! - Draco gritou - Eles começaram a me socar sem motivo, você acha mesmo que eu iria bater neles por nada? Eu ainda estou em liberdade condicional.

McGonagal pareceu considerar.

- Muito bem, acredito no senhor - os garotos da Corvinal ficaram indignados - Por isso, os senhores - disse se virando para eles - Vão fazer uma dentenção comigo, acho que limpar o banheiro da murta seja o suficiente. Dispensados.

Malfoy e os outros garotos da Corvinal sairam resmungando e lançado olhares de ódio.

- O que gostaria de falar comigo Srta.Granger? - Perguntou Minerva.

- Sobre isso - entregou o bilhete para a diretora - Estava no quadro de monitores, quando eu abri ele caiu para dentro. Obviamente é para mim por causa... da linguiagem utilizada.

Minerva leu o pequeno bilhete e arregalou os olhos. Entregou-o de volta para Hermione.

- Que horror! - exclamou ela - Nunca pensei que depois da guerra haveria ainda gente com esses preconceitos estúpidos. Não se preocupe Srta.Granger, aposto que é tudo brincadeira de gente sem ter o que fazer.

- Mas e se for alguma coisa mais séria?

- Então iremos tomar providências, que sejam um pouco mais severas. Mas não se preocupe. Garanto que nada ira acontecer.

"Assim espero" terminou McGonagal em pensamento.

                     ~~~*~~~~~~

A noite finalmente chegou, o relógio da biblioteca fazia o barulho inrritande te "tic toc" marcando dez horas. Draco esperava Hermione para começar a detenção ( muito injusta para falar a verdade) e já estava começando a ficar inrritado. Não gostava de gente atrasada e por isso deu um suspiro de alivio quando ela apareceu.

- Estava aonde, tentando dar um jeito nesse cabelo horroso estilo pano de chão? - zombou ele - Desculpe em lhe desapontar Granger, não ajudou em nada.

- Cale essa boca - mandou ela - Estar em detenção já é pessimo, eu posso lhe colocar em mais uma para a noite de amanhã.

- Nem tente - foi tudo que ele respondeu apenas.

A biblioteca estava vazia e as grandes janelas mostravam a noite lá de fora. Era um dia quente, mas mesmo assim elas estavam fechadas. Os dois foram em direção a uma das mesas e Hermione jogou seus materias em cima da mesma. Suspirou e entregou um caderno para Draco.

- Você deve fazer todos os seus deveres atrasados - contou ela - Espero que não sejam muitos, não quero ficar aqui a noite toda.

- Ficar fazendo deveres não é a minha ideia de diversão Granger - disse ele - Minha ideia é mais parecida com amassos com mulheres gostosas.

- Ai, credo, para com isso! - Hermione fez uma cara de nojo enquanto ele ria - Você adora me inrritar, foi por isso que você disse isso não?

- Touché - zombou - Minha ideia de diversão é te inrritar. Sua cara é hilária Granger, deveria ter um algum pra suas caretas esquisitas altamente escrotas.

Hermione revirou os olhos e foi até uma estante, pegou um livro e começou a leitura. Foi assim durante uma hora, Draco fazendo seus deveres e resmungando a cada meio minuto e Hermione lendo. Não foi nada divertido, chegou a ser tedioso. As vezes, os dois começavam uma discussão de propósito, para tentar matar o tédio.

Foi quando o ar ficou mais denso e úmido. As luzes dos lampeões da biblioteca de apagaram do nada.

- Que merda é essa?! - Draco perguntou, inrritado.

- O oléo dos lampeões devem ter acabado - Hermione tentou achar uma explicação, mas logo bateu na testa - Não... são encantados, deve ter sido outra coisa.

Os dois se lenvataram os as varinhas nas mãos. Começaram a andar por entre as prateleiras e o chão rangia. Entraram no corredor mais escuro, no fim da biblioteca.

Hermione gritou quando viu Ellie no fim deste, e apertou o braço de Draco.

- Não me toque Granger! - ele a empurrou e olhou para Ellie também.

- Você pode vê-la? - Hermione perguntou surpresa.

Draco acenou afirmamente com a cabeça e foi chegando mais perto da menina. Ellie não se moveu.

- Ela chegou, a criatura - disse a menininha trêmula - Eu não queria voltar, mas ela me obrigou. Foi aqui nessa escola onde tudo aconteceu... eu não queria...

- Não queria o que Ellie? - Hermione perguntou docemente - Me diga.

- Descubram por si mesmos - ela disse rigida de repente - Cuidado Srta.Granger.

Então Ellie sumiu com uma fumaça  branca e Hermione gritou, de novo apertando o braço de Draco mas dessa vez ele não reclamou. As luzes haviam se assendido novamente.

- Vamos sair daqui - mandou ele.

Hermione assentiu e voltou para a mesa, onde pegou suas coisas e ao lado de Draco saiu para fora. Os corredores estavam desertos mas quando estavam chegando perto do Hall de Entrada para o Salão Principal escutaram um grito.

Foram chegando mais perto e perceberam uma roda de alunos em torno de uma parede.

Havia um aluno pendurado, da Lufa-Lufa, era um aluno do terceiro ano chavado Matthew Garfield. Um nascido trouxa.

Ele estava morto.

E em cima do seu corpo havia uma mensagem, que parecia ter sido escrita por garras. Hermione soube que era para ela, pois dizia:

 "Eu avisei"