Gui PDV

Como é bom lecionar em Hogwarts! Me lembro de quando era um aluno tentando prestar atenção no que os professores diziam. Sempre tentei ser responsável, mas falhava algumas vezes. Era bom voltar e ver os alunos fazendo o mesmo na minha matéria, não sei explicar, mas você se sente feliz, como se voltasse ao passado.

Nesse momento eu estava sentado na mesa dos professores comendo o delicioso almoço feito pelos elfos. Merlin, como eles cozinhavam bem, tão bom quando a comida da minha mãe! Nota mental: Nunca falar isso perto da Sra. Weasley

– E então, como está indo com sua matéria Sr. Weasley? – Filio perguntou pra mim enquanto comia da sua comida. Sorri para ele e iniciamos uma conversa entretida, porém eu me desconcentrava fácil pois em quem eu realmente estava prestando atenção estava do outro lado da mesa.

Fernanda Lourenço estava comendo seu almoço enquanto conversava com a professora Minerva. Seus cabelos lisos emolduravam seu rosto delicado e ficavam cacheados nas pontas, ressaltando sua beleza. Seus olhos estavam em um tom verde, por causa da luz solar que iluminava o Salão Principal. Ela estava magnífica, como sempre na verdade. A cada dia que se passava eu me pegava pensando cada vez mais nela, e eu gostava do modo como me sentia, era como um tipo de felicidade sem nenhum motivo, uma emoção ao vê-la. Era algo diferente, nunca havia sentido isso. Já senti uma emoção parecida com a Fleur e a Hermione, na verdade, mas nada comparado ao que sinto quando olho para a Fernanda. É como se houvesse uma possibilidade de eu ficar plenamente feliz.

– Professor Guilherme? Você vem? – Filio perguntou já de pé. Sacudi minha cabeça e percebi que praticamente todos os alunos já tinham saído do Grande Salão, e os únicos professores que restavam era eu, Filio, que já estava se retirando, Minerva, que o estava acompanhando, e Fernanda, que ainda estava assentada, me observando. Sustentei o olhar dela por um instante antes de responder à Filio

– Já estou indo Filio, podem ir na frente, eu acompanho a professora Fernanda – Falei e vi Minerva arquear a sobrancelha antes de se virar para frente e começar a caminhar, acompanhada por Filio. Me levantei e vi Fernanda me encarando com curiosidade. Sorri e me aproximei sem muita pressa. Em todo o momento ela me acompanhou com o olhar – Vamos? – Perguntei estendendo minha mão à ela

– Claro – Ela respondeu me dando sua mão, porém quando ela levantou eu segurei sua mão por alguns instantes antes de finalmente solta-la. Ela começou a ir em direção a porta e eu a acompanhei em silencio, e eu não pretendia quebra-lo tão cedo, porém vi que ela estava indo para sua sala. Segurei seu pulso delicadamente fazendo-a parar – O que houve? – Ela perguntou. Sorri sem saber o que fazer, então fiz a primeira coisa que pensei. Segurei sua mão e lhe guiei escada acima. Queria leva-la até um lugar especial, mas minhas ideias se embaralharam em minha mente quando seus dedos se entrelaçaram aos meus.

Nem preciso dizer que fiquei um momento andando sem um lugar específico apenas apreciando a sensação de sua mão delicada se juntando à minha. Acho que ela percebeu que eu não sabia ao certo o que fazer, mas não reclamou, apenas apertou um pouco minha mão e continuou me seguindo. Finalmente tive uma ideia, algo que alguns alunos utilizam, mas a maioria deles não vê o real significado. A guiei até o sétimo andar e parei em frente a uma parede aparentemente sem nada a esconder. Fernanda não conhecia tão bem a escola a ponto de ter visto a Sala Precisa alguma vez, mas com certeza já ouviu falar pois logo seu cenho foi ficando menos franzido entendendo o que eu poderia fazer. Andei em linha reta três vezes esperando a sala se mostrar, o que logo aconteceu. Sorri para Fernanda que estava encantada, e assim entramos.

Estava tudo do jeito que eu havia imaginado, uma lareira no canto e pufes no chão, algo muito simples, porém aconchegante. Ao lado de um dos pufes tinha um violão. Sorri e guiei Fernanda até seu lugar, me sentando em seguida. Peguei o violão e percebi que ela abrira um largo sorriso exibindo todos os dentes. Não me senti nem um pouco desconfortável, parecia a coisa certa a fazer. Acomodei melhor o violão e antes de começar a tocar uma musica, que havia escrito no início do ano, verifiquei se o mesmo estava afinado. Quando percebi que era a hora fiquei um pouco envergonhado, pois nunca havia tocado uma musica minha para uma garota, mas logo percebi porque era especial. Ela não era uma garota, ela era algo especial para mim. Comecei a dedilhar o violão enquanto iniciava a canção não muito lenta nem demasiada rápida

Don't break my heart before I give it to you

(Não quebre meu coração antes de eu dá-lo à você)

Don't tell me no before I ask you to

(Não me diga não antes de eu te perguntar)

Don't say it doesn't fit before you try it on

(Não diga que não encaixa antes de tentar)

There's too much to lose to be wrong

(Há muito a perder para estar errado)

And it feels like there's something here

(E parece que há algo aqui)

But i wanna see it before it disappears

(Mas eu quero ver antes de desaparecer)

And if there's something real between me and you

(E se tem alguma coisa real entre eu e você)

Well are we both open to

(Bem, nós dois estamos abertos)

All these possibilities

(Todas essas possibilidades)

So many little possibilities

(Tantas pequenas possibilidades)

Right in front of us

(Bem na nossa frente)

Close enough to touch

(Suficientemente perto para tocar)

And far enough to have some time to see

(E longe o suficiente para ter algum tempo para ver)

All these possibilities

(Todas essas possibilidades)

Oh these possibilities

(Oh, essas possibilidades)

Are written in the stars

(Estão escritas nas estrelas)

We are who we are baby

(Nós somos quem somos, querida)

And I can't help but think that possibly

(E eu não posso deixar de pensar que, possivelmente)

There's possibility

(Há possibilidade)

Don't give me hope if there's nothing to this

(Não me dê esperança se não há nada aqui)

Don't let me in if you're not there

(Não me faça entrar se você não está lá)

What i'm feeling doesn't happen every day

(O que eu estou sentindo não acontece todos os dias)

So baby please play me fair

(Então por favor, querida, seja honesta)

And it feels like there's something more

(E parece que há algo mais)

Than those crazy little crushes i've felt before

(Do que aqueles loucos que senti antes)

When you move in closer i can feel the rush

(Quando você chega mais perto, eu posso sentir a adrenalina)

And now we're so close we can touch

(E agora estamos tão perto que podemos nos tocar)

All these possibilities

(Todas essas possibilidades)

So many little possibilities

(Tantas pequenas possibilidades)

Right in front of us

(Bem na nossa frente)

Close enough to touch

(Suficientemente perto para tocar)

And far enough to have some time to see

(E longe o suficiente para ter algum tempo para ver)

All these possibilities

(Todas essas possibilidades)

Oh these possibilities

(Oh, essas possibilidades)

Are written in the stars

(Estão escritas nas estrelas)

We are who we are baby

(Nós somos quem somos, querida)

And I can't help but think that possibly

(E eu não posso deixar de pensar que, possivelmente)

There's possibility

(Há possibilidade)

Terminei e lentamente levantei meu olhar para ela, sem saber sua reação. Ela estava com o olhar fixado em mim absorvendo o que havia acabado de fazer. Não sabia o que fazer. Talvez pedir desculpas por coloca-la numa situação dessas, mas eu não queria fazer isso. Tudo bem, posso tê-la envergonhado, mas não me sinto culpado por isso. Ela precisava saber o que eu sentia, ainda mais que ela já demonstrou nutrir algo por mim também. Esperei-a pacientemente então sem pensar no que fazer, coloquei o violão de lado e segurei suas mãos

– Há possibilidade? – Perguntei olhando no fundo de seus olhos. Seu olhar sustentou o meu até eu perceber que ele estava marejado. Logo limpei uma lágrima que começou a cair pelo seu rosto – Fe, depois do que ja conversamos, do que já aconteceu no baile... Eu só queria que você soubesse o que... – Porém não terminei a frase. Em um momento estava me explicando no outro ela estava praticamente em cima de mim com seus cabelos caindo em cascada entre nós. Ela sorriu e em seguida encostou seus lábios delicadamente nos meus. Se separando em seguida

– Há mais do que possibilidade – Fernanda falou e foi minha vez de sorrir e lhe beijar.

– Fe, quer namorar comigo? – Perguntei e a vi rir, estranhei

– Achei que já estava claro. Sim, com certeza quero namorar você, professor Guilherme Weasley – Ela falou e nos beijamos. Porém logo o encanto foi quebrado e nos lembramos que estávamos atrasados para a aula. Corremos até o corredor que iria nos separar e trocamos mais um beijo. Em seguida corri para minha próxima aula, que seria com a grifinória.