Minha Doce Isabella escrita por Silmara F


Capítulo 5
Conhecendo a cidade


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo para vocês! Como prometido, postei rapidinho. Nós chegamos nos 30 comentários, como eu tinha pedido no capítulo anterior. Muito obrigada. Quero agradecer aos comentários anteriores de: elleryem, Raquel Mikaelson Salvatore, Alissa, Bianca Malik Salvatore, UmaOriginalPerdida, Miih Salvatore, carol salvatore e Vanessa Pierce.
Esse capítulo é dedicado a Carol Salvatore pela recomendação linda que ela fez. Beijos, Carol!
P.S: Leiam as notas finais.
Aproveitem.



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CAPÍTULO V

Bella’s POV

Depois de ter recebido um rápido, porém constrangedor sermão do professor Saltzman em frente da sala inteira por ter demorado a voltar (eu espero que as pessoas não pensem que eu estava fazendo alguma besteira no banheiro), decidi empurrar os acontecimentos de minha mente para uma futura analização. Impossível, como sempre. As dúvidas, e principalmente as suposições, pairavam em minha cabeça e não consegui me concentrar em nenhuma de minhas outras aulas.


Acho que esse é um dos principais fatores de todo caçador saber que é impossível sair dessa vida de caça. Quando conhecemos todos os mistérios que há nesse mundo, nosso instinto é ligado e a vontade de descobrir coisas fala cada vez mais alto. Não há como ignorar, até porque isso também está relacionado à segurança das pessoas que amamos e a nossa própria segurança. É algo como uma obrigação nossa.


Eu tinha feito uma decisão em minha vida: não fugir do sobrenatural, mas também não procurar ele. Agora, nessa situação em que me encontro, não sei o que fazer. Não quero fugir, pois isso sempre me perseguirá (é o que estou começando a achar), mas eu quero tanto ter uma vida normal. E se eu quiser descobrir o que está acontecendo em Mystic Falls eu estaria quebrando a minha regra de não trazer problemas a mim mesma. Sim, digo “o que está acontecendo em Mystic Falls” porque é muito óbvio que algo de errado realmente está acontecendo.


Só não sei o que é exatamente.


Ainda.


Enfim, voltando um pouco a realidade, Matt veio me procurar no fim das aulas. Eu estava já saindo da escola, quando ele me acha perto dos portões. Queria acertar tudo e ver se o meu pedido para conhecer a cidade com ele estava de pé.


– Claro que sim, Matt! Pode ser esse sábado? – eu disse a ele.


Mesmo eu querendo descansar bastante e pôr os pensamentos em ordem, sinceramente desejava conhecer os lugares daqui. Primeiro porque algo em mim pedia para ficar na cidade, e segundo porque se houver algo de errado eu preciso conhecer o território.


– Passarei na pensão New Home então. Está lá, não é mesmo?


– Sim, eu estou. – dei um sorriso.


Fui caminhado sozinha voltando para minha “casa”, observando os lugares e as pessoas. Ignorei os convites de caronas de alguns colegas de classe. Depois de passar quase a manhã toda sentada eu queria muito dar uma bela caminhada.


Arrependi-me cinco minutos depois.


O sol chegava a ser insupotável de tão quente. Podia sentir o suor em minha nuca. Seria chato gastar dinheiro com gasolina, mas eu acho que iria começar a vir para o colégio de carro. Que mal costume esse meu!


Chegando na pensão dei um boa tarde para a D. Marie que contava o dinheiro no pequeno balcão. Ela nem abriu a boca para me responder. Continuei andando sem ligar para a atitude mal educada da senhora, o que eu queria mais no momento era um bom banho. E foi isso que fiz assim que entrei no meu quarto.


Lavei meus cabelos demoradamente, com o chuveiro desligado. Depois, no enxágue, fiquei parada em baixo da água, relaxando com a sensação gostosa dela batendo no meu couro cabeludo e nos ombros, escorregando pelas costas. Eu estava tensa.


Peguei uma toalha, enxuguei-me, vesti-me e começei a fazer a minha lição de casa, esquecendo assim dos problemas que me assombravam.


...


No sábado Matt apareceu pontualmente na porta da pensão. Como eu já estava pronta, já fui descendo para encontrar meu guia-grátis-humano. Eu carregava somente uma bolsa com meus utensílios normais e uma faca, é claro. Também tinha um pequeno cortador no bolso da minha jaqueta. Tudo por precaução. Matt estava com roupas normais para o dia. Percebi que o Donovan não é do tipo de garotos que fazem de tudo para impressionar alguma menina, ele somente é amigo dela.


Sorri para ele:


– Que bom que você veio! Fico feliz por ter aceitado me ajudar.


– Ah, o que é isso?! Não precisa agradecer, de jeito nenhum. Sei que ser a garota nova em uma cidade desconhecida pode ser meio estranho e até solitário. Precisa de pessoas que a façam gostar da cidade. E vamos combinar que a senhora Marie não é um exemplo muito legal de moradores, não é mesmo?


Gargalhei.


– Sim, sim – disse acenando com a cabeça – ela não é tão boa companhia assim. Mas não ligo, é somente o jeito dela de ser.


– O que você quer conhecer primeiro, Isabella?


– Bem, antes de tudo quero que você me chame somente por Bella. Isabella é muito grande e fica tão formal! E eu não sei o que quero conhecer. Diga-me você!


Ele riu:


– Eu vim a pé – coçou a cabeça meio que sem jeito -, mas a caminhada é boa já que o sol não está tão quente.


– Tudo bem, Matt. Eu gosto de caminhar.


– Maravilha. Então vamos andando. Irei te mostrar a prefeitura, onde o meu amigo Tyler mora.


– Sim, sei! O Tyler. Você apresentou ele a mim no colégio. Ele parece ser bem fechado, do tipo que demora a criar laços com desconhecidos, não é?


Matt me olhou confuso.


– Na verdade, não. Tyler pode ter suas briguinhas e ter um pavio curto, e até mesmo se estressar às vezes, mas ele é um ótimo amigo e faz colegas bem rápido até. Ei, não pense que o Lockwood tem algo contra você, é só que ele está passando por uns problemas agora e acredito que não está com cabeça para a gente. – ele riu no final, mas era nítido a preocupação dele. – ele namora a Caroline, sabia?


– Não, eu não sabia. Que legal. Ela parece ser bastante simpática, mas não cheguei a conversar muito com ela. – falei. A conversa fluia normalmente, Donovan era uma boa companhia no final das contas.


– Sim, ela é bastante simpática mesmo. Ela, Bonnie e Elena são amigas inseparáveis. Desde sempre! As três possuem alguns traços marcantes da personalidade bem diferentes, mas se há uma coisa que elas tem de igual é a lealdade e o companheirismo. São excelentes amigas.


– Você parece gostar muitos delas.


– Sim, eu gosto. Caroline e Elena são minhas ex-namoradas. – ele riu – é estranho falar isso em voz alta.


– E é estranho ouvir isso também, sabendo que elas são melhores amigas e você é amigo dos atuais namorados delas. – sorri enquanto falava e concentrei-me em chutar uma pedrinha que tinha na calçada.


Gargalhou.


– Realmente.


Pensando no que ele tinha falado das pessoas daqui, uma pessoa veio a minha cabeça. Eu não sabia se Matt o conhecia, mas como a pessoa muito curiosa que sou, as palavras já saiam de minha boca antes mesmo de eu perceber. O tom de incerteza presente em cada palavra, como se eu soubesse que estava tocando em território perigoso:


– Hm... e esse tal de Klaus? Você conhece?


Tentei não me encolher como o olhar estranho que ele me lançou. Eu não soube indentificar o que ele achava, mas logo respondeu:


– Você conhece Klaus?


– Não, não. Eu o vi somente uma vez, rapidamente. Só sei o nome porque ouvi Bonnie o chamar assim.


– Ah! – Matt disse, o tom receoso permanente em sua voz – eu soube que ele esteve lá no colégio. Olha, Bella, eu não o conheço muito, mas com certeza o cara não é uma boa companhia. Digo, não ache que estou julgando nem nada só... confie em mim, está legal? Ele sabe muito bem como criar problemas.


– Okay, entendi. – decidi logo mudar o assunto da conversa. Ele não tinha gostado de minha pergunta, isso era óbvio. Pelo visto, Klaus não tinha tantos amigos aqui, considerando que Matt mandou eu nem chegar perto dele, e Bonnie agir daquele modo na escola, como se quisesse que eu saísse dali imediatamente. Franzi o cenho com isso. Muito estranho.


Andamos mais um pouco e Matt me explicava coisas locais. Depois de alguns minutos eu disse:


– Matt, conte-me mais sobre a história dessa cidade. Estou curiosa.


– Bem, por onde posso começar?... Mystic Falls foi fundada em 1859 pelas famílias fundadoras...


– Quais são as famílias fundadoras? – o interrompi.


– Os Fell, Forbes, Gilbert, Lockwood e os Salvatore.


– Ah, então quer dizer que Caroline, Elena, Tyler e os irmãos Salvatores são das famílias fundadoras?


– Sim, eles são. Mas os únicos que não foram criados aqui desde a infância foram os Salvatore. Acho que estavam por algum lugar da Itália, não tenho certeza.


– Continue. – pedi.


– Não há muito o que dizer sobre aqui. Há muitas festas e eventos, inclusive haverá uma comemoração em breve, mas ainda não tem uma data definida, aviso-te quando souber de algo. O Mystic Falls High School foi construído em cima de uma aldeia indígena! E aqui também há várias lendas, mas isso não importa, é algo como uma tradição.


Opa! Lendas? O meu currículo com cidades que possuiam lendas não era nada bom, um ótimo exemplo é Forks com as suas lendas Quileutes, que a maioria acha que é asneira, mas é a pura verdade.


– Que tipo de lendas, Matt?


– Esqueça isso, Bella. É besteira. Olhe, estamos na praça! Aqui é um ótimo lugar para passar as tardes. Muitos eventos acontecem aqui, quando não são na frente da prefeitura.


Franzi o cenho, percebendo a sua atitude de mudar o assunto. Eu pesquisaria mais sobre isso, ou tentaria arrancar algo dele até o final dessa excursão.


Balancei a pedrinha que tinha nas mãos (sim, eu a tinha pegado) e me desliguei um pouco do que ele falava. O teor na conversa dele passou para assuntos escolares, trabalhos e eventos. Mas a minha cabeça estava focada no quesito de Mystic Falls também possuir uma história com mitos.


– Aquela ali – ele apontou para um grande prédio que tinha na esquina – é a biblioteca da cidade. Tudo você encontra lá. Desde livros fictícios até histórias reais, como livros específicos somente para a Grande Recessão, Guerras Mundias, Conflitos Internos e muitos outros assuntos.


– Nossa! – exclamei – muito legal mesmo. Será que podemos dar uma passadinha? Eu adoraria ver a biblioteca por dentro e até mesmo pegar alguns livros.


– Claro.


A biblioteca tinha um ar agradável, e logo de cara já se via várias estantes enormes lotadas de livros – muitos com as páginas amareladas. Uma jovem mulher estava sentada atrás do balcão e lia Persuasion. Sorri.


– Hey, Matt – ele olhou para mim – muito obrigada mesmo por ter me mostrado alguns lugares da cidade. Desculpe-me ter tirado seu tempo.


– Tudo bem, Bella. Hoje não trabalho e você é uma companhia legal. Quer ir para casa?


– Na verdade, não. É que eu tenho uma pequena paixão por livros e queria ficar mais um pouco aqui. Mas se me conheço bem, sei que irei começar a ler o primeiro livro que minhas mãos tocarem. Não quero deixar você esperando. Eu sei voltar para casa sozinha – sorri, tentando amenizar o indireta bem direta de “deixe-me sozinha agora, já tive o que queria de você”.


Ao invés de ficar chateado, Matt riu:


– Okay, tudo bem. Qualquer coisa me liga, já te dei meu número. Espero que você goste do estoque daqui.


Sorri e o observei ir. Ele era um bom amigo.


Fui na recepção e perguntei a mulher onde ficava a sessão de história da cidade. Ela chamou uma menina que trabalhava lá e ela me levou até o local.


– Tem algum tema específico?


– Lendas. – eu disse.


Entregou-me dois livros.


– Esses são os melhores e mais completos que tenho aqui. Mas o primeiro é mais como uma ficção do autor, uma estória inventada. Porém ele explica o começo das lendas e as suas características, então se quer uma boa pesquisa é bom o ler, mas não leve tudo a sério. O outro são mais específicos, com falhas nos mitos e precauções. Não temos muitos volumes sobre isso, na verdade. – deu um sorriso sem graça.


– Obrigada pela ajuda, eu ficarei e lerei um pouco. Posso levar para casa?


– Terá que fazer o cartão. É bem rápido, cerca de cinco minutos. Quer fazer?


Fiz que sim com a cabeça e caminhei até ela. O processo para fazer o cartão durou cerca de vinte minutos, e não de cinco, como a garota disse. Eu não estava surpresa com isso, sempre era assim mesmo.


Sentei-me em uma mesa vazia e afastada que havia logo no final da biblioteca e começei a folhear os livros. Ambos tinham aparência antiga. Comecei a ler:


Lendas de Mystic Falls

As lendas de vampiros na cidade de Mystic Falls vem de gerações, e ainda hoje, em pleno começo do século XX, assusta os fundadores. Não se sabe ao certo como começaram e como chegaram a essa parte do mundo, mas lobisomens, bruxas e vampiros sempre habitaram essa cidade.

Mystic Falls foi palco de tantos acontecimentos que pode-se dizer que aqui é o Centro do Mundo, ou melhor, o Centro do Sobrenatural..

Este livro está dividido em tipos de lendas e com eles subtítulos:

1. Vampiros - pág. 9

1.1 Surgimento – pág. 12

1.2 Características – pág. 19

1.3 Poderes – pág. 25

1.4 Fraquezas – pág. 30

1.5 Aparições na vida real – pág. 44

1.6 Como se proteger – pág. 50

2. Bruxas – pág. 69

2.1 Surgimento – pág. 78

2.2 Caracterísitcas – pág. 80

2.3 Poderes – pág. 98

2.4 Magia Negra – pág. 106

2.5 Bruxas na natureza – pág. 109

2.6 Fraquezas – pág. 111

2.7 Como se proteger – pág. 119

3. Lobisomens – pág. 128

3.1 Surgimento – pág. 130

3.2 Caracterísitcas – pág. 134

3.3 Lua Cheia – pág. 139

3.4 Poderes – pág. 148

3.5 Fraquezas – pág. 154

3.6 Aparições de Lobisomens – pág. 160

3.7 Como se proteger – pág. 179

4. Outros – pág. 195 5. Mais obras do gênero - pág. 215

“Tranque a porta. Cuide-se”

Revirei os olhos ao ler somente o índice e ri do aviso no final. Como se trancar a porta fosse servir de algo, o autor deveria saber disso, pensei.



Era perceptível que eu não aprenderia mais do que eu já sei nesse livro. Ele dava mais explicações “do que era”, ao invés de focar na cidade. Mas o que me chamou a atenção foi a primeira narração. Matt estava certo ao dizer que há lendas aqui e segundo esse livro (ou pelo menos no começo dele) isso vem de muito tempo.



Mesmo eu me sentindo culpada por sentir assim, a sensação de vitória me inundou. Eu sentia que estava certa, sentia que realmente havia algo de errado por aqui. Logo após pensar isso abaixei minha cabeça, almadiçoando qualquer coisa que me viesse a mente. Como eu poderia ser um imã tão propício a problemas? O destino estava de brincadeira comigo.



Tudo bem encontrar coisas sobrenaturais em tempos e tempos. Isso é normal quando se sabe que elas realmente existem. Mas dar de cara com um problema do tipo “PERIGO EVIDENTE” na primeira cidade que decido conhecer já é motivo de piada! Ou de depressão. Tanto faz.



A minha certeza de que Bonnie realmente era uma bruxa e que estava na ativa está ficando cada vez mais concreta. Para eu ter certeza absoluta teria que ver ela fazendo uma magia na minha frente. Eu precisava investigar e não queria esperar mais nada.



Levantei-me da cadeira e fui na recepção. Entreguei os livros a recepcionista; eu sabia que não precisaria deles. Sam tinha me ligado há dois dias e falou que não há meios de descobrir que uma bruxa é uma bruxa, pois elas são seres muito parecidos com os humanos. Elas envelhecem – de uma maneira mais lenta, é claro -, e morrem assim como nós. Não há nenhuma erva a usar para descobrir o que elas sejam, pois como são servas da natureza não existe planta que as machuquem (só se uma árvore enorme cair bem em cima da cabeça delas, mas isso é óbvio).



Eu precisaria ver ela em prática.



Sai da biblioteca e começei a andar em direção a minha casa. De uma maneira que me surpreendeu ainda não tinha escurecido. Isso ocorre pelo fato de que eu e Matt saímos cedo hoje.



Eu nem tinha saído da praça ainda, quando a vi. Bonnie estava com Caroline do outro lado e acenava para mim. Eu levantei minha mão e dei um tchauzinho também, mas elas vieram em minha direção. Eu esperei.



– Oi, Bella! – Caroline me cumprimentou e apertou minha mão. Fiquei surpresa ao perceber que ela tinha o mesmo tipo de anel que os Salvatores, mas esse não possuia nem uma letra em cima. Bem chamativo, assim como o dos irmãos.



– Hey, Bella! – disse Bonnie – o que está fazendo aqui?



– Oi. Eu estava com Matt, ele estava me mostrando a cidade e ai fiquei na biblioteca e o mandei embora – ri – coitado.



– Realmente. – ela riu também. – eu e Car estávamos indo para minha casa, acabamos de sair da lanchonete. Quer ir com a gente?



– Ah, vamos Bella! – Caroline deu uns pulinhos – isso será uma noite de amigas! Estreitar os laços afetivos. Nos conheçer melhor. Você precisa se sentir amada aqui. Pena que Elena não vai...



– Hmm, pode ser. Mas não vou dormir na sua casa, Bonnie, e nem quero chegar tarde na pensão.



– Tudo bem, Bella – disse Caroline – estou com meu carro – falou rodando as chaves no dedo indicador.



Caminhamos conversando sobre besteiras do dia a dia. Eu não podia negar que gostei muito do pedido que ela me fez. Sendo bruxa ou não, tendo me tratado de uma forma estranha ou não, Bonnie parecia ser uma pessoa muito legal e uma ótima amiga. Caroline a mesma coisa, e o jeito que no começo achei “esnobe” parece até fofo quando conversamos mais tempo com ela. De uma maneira que não gostei, a nostalgia me bateu forte ao lembrar de Alice. Percebi com surpresa que eu sentia falta dela. Eu realmente sentia falta dela. Olhei para Caroline. Espero que essa não seja do tipo que abandona as amigas em um momento difícil, pensei.



– Chegamos! – disse Bonnie. – Venha, Bella. Pode entrar.



A casa de Bonnie era aconchegante. Nada luxuoso, mas extremamente confortável. Havia almofadas vermelhas no sofá, com aparência de serem bem fofas. Tinha plantas lindas, com flores perfumando o ambiente perto das janelas.



E havia velas.



De uma coisa que eu sabia sobre bruxas, é que elas adoravam velas.



Sentamo-nos no chão e Bonnie trouxe um pote de sorvete da cozinha. Começamos a comer as três no mesmo pote e rimos bastante. Um sentimento de “casa” foi nascendo em mim. Será que mesmo se Bonnie fosse uma bruxa nós poderíamos se tornar amigas? Sim, sim! Meu interior dizia.



– Preciso ir ao banheiro. Aonde fica? – eu perguntei.



– Hm... – Bonnie engoliu a comida que estava na boca – no primeiro andar. Terceira porta. Há um quadro horrível que pertencia a minha vó do lado da porta – ela riu. – não há como errar.



– Tudo bem. – subi as escadas correndo e quando cheguei ao andar de cima fui andando normalmente. Rapidamente avistei a porta que ela me disse que era o banheiro, mas meus olhos correram para outro lugar.



No final do corredor tinha um quarto, eu sabia que era isso porque a porta estava entre-aberta. E pelo jeito adolescente deveria ser de Bonnie.



Essa é a minha chance.



Abri a porta do banheiro e tornei a fechá-la, fazendo um som audível para as garotas do andar de baixo acharem que eu tinha entrado. Cominhei sem fazer muito barulho para o quarto e tive a certeza que realmente era o da Bennet ao ver fotos delas e de suas amigas em um mural na parede. Um cortina tampava o claro que vinha da janela. E havia velas também.



Adentrei o quarto, encolhendo-me para não precisar mexer na porta. Eu não sabia se ela rangia ou não. Andei logo em direção da cômoda e abri a primeira gaveta, que fez um pequeno barulho. Encolhi-me e esperei um momento, para tentar ouvir se alguém subia as escadas. Não ouvi nada.



Fechei a primeira gaveta que só tinha roupas e abri a segunda. Roupas também. A terceira mais roupas. A quarta roupas íntimas. Bufei frustrada.



Virei-me e fui para o criado mudo ao lado da cama. Arregalei os olhos quando percebi o que estava em cima dele: o grimório.



Peguei os livros e passei os dedos cuidadosamente no símbolo da capa. Eu tinha certeza: Esse livro pertencia a uma bruxa. Abri na página que estava marcada e li o título escrito em tinta preta por caligrafia humana:



Feitiço de localização

- Você não deveria está aqui. – disse uma voz atrás de mim.



Pulei de susto e encostei-me a parede. Abraçei o livro como por instinto. Coloquei a mão em cima do coração, que pulsava rapidamente. Senti minha face ficando quente.



– Oh, meu Deus! Caroline! Que susto! O quê... – eu comecei a dizer, mas Bonnie apareceu atrás dela.



Assisti muda Bonnie olhar para mim e depois para o livro que estava em minhas mãos, para logo em seguida levantar seus olhos para mim novamente.



Ótimo. A merda estava feita. Eu não iria fugir disso agora.



– Precisamos conversar – eu disse, para depois voltar a repetir: - Precisamos conversar sobre esse lance de você ser uma bruxa.



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Notas finais do capítulo

Já dá para perceber alguns pontos nessa fic, não é? Alaric está vivo, os irmãos de Klaus estão nos caixões (vocês vão descobrir posteriormente de são TODOS os irmãos ou só alguns), Elena está namorando com o Stefan...
Estão gostando? Algo que não estão entendendo? Dúvidas anteriores serão respondidas do próximo capítulo.
Bem, eu estou com algumas capas aqui e quero que vocês escolham qual a melhor. Colocarei os links nesse e no próximo capítulo. Você podem me dizer por meio dos comentários ou enviar uma MP.
Capa 1: http://migre.me/cs6PX
Capa 2: http://migre.me/cs6Ow
Capa 3: http://migre.me/cs6MY
Capa 4: http://migre.me/cs6c0
Capa 5 - Atual
Beijos, e comentem! Será que conseguirei chegar no próx. cap. com 50 comentários-totais? Vamos ver.