Minha Doce Isabella escrita por Silmara F


Capítulo 4
M.M.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês! Espero que gostem.
Queria agradecer as pessoas que comentaram capítulo anterior: Bianca Malik Salvatore (sim, eu lerei sua fic, deixe-me somente achar tempo), CarolSousa, Alissa, danyrock, Miih Salvatore e Raquel Mikaelson Salvatore.
Bem, espero que eu tenha mais comentários nesse. Estava esperando chegar aos 20 comentários-totais para postar, mas decidi colocar assim que acabei o capítulo.
Aproveitem.



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CAPÍTULO IV

Klaus POV’s

Horas antes...


Estava sentado no parapeito da janela. Sentia a brisa fria da noite passar por meu rosto, na expressão séria. Concentrei-me em ouvir sons amenos, o balanço das folhas das árvores, da água que caia da fonte na parte detrás da minha mansão, ou no som de minha própria respiração.


Eu tentava dissipar os problemas da mente.


Esquecer-me do mundo por um momento.


Algo que obviamente não é possível.


Viver eternamente é o sonho de muitas pessoas. Um sonho desejado para quem não o possui, e odiado por muitos que o tem. Em toda a minha jornada por esse mundo, aprendi muito sobre os pensamentos e as reflexões da mente humana. A ânsia de pensar somente no lado positivo do que não se tem, do que se almeja, muitas vezes cegam as pessoas e as decepcionam quando finalmente percebem que nada é – e nunca será – um mar de rosas. Há exemplos simples: de como uma pessoa luta anos para entrar em uma faculdade de Medicina e quando finalmente consegue desiste pouco tempo depois por não aguentar o sangue. Muito óbvio, mas muito real.


Eu, porém, não odeio essa chance de nunca morrer. Ao contrário, sou orgulhoso por ser uma das criaturas mais velhas existente nesse mundo, e a mais poderosa.


O poder explica muita coisa.


Viver uma vida longa sem poder é um inferno para pessoas ambiciosas. Uma curta com poder é aceitável. Há, é claro, seres com sonhos pequenos demais e que, mesmo eu tendo tantos anos de experiência nesse mundo, não compreendo. Em meus primórdios pensamentos, sempre devemos buscar o melhor para nós. Mas o melhor para muitos humanos é pouco.


Isso já não é uma realidade muito comum no mundo vampírico.


Nosso instinto de poder, de sangue é algo que faz parte de nosso ser, algo natural. Não há como negar. É certo que esse querer é muito maior em alguns vampiros – como eu -, mas isso se deve ao fato de que a transformação somente amplia o que fomos na vida humana. A transformação não nos muda completamente, porém muitas vezes ficamos tão desnorteados com a diferença deste mundo que perdemos nossa identidade.


As vezes levam décadas ou séculos para recuperá-la.


As vezes nunca é recuperada.


Eu sei bem qual é a minha identidade e o que busco. Poder. Isso faz parte de mim, nasci para possuir isso. Sou o único híbrido Original da face deste planeta, e não há motivos para odiar esse dom que me foi concebido. Já aceitei o fato de que consequências haverá sempre. E problemas também.


E é isso que estou tentando esquecer no momento.


Sem sucesso, pois todo pensamento que procuro ter leva-me a um mesmo ponto.


Encaminhei-me até o porão de minha mansão, o bilhete que recebi hoje pesando no bolso traseiro de minha calça. Eu tinha que fazer alguma coisa para amenizar os acontecimentos do presente. Não estava nos meus planos precisar de Elena viva para ter meu híbridos, e tampouco ter um batalhão de vampiros e humanos tentando protegê-la. Chega a ser patético a maneira que todos trabalhavam para ela. Não sei se chegarei entender isso.


Cheguei ao porão.


Eu também não queria manter meus irmãos presos em caixões ali, mas as circunstâncias pediram por isso. Eles precisam aprender a não me irritar, não me contradizer. Eu sabia o que era melhor para nós, e o melhor são eles ao meu lado. Sejam vivos ou empalados.


Abri com cuidado o caixão em que minha irmã Rebekah estava. A pele ressecada e os cabelos loiros presos em uma trança desde a última vez que abriu os olhos. A adaga encravada em seu coração. Acariciei sua bochecha.


– Você não deveria me contestar, irmã. – sussurrei para o nada. – olhe para o resultado.


O papel voltou a assombrar minha mente. Eu tinha que descobrir quem o mandou, e a minha suspeita não me agradava nem um pouco. Eu precisava de uma bruxa nesse instante. E só uma parecia estar perto o bastante para a minha pressa e ser apta a fazer o que eu queria.


Bonnie Bennett.


Tenho que admitir que a bruxa tem talento. Não que fosse uma das melhores que já encontrei, longe disso. Mas para a idade que possui, ela consegue fazer grandes feitiços. Com treinamento poderá melhorar e muito sua habilidade. Boa parte disso é a descedência, pois ela veio de uma linhagem de bruxas poderosas.


Retirei meu telefone no bolso e disquei um número.


Damon Salvatore.

– Hey, Damon. Então, como vai suas bebidas?


– Klaus... Minhas bebidas estão participando de muitas festas, desculpe-me por não te convidar, sabe não é?, não é bem vindo por aqui. Espero que não deseje roubá-las por isso.


Dei uma risada, nunca perdendo meu teor sarcástico na voz.


– Não necessito de suas bebidas quando tenho as minhas... E o pouquinho do sangue da namorada de seu irmão. – ri.


– O que você quer? – sua voz ficou séria.


– Preciso de uma bruxa para fazer um feitiço.


– Desculpe-me decepcioná-lo, mas nesse momento a única bruxa disponível é a bruxinha de Salém e ela está na escolinha aprendendo a somar.


– Então eu acho que deveremos ir até lá interromper os estudos dela. E chame também seu irmão e Elena, preciso ter uma palavra com eles. E trate de me obedecer, Damon. Seria muito chato ter que ouvir Elena chorar por precisar fazer outro enterro. – e desliguei.


Fechei o caixão de minha irmã e sai daquele aposento, fechando a porta. Subi com passos apressados e fui até meu quarto, abrindo a última gaveta da escrivaninha que tinha ali, peguei uma caixa de madeira. Abri-a e guardei no bolso de minha jaqueta o que eu procurava. Sai e peguei as chaves de meu carro, e fui para onde a Bennett se encontrava.


O sinal do colégio já tinha batido, então não havia mais nenhum aluno nos corredores. Encaminhei-me até a ala de salas vazias, escolhendo uma afastada. Mandei uma mensagem a Damon dizendo que eu já me encontrava no local. Comecei então a procurar algum mapa pela sala, e não foi difícil encontrar. Escolas são cheias disso.


Ouvi passos e sabia que alguém se aproximava. Virei, ficando de frente para a porta, esperando.


– Klaus. Damon me disse se encontrava na escola. O que você procura aqui?– a bruxa perguntou ainda no batente da porta.


– Preciso de um feitiço seu. – fui direto assim como ela, sem ânimo para prolongar conversas.


– E o que faz você achar que o farei?


Desencostei-me do balcão e andei até ela.


– Acredite, se não fizer o que mando isso virará um problema para todos nós. Além disso, há questões que você precisa levar em conta sobre como eu não hesitaria em fazer coisas para ter o que quero. Você sabe muito bem disso.


– Por que não escolhe nenhuma de suas bruxas?


– Ah! Infelizmente com a morte de Greta, minhas velhas conhecidas bruxas estão longe nesse momento. Estou com pressa para colocar o feitiço em prática.


Bonnie suspirou, redendo-se. Dei um sorriso. É claro que ela iria fazer.


– Qual o feitiço?


– Quero que você encontre uma pessoa.


– O feitiço está em meu grimório. Mas preciso de um mapa e um objeto que pertenceu a ele ou ela.


– O mapa e o objeto estão comigo. Então trate de fazer seu trabalho.


– Irei buscar o livro, para ter total certeza de que fiz certo. Está perto, aqui mesmo em meu armário do colégio.


Assenti, fazendo um gesto com a mão para ela ir logo. No mesmo instante que saiu, Damon entrou com Stefan e Elena atrás.


– Oh, olha quem chegou! – comecei a dizer – como vejo a expressão de confusão de vocês, irei logo adiantando que preciso de um pouquinho de sangue da sua humilde pessoa, Elena! E fique para o feitiço que a sua amiguinha irá fazer. Precisamos de sangue humano. – eu disse. Realmente necessitava de sangue dela para criar mais híbridos, ainda mais nas circustâncias em que me encontrava.


Stefan deu um passo a frente, ficando em frente a namorada. Revirei os olhos.


– Para que exatamente você precisa dela?


– Eu já disse. Está começando a ter problemas de audição, meu amigo. – aproximei-me dele, dando um tapinha em seu ombro – você deveria voltar a antiga dieta. Esqueceu do gosto do sangue humano?


– Onde está a bruxa, Klaus? – Damon interrompeu a conversa. – não acho que os espíritos almadiçoados do colégio fará a mágica para você.


– Você me mata de rir, Salvatore.


Damon somente deu um sorriso de lado. Eu queria ver se ele continuaria assim sem o coração. Mas ouvi então passos perto dali, porém dois cheiros diferentes.


Um era da Bennett.


E o outro eu nunca tinha sentido. Um ótimo cheiro.


Ouvi quando a pessoa parou perto da porta, e depois Bonnie confrontá-la. Então a voz da garota soou. Uma linda voz, com certeza. Mas ela não deveria estar aqui.


Abri a porta e sai, ficando atrás dela. A garota de cabelos chocolate virou-se para mim, e a Bennett logo tratou de ficar entre nós dois. Segurei a vontade de revirar os olhos. Meus olhos seguiram em direção da garota, e ouvi Stefan sussurrar dentro da sala um “Isabella está ai fora”.


– Quem é você? – perguntei. Ela piscou os olhos, mas Bonnie não deu tempo para a garota responder.


– Ela não é ninguém, Klaus. Deixe-a ir, temos problemas para resolver.


– Eu não me lembro de ter perguntado algo a você, Bennett – disse sem desviar os olhos da garota, mas deixando o tom irritado bem camuflado em minha voz. É claro que o tom de comando era óbvio, e que eu não queria que ela se intrometesse. Curvei um pouco a cabeça, esperando a garota falar.


– Sou Isabella Swan.


Sim, Stefan estava certo.


– Podemos ajudá-la em algo, Isabella?


– Não, não. Eu... estava procurando o banheiro.


– Não acredito que tenha banheiros por essa área. Tente no começo, perto da entrada. – eu disse disfarçando a minha curiosidade sobre aquela garota. Ela, com toda a certeza, estava mentindo. Não estava procurando banheiro nenhum, até porque no caminho até aqui existia alguns. Mas eu queria ver o resultado do feitiço e não podia esperar mais. Seja o que for, essa garota aqui não representava perigo para que merecesse tanto minha atenção e a perda de tempo.


– Há um lá, próximo a secretaria. – a bruxa falou – Tchau, Bella. Boa aula.


Bella... Um bonito apelido.


Isabella se despediu brevemente. Com um olhar duro mandei Bonnie entrar e segui atrás dela. Voltei minha cabeça para a garota, e ela olhava em minha direção, porém tratei logo de adentrar a sala e fechar a porta.


Bonnie colocou o grimório em cima da mesa, onde estava o mapa e o objeto que eu trouxe, coberto por um pano.


– O que Bella queria, Bonnie? – Elena perguntou.


– Ela estava somente procurando o banheiro. – respondeu. – vamos fazer logo esse feitiço.


– Qual exatamente é o feitiço que você irá fazer? – Stefan falou


– Feitiço de localização.


– O mesmo que usou para saber onde eu estava quando fui sequestrada por Rose e Trevor? – Elena disse e revirei os olhos lembrando desses dois vampiros-defuntos.


– Sim. O mesmo. Nesse eu irei usar um pouco de seu sangue, Elena. Você não se...


– Ela não se importará – respondi pela humana.


– Importo-me sim. – Elena falou, respirando pesadamente. – para que esse feitiço? Quem você quer encontrar?


– Isso não é de seu interesse. Não venha discutir comigo, garota. Acredite, você quer que eu ache quem estou procurando, senão será um problemas para todos nós. – meu olhar e meu tom não permitia argumentos.


Bonnie abriu o mapa e desembrulhou o papel. A faca mostrou-se enferrujada e com uma parência bem velha. Eu nunca mais tinha olhado para ela.


– Seja quem for, deve ser bem velhinho – Damon comentou – essa coisa não dá nem para lixar unha.


– Elena, venha. – Bonnie disse. Quando se aproximou, pegou sua mão e colocou em cima do mapa, junto com a faca. Tirou uma tesoura da bolsa e fez um pequeno corte na palma da Gilbert. O sangue pingou em cima no mapa e enquanto isso, ela recitava o feitiço, olhando no grimório as vezes. Fechou os olhos e soltou a mão de Elena.


Ela abriu os olhos e olhou para o mapa. Nada tinha acontecido.


Levantei impaciente.


– Algo deu errado? – perguntei.


Bonnie parecia confusa e folheou o livro novamente.


– Sim... Sim. Algo deu errado. – ela olhou para mim – o mapa deveria ter pegado fogo e somente o local onde a pessoa estaria ficaria intacto. Ou então o sangue de Elena se moveria até a área. Mas nada aconteceu. É como...


– É como...?


– É como se essa pessoa não existisse, o que não é possível, pois o feitiço localizaria mesmo que estivesse morto. E essa faca pertence a alguém. Uma pessoa a fez, com certeza. Mas eu acho que há uma bruxa encobertando ele.


Fechei meus olhos. A certeza se formando em minha mente.


– Sim. Eu esperava por isso.


Olhei para o mapa e para a faca, tudo estava exatamente como tínhamos colocado antes. Ele tinha uma bruxa... Ele tinha voltado. Eu tinha que cuidar disso.


– Stefan, leve sua namorada para fora. Há um híbrido perto do meu carro, ele levará ela para tirar um pouco de sangue. Demorarei para pegar mais, prometo. – dei um sorriso irritante do final.


Não esperei resposta de nenhum e sai dali, pegando a faca e colocando no bolso interno de minha jaqueta. Quando cheguei do lado de fora corri até a minha casa e fui para o porão. Abri o caixão e olhei para Rebekah novamente. Acariciei seu rosto levemente e dei um pequeno sorriso, que logo morreu quando falei as palavras:


– Ah, minha irmã... nós estamos com um problema. Um grande problema antigo.


Desci minha mão vagarosamente para seu colo até chegar na adaga. Com um simples puxão retirei-a de seu coração.


Sentei-me no chão, esperando minha irmã voltar. Peguei o papel do bolso e o reli. Estava escrito em letras elegantes, letra que eu sabia que conhecia:


Querido Niklaus,

Passamos um bom tempo sem nos encontrar. Isso mudará em breve. Pelo visto suas correntes e sua bruxa não foram tão úteis assim. Pelo menos o caixão era confortável.

Voltarei em breve para encontrar você e seus irmãos.

M.M.”

Agora eu sei. Sei quem é o M.M.


Com o feitiço de Bonnie tudo ficou muito claro. Ele tinha acordado e agora estava com uma bruxa. Uma bruxa poderosa para ter bloqueado um feitiço de localização.


M.M.


Mikael Mikaelson.


Meu pai tinha voltado a vida. E disposto a me matar, como sempre.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Capítulo pela visão de nosso Klaus! Eeeh!
Mereço recomendações? Vamos ver se consigo chegar aos 30 comentários para eu postar o próximo!
Começarei a escrever o capítulo cinco próxima semana, provavelmente. Cheia de coisas e compromissos no momento.
Mas não demorarei! Beijos e vejo vocês nos reviews!