Minha Doce Isabella escrita por Silmara F


Capítulo 1
Mudança


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo! Primeira fic!
Desculpem-me pelos erros.



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CAPÍTULO I

Bella Pov’s

Eu não tinha pressa na arrumação de minhas malas. Se havia uma coisa que aprendi é que não é necessário correr as horas. Acho que eu tirei a lição errada dos acontecimentos de minha vida, era mais normal eu pensar em fugir do mundo sobrenatural, tentar aprimorar meu senso perceptivo e sempre desconfiar das pessoas – do que elas realmente são –, mas no final das contas eu cheguei na conclusão que não deveria apressar o tempo. Mesmo sendo humana, o que significa que provavelmente não terei tempo para realizar tudo o que eu desejo. Mas a verdade é que nem desejo mais. Sonho? Somente uma casa confortável, sossego. Isso é o que eu sonhava e a pressa era algo que eu não estava com ânimo para ter.

Um tempo depois que Edward me deixou, depois de ter saído de meu estado catatônico e de minha fase zumbi, eu trabalhei em me reerguer. Os motivos para isso são meio óbvios, se parar para pensar o quanto eu refleti sobre a minha vida. Longos meses. Um ano.

Jacob teve um papel incomparável nesse processo e hoje sou muito agradecida a ele. Acho que descobrir que ele era um lobisomem me fez aceitar que o mundo sobrenatural existe e que eu não obteria sucesso se tentasse a todo custo fugir dele. Por essa razão eu somente vivo.

Ele aceitou a minha decisão de sair de Forks e eu tentava ignorar – por mais que isso soe com um pouco de crueldade e egoísmo – a dor que eu via nos olhos dele. Eu simplesmente não podia mais permanecer em Forks, pois sabia que se ficasse a única pessoa que eu queria ver era Jacob e isso com certeza alimentaria falsas esperanças nele. Eu não queria ter que o quebrar, não queria (e não quero) ter um relacionamento sério. Não mais.

Quando saí da cidade procurei não fazer alarde, mas a cidade é tão pequena e com habitantes tão fofoqueiros – desculpem-me a palavra – que antes mesmo de eu arrumar minhas malas as pessoas já sabiam de minha mudança. Grandes despedidas, e isso é uma coisa que não gosto.

Pouco tempo depois foi que os conheci. Dois caçadores num bar. Eu tinha ido pedir informação de algum hotel barato onde eu pudesse me hospedar e não pude deixar de ouvir o tema da conversa que eles estavam tendo quando eu passei pela mesa em que estavam sentados. Vampiros.

“Precisamos fazer algo para acabar com o vampiro que há nessa cidade. Não queremos mais vítimas”. Essas foram as palavras.

De início, pensei que fossem também vampiros e estivessem querendo espantar o intruso para não chamar atenção, assim como os Cullen. Mas ao olhar melhor, percebi que eles não tinham nada parecido com vampiros.

Em seguida pensei em como dois humanos poderiam acabar com um vampiro. Veio a hipótese de aqueles homens não eram serem humanos. A curiosidade encheu meu peito e quando me vi estava puxando uma cadeira e me sentando na mesa deles, recebendo olhares surpresos e confusos.

Eu não era assim. Decidida e com toda essa coragem. Mas fiz.

– Vampiros? – perguntei – Vampiros aqui?

– O que...? - um dos rapazes indagou ainda confuso com a minha súbita intromissão.

– O que você sabe sobre isso, garota? – o outro questionou com um fogo nos olhos. Retrai-me, pelo visto a onda de coragem foi momentânea.

– Desculpem-me. Eu ouvi a conversa de vocês.

– Não sabe que isso é uma coisa muito feia, principalmente para uma gracinha como você?

– Vocês não podem matar vampiros.

Silêncio.

– Vampiros não existem. – o rapaz que estava antes surpreso, mostrava que não era mais esse o estado de espírito dele.

– Então porque estavam conversando sobre eles?

– Isso não te interessa.

– É uma peça. – o outro falou ao mesmo tempo.

Arqueei as sobrancelhas, duvidando.

– São atores? Você não soube nem disfarçar a surpresa, e você, a raiva.

– Não disfarçamos porque não havia razão para disfarçar.

– Eu sei sobre vampiros.

Não me julguem. Eu só não me via mais no dever de guardar aquele segredo para mim. E algo no meu interior dizia que eles não eram ignorantes nesse assunto. E também porque a maioria dos meus movimentos e falas vinham somente em um impulso. Eu não queria me segurar e simplesmente sair dali pedindo desculpas pela intromissão.

– O que exatamente você sabe sobre vampiros?

– Sei que eles existem.

– Está louca.

– Então vocês também estão.

O que parecia mais velho e experiente olhou-me irritado:

– Escute, menina. Quem é você?

– Isabella. Isabella Swan. E você é...

– Ora, acho que você sabe, já que se comporta como se tivesse conhecimento de todos os segredos do mundo e de nosso segredo.

– Então tem um segredo? – sorri.

O mais novo fitou-me com grande curiosidade. Continuei:

– Eu somente vim pedir uma informação e então ouvi que vocês estavam querendo acabar com vampiros.

– E então sentou-se aqui para dizer que acredita neles e que não podemos matá-lo.

– Er... – gaguejei – mais ou menos isso.

– Você parece ser muito impulsiva – comentou o mais novo.

– Acredite, esse não é meu comportamento habitual.

– Drogou-se?

– Não.

– Bebeu? Acredito que não, você não está cheirando a bebida.

– Sim. Não bebi.

Ficamos um minuto nos encarando. Eu queria saber o que dizer, mas nada vinha a mente. Eles pareciam me analisar e o medo começou a me bater. Havia vampiros aqui, se eles estivessem certos.

– Nós podemos matá-los. – falou de repente o mais velho.

Levantei meus olhos surpresa por ele ter falado.

– Pelo o que conheço dos vampiros, isso não será possível.

– Sim. Mas você não nos conhece.

– Você disse que achava que eu conhecia. - eu retruquei. Será mesmo que eles não eram humanos?

– Joguei verde.

– Qual a informação que veio procurar? – o ouro cara perguntou.

– Eu queria saber em que lugar posso me hospedar. Estou de passagem por aqui e não conheço nada. Algum hotel barato ou coisa parecida.

– Venha conosco. Estamos em um hotel e não é tão longe daqui.

Olhei temerosa para eles. No final das contas, eram completamente estranhos para mim. Eu não sabia se devia aceitar.

– Não precisa ter medo – disse o mais velho. – há dois minutos atrás foi você que se sentou conosco.

– Qual o nome do hotel em que estão?

– SongArt’s Hotel. Nome chique demais, mas na realidade é um lugar pequeno e de bom preço.

– Esperem um minuto.

Levantei-me e fui até o balcão do bar. Chamei o rapaz que estava servindo um cara mal-encarado.

– Posso ajudar?

– Sim. Você conhece algum hotel pertinho daqui que possui o nome de SongArt’s?

– Conheço. É há três quadras, se você seguir em frente. Final da rua três.

– Ah, obrigada. Só isso.

Voltei para os garotos. Eu iria com eles.

Entrei no meu carro, avisando que iria os seguir. O hotel realmente não era caro, mas tinha uma aparência bem chamativa. As paredes do lado de fora eram de um laranja forte e a placa com o nome do hotel piscava em vermelho e verde. Não parecia um local perigoso.

Escolhi um quarto e me dirigi ao dos meninos. Eu queria uma explicação. Eles não hesitaram em abrir a porta e me deixar entrar.

Não sei se eu fui persuasiva demais, mas sei que consegui saber o que queria e saciar a minha curiosidade. Descobri então que na realidade eram caçadores a bastante tempo e eram irmãos. Seguiam essa vida e unicamente essa vida. Tentavam livrar o mundo desse “mal vampírico”. Eu tentei não discordar muito deles.

Ao me perguntarem sobre como eu sabia do segredo, contei que já havia conhecidos alguns. Vegetarianos e com uma certa humanidade. Os meninos ficaram surpresos, mas acreditaram. Não houve mais perguntas.

Naquela noite, eu os segui.

Ao me dizer que iriam procurar o vampiro que estava na redondeza, eu sabia que não conseguiria ficar parada deitada em uma cama. Mas é claro que como sou uma desastrada eles logo me descobriram.

“Está na hora. O vampiro provavelmente atacará hoje. Ele está seguindo uma rotina de se alimentar aos sábados. Só devemos achar ele e acho que sei onde pode estar, já que anda atacando muitas prostitutas.” – disse.

Eu via para onde eles dobravam na esquina e corria até lá, ficando escondida até eles chegarem na outra e assim por diante. Eles acabaram me descobrindo quando, por falta de atenção, tropecei na tampa de alumínio de um lixeiro, fazendo-me cair. A vergonha só não foi maior por que outra coisa me chamou a atenção. Uma coisa muito mais perigosa do que os caçadores zangados por serem seguidos. Uma coisa fatal. Ou melhor...

Um vampiro fatal.

Ele estava agachado do muro, e a posição que eu caí deixava minha cabeça em um ângulo onde pude vê-lo. O vampiro me olhava com os olhos assustadoramente vermelhos. Vendo que eu o fitava deu um sorriso que fez com que um calafrio subisse pela minha espinha. Eu abri a boca para chamar pelos meninos, mas como se o azar fosse casado comigo minha garganta se mostrou seca o suficiente para não dar um grito decente.

O vampiro se agachou mais. Ele iria pular, um pulo de uma pantera para uma zebra, de um leão para sua presa. Ele era o leão, eu o cordeiro. E não estou falando romanticamente.

– Não... – sussurrei. Os meus olhos arregalados e com certeza apavorados. Algo mais em minha expressão fez o ser da noite sorrir em antecipação.

Ele pulou.

Eu me encolhi. Estava morta. Adeus mundo.

Mas somente o que senti foi um ar quente passando por cima de meu corpo, visto que eu ainda estava estatelada no chão.

– Não se mova, Isabella! – gritou.

Abri os olhos e vi o meu salvador com um maçarico, fazendo churrasquinho de vampiro comedor de prostitutas. Girei para o lado. Ele não podia achar que eu ficaria parada, não é? Uma ova que eu iria ficar em baixo do “fogo cruzado”.

Levantei-me trêmula ao lado do cara que conheci no bar e era o que segurava o maçarico. Eles haviam matado o vampiro? Quando olhei percebi que não. O vampiro se debatia em tentativa de acabar com o fogo. Vi que o outro irmão tinha uma espécie de arco em suas mãos, que mais parecia uma foice. Ele segurava isso por um longo bastão. A foice estava ligada a ele por um cabo. Mesmo no momento da adrenalina deduzi que aqui era para atirar bem no pescoço do nosso amiguinho vampiro.

Acho que o vampiro pensou o mesmo.

A única coisa que vi foi o vampiro-churrasco jogar a tampa em que tropecei na cabeça do irmão que estava ao meu lado. Ele caiu no chão confuso. Ao mesmo tempo o fogo do maçarico se apagou.

– Ótimo, maravilha! – gritou raivoso o irmão mais velho.

Quando ele foi correr para pegar a foice, a fresta do vampiro pulando em cima do caçador foi tudo o que percebi.

Oh, meu Deus! Iríamos morrer.

Isso não podia acontecer!

A única coisa que pensei – na verdade, não pensei em nada – foi em ajudar aqueles rapazes – e me ajudar também. Joguei-me para pegar a foice. O vampiro olhou para mim.

Eu tinha que afastar ele de meu amigo. O único ser que deveria ser morto aqui era ele.

– Hey, grande pacote de fogo ambulante! Venha até mim, bebê. – Eu sei. Ofensa terrível.

E ele veio.

E eu atirei.

Só consegui ouvir o baque da cabeça do sanguessuga cair em um estalo no chão. Olhei para o meu amiguinho e ele ainda estava meio desnorteado. O outro estava com a roupa rasgada e um corte na bochecha. E, é claro, olhava-me abismado.

– Boa. – disse.

– Por nada, caçador. Salvei sua vida.

– Seu dever. Vocês nos pôs em perigo.

– Hey, eu praticamente salvei vocês duas vezes – elevei minha voz, chateada – se não fosse por mim, vocês não teriam percebido o vampiro.

– Tudo bem, bobinha. Parabéns. Você acabou de matar seu primeiro vampiro. Nós não somos tão... descuidados assim. Acho que devo me desculpar. – disse já ao meu lado.

– Já... eu acho... que vocês devem me ajudar. – falou uma voz atrás da gente.

– Irmão! Você está bem?

– Acho que terei uma bela dor de cabeça.

Ele o ajudou a se levantar. Depois pegou um fósforo, riscou, e jogou em cima do vampiro decapitado. Uma fumaça preta cobriu o ar. Agradeci pela rua não ser movimentada e não ter uma alma viva andando por ali. Só a gente.

– Vamos para o hotel. Precisamos ver esses ferimentos – ele disse.

– Hey! – gritei. – Como é o nome de vocês?

O mais velho riu.

– Chamo-me Dean. Esse é meu irmão Sam.

A partir desse dia, comecei a viajar com eles. Treinei muito, aventurei-me também. Eu nunca fui de fato uma caçadora, só os ajudava no que realmente era preciso. Mas essa não era a vida que eu queria. Eu não queria procurar o sobrenatural.

Por isso me encontro aqui, arrumando as malas sem nenhuma pressão. Não apressar o tempo. Grande lição essa que aprendi!

– Hey, Bella... – ouvi a voz de Sam atrás de mim. – tem certeza que quer viajar? E sozinha?

– Sim, Sammy. – eu disse. – Não se preocupem. Aprendi muito com vocês. Qualquer coisa me ligue.

– Tudo bem. Acabou de arrumar as malas?

– Sim. Vamos? Dean está no carro?

– Está. E, Bella, responda-me uma coisa: para onde pretende ir?

Eu ri.

– Já ouviu falar em Mystic Falls? É para lá que vou. E é lá que irei ficar. Se gostar, é claro.

Mystic Falls...

Acho que grandes coisas acontecerão nessa cidade.

Só espero que sejam boas coisas.


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Notas finais do capítulo

Eu não coloquei "Supernatural" nas categorias, pois não acho que eu vá focar muito no Dean e no Sam. Então não quero decepcionar quem vier procurar por uma fic de Supernatural.
Podem-me avisar se achar erros de ortografia ou concordância. Meu Word não está corrigindo.
Minha primeira fic, eu ainda não sei bem o rumo que irei tomar. Se tiverem sugestões e ideias me mandem por MP. Ficarei muito feliz mesmo.
Ah, quero ver se reviews me darão criatividade. Estou pensando no que fazer no próximo capítulo.
Tentarei não demorar.