Nojo! Macarrão, frango, molho, e se duvidar, têm até um cachorro voando pela cozinha. Madge e Glimmer tentam se proteger em baixo da mesa, Clove e Johanna jogam comida nos meninos e os meninos jogam de volta. Enquanto Annie grita desesperadamente para pararem.

– GENTE! PAREM! VOCÊS ESTÃO DESPERDIÇANDO COMIDA! TEM UM MONTE DE GENTE NA ÁFRICA PASSANDO FOME! COMIDA É UM BEM DE DEUS!

Nesse momento, Marvel jogou um punhado de macarrão na cara dela. Ah, já ia esquecendo. Nesse meio tempo, eu e Gale estamos escondidos atrás de um armário.

– JÁ CHEGA! PODEM PARAR! – berra Glim e todos param – Vocês – ela aponta para os meninos – tratem de limpar isso agora! E nem tentem reclamar senão eu EXPULSO vocês daqui agora, seus bandos de macacos!

Logo, Finn, Cato, Marvel, Gloss e Peeta suspiram e pegam rodos, panos, vassouras e esses matérias de limpeza.

– Já vocês, minhas bonecas de vudu – Clove e Johanna – Vão lavar TODAS as roupas sujas, entenderam? Meninos, tirem suas camisas e botem aqui nesse balde!

– Vocês também vão tirar a blusa? – pergunta Gloss, tarado.

– Muito engraçado. – ela responde.

Preciso dizer pra vocês que eu morri com a cena de um bando de caras sem camisa usando uma vassoura. Peeta, por mais que eu esteja com um pouco de raiva dele, está muito mais maravilhoso do que qualquer outro. Gale não precisou tirar a camisa porque nem eu e nem ele nos sujamos.

– Andem Clo e Johanna, vão lavar essas camisas. Eu, Annie e Madge, vamos tomar banho e depois eu dou nossas roupas pra vocês. Meninos, quando vocês acabarem, direto pro banheiro e depois deem suas roupas imundas pra elas duas.

– Eu posso dar minha roupa pra você agora Clo?- pergunta Cato, arrancando risinhos dos outros meninos.

– Você tá merecendo um tapa na cara, garoto. – diz ela, pegando o balde e a arrastando Johanna pra lavanderia.

– Se eu voltar e vocês não tiverem terminado, eu boto todo mundo pra fora. – diz Glim.

Moral ela tem, pode apostar. Também, sendo filha de um dos maiores empresários tem que ter mesmo. O pai dela é dono da maior rede de cosméticos e essas coisas, ele é o Sérgio Rabin. Grande Sr. Rabin! Uso todos os produtos dele. E quem não usa? Em fim, eu, Gale, Madge, Anne e Glim, saímos pra tomar banho. Minha roupa e a de Gale não estão sujas, mas como eu sou uma ótima amiga, é claro que eu vou dar as minhas pras lavadoras Clo e Johanna. Já no banheiro, tomo um relaxante banho com um shampoo de chocolate delicioso. Quando termino, boto um roupão e uma toalha na cabeça, escovo os dentes, mas acabo vomitando, então escovo os dentes de novo. Deito em minha cama e ligo a televisão em um filme, o que me dá uma grande ideia. Depois eu conto, agora estou com sono. Coloco um pijaminha e penteio meus cabelos molhados. Ligo meu ar-condicionado e durmo tranquilamente, com a lixeira do banheiro ao lado da cama, caso aconteça alguma emergência e eu precise vomitar. Lembro das roupas sujas, então sou obrigada a levantar de novo e colocar as roupas do lado de fora do meu quarto, no chão mesmo. Agora sim posso ter um sono de princesa.

***

– PORRA, O QUE É ISSO?

Essa sou eu, totalmente enfurecida. Vou contar o que houve: Deixei minhas roupas do lado de fora da quarto, e fui dormir. Acordei, troquei de roupa, desci para a sala e vi minhas roupas, incluindo calcinha e sutiã, presas na porta que dá pra piscina. Em baixo das minhas roupas, Gloss e Marvel.

– VOU REPETIR: PORRA, O QUE É ISSO?

– Calma Kat, o que foi? – pergunta Marvel, indiferente.

– O que foi? O que foi, é que eu acordo e vejo MINHAS roupas penduradas como se fosse carne em um açougue!

– E-essas roupas são suas? – pergunta Gloss, retirando elas rapidamente.

– Não Gloss. São do meu espírito! É CLARO QUE ESSAS ROUPAS SÃO MINHAS!

– Foi mal, Kat. A gente achava que era da Madge! – diz Marvel

– Claro, até porque era ela que estava usando essas mesmas roupas na hora do nojo de vocês na cozinha. A propósito, vocês já limparam aquela bagunça?

– Já sim, pelo menos a nossa parte. – responde Gloss, devolvendo minhas roupas.

De repente, escuto uma música muito engraçada e estressante ao mesmo tempo, vindo da cozinha. Chamo os garotos, e vamos andando devagarinho até lá e encontramos Cato aos berros, com seu ipod no bolso e fones no ouvido, fazendo o rodo de microfone:

– LEVO VIDA DE EMPREGUETE, EU PEGO ÀS SETE! FIM DE SEMANA SALTO ALTO VÊ NO QUE VAI DAR! UM DIA COMPRO UM APARTAMENTO E VIRO SOCIALYTE, TODA BOA VOU COM MEU FICANTE VIAJAR!

Não aguentamos e rimos os três. Cato leva um baita susto, e fica muito vermelho.

– Adorei a performance! – diz Gloss em meio aos risos e batendo palmas.

– Você dá uma excelente Maria, amiga. Quer ir trabalhar lá em casa? – diz Marvel rindo ainda mais que Gloss

– Acho que vou até te empresariar, pra você sair dessa vida de arrumadeira! – digo, rindo ainda mais que Marvel.

– Vocês são péssimos. Com licença, já terminei por aqui. – diz ele, deixando o rodo em um canto.

– Não se esquece de limpar lá em cima! – diz Marvel

A cozinha tá limpa, afinal. Mas esse flagra foi o melhor até agora. Nunca vou esquecer de Cato cantando essa música! Acabou que de tanto nós rirmos, todo mundo chegou desesperado, achando que nós três passamos mal.

– Levo vida... Empregue... sete! – dizia Marvel loucamente

– Ai... Toda boa! Ficante.... Ai, viajar! – dizia eu, rolando no chão

– Empreguete! Levo... vida... Aaaaaaaaaaaaah! – dizia Gloss, provavelmente tendo um ataque.

– Nossa, o que houve com eles?- pergunta Finn

– Sei lá, talvez ainda estejam com ressaca. – respondeu Johanna

– Ai gente! Vamos, levantem! Não morram, por favor! – falou Mad, com lágrima nos olhos.

– Para de ser dramática Mad! Onde está Cato? – pergunta Peeta

Eu e os dois garotos rimos ainda mais quando ele falou “Cato”. Estamos ainda em transe com aquela cena.

– Você quis dizer a empreguete? – eu digo, rindo alto

– Eu não estou entendendo nada! – fala Ann

– Nunca vi eles tão atacados como agora! – fala Gale

– Levantem daí, tão sujando o chão com a baba de vocês! – fala Glim

Por fim, levantamos e contamos a história de Cato, mais conhecido agora como “empreguete”, e todos riram bastante. Vocês devem imaginar o tanto que demorou pra eu, Marv e Gloss contarmos essa história toda. Aí o Cato apareceu descendo a escada, e todos, literalmente todos, rimos dele. O bichinho ficou com tanta vergonha que subiu de novo pro seu quarto, mais vermelho do que sangue. Então, resolvo eu contar a minha ideia. Lembra?

– Eu liguei a televisão e tava passando um filme, e eu tive uma ideia. Que tal assistirmos um filme hoje a noite?

– Adorei! – eles falaram, mas cada um com seu sinônimo.

– Agora... Que filme vamos assistir? – pergunta Finn

– Perai, eu vou ver que filmes tem. – diz Glim, revirando uns armários da sala. – Pronto, temos pânico 1, 2, 3 e 4; zumbilândia; Halloween 1e 2; o chamado; Chuck; os estranhos; premonição; atividade paranor...

– TEM ALGUM FILME AÍ QUE NÃO SEJA DE TERROR? – grita Mad

– Deixa eu ver – Glimmer passa alguns muitos dvds e encontra uns – aqui, tem uma noite no museu; querido John; Titanic; ursinhos carinhosos: o filme... e só.

– Ursinhos carinhosos: o filme? – pergunta Johanna

– Eu estava deprimida. – explica Glim

– Qual filme? – pergunta Gale

– Um que não seja de terror, por favor. – diz Mad

– E qual graça tem assistir “uma noite no museu”? – pergunta Cato.

– Eu voto em Pânico 4, deve ser muito legal! – diz Clove, levantando a mão direita.

Todos concordamos menos Mad.

– Eu prefiro assistir “Ursinhos carinhosos: o filme” do que assistir esse pânico não-sei-o-quê.

– Pânico não-sei-o-quê é muito mais legal. Se você quiser, leva os ursinhos carinhosos pro seu quarto e assiste sozinha lá. – diz Gloss

– Vocês são uÓ... Talvez eu faça isso! – diz ela, fazendo bico.

– Então tá, assistimos pânico 4 hoje, às dez horas. – anuncia Finn

– Eu prefiro onze horas. – fala Peeta

– Pra mim tanto faz – digo

– Ok, onze então. – diz Annie

– Annie, você não é ... de Deus? – pergunta Cato

– Sou sim, e daí?

– Você assiste filme que tem assassinato?

– É pura ficção. Não é verdade.

– As vezes é. – diz Finn

– Não aqui nessa casa. – diz Ann.

– Ok, onze horas no cinema. – diz Glim

– CINEMA? – todos falamos ao mesmo tempo. Como assim cara? Tem um cinema nessa casa?

– Nunca falei pra vocês? Fica ali, naquele corredor. – diz ela, apontando.

– Rica. – diz Johanna

– Eu ainda voto em ursinhos carinhos.

– Calada Madge! – dizemos.

Pois é, hoje é dia de filme de terror. Tomara que meu lençol me proteja quando eu for dormir.