– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Uma porra chamada Madge grita na minha cara

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Uma garota prestes a ter um ataque cardíaco chamada Katniss grita em resposta. – Que é sua louca?! Vai dormir!

– Já é de manhã, Kat!

– E daí? Que diferença faz? Merda Mad, eu tava tendo um sonho tão lindo em que eu estava quase beijando o Pee... Ops, ér, Taylor Lautner, e você me acorda!

– Poxa Kat, tô magoada! Nem sabe que dia é hoje! – ela fez biquinho e cruzou os braços

– Não sei não, e não importa quando se tá de FÉRIAS!

– É meu aniversário, Kat.

– AAAAAAAAAAhhh SUA VAAAACAA!! – grito dando um abraço nela, disfarçando meu Alzheimer – É lógico que eu sabia! Eu só queria fazer uma brincadeira! Vamos comemorar amiga!

– Eba! Festa!

– Por falar em festa, o que aconteceu depois que eu sai da festa ontem?

– Meu amor, eu tava tão bêbada que eu acabei ficando só de sutiã, dançando pro Gale, que tava mais bêbado que eu. Aí eu acordei sabe onde? Na borda da piscina!

– Ui, você aproveitou o momento “quase tendo uma overdose” pra dar uns pega no Gale né?

– Nem me lembro como foi, então não conta. Vamo Kat, tá todo mundo te esperando pra cantar parabéns pra mim!

– Ah, claro!

Jogo uma água no rosto rapidamente e me deixo ser levada por uma vaca aniversariante, mais conhecida como Madge.

– Bom dia Kat! – todos falam com exceção de Peeta.

Não tenho uma boa recordação do que houve ontem comigo e com Peeta, mas sei que briguei com ele. Não tenho ideia do motivo, mas sei que sai correndo chorando pela casa enquanto vi de relance Gloss indo pro quarto carregando Johanna. Ui.

– Vamos gente, já podem cantar parabéns pra mim! – Diz Mad, batendo palminhas com o sorriso de orelha à orelha, carregando um bolo de padaria.

– É bom comerem esse bolo todo, ou então vou enfiar ele em todos os buracos de vocês. Todos! – diz Cato

– E eu apoio a decisão de Catito! A primeira padaria que a gente encontrou ficava à um quilômetro e meio! – diz Marv

– Então ta gente, no três! – anuncia Finn – É um, é dois...

– Parabéns pra você! – começo cantando um segundo antes dele, deixando-o com cara de abestado... Ai meu Deus, como é bom ser V1D4 L0K4!

Depois dessa cantoria, Annie sobe em cima da mesa e pega uma colher para servir de microfone e inicia:

– Então gente, eu queria fazer um discurso...

– Mas quem faz discurso não é a aniversariante? – pergunta Glim

– E daí, meu bem? Problema?- Wow Annie, não esperava essa de você! – Em fim, todos acham que eu conheci a Mad na escola, pois éramos da mesma turma não é?

Só pra frisar, quando nós todos nos conhecemos, a Mad e a Annie já eram amigas, pois elas vieram da mesma escola e mudaram para a nossa. Saíram de lá porque as duas estavam sofrendo bulliyng, eu acho.

– É – respondemos

– Ai não, Annie! Por favor, não! É o meu aniversário!

– Já era, xuxu... Então, na verdade não foi bem assim que aconteceu... Um dia, eu estava andando pela escola e resolvi parar para retocar a maquiagem no banheiro, e eis que eu escuto um choro...

– Fala sério, Ann! Não! – diz Mad, escondendo o rosto.

– E aí eu bati na porta, e ninguém respondeu, a não ser, os soluços da pessoa que chorava. Aí o que a senhorita aqui fez? Arrombei a porta com minha bolsa. E encontrei uma menina loira dos olhos claros apenas de calcinha e sutiã.

– Peraí, quantos anos a Mad tinha? – pergunta Gloss com o olhar malicioso. Percebo que Gale revira os olhos, aí tem.

– Eu tinha 14! – diz Mad

– Continuando a história... A primeira coisa que eu fiz foi rir, claro. Aí ela começou a chorar mais ainda, e bateu a porta do box. E eu fiz uma paradinha muito doida e não muito agradável... Subi em cima do vaso do box do lado e tirei foto da Mad e saí correndo. Fui na informática e imprimi e logo depois, saí colando em tudo quanto foi parte da escola. Todos os alunos que passavam ficavam examinando a foto da “garota pelada”. Aí eu fiquei me sentindo a tal! Só que, dois dias depois, eu fui em outro banheiro, e quando eu estava passando meu glorioso rímel azul turquesa, a Mad apareceu com a maquiagem toda borrada e com a cara mais vermelha que uma pimenta, e soluçando. Ela se aproximou de mim e começou a agarrar a minha blusa e a rasgar toda minha roupa, me deixando apenas de calcinha, bagunçou meu cabelo, me arranhou e me empurrou no chão. E ainda por cima, derramou todo meu rímel azul turquesa na pia e depois jogou todas as minhas maquiagens no vaso, e deu descarga. Lógico que entupiu e começou a vasar água e a alagar o banheiro. A Mad pegou o celular dela e começou a tirar fotos minhas, e foi embora.

– Uau! Ninguém nunca tinha contado isso! – falou Johanna surpresa

– Espera Jo, ainda não acabei... Então, eu tive que vestir minha roupa rasgada e molhada, porque eu não tinha levado outra roupa na bolsa, e fui forçada pela funcionária que foi limpar o banheiro a sair de lá. Todos então começaram a rir de mim e a tirar foto, e eu vi na parede as fotos que ela tinha feito. Aí eu saí correndo pra minha casa, chorando. No outro dia, eu a encontrei no refeitório e aí eu voei pra cima dela, e começamos a brigar ali mesmo. Lembro que a Mad puxou meu cabelo com tanta força que tirou um monte de cabelo meu, mas aí, eu mordi o ombro dela com tanta força, que a marca demorou uma vida pra sair.

– Se bombear, ainda tá aqui. – diz Mad olhando pro ombro, e todos vimos uma leve marca.

– Aí a diretora chegou e nos separou, depois chamaram nossos pais e aí foi que o barraco desabou. Nossos pais começaram a brigar um com o outro e depois, eu comecei a brigar com a Mad de novo, e tiveram que chamar a polícia. Então lá foram duas adolescentes doidas, dois pais doidos, e a diretora já doida com a situação. Tivemos que depor e talz, e acabou que meu pai abriu um processo de bullying e a mãe da Mad também, e não sei o que houve, mas os processos foram anulados.

– Agora conta a parte que vocês duas viraram amigas e viveram feliz para sempre! – diz Marvel, piscando os olhinhos, feito uma criança.

– Larga de ser qualhira, rapaz! Eu gosto é da porrada! – anuncia Cato

– Qualhira é tua bunda.

– Eu juro pra você que a minha bunda não é nem um pouco qualhira.

– Tá bom, vocês ainda querem saber da história? – pergunta Annie

– Continua – diz Clove, tomando do seu Nescau de caixinha. Ela ama isso.

– Aí, levaram nossos pais pra outro lugar e ficou só eu e a Mad na sala. Depois de muito silêncio, eu pedi desculpas à ela, que aceitou, e pediu desculpas á mim. Começamos a conversar e acabamos rindo juntas e toda a mágoa passou e nos tornamos unidas e amigas assim! E só pra lembrar, isso tudo devemos ao nosso Senhor Jesus, que nos mostrou além do perdão...

– Ah fala sério, Ann! – disse Cato

– Tá bom, lá vai começar a pregação – digo

– Sai daê, irmã! – diz Marvel

Annie para e todos começamos a rir do “irmã” de Marv. A partir dessa hora (por volta de duas horas da tarde, com todo mundo de pijama e sem comer) passamos a chamar ela assim.

– Tô com fome galera! – diz Peeta

– Eu também, vamos comer! – diz Glim

– Eu adoraria comer... – responde Marvel encarando Glim. Rapidamente ela dá um tapa na cara dele e diz:

– Isso foi por agora, e isso – mais um tapa – foi por ontem.

– Me perdoa Glim, eu tava bêbado! Jamais faria isso com você!

– Até parece! Minha mãe costumava dizer que é quando a gente tá bêbado que fazemos aquilo que mais queremos. – diz Peeta

– E quem disse que eu não quis beijar a Glim? Mais é lógico que sim! Olha pra ela, que linda! Mas não quer dizer que eu tinha que chegar agarrando e fazendo uma loucura louca. Eu jamais faria isso, Peeta. Eu jamais faria isso, Glim. Me perdoa, pela última vez, só uma segunda chance!

– Marvel, obrigada por essas palavras, mas não. Eu tive que dar um golpe bem baixo pra poder escapar do seu beijo nojento e asqueroso! E afinal, não seria uma segunda chance, pois pra você, seria a décima primeira! Lembra daquela vez no jardim da casa da Clove?

– Eu... Foi sem...

– E na piscina da casa do pai de Cato?

– Você já me desculpou por essa.

– Também teve na festa do Gloss, na pizzaria, no parque de diversão, no baile da escola, uma vez na biblioteca da casa da Kat, na lanchonete em frente à escola e na balada do aniversário do Finn. Contando com o de ontem, seria 11, não?

– Você não se esqueceu de nenhuma das vezes... Foi especial pra você... – ele falou com os olhos brilhando, se aproximando de Glim. Todos nós estávamos só assistindo a situação. – Eu saiba! Você gostou! Vem cá, Glim.

De repente, ele puxou ela pela cintura e deu o maior beijo nela. 12 vezes, então? Peeta correu e pegou um balde vermelho com água da piscina e jogou nos dois. Glimmer deu mais um chute baixo nele e um tapa na cara dele.

– Ele acabou de me agarrar e você não vai fazer nada?! – pergunta Glim (toda encharcada) a Cato.

– Eu.. ér.. Oi?

– Você é meu irmão, seu imbecíl! – Chorando, ela pega o balde vermelho e enfia na cabeça de Peeta, depois sobe as escadas, e leva um escorregão quando chega lá no alto, e entra no seu quarto. Marvel estava inconsciente pois não conseguiu suportar a dor de seu ér, “filho”.

– Então tá, né? – diz Peeta se virando pra gente, com o balde na cabeça.

– Deixa que eu te ajudo. – digo, e me aproximo. Puxo com força e por um momento, achei que fosse tirar a cabeça dele junto. Fito seus olhos azuis e me lembro do que houve ontem, exatamente. Ele me encara e diz:

– Você ainda quer me beijar?

– Por quê?

– Porque ontem, eu... Ia dizer pra gente fazer isso, só que fiquei com medo de você me achar um idiota, então eu quis fazer você parecer idiota... Me perdoa?

– Seu canalha! Eu chorei tanto, que eu acho que dava pra encher um rio! Meus olhos ardem e doem de tanta lágrima que saiu! Não dormir nada por sua culpa, você me fez de idiota, mas na verdade, VOCÊ É O IDIOTA DAQUI! – grito com ele, pego o balde vermelho, enfio na sua cabeça, subo as escadas e escorrego quando chego lá em cima. Entro no meu quarto.

Não acredito, de tantas maneiras razoáveis, o Sr Mellark resolveu contornar a situação da maneira mais horrível... Mas ele tem razão, eu sou “a” idiota da história, porque acreditei nas idiotices dele. Ai, fala sério, ninguém merece ser tão humilhada desse jeito em público. Tadinha da Mad, em pleno aniversário de 17 anos, dois barracos já aconteceram. Tá mais é pra favela, do que um simples barraco. Alguém bate na porta, e sem demora, dou um grito em resposta.

– Nossa, acalma aí leoa!

– GALE!!!!

– Posso entrar?

– Pode.

Ele abre a porta, que bate na minha mala e faz ela cair no chão. Como a mala tava aberta, todas as coisas de dentro caíram. Obrigada mesmo, Gale.

– Foi mal, eu arrumo.

– Eu ajudo. – digo, me juntando a ele.

Saímos catando tudo do chão e jogando na mala, acabamos fazendo uma competição pra quem faz mais “pontos” ao tentar arremessar a roupa dentro da mala. Paramos quando Gale pegou um sutiã meu, e olha que eu estava ganhando o tal jogo.

– Isso daqui é seu.

– Valeu mesmo. Me dê aqui esse danadinho. – Aproximo minha mão, mas ele recua. E admira a peça.

– É bonito, eu gostei. Ficaria feliz se alguém usasse isso na minha frente.

– Fala sério amigo, eu não botaria isso pra você.

– Ele aproximou o sutiã dos meus seios, por cima da blusa, e ficou examinando.

– Esse tamanho tá errado, o sutiã é pequeno. Acho que é porque você tem os pei... Deixa pra lá, melhor guardar isso daqui.

Ele arremessa na mala, e logo acabamos de arrumar a bagunça.

– O que veio fazer aqui? – pergunto

– Só fazer companhia. E avisar que a gente organizou uma festa à fantasia pra comemorar o aniversário da Mad.

– Tá doido?! Onde eu vou arrumar fantasia? Eu não trouxe isso pra cá!

– Calma, a Glim tem caixas e caixas de fantasias aqui. Ache uma do seu tamanho e pronto.

– Ok, então. Eu tô com dor de cabeça.

– Eu vou buscar um remédio pra você, deita aí.

– Obrigada por me fazer feliz, Gale.

– De nada, Catnip.

Ele sai, depois de alguns minutos volta com o remédio na mão e deixa um beijo no canto da minha boca, e depois sai denovo. Melhor dormir, hoje tem uma Hard Party.