Acordei coberta dos pés a cabeça, ouvi um barulho e pensei "Mark já acordou". Me descobri sentando na cama levando minha mão ao rosto e fazendo minhas famosas "caretas". Levantei e fui ao banheiro tomar uma ducha e depois procurar o Mark.

– Se você estivesse na casa do garanhão agora, o que estaria fazendo? – Ele apareceu na porta se encostando e me impedindo de andar.

– Hmm – Pensei – Algo entre bater no Thai, xingar o Thai, quebrar algo ou força-lo a me dar metade do que ele está comendo.

– Engraçadinha – Ele riu.

– Não é pra ser engraçado Mark – Disse passando por debaixo do seu braço – É o doce aroma de eu fazendo a vida do Thai um inferno.

– E entre bater, xingar e quebrar coisas, aonde entra a parte do beijo? – Meu rosto esquentou.

– Q-que beijo? – Balbuciei – Não sei do que está falando – Falei prendendo meu cabelo num rabo de cavalo alto.

– Sabe, a Adson nunca foi de manter a boca calada – Ele cantarolou olhando para suas unhas.

– Não zombe de mim – Resmunguei – Foi só uma vez – Ele tossiu – Ta, duas – Me olhou – Talvez três... Mas do que importa ne! – Disse forçando uma risada – Pera, quando foi que você e a Adson se falaram?

– Ah, agora a pouco. Na verdade seu projeto de gangue está lá embaixo na recepção.

– E por que não falou isso antes idiota?

– Isso é jeito de falar com seu irmão mais velho? – Ele fez bico me impedindo de passar pela porta.

– Você não gostaria de levar um soco – Sorri.

– A vontade – Ri e ele saiu da frente.

Fui até o corredor apertando o botão do elevador e esperando um pouco. Quando chegou entrei e apertei o térreo. Corri até a recepção vendo o Chad, Random, Adson e Stevie logo a frente.

– O que está acontecendo? – Adson perguntou colocando as mãos na cintura – Que demora hein!

– O Mark ficou enrolando e não me disse que vocês estavam aqui – Na verdade se o assunto não chegasse a Adson não acho que ele lembraria de me dizer.

– Falando nele, como mudou – Ela disse me olhando com aquela cara de "que gostoso" – Se agente tivesse se conhecido antes quem sabe...

– Não termine a frase – Chad bufou.

– Mas eu só tenho olhos pra você agora amorzinho – Ela disse afinando a voz apertando suas bochechas.

– Calem a boca seus imbecis – Random murmurou – Não estão percebendo que a Queen está indo embora – Ele falou começando a chorar abraçando o Stevie.

Sabe aqueles berros de criança? Esse mesmo.

– Vai passar, vai passar – Stevie falou revirando os olhos – Mas eu não acho que a Queen vai mesmo embora.

– Acertou, estou pensando num plano na verdade.

– E se você ir embora mesmo, como eu fico? – Random choramingou.

– Você pode achar outra babaca que faça babaquices com você – Adson disse dando uns tapinha nas costas dele.

– Sabe, a babaca ta bem aqui – Falei levantando a mão.

– Você vai pensar em algo – Chad falou – Qualquer coisa, eu conheço um cara que consegue uma arma por um preço bem camarada. Eu posso ligar pra ele agora e-

– Você é mais útil calado meu amor – Adson disse apertando seus lábios nos fazendo rir.

– Vou sentir saudades – Falei abaixando a cabeça.

– Ei sua boba – Ela segurou meu queixo – Se continuar assim não vai ser só o Random que vai chorar.

Depois daquele constrangedor momento do abraço em grupo, agente se despediu e eu subir para arrumar minhas coisas para ir ao aeroporto. Meu pai estava numa reunião de negócios, e de lá ele veio para o aeroporto daqui de Londres para irmos para casa juntos. Chegando lá, ele e o Mark ficaram conversando enquanto eu ficava sentada sem falar nada esperando a hora em que chamassem meu maldito voo.

– Ah é, eu vi o Thai agora pouco.

– Aonde? Ele está aqui? – Falei virando a cabeça de um lado para o outro tentando vê-lo.

– Calma irmãzinha, ele só pediu para te entregar isso – Ele falou me estendendo um caderno.

O caderno de desenho do Thai. Comecei a folhear as páginas sentindo meus olhos incharem ao ver o último desenho que ele tinha feito. Virei a folha arregalando os olhos ao ver o verso.

– Voo número 169 – Ouvimos.

– É o nosso, vamos – Meu pai disse puxando uma de minhas malas.

– Pai – Levantei da cadeira segurando a mala – Eu vou ficar.

– Não é hora para gracinhas Queen, vamos logo.

– Qual é. A condição foi, "se mude, arranje um emprego e estude". Qual parte eu não cumpri?

– A parte que você não mora com um estranho!

– Ele não é um estranho pai, é o melhor amigo do Mark! – Retruquei.

– E quanto a estudar? – Ele cruzou os braços.

– Ta... – Pensei – O próximo semestre! Passarei em todas as matérias, eu prometo.

– Haha como se eu fosse acreditar.

– O Thai na verdade é um gênio por trás dessa fachada de "sou um cara mau". E ele é bom nos esportes também, um exemplo a eu seguir pai – Falei tentando convence-lo.

– Quer mesmo que eu acredite que um amigo do Mark é um exemplo?

– Ei – Mark falou se fingindo ofendido.

– Não vou deixar você morar com um garoto Queen.

– Se você estiver falando de sex- – Ele me encarou – Fazer amor – Corrigi, ele arregalou os olhos – Que palavra você quer que eu use?

– Queen!

– O que? Eu nem falei palavrão – As pessoas ao redor começaram a comentar – O que? Nunca falaram com seus pais sobre sexo? Não? Ah então vão se f-

– Ela vai ficar bem pai – Mark falou tapando minha boca. Acenei com a cabeça concordando.

– Ultima chamada, voo número 169 – Chamaram novamente.

– Juro que não vou matar ninguém.

– Depois dessa até eu deixaria se fosse minha filha – Ele bufou fazendo eu pisar no seu pé com força.

– Tudo bem – Ele suspirou.

– Demorou mais do que eu pensava hein – Disse pegando as malas indo em direção a saída – Te amo velhote, me visitem mais vezes.

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– O q-

– Até eu sabia que no final você ia deixar pai – Ele disse colocando a mão no seu ombro – Vamos.

– Que outras palavras podem ser usadas significando sexo?

– Só não procura isso na internet ok?

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Eu vou ter que pegar um táxi. Pensei enquanto me arrastava com as malas até a saída do aeroporto. Quando a porta automática se abriu, pude ver um carro a uns metros de distancia de mim. Um Audi R8 4.2 Spyder quattro 2Dr Convertible a uns metros de distancia de mim. O Thai a uns metros de distancia de mim.

Ele estava encostado com a cabeça erguida, mas logo seu olhar veio em minha direção. Ele piscou varias vezes, o que eu achei engraçado. Sua boca estava meio aberta e ele tava paradão lá. Até que seu corpo começou a erguer se desencostando e vindo aparentemente na minha direção – "aparamente", vai que têm alguém atrás de mim e ele passa reto – olhei para trás só para checar. Fui caminhando em sua direção, aumentando a velocidade dos passos cada vez mais assim como ele que assim que chegou até mim me abraçou com força fazendo meus ossos serem triturados – claro que não foram, mas chegou a doer.

– É impossível se livrar de mim tão fácil – Falei assim que ele me soltou – Se eu não tivesse aparecido, o que você ia fazer? – Perguntei curiosa, erguendo as sobrancelhas.

– Eu não estava esperando por você – Bufou.

– Ah é? Então quem era?

– O Mark, obvio. Íamos fugir juntos – Ele disse me ajudando a pegar as malas.

– Que meigos, e por que não foram?

– A gente lembrou que era hétero – Soltei um risada, ele me olhou de canto.

– Que foi?

– Nada, vamos.

– Pera – pausei – Essa é a hora que você ouve meu estomago roncar e me leva pra comer algo.

– Tão delicada – Ele revirou os olhos.

– Fome Thai – O ignorei.

– Aquele restaurante chinês?

– O que têm aquele velhinho que fica parado na frente feito uma estatua?

– Esse não, o que da aquelas coisas empanadas.

– Com gosto de frango? Já estou no carro.

– Tão simples – Ele riu.

– Anda logo – Grunhi.

Eu amo ele.